sexta-feira, 31 de outubro de 2008

VELHO CAIXÃO



não posso deixar de dizer
que tudo isso não presta
não serve pra nada
só não é inexistente
porque de fato existe
e isso é aceitável pela sociedade
filtro hipócrita imundo
legitimadora das dores do mundo
sugestão moral inabalável
embalada numa puta necessidade de aceitação
produto fácil
somos presas perdidas peladas
seguimos o enterro
e nem reparamos os nossos corpos modelados
entrevados em gritos
agonizantes de dentro do velho caixão








quinta-feira, 30 de outubro de 2008

RIO BRANCO


Ontem atravessei o rio. Fui lá pro outro lado no final da tarde. Li Machado de Assis. Só ouvia o Machado e os sons da natureza. Foi bom demais. Tem vezes que é preciso buscar um refúgio. Construir um ambiente adequado para a obra que eu vou ler. Tudo me pareceu mais claro. As imagens não eram desconstruídas. Não tinha distração. Um banho de rio é extremamante relaxante. Troquei idéia com o dono do bar, o Babazinho, na volta, no barco. Já fiz uma entrevista com ele pro site Overmundo, mas acho que o cara nem se lembra mais. Ele me confessou que estava muito satisfeito com sua vida e coisa e tal...e que se sentia super jovem. E é verdade. Também, em um lugar como aquele... O cara tava puto porque tinha acabado de atravessar umas barangas e as meninas tiveram a infelicidade de chamá-lo de tio. - porra, ser chamado de tio por essas barangas, tá de sacanagem, são muito caidinhas. Tio é o caralho. Eu tô bem melhor que elas todas juntas. Terminou assim e eu fiquei sem argumento algum. Vocês precisam ir mais ao outro lado do rio, assim, terça ou quarta ou quinta... o legal mesmo é quando tá bem vazio.













DE GRÁTIS!

Foto: FMRezende


Ei, pessoal, hoje tem YAMIX. Um evento organizado pelas Universidades e Faculdades de Boa Vista. A Cia. do Lavrado vai apresentar o espetáculo HOMENS, SANTOS E DESERTORES, no Palácio da Cultura. Vão ter mais três apresentações de outros grupos. Vai ser bem legal, pelo menos promete. Tudo isso a partir das 19h. E de grátis!

Apareçam!

















A MORTE PEDE CARONA

Comunicou-se com a ex-mulher. Uma mensagem tranquila. Simples. Sem segundas intenções. A separação se encarregava de manter algumas obrigações. Chegou meia hora adiantado. Não se sentia nervoso, mas bebeu uma latinha de cerveja e fumou três cigarros. A mulher parou com o carro na sua frente. Acendeu o farol alto. Colocou a mão para fora, o suficiente para chamar a sua atenção. Foi em direção do carro no vácuo do vento forte que berrava. Encostou-se. A mulher o abocanhou. Foi lambido até o último pedaço da carne do seu rosto. Tentou fugir desesperadamente e sem fôlego, tropeçou e foi alvejado com um tiro certeiro de 12 nas costas. A mulher passou por cima do corpo sem a menor piedade. Ganhou estrada. Sumiu.








domingo, 19 de outubro de 2008

O QUE TÁ ESPERANDO PRA NOS ASSISTIR?

Marcelo Perez e Renato Barbosa
Foto: FMRezende
Ontem teve apresentação do espetáculo Homens, Santos e Desertores, lá no Centro de Cidadania Nós Existimos. E para minha surpresa, a casa tava lotada. Tinha mais de 30 pessoas. E quem conhece o espaço, já sabe porque eu digo isso. Não cabe mais de 40 pessoas. O espaço não é um teatro, e sim uma sala de exposições e conseguimos adaptá-la muito bem. A utilização das janelas, das portas e do corredor, como se fizessem parte da história foi uma sacada bem legal. Essa semana não vi divulgação da peça nos jornais, acredito que não tenha rolado nanhuma matéria. E a felicidade vem bem daí, o povo todo que tava lá ontem ouviu o amigo, do amigo do amigo comentar que a peça é bacana. O infalível boca-à-boca funcionou. Essa resposta que estamos tendo do público demonstra que a Cia. do Lavrado tem feito um ótimo trabalho nesses últimos tempos. Estamos contribuindo para a formação de público e aos poucos adquirindo respeito com relação ao trabalho que estamos realizando.
Bom, não tô muito afim de escrever hoje, mas precisava dividir isso aqui. O espetáculo de ontem foi ótimo. Quem ainda não assistiu, agora só em novembro. Estamos muito felizes com a realização deste trabalho, já até pensamos na possibilidade de negociarmos com o autor para que possamos realizar mais apresentações, quem sabe até o ano que vem. É isso. Vou almoçar e partir para o rio. Depois da noite de ontem, só mesmo um ótimo mergulho no rio Branco.

















sexta-feira, 17 de outubro de 2008

TEATRO NESTE SÁBADO - 18/10

Foto: FMRezende


HOMENS, SANTOS E DESERTORES



Sábado, 18/10

Centro de Cidadania Nós Existimos(em frente a Orla Taumanan)


Horário: 20h.


Ingressos: R$ 10 + 1Kg de alimento (inteira)

R$ 5 + 1Kg de alimento (meia)



Texto: Mário Bortolotto

Direção: Graziela Camilo

Elenco: Marcelo Perez e Renato Barbosa

Músicas: Gilson Larialp

Desenho de luz: Renato Barbosa

Operador de luz: Ivan Andrade



APOIO: JORNAL RORAIMA HOJE, PERIN VEÍCULOS, LB CONSTRUÇÕES, FETEARR, NÓS EXISTIMOS



Assessoria de comunicação: Edgar Borges - 9111 - 4001



quinta-feira, 16 de outubro de 2008

E SANGROU ATÉ SECAR.

Evadiu-se da cama sem fôlego e enfiou a cabeça para dentro da pia. Vomitou sem parar. Lavou a cara. Enxugou o cabelo suado. Perguntou-se diante do espelho testemunha se ele realmente era feliz. Abriu um imenso sorriso e por um momento sentiu o prazer da intensa felicidade. Era um sujeito bem sucedido na vida, tinha uma ótima esposa infiel e nem por isso se sentia um pouco infeliz. Jogou água fria no corpo, em seguida tomou outro banho. De perfume. Queria cair nos braços de sua mulher. Saiu às pressas do banheiro e caminhou até a cama. Ao acender a luz do abajur, deu de cara com um ambiente cubista, um quadro de deixar, até os mais fodões, completamente perturbados. Havia uma mulher retalhada e quase submersa por uma poça de sangue. Serviço digno de um puta açougueiro com Mal de Parkinson. O pensamento interrompido, um silêncio cinzento bem dentro da mente de um ingênuo marido, que estancou de medo da imagem bizarra que encontrou pela frente. O inquietante instante seguido levou um pouco mais que uma eternidade, afinal de contas, não entendia o que havia ocorrido ali. Uma jovem morta, pelada. E um quarto vermelho, do teto ao chão. A dúvida lhe tirou o sossego. Começou a lembra-se vagamente, e só alguns flashs foram o suficiente para convencê-lo do homicídio que acabara de cometer. Pegou o terçado cravado no peito do presunto e rompeu a sua jugular com apenas uma lapada. Caiu ao lado da cama. E sangrou até secar.






quarta-feira, 15 de outubro de 2008

MACHADO



que abismo que há
entre o espírito
e o coração!

Machado de Assis










terça-feira, 14 de outubro de 2008

AO ACASO



adoro criar momentos de comemoração em minha vida
quando não tenho nada pra comemorar
não perco o meu tempo pra baixo
faço festa ao acaso







sábado, 11 de outubro de 2008

NADA A VER



eu não sei o que foi que eu fiz
pra você vir e me tratar tão mal
fique sabendo que eu tenho a consciência limpa
você não tem motivo pra fazer ninguem sofrer
tentei lembrar , recordar se de algum jeito eu tenha razão para tal
acho que não tenho nada a ver com isso não
nada a ver nada a ver isso não tem nada a ver
nada a ver nada a ver isso não tem nada a ver
não tenho nada a ver com isso
isso não tem nada a ver
então começo a desconfiar que problemas são fáceis de se inventar
ter razões pra imaginar
que é da sua cabeça que tudo isso vem
consequentemente eu passo a pensar
que posso ter motivos pra me livrar de incertezas como essa
faço bem e também fácil de se viver sem
nada a ver nada a ver isso não tem nada a ver
não tenho nada a ver com isso
isso não tem nada a ver
não entendo de onde vem inspiração para este tipo de criatividade
você declara sua inocência
eu continuo com a minha curiosidade
calma aí quem entende de ingênuidade aqui sou eu
nada a ver nada a ver isso não tem nada a ver
não tenho nada a ver com isso
isso não tem nada a ver

Nada A Ver
Autoramas
Composição: Gabriel Thomaz, Simone Do Vale, Bacalhau







terça-feira, 7 de outubro de 2008

DECOMPOSIÇÃO DESCONTROLADA DA ALMA



tudo gira ao redor
mundo exausto
pesado demais pra existir sozinho
catástrofe profetisada muito antes do batismo
equívoco na relação sexual
acidente de trabalho perverso
virada na vida maldita
beira das calçadas ingratas da falsa cidade
é tudo perversão
é tudo alucinação
é tudo invenção
é tudo uma merda de um monte de vermes famintos pela minha insatisfação
decomposição descontrolada da alma









segunda-feira, 6 de outubro de 2008

JOSEPH GLANVILL



e no seu interior permanecerá a verdade que nunca morre. quem conhece os mistérios da vontade, com todo o seu vigor? Pois o próprio Deus é apenas uma grande vontade penetrando todas as coisas por força da natureza de Seus propósitos. o homem não se submete aos anjos, nem se rende inteiramente à morte, a não ser apenas pela debilidade e fraqueza de sua vontade.








sábado, 4 de outubro de 2008

CARTA PARA UM LEITOR DESAVISADO


Para início de conversa, pode interromper sua leitura no próximo ponto. (Pausa dramática) Já que continuou, deve ter percebido que esta carta é direcionada aos leitores desavisados. Você não se enquadra aqui. Até daqui a pouco. Agora, vocês, desavisados, não são melhores que os outros. Somos todos iguais (Outra pausa dramática. Dá até pra fumar um cigarro). É, pelo visto só tem desavisados por aqui. Se é assim, vamos em frente, vamos ao que realmente parece nos interessar. Somente por questões de uma possível curiosidade sua, este livro começou a ser escrito no mês de Março de 2008. Seu último e fatídico ponto ocorreu no mês de Outubro do mesmo ano, portanto, é uma obra isenta de qualquer tipo de especulação. Toda essa ficção embaralhada nesse monte de realidade pode até te parecer familiar, não questiono isso. Mas esteja certo que nem por um momento eu deixei de ser intenso, um, egoísta olho a penetrar dentro do próprio umbigo. Boa leitura, cara. Depois nos falamos com mais calma.








sexta-feira, 3 de outubro de 2008

CHACAL É BOM DEMAIS.



adoro poesia marginal
eu curto Chacal
sua poesia complicadamente simples
mas nada de anormal
não sou muito de rimas
faço os versos sem sabê-los, às vezes
solto o verbo sem entendê-lo, tem vezes
germino o seco com a maior das boas intenções
apenas arrumo as letras
de uma forma que me sinta tranquilo
junto aqui, junto ali
sem teorias, sem os vícios das academias
acredito que nunca perco o meu tempo









POEMA, ASSIM, DE BOCA.



desculpa, mas tem um poema de boca
que eu quero muito colocar pra fora
uma impulsividade muito louca
me pegou de baixo do chuveiro
então, de boca, eu caio é agora!
a boca tá sempre molhada
mas também fica seca de tesão
a boca tá sempre em festa
lotada de dentes ramgendo um puta som
a boca é maldita
do lixo
miúda
a boca é maluca
por gostos
por beijos
por líquidos
por tudo que possa caber dentro dela
e sair
são só palavras







SHAKE TOTAL.


gosto de ver minhas palavras
misturadas com o mundo
gosto de toda essa bagunça literária
leio sempre que posso, estudo
experimento o gosto diverso da divulgação
escrevo umas palavras sem verso
uns pensamentos esquisitos
que parto, que inferno
uma insistência sem julgamentos
sem tempo
apenas letras ensinadas
uma derrapagem de idéia pelo meu pensamento








BOM DIA É O CARALHO!


Bom dia. Ouvi isso de um cara hoje de manhã. Porra, de manhã. Difícil saber disso às seis horas da manhã. Ele tava saindo. Eu tava chegando. Vai dar razão pra quem? Acho que as pessoas falam muitas vezes sem pensar. É verdade. É o inconsciente coletivo. Uma dessas teorias que algum teórico sem sexo inventou. Pior que bom dia é quando ouvimos um inconveniente dizer, - nossa, como você engordou, ou – nossa, você tá mais magro. Estamos mudando o tempo todo. Sério. Olha só pra minha barba. Hoje de manhã passei a navalha e olha só como já cresceu. Em menos de um dia eu já mudei. Mudamos a todo instante. Bom dia...bom dia só se for pra ele. Talvez sempre quando me veja na rua pra ele seja bom dia. Vivemos na contra-mão, e ele insiste em achar que é melhor do que eu. Acho que é recalque por ter a certeza de que no fundo todos somos iguais. Mas alguns experimentam de verdade. Bom dia pra vocês também.






HOMENS, SANTOS E DESERTORES


Ei, não se esqueçam que amanhã tem espetáculo, valeu?
O serviço do espetáculo tá num post abaixo.







JÁ ERA, QUER DIZER, SEMPRE SERÁ.




E o cara morreu. Chegou aos 83 anos. Já sabia disso desde o dia em que se foi. Vi um documentário esta semana que falava do clássico Butch Cassidy and the Sundance Kid, quem não viu tá vacilando. Sempre achei que ele daria um ótimo Stanley, de Um Bonde Chamado Desejo, nada contra o Marlon Brando, sei lá, sempre achei isso. Ele não tem um jeitão de Stanley? O cara era foda mesmo. Deve tá pela área, artistas como ele nunca vão, ficam por aí.










NÃO TEM PREÇO QUE PAGUE.

A família nunca aceita as minhas vontades. Acho que todas as famílias são assim. A família nunca aceita as minhas escolhas. Acho que todas as famílias são assim. Chegam ao cúmulo de rejeitarem até a minha sincera felicidade. Como se isso fosse a coisa mais natural da vida. É como ver crianças nas ruas de qualquer cidade grande nojenta do nosso país e não se incomodar com a triste realidade que nós produzimos. Acho que todas as famílias são assim. Foram programadas para reconhecerem profissões clichês. Advogado, médico, contador, são as únicas alternativas pro pobre mortal viver um pouco mais feliz. Conversa. Ser artista? Ser artista é uma incógnita. Até pros artistas. A todo momento o artista é. E não é. O padrão de comparação ou de uma merda de um julgamento qualquer gira sempre em torno de valores financeiros. E o artista, tem. E não tem. Viu como é difícil de argumentar com a família as minhas escolhas pro resto da minha ignóbil vida? Eles não são capazes nem de discutir filosofia. Filosofia de vida, de rua, da esquina, coisa simples que todo ser humano carrega abarrotado dentro si, das suas palavras, de suas idéias. Dos seus suspiros em busca de um abrigo impenetrável. Acho isso egoísmo. Mas sou eu quem acho. Só isso. Quando pedem pra conversar comigo, imagino logo aquele sermão, de cabeça baixa, olhos vidrados no chão. Coisas de infância. E sem concordar com nada que seja dito. Coisas de criança. Coisa de militância. Pura ditadura que castra os meus restos na guerra. Tortura moral enraízada. Frases que entram por um lado e saem pelo outro, cheias de pressão. Opressão. Aí, quer saber? Continuo levando minha vida dividindo os meus pensamentos esquisitos. Porra, cara, isso não tem preço que pague.








quinta-feira, 2 de outubro de 2008

TEATRO NESTE SÁBADO - 04/10 - IMPERDÍVEL!

Foto: FMRezende


HOMENS, SANTOS E DESERTORES
Texto: Mário Bortolotto

Direção: Graziela Camilo
Elenco: Marcelo Perez e Renato Barbosa
Músicas: Gilson Larialp
Desenho de Luz: Renato Barbosa
Operador de luz: Ivan Andrade
Arte Gráfica: FMRezende e Graziela Camilo
Produção: Graziela Camilo e Marcelo Perez

Realização: Cia. do Lavrado

Parceiros: Centro de Cidadania Nós Existimos, Jornal Roraima Hoje, Perín Veículos, LB Construções e FETEARR - Federação de Teatro de Roraima

Local: Centro de Cidadania Nós Existimos (ao lado do Colégio São José, na Orla)

Hora: 20h.
Data: 04/10 - Sábado
Ingressos: R$ 10,00 eE R$ 5,00
indicado para maiores de 14 anos

Não se esqueça de levar 01 kg de alimento não perecível











O QUE FEDE NÃO É A MERDA


sinto cheiro de merda
faço cara feia
porque me ensinaram assim
o que fede não é a merda
e sim de onde ela vem
eu quero falar pra você
o efeito que tudo isso tem
o prazer não exibe os seus cheiros
com o rabo enfiado num buraco fechado
quem nunca cheirou o seu peido?
quem nunca quase gozou sentado num vaso?
o que fede não é a merda
e sim de onde ela vem
eu quero falar pra você
o efeito que tudo isso tem








APENAS LÁGRIMAS


enquanto o pranto me encharcar
enquanto o medo não existir
continuo com os pés cravados
na insistência com as palavras
é tudo ensaio
intenção desgarrada
sem freios, sem censura e pretensão alguma
nada
loucura
apenas lágrimas







REGRESSIVO


aposto
mesmo com as mãos vazias
nervoso
cagueto o oposto que há dentro de mim
me jogo
na frente do trem bala de olhos fechados
doce
delírios à beira do fim








AMANHÃ TEM VENDAVAL OUTRA VEZ


agora o tumulto passou!
o desgaste do tempo nos dentes
descarrilhou minhas sensações
me deixou de cara amarrotada
às portas de um suicídio figurado
fraco pra puxar a corda
exausto pra voltar à praia.







RODRIGO MEBS. CADÊ VOCÊ CARA?

Ei, eu sou rato de blog sim! E daí? Não pensem que se trata de um hábito de pessoa desocupada, que não é. Faço coisa pra caralho. Encontro sempre tempo pra visitar alguns blogs. São sempre uns cinco por dia e na maioria das vezes os mesmos. Deixo pra entrar em pelo menos um blog diferente por dia. Leio tudo. Não descarto nada, biografias, poesias, textos teatrais, fregmentos de cenas, micro-narrativas (é separado?), desabafos, enfim, leio uma pá de palavras por dia.
Hoje encontrei uma pérola no blog do meu amigo Edgar Borges, tem aí ao lado o link, Crônicas da Fronteira, um texto de primeira do poeta Rodrigo Mebs. O Rodrigo é uma cara foda, escreve pra porra.
Ei, Rodrigo, não fique chateado por eu publicar aqui, falou?

Pouco me lixando



meu verso é lixo


e recolho pelo chão da sala


pelo piso da cozinha, atrás dos móveis


por debaixo dos tapetes


em meio a restos de tão pouco


montanhas e mais montanhas de ainda menos


nas prateleiras não há nada, leve o quanto quiser.


minha rua é um deserto


a vizinhança é o meu peito aberto


cravado de balas e migalhas de biscoito


estou sempre convidado a beber meu chá das oito


que às cinco é outra droga, algum esterco tipo oriental


e das seis às sete pratico yôga e me perco no quintal.


eu sou meu próprio eco, meu reflexo no espelho


é quando a deus mais me assemelho


eu sou meu lar


doce e amargo endereço, qualquer lugar


sou eu mesmo a qualquer preço


respiro meu próprio ar


eu sou meus versos, sou todos os meus lados


meus passados passos reciclados


-prazer, me chamam rodrigo!


eu sou tudo que trago comigo


e não descarto por puro romantismo.


sou mesmo isso


sou meu mais nobre e repugnante monte de lixo.




rodrigo mebs (em versão orkut)





SE DERRUBAR, MANÉ, É PÊNALTY!

E pensar que tudo isso começou com uma tremenda brincadeira. Tava de passagem pela minha casa e esbarrei com minha irmã que acabara de ver um anúncio pra uma seleção de atores pra um grupo de teatro, lá no Rio. Sério, em 1990. Fui só de sacanagem. Não me lembro de algum dia ter dito que queria ser artista. O nome do grupo já de cara me dizia que alguma coisa tava errada, Grupo de Teatro Gang da Cidade. Isso mesmo eu tava entrando pra gang. Uma rapaziada muito louca, vindos de diversos bairros do Rio de Janeiro, a maioria morava no subúrbio, todos sem noção. Participei da seleção, que na verdade de seleção não teve porra nenhuma, todos que estavam lá entraram para o grupo. Éramos apenas três pretendentes naquela confusão.

As Aventuras do Capitão Perna-Bamba
foi o espetáculo que eu entrei já em temporada. Um texto infantil muito, mas muito maluco. As crianças se amarravam. E os adultos a achavam doida demais, mas curtiam também. Só pra você ter uma idéia, o ator que fazia o personagem principal e que dava título à peça tinha a perna-bamba de verdade. Entendeu o que eu queria dizer? Maluquice mesmo!

Depois veio a mais que bizarra Brasil, alisando cresce?, uma porrada de quadros recheados de um humor cara-de-pau pra caralho, político ao extremo e nós éramos apenas uns caras que faziam teatro. Só isso. E fazíamos muito bem. Não tinha essa de querer aparecer, o belo e o feio andavam misturados, sem conceitos excludentes, o que importava era o prazer que sentíamos em fazer teatro com os amigos. Acredite, era pura diversão.

Hoje não tá muito diferente. Faço teatro com amigos. São outros malucos criativos pra cacete e a gente tá aprontando um monte. Continuo me divertindo muito, do contrário já teria pendurado a chuteira. Temos muito trabalho pra fazer. A agenda tá lotada e nunca esteve tão lotada assim. Percebo nas veias o processo de crescimento da Cia. do Lavrado, no peito e na raça, às vezes sofrido, à revelia de alguns, mas vencedor. Como diz o Chorão, - tamo aí na atividade...

Então é isso, se derrubar, mané, é pênalty!








ESQUECI A RIMA


não sou o último
e muito menos serei o primeiro
estou alheio às nomenclaturas populares
não me importo de estar fora da competição
o meu cair e levantar rotineiro
já toma atenção demais da minha vida
sem querer chego a ser egoísta, grosseiro
dá um trabalho desgraçado defender meu ponto vista
mas não sou pessimista
mato no peito com carinho
e me mantenho erguido dentro da pista
sozinho, mas sem deixar de me divertir
realizo o sonho do passado amarelado
tomo um café num boteco qualquer
misturo com goró
vou em frente mandando um foda-se pra todo maluco esquisito
Ué, cadê a rima? Até que tava bem direito
mas esquisito não rima nada com qualquer, poderia ser respeito
nem muito menos amarelado com goró, poderia ser com só
pirei demais nessa parada. Fui. Ficou foi muito sem graça.







quarta-feira, 1 de outubro de 2008

AS TREZE MALDIÇÕES





A parada é cavernosa mesmo. Adoro o primeiro da série. Realmente os caras estavam endiabrados, mas não acredito muito nesse negócio de maldição. O fato é que esses acontecimentos abaixo são no mínimo esquisitos pra caralho, não acham?

O Exorcista (1973)

1. A primeira morte
No filme de estréia da saga, o ator Jack MacGowran é o primeiro a morrer na história, despencando de uma tenebrosa escadaria. Uma semana após terminar de gravar MacGowran morreu mesmo. Dizem que vítima de pneumonia. Será?




2. Azar contagiante
Muitas "tragédias" ocorreram com o "amigo do amigo do amigo". O ator Max von Sydow, o padre Merrin, mal começou a gravar quando soube que seu irmão havia morrrido. A esposa grávida de um assistente de câmera perdeu o bebê. Epor aí vai...




3. Equipe dos diabos
A equipe técnica sofreu horrores durante a produção. O homem que refrigerava o quarto onde aconteceu as cenas de possessão morreu de maneira inexplicável. Um vigia noturno que cuidava dos cenários foi morto a tiros durante uma madrugada. Um carpinteiro cortou o polegar fora. Outro serou o dedão do pé. Imprudência no trabalho. Não, culpa do diabo!




4. Puxada infernal
A atriz Ellen Burstyn, que fazia a mãe da garotinha endiabrada, sofreu uma grave lesão na cena em que é atirada para longe pela filha. A culpa é tanto do demônio quanto do diretor Willian Friedkin, que instrui o técnico responsável por puxá-la com a corda a "dar tudo de si".




5. Dublagem maldita
A atriz Mercedes McCambrige ingeriu ovos crus, fumou igual uma chaminé e fez o diabo pra ficar com a voz rouca e demoníaca da meninha possuída. Mas os produtores "esqueceram" de colocar o nome dela nos letreiros do filme. A atriz processou o estúdio - só para saberem que não se brinca com o demo!




6. Vingança musical
O argentino Lalo Schifrin compôs uma trilha sinistra para O Exorcista, mas o diretor Friedkin achou o trabalho muito... chinfrim. Preferiu então usar o tema de piano já pronto ("Tubular Bells"). Schifrin vendeu a trilharejeitada para o filme A Casa do horror(1979). Resultado: recebeu indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro, coisa rara para um filme de terror!




O Exorcista II: O Herege (1977)



7. Antes nunca do que tarde



John Boorman foi a primeira escolha para dirigir O Exorcista, mas recusou a oferta. Anos depois, assumiu as rédias de O Exorcista II - o Herege. Durante as filmagens, contraiu uma infecção respiratória e passou mais de um mês de cama. Quando tentou pular fora da roubada, foi ameaçado de processo judicial pelo estúdio e concluiu o filme contrariado.




8. Papel de peso
A menininha meiga do primeiro filme virou uma mocinha rechonchuda em O Exorcista II. Se alguém desconfiava que a jovem atriz Linda Blair era talentosa, ela fez questão de pulverizar essas suspeitas. O filme marca o início de sua decadência ruma os ostracismo e a um corpo em forma... de pêra!




9. Xô, imitações
Se você acha O Exorcista II ruim (e ninguém aqui afirma o contrário!), precisa ver as imitações bisonhas que surgiram em toda parte do mundo. Aliás, precisa não. É melhor evitar. Coisas como Abby (a versão "black power" de O Exorcista), Seytan (a imitação cena a cena feita na Turquia) e Jadu Tona (produção hindu com muito canto e dança). Devem irritar até o próprio capeta!
O Exorcista II (1990)




10. Sem pé nem cabeça
O Exorcista III não é uma sequência dos anteriores. Ou melhor não era para ser. O filme se baseia no livro O Espírito do Mal, de William Peter Blatty, autor do primeiro O Exorcista, que aqui também brinca de diretor. Foi idéia dos produtores trocar o título e inserir referências ao clássico de 1973. O enredo se inspirou nun serial killer verdadeiro, confundindo ainda mais as coisas




O Exorcista: O Início (2004)



11. Convite macabro
John Frankenheimer (Operação França II, Ronin) era um direitor respeitado em Hollywood. Isso até esnobar o convite para dirigir Exorcista: o Início. Respondou um sonoro "não" aos executivos do estúdio e acabou fulminado por um derrame apenas um mês depois.




12. Fim de carreira
A carreia de Paul Schrader ia mal quando ele teve a boa chance de dirigir Exorcista: o Início. Mas sua abordagem mais psicológica não fez a cabeça dos produtores. Ele foi demitido e deu lugar a Renny Harlin, que, precavido, já disse acreditar na maldição da saga.




13. Marcha fúnebre
Michael Kamen (Máquina Mortífera, X-Men) foi o primeiro compositor cogitado para cuidar da trilha sonora do novo filme, antes de Christopher Yung assumir o posto. Kamen sofreu um ataque cardíaco fulminante em 2003. O músico, porém, já flertava com o perigo: em 1999, gravou com a banda Metallica, aquela que estorou nas paradas de sucesso após vender a alma ao diabo...



Ei, se alguma coisa acontecer comigo, vocês já sabem de quem é a culpa.






















O PREÇO


SE EU TIVESSE APENAS UMA PRIVADA EM MINHA CASA

HOJE EU NÃO TERIA DUAS PRIVADAS ENTUPIDAS

O CONFORTO ÀS VEZES ENCHE O MEU SACO

INVEJO MUITO OS MEUS CÃES POR ISSO