sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

REFÉM DE CORPOS

"Eu nunca namorei mulheres. Nem sei o gosto que elas têm. Na adolescência eu já defendia os meus melhores amigos. Sempre escolhia um pra agradar, já era a atração, mas eu não sabia. Era uma época em que tudo era muito reprimido, muitas cobranças. Dois filhos homens - Dois garanhões puro sangue! Assim que papai dizia pro seus amigos. Eu já sentia o peso da imagem me torturando. Se eu apanha-se na rua, levava dobrado em casa. Era de cinto. (Pausa. Nostálgico) Eu gostava era do banho no vestiário da escola... Aquela adrenalina me consumia. Eu ficava louco de tesão pra chegar logo em casa e me trancar dentro do banheiro. Por mais que eu tentasse pensar na vizinha, que costumava trocar de roupa com as janelas abertas pra me provocar, não adiantava. Os pensamentos que me davam prazer mesmo eram sempre os corpos nus de meus colegas no vestiário. O proibido. O desconhecido me excitava. (nervoso com a lembrança) No outro dia, eu não conseguia nem olhar no rosto deles, me sentia culpado, parecia que eles sabiam do meu segredo. Mais tarde conheci os guetos, me disfarcei por um tempo. Misturei o real à ficção. Eu andei no escuro da boemia experimentando vários gostos. Me perdi entre corpos, nem quis saber seus nomes. Em cada esquina do Centro da Cidade, eu aluguei um par. Surubei muito...(ri) Eu deitei com o mundo, imundo... Alimentei minhas urgências sexuais com muito lixo humano. Lixo... O que nós somos? Não importa, mendiguei uns beijos... Eu vivi meus riscos! Mas... Cansei disso tudo. Hoje quero viver na transparência".

Essa é uma fala do Fred, personagem de um texto meu, "Refém de Corpos". Queria muito ter continuado a ensaiar esse texto, mas os atores que estavam com os papéis não estão maduros o suficiente para encararem um texto desse. Não tô dizendo que o texto é maravilhoso, longe disso, mas os personagens são mais adultos e é preciso de mais vivência para encarar esse desafio. Tô com vontade de fazê-lo ainda esse ano. E tô com vontade de ficar com um dos personagens. Aliás, eu tô louco pra ir pra cena. Não aguento mais ficar só na direção. Eu sou ator de formação. Preciso estar no palco, até mesmo pra rever alguns conceitos sobre direção.

O texto conta a história de dois irmãos. Um deles é um arquiteto famoso, bem sucedido na vida, filho adotivo e homossexual. O outro, é um cara que não tem um rumo certo na vida. Dirige um táxi. Se aproveita das coroas que frequentam os bingos de Copacabana. Resolveu aparecer na casa do irmão no intuito de reatar a relação deles, mas como sempre a dinâmica de um péssimo relacionamento acaba por sobressair nesse encontro.

A história é legal e quero muito que entre em cartaz ainda este ano. Preciso ter mais cuidado com meus projetos. Na ânsia de realizar, posso enfiar os pés pelas mãos.

ESCOLHAS DIFÍCEIS

Fui caminhar ontem e encontrei uma colega de universidade. Ela passou pra PM e tava com a turma correndo na praça. Devia ser alguma prova ou coisa assim. Nos cumprimentamos e eu continuei o meu percurso. Continuei pensativo, que é como fico quando caminho. Tem horas que vejo pessoas em determinadas profissões e chego a questionar as minhas escolhas. Pôrra, por que é que tu foi escolher um caminho tão difícil? Será que não seria mais fácil se eu fosse um PM, um médico, um dentista, ou até mesmo um advogado? Mas continuei a minha caminhada. E continuei pensativo. Me deu vontade de parar no barzinho e pedir uma cerveja bem gelada e depois acender aquele cigarro bem gostoso. Ainda bem que vontade é coisa que dá e passa...

Terminei minha caminhada e peguei um livro do Mário Bortolotto no carro. Procurei uma sombra e fui ler. Era um livro de textos do seu blog e o cara conta muito do seu dia-a-dia em São Paulo. Cara, confesso que me deu a maior vontade de me mandar de Boa Vista. Eu sempre fico na maior nostalgia quando leio esses textos do Mário. É foda. Fala de uma rotina que eu sei muito bem como é. Uma rotina que eu sinto falta. Que mesmo eu sabendo que não dá mais pra mim, por questões de saúde, mesmo assim eu sinto a maior falta da boemia. Das noites a tôa nos bares mais sujos do Rio de Janeiro. Sinto falta de sair todos os dias e dormir bem tarde. Sinto falta daquela sensação filha da puta às 05 da manhã quando todo mundo tá indo embora e só eu quero ficar. Sinto falta da esbórnia.

Às seis horas fui buscar a Tatiana no trabalho. Depois fui para o ensaio, que foi muito bacana. Estamos cada vez mais seguros no quesito música, mas acredito que na estréia ainda não estaremos tão seguros, mas fazer o quê? Ontem vi de novo a amiga da Cora, aquela que disse que queria fazer teatro e nunca mais apareceu. Não sei se é o momento que estou passando, mas me deu uma impressão de que a menina tava na rua vagando sem rumo. Ela disse que tava em busca de um grupo, de alguma coisa pra fazer, pra passar o tempo. Não poderia nunca ficar conosco mesmo. Teatro não é lugar pra se passar o tempo. Nós brincamos com o tempo, damos a volta nele, retornamos, mas jamais deixamos ele passar.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

MERDA PRA TODOS NÓS

Ontem eu li algo como, antes de levantar da cama , pela manhã, rever as verdadeiras intenções que estão por trás das coisas que plenejei fazer naquele dia. Tarefa difícil, quando a esposa fica insitindo que tá atrasada, que eu sempre levanto tarde, que eu deixo tudo pra em cima da hora... essas coisas. A verdade é que me assusta muito questionar minhas verdadeiras intenções logo pela manhã. Fico receioso de não sair da cama. De não sair de casa. Tô sempre fazendo alguma merda. Ou me metendo em alguma merda. Sempre fui assim. Quando digo merda, não necessariamente me refiro as coisas ruins, mas também as boas, que muitas vezes acabam se tornando uma merda pra executá-las. O exemplo disso foi colocar música ao vivo no espetáculo. Pôrra, a idéia é do caralho, mas é uma merda pra executar, entende? Um bando de analfabetos musicais (me inclua nesse esquema), o tempo curtíssimo, e agora que as aulas voltaram na escola, não dá pra fazer muito barulho. Enfim, uma merda das feias mesmo poderá acontecer no dia da estréia, quando começarmos a cantar e o céu escurecer e cair aquele temporal, temporal de céu ofendido. Que me desculpem os Deuses, mas como é de costume no teatro, eu só posso desejar "merda" pra todos nós!

MISTURADA DE ASSUNTOS


Terceiro dia sem tabaco. Caralho! Sinto falta de fazer fumaça quando estou ao volante ouvindo meu Led Zeppelin. Consegui caminhar na segunda, mas ontem não deu certo. Hoje, sem falta, vou pra Ene Garcez. Tava andando na segunda e de repente me senti inadequado em estar ali. Pôrra, pra quem sempre levou uma vida sedentária e cheia de excessos, com certeza não era pra eu estar me sentindo bem. Mas tudo pela vida saudável.


Tô comendo folha. Alás, meu prato tá lotado de folha. Cá pra nós, alface não tem gosto de nada. É uma merda, mas faz bem pra saúde. Prefiro rúcula. Mas rúcula lembra pizza. E pizza não posso. Pelo menos não em excesso. Cara, que vida difícil essa de ser saudável. Outro dia tava zapeando a tv e vi a Adriana Bombom, uma puta de uma gostosa, que em pleno carnaval tava comendo só ovo e batata. Pôrra, a mulher tava bonita, mas a sensação que eu tive é que a qualquer momento ela não iria conseguir terminar a próxima frase. Tava bonita, mas tinha aparência de fraca. Não fraca de contrário de forte, mas de falta de energia. Devia de estar peidando horrores... Não é assim que eu quero ficar, mas confesso que às vezes me imagino me vestindo melhor, sem ter que ficar ajeitando a blusa na barriga toda hora. Sem ter que ficar experimentando várias blusas antes de sair de casa. Eu tô naquele estágio de que ou fico muito gordo e largo qualquer roupa por cima e tanto faz, ou emagreço e qualquer roupa irá me cair legal.

Ontem a Grazi e o Renatão foram fumar um cigarro na hora do intervalo e me deu uma vontade... a Tatiana me olhou e disse - você não vai! Pronto, era tudo que eu precisava ouvir. Não fui. Hoje estou bem melhor.

Ainda tô muito preocupado com a produção do espetáculo. Tá faltando muita coisa e o tempo tá curto pra caralho. A idéia de trabalhar com músicas ao vivo é demais, só que o tempo que planejamos pra isso é de menos. O nosso preparador musical, o Gilson, maluquinho que só, é muito talentoso, sabe muito de música e tá fazendo o máximo que ele pode. O cara é engraçado, tem um jeito todo educado de tratar a gente, parece que escolhe palavras e toda hora nos pergunta, - tá tudo bem pra vocês? É desse jeito mesmo? Pôrra, a gente não tá nem aí. Não entendemos picas de música!

Hoje a Grazi me ligou e disse que conseguiu algumas coisas, beleza, a produção não pode parar. Acredito que vamos estreiar com tudo em cima. Acredito que vamos estreiar um espetáculo muito bacana, resultado de mais um processo bem sucedido da Cia. do Lavrado. E quer saber? Tô louco pra que chegue logo dia 15/03.

Bem, os dois primeiros parágrafos foram escritos ontem, mas o Renatão chegou aqui e não deu pra eu continuar. Por isso a misturada de assuntos.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

PAREI COM A FUMAÇA


Ontem resolvi parar de fumar. Mas fumei até o final da tarde. Diferente das outras vezes, não estou me levando muito à sério, pois se eu ficar com essa idéia muito fixa na cabeça, acabo fumando. Hoje, programei uma caminhada pra contra-atacar a sensação de abstinência que virá, aliás, já tá aqui, pois agora mesmo tô louco por um trago. Comecei a fumar com 15 anos e parei com 27, depois voltei aos 34 e de lá pra cá perdi as contas das vezes que parei e voltei. Hoje estou com 38, minha taxa de triglicerídeos tá elevada, meu peso não é o ideal e sinceramente, tô incomodado com tudo isso. Pôrra, tô cheio de coisa pra fazer e não seria legal se de repente eu ficasse impossibilitado de realizá-las. O teatro tá ocupando um tempo integral na minha vida e isso é bacana. Tenho textos pra escrever, textos pra revisar, textos prontos pra encenar, quero trabalhar como ator esse ano, quero realizar junto à Cia. do Lavrado pelo menos 04 espetáculos em 2008. Preciso estar bem pra tudo isso.

Outro dia tava lendo o livro do Mário Bortolotto, "Atire no Dramaturgo", que são os textos publicados em seu blog homônimo e percebi que o cara, aliás eu já sabia, bebe pra caralho e produz muito. Não sei por que, mas a sua produção tá sempre atrelada a muito álcool e a impressão que dá é de que o cara precisa dele pra produzir. Já conheci outras históris de caras que tem sua vida atrelada ao consumo de álcool e drogas e que produz também. Temos o caso de Bukowsky( ou BukowSCHIN)), que bebia pra caralho. Comecei a escrever em uma época em que eu consumia tudo que é tipo de droga. Se me falasse que ia "dar onda" eu caía dentro e foi uma época em que produzi bastante, mas quer saber, já não tomo drogas (álcool também) mais de 11 anos e continuo produzindo. Às vezes tenho crises e acredito que preciso de algum vício para despertar a minha capacidade criadora, mas é tudo balela. A minha capacidade criadora acorda comigo. Está na minha decisão de realizar algo novo de verdade. Tô falando tudo isso por causa do tabaco. Eu adorava fumar um cigarrinho enquanto escrevia. Mas foda-se! Quando sentir abstinência, vou pegar um livro pra ler.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

BANQUETE TEATRAL NO NOVA CIDADE 23 02 2008


Acabei de escrever e-mail pra todo mundo sobre o sucesso que foi o Banquete Teatral. Essa semana vou invadir as caixas de e-mails de Boa Vista com informações deste maravilhoso evento que ocorreu no Bairro Nova Cidade. Que público receptivo, com muita vontade de assistir apresentações como as nossas. A diversidade dessas apresentações, acredito, é o sucesso deste evento. Estiveram presentes todas as idades e ninguém arredou o pé antes do fim.
Na foto acima, cena da Cia. Arteatro.

Durante a semana me deu vontade de desistir de tudo, quando soube que o Criarte e o Malandro é o Gato não iriam apresentar. A Bruxa Tá Solta nem me preocupo mais, pois não podemos contar com eles mesmo. Os interesses são outros...Não me esqueço que em outras épocas eles até cobravam a nossa presença em reuniões do Mr. Quilo, fazer o quê? Enquanto Federação, estão ficando pra trás nesse processo.

Tô quebrado de sono e ainda tem ensaio amanhã às 08h. Mas não podia deixar de registrar aqui o sucesso que foi o evento desta noite. Tô feliz. Tô muito satisfeito. Como é bom fazer o que se gosta.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

FERE E LAMBE

Eu tenho tanta coisa na cabeça
Que às vezes parece que vou vomitar meus neurônios!
Eu tenho vivido igual a um cavalo
Que perdeu o direito de olhar para os lados.
Não escolho caminhos. Apenas sigo.
Mas nunca vou à direção certa.

O pior é que só percebi aos 37...
Idéias motivadoras vindas de todas as direções.
Mas não me animo em por em prática.
Como o cheiro de bosta que sinto no quintal de minha casa.
Eu levo dias pra recolher todo aquele esforço inútil do cão.
Inútil? Pôrra nenhuma.
Serve pra me deixar mais próximo dos meus sentimentos.
Mas o cão não faz de propósito, se soubesse disso, com certeza me pouparia.
Morreria de prisão de ventre. Coisas de amigo...

Já tentei ser o certinho, mas que certinho?
Hoje eu espanquei meus cães. O mais grave é que dez minutos depois eu tava lá, acariciando os coitados.
Coitado de mim.
Os cachorros conseguem me perdoar em menos de um minuto.
Eu levo pelo menos dez pra pensar em perdão.
Na verdade a consciência pesada é que me coloca nessas situações.
- Primeiro vai ferir e depois vai lamber? Diz sempre minha mulher.
- É assim que tenho feito comigo há vários anos! Reclamo baixinho, mau-humorado, pra nem mesmo eu ouvir.

SANGUE BOM

Recebi o resultado do meu exame de sangue e como já era de se esperar alguma coisa estava errada. Estou com meus triglicerídeos altos. Tá legal, mas e aí? Sei, devo cortar massa, comer muita verdura, cortar meu bolo de chocolate... vou ter de ir a um nutricionista e fazer uma dieta legal. Bom, se eu bem me conheço, vai ser foda encarar essa, sim, porque um dos meus maiores prazeres está justamente na alimentação. Adoro comer! Adoro sair pra devorar aquela suculenta pizza, como chocolate todos os dias, bebo refrigerante até no café da manhã, agora mesmo acabei dar umas cinco colheradas na lata de nescau. Puro. Não podia mesmo estar me sentindo bem. O fato é que a vida que levo hoje é completamnete sedentária, com essa rotina de ensaio do espetáculo tô bebendo muito café e fumando cigarro pra caralho e sempre na promessa de que vou parar. O Renatão até me propôs fazermos um pacto, coitado, também tá no sufoco e não consegue parar, mas eu não quis entrar nessa, pois sabia que seria mais um problema. Sério, eu iria fumar escondido dele e pôrra, já tô com 38 anos pra fazer qualquer coisa escondido.

O ensaio de hoje foi ótimo, aliás os ensaios tem sido bem legais. Tô é preocupado pra caralho com a produção. Ainda tem muita coisa pra acertar, a Grazi não dá notícia (ela é a produtora) e mais uma vez eu largo tudo e me entrego por completo pra essa pôrra. Adoro o que faço. Acredito muito que hoje nós somos uma parte de uma coisa muito maior, que está em acelerado desenvolvimento. Sei que muita gente nessa cidade não sabe que existem grupos de teatro, ouço isso a toda hora, mas fazer o quê? Estamos aqui e vamos tumultuar sim! Agora, é preciso cada vez mais que os grupos estejam unidos e ainda existe um ranço desgraçado que atrapalha e muito esse processo. Legal, tudo pela convivência, mas confesso que às vezes dá vontade de mandar tomo mundo se fuder e seguir em frente.

Acabei de receber a notícia de um companheiro de teatro que faleceu. É de outro estado, eu nem o conheço. Tentei escrever algo interessante, mas depois apaguei. Pôrra, eu nunca vi o cara. Deixei assim, descanse em paz. Fico intrigado com essas notícias de falecimento por e-mail. Nunca dizem do que a pessoa faleceu. Caralho, se vão mexer com meu lado emocional que pelo menos digam do que a pessoa morreu. Como disse, nada acontece por acaso. Acho melhor eu tratar de comer meu jardim porque senão, o próximo das fila pode ser eu.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

NADA ACONTECE SEM ALGUMA EXPLICAÇÃO

Tem coisas que acontecem sem qualquer explicação. É o caso da presença do preparador musical, que apareceu quase do nada e já tá integrado ao grupo. O trabalho que ele tem feito com a gente não tem preço, ou melhor, não podemos pagá-lo. O cara topou essa empreitada no intuito de fazer uma troca. Incrível. A idéia é colocar o grupo pra cantar durante o espetáculo, mas como o tempo é curto...estou inseguro. Tento não passar isso pra eles. Tento motivá-los do jeito que aprendi. Tento não insistir demais em repetir as cenas, embora saiba que muitas vezes o resultado só aparece com a exaustão. Teatro é assim, repetição.
Estamos sempre discutindo que em Boa Vista existem muitas pessoas que querem fazer teatro. Mas "fazer teatro mesmo", quem é que quer? Sábados e domingos de oito da manhã até uma da tarde, não, isso não é pra qualquer um. Não basta querer. Semana passada recebemos uma amiga da Cora que tá louca pra fazer teatro. Ficou de voltar no sábado. Não sei não, confesso que não rolou firmeza. Já tamo até apostando...- Essa não volta!
Quando comecei a fazer teatro, em 1990, no SESC da Tijuca / RJ a coisa não era diferente. Naquela época também aparecia um monte de gente fascinada pelo teatro, mas com o tempo ocorria a seleção natural e percebíamos que uns estavam ali porque queriam fuder as menininhas, outras porque queriam dar pros menininhos, e confesso que não era difícil, tinha uma turma que queria dar a bunda e conseguia, outros tavam mais interessados em encher a cara, fumar maconha e cheira muito pó e conseguiam também, enfim, só restavam os normais. Que normais? Pôrra, nós, atores e atrizes. E você ainda pergunta? Fazíamos tudo aquilo e mais teatro, quer dizer, antes de fazermos tudo aquilo, o teatro sempre tava em primeiro plano. Não me arrependo desse caminho. Não me arrependo de ter pedido muito dinheiro nos sinais do Rio de Janeiro pra levantar produção de espetáculo, pois era assim que nós montávamos as nossas peças e era assim também que eu enchia a cara todo fim de semana às custas do "pedágio cultural".
Espero que amanhã o ensaio seja tão bom ou melhor do que hoje. Tô apostando que este espetáculo vais ser do caralho! Tô apostando muitas fichas na Cia. do Lavrado este ano.
Quer saber? Nada acontece sem alguma explicação. Muitas vezes, eu é que não entendo o recado.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

QUE HORAS SÃO?
Esses inventos tecnológicos são ótimos mesmo. Nunca fui muito fã de orkut. Consegui manter um blog por quase dois anos e com bastante irregularidade. Como sou péssimo com compromissos nunca conseguia escrever nas sextas, pois ele tinha o mesmo nome desse aqui. Mas quer saber? Que se foda a sexta - feira! Não quero me impor a essa regra. Vou escrever quando bem entender.
Já atualizei o orkut, também depois do esporro da Grazi...me chamou de incompetente e tudo! pior que ela tá certa. Nunca consegui seguir uma rotina, criar um padrão, repetir coisas que deram certo, sei lá, não consigo planejar porra nenhuma. Eu vivo e aceito as coisas como são. Lógico, tem vezes que não aceito merda nenhuma e aí sofro pra caralho. Calado, risonho, do meu jeito brincalhão de disfarçar meus óbitos. É isso, já fiz o café da rapaziada e daqui a pouco vou para o ensaio da Cia. do Lavrado. O trabalho tá divertido pra caralho, pelo menos pra gente que tá fazendo. Não sei se o público vai curtir, mas também, foda-se o público, depois eles vão embora e ficamos nós. E se não nos divertirmos, aí é que fode tudo.

"A Retrete ou a Latrina" é só escolher, afinal, é tudo a mesma bosta lá dentro.