sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

FOLIAS NATALINAS


E na sequência, hoje tem FOLIAS NATALINAS, o melhor do teatro de rua no Largo da Lapa, Centro do Rio. Lógico que estarei lá. A farra será comandada pelo Grupo Tá Na Rua, Cia. Teatro em Cordel, Cia. Mystérios e Grupo OFF-SINA. Eles prometem a presença de outros artistas e uma baita de uma festa ao ar livre. Depois eu conto como foram as apresentações.


FOLIAS NATALINAS
LARGO DA LAPA
19h
18/12/09





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ENCONTRO COM FERNANDO PESSOA

Paulo César de Oliveira


Estar de férias é ótimo, nem se fala no assunto, mas é o seguinte, tem vezes que cansa ficar de bobeira. Em Boa Vista tudo é perto. Em 10 minutos eu chego em qualquer lugar da cidade. Aqui no Rio de Janeiro é diferente, embora o transporte público nos ofereça conforto e segurança, o trânsito por outro lado não nos dá trégua. Na quarta fomos ao teatro, no Leblon. Bom, meus pais moram em Vila Isabel, do outro lado da cidade. De carro, dá pra chegar em uns 25 minutos, dependendo do trânsito. De ônibus, bom, de ônibus até que foi rápido, pegamos um que foi pelo Túnel Santa Bárbara, que dá uma tremenda cortada pela cidade e chegamos no Leblon em 45 minutos. Depois tivemos que andar umas cinco quadras até o teatro. É verdade que a vista do Leblon é maravilhosa, demos uma banda pela praia, mas cansa. Pela manhã do mesmo dia tínhamos ido à Praia. Isso só já deu uma canseira desgraçada. Engarrafamento monstro na Av. Nossa senhora de Copacabana. Mas vamos ao que interessa, um amigo nosso, Paulo César de Oliveira, nos convidou pra assistirmos ao seu espetáculo, Encontro com Fernando Pessoa. Na peça, Pessoa nos apresenta sua obra e por diversas vezes permite que seus heterônimos dialoguem conosco. O Paulo está impecável como Fernando Pessoa, muito parecido fisicamente e realmente nos faz acreditar que aqueles belíssimos textos acabaram de sair da mente brilhante do poeta português. Foi a última apresentação no Teatro Café Pequeno e acho que ele retorna aos palcos em 2010, quer dizer, com certeza retornará, pois esse espetáculo já está em cartaz desde 2001. Vou colocar o serviço só pra registrar:

Texto e Interpretação: Paulo Cesar de Oliveira
Direção: Jacqueline Laurence
Produção: Paula Abreu
Cenário: Paulo Cesar de Oliveira
Trilha Sonora: Paulo Cesar de Oliveira
Design Gráfico: Diogo Montes




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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

SEM OLHOS PROS LADOS


mendigo esfomeado - será que o cidadão poderia me pagar um salgado?
mauricinho carioca - se eu tivesse dinheiro, EU estaria comendo...
mendigo esfomeado - quer dizer que se o cidadão tivesse dinheiro não me pagaria um salgado?
mauricinho carioca - eu não disse isso, eu disse que se eu tivesse dinheiro...
mendigo esfomeado - tá certo, já entendi tudo, o cidadão iria livrar a sua pele primeiro...
mauricinho carioca - claro! e você faria o mesmo!
mendigo esfomeado - o cidadão pode até nem querer me dar o tal salgado, mas não me bota no mesmo saco de merda que o sr. não!
mauricinho carioca - que isso, mané! tá me chamando de merda?
mendigo esfomeado - eu não disse isso, eu disse que...
mauricinho carioca - tá certo, já entendi tudo, você tá afim de livrar a sua pele...
mendigo esfomeado - claro! o cidadão não fez o mesmo?




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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

SALINGER, BUKOWSKI, MOTTA E DIAZ


Finalmente terminei O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO, do Salinger. Um puta romance. Comencei a ler este livro em 2008, quando entrei em cartaz com HOMENS, SANTOS E DESERTORES, do Mário Bortolotto. O livro é uma das referências bibliográficas do texto do Mário, pôrra, o cara cita um monte de livros e autores no seu texto, então não tem conversa, além de ler a peça dele, tá mais do que na cara que preciso ler toda a bibliografia implicitamente indicada. Olha, não vamos exagerar também, pelo menos um livro de cada autor, ou se não der pra ler todos, que pelo menos eu procure saber um pouco da história deles. E nessas horas pode apelar pra Wikipédia. Se não for assim, não tem graça, fica superficial. É legal sempre aprofundar um pouco mais no tema, nos autores, essas coisas de quem curte lê. Agora, se eu for encenar um espetáculo, aí não tem jeito, essa é a rotina.

Bom, o Salinger, na voz do Hoden Caufield, que é o personagem que conta a história, fala um monte de coisas legais,


na minha opinião, isso é o tipo de pergunta imbecil. Quer dizer, como é que a gente pode saber o que é que vai fazer, até a hora de fazer o troço?


Essa é uma das pérolas que ele encerra o livro. E é isso mesmo, mania que as pessoas têm de cobrarem dos outros algum tipo de planejamento perfeito. Um final feliz pra sua existência. Pôrra nenhuma, o lance é viver e ver no que dá. O que for bom, mando ver e o que não for...abandono. Só mesmo experimentando é que consigo ter a certeza do que realmente gosto. É isso, terminei a leitura no vôo de Brasília/RJ.

Assim que cheguei na Cidade Maravilhosa ganhei um livro de poesias. Minha tia quem mandou pra mim. Faz alguns anos que ela começou a escrever e tem se dedicado bastante. Já faturou até prêmio e me presenteou com seu primeiro livro, PALAVRAS DO CORAÇÃO, de Zélia Santos Motta. São poesias autobiográficas. Comecei a ler ontem mesmo. Eu que faço parte da família, identifiquei muito da vida dela naqueles versos.

Mas a literatura não me deixou sossegado, ganhei de meus pais um livro do Bukowski, TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS, no qual o título original é Run with de hunted: a Charles Bukowski reader. Comecei a ler ontem mesmo. Esse filho da puta é bom demais. O livro é de 2009, olha a felicidade, e dessa grossura, ó! Vou detonar rapidinho. Bom, pra minha surpresa, ontem fui me encontrar com alguns amigos da época da CAL, lá no Mamma Rosa e alguns apareceram, entre eles a Verônica Diaz, que me presenteou com um livro que traz três textos teatrais e um deles é dela, URTICÁRIA. Foi premiado no 6º Concurso Nacional de Dramaturgia Prêmio Carlos Carvalho e publicado. No metrô tentei dar uma folheada, mas a Tati não deixou, queria falar, mas pelo que li já curti. Ela escreve bem pra pôrra, deve ser um puta de um texto. E vamos em frente. Pra quem vai ter que enfiar a cara nos livros acadêmicos em 2010, já termino 2009 na prática. Sempre cultivando este ótimo hábito.


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DEIXA DE PALA!


ei, morena, deixa de pala!
vai me dizer que ainda não viu o compromisso escondido entre dedos?
tô atado agarrado embebido de outro cheiro
sem chances de substituição sem chances de qualquer sacanagem temporária
tô completamente dentro
afundado até o pescoço de um amor muito louco





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SOBRE O BORTOLOTTO


Sei que passou a data, mas como cheguei ao Rio de Janeiro somente na quarta e na terça não consegui acesso em Boa Vista, de qualquer forma a mensagem está multiplicada. Espero que o Mário Bortolotto melhore o quanto antes. Não sou amigo do Mário, mas me identifico muito com a sua dramaturgia. Uma vez montamos um texto dele em Boa Vista (Homens, Santos e Desertores - 2008), e o cara autorizou a montagem para a Cia. do Lavrado. Ele foi muito bacana conosco, nos tratou com o maior respeito e carinho possível e nos motivou, inclusive, a fazermos uma nova temporada em 2009. Uma pena que não rolou. Teve uma vez que eu fui pra São Paulo participar de um encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua - RBTR, em 2008, e dei a maior cagada. O Mário estava em cartaz com o mesmo espetáculo que ele havia nos autorizado a fazer em Roraima. Eu nunca assisti a um espetáculo realizado com o próprio autor e que ao mesmo tempo eu o estivesse fazendo em outra cidade. Foi incrível! O Mário e o Gabriel (não lembro o sobrenome, acho que é Pinheiro) mandaram bem pra caralho. E não era a minha primeira vez com ele, já havia assistido a uma Mostra de Teatro do Grupo Cemitério de Automóveis, no Rio. Assim como muitos que assistem aos espetáculos dele, eu fiquei impactado com o que vi, principalmente porque eu estava fazendo o mesmo texto e vi uma infinidade de outras possibilidades e também leituras do mesmo. Bom, na saída eu ainda faturei uma carona com ele. Fui até a Praça Roosevelt, com ele e a Fernanda D'Umbra, que é amiga dele e muito gente boa. Bom, tá na cara que um carro com três outsiders, na certa a conversa não fluia muito, quer dizer, conversávamos por etapas. Depois nos silenciávamos. Depois falávamos. Tudo na maior tranquilidade. Bom, nem posso falar dele, pois não convivo com ele, mas com certeza o Mário me passou a impressão de ser um cara autêntico pra caralho, simples, na dele e sem muitas firulas e babaquices de famosos. Ainda tive outra cagada, nesse mesmo ano o Mário foi jurado do Prêmio Bolsa FUNARTE de Criação - Dramaturgia e eu coloquei um projeto lá. Fui aprovado. Um dos dois projetos aprovados na Região Norte foi o meu, Apenas um Blues e uma Parede Pichada, que tinha como ponto de partida na criação do texto o suicídio de jovens no estado de Roraima, que é o maior índice do país. Apenas um blues... quem conhece o cara sabe muito bem porque ele simpatizou-se com meu texto.

É isso, melhoras pro Mário e pro seu amigo, que também foi baleado. O texto abaixo, como disse, foi escrito por Christine Vianna, ex-mulher dele. Acho que não tem problema colocá-lo aqui, não acham? Então, torçam pela melhora de um dos maiores dramaturgos VIVO do nosso país.



POR CHRISTINE VIANNA


SOLIDARIEDADE E PAZ





Amigos da imprensa e amigos e frequentadores da Vila Cultural Cemitério de Automóveis.



Cheguei agora de São Paulo, deixando a Isabela com o pai que graças a Deus está num quadro quadro estável embora bastante preocupante. O que posso dizer é que os amigos de São Paulo se uniram numa manifestação linda no espaço Parlapatões e que eu apoio esta que o Losnak está organizando para hoje a noite. Peço também o apoio dos amigos, da imprensa e todos que acompanham nosso trabalho que divulguem pois enquanto permanecermos inertes frente à violência estaremos sendo coniventes com ela. Enquanto deixarmos essa podridão que tanto o Mário escancara em seus textos com o maior talento, nossos amigos, familiares, irmãos continuarão sofrendo algum tipo de atentado. E não digo somente a violência direta, mas também a violência politica de homens que nos roubam e continuam vivendo sem nenhuma punição e exatamente por esta falta de vergonha deste políticos que a pobreza é tão escancarada.

Bem, chega de discurso que na verdade é somente um dasabafo.

O Mário vai viver pois deseja muito a vida, mas sabemos que brindamos com a morte a todo momento.



SOBRE O ATO:

Nesta terça-feira (8), às 20 horas, será realizado na Vila Cultural Cemitério de Automóveis (Rua João Pessoa, 103, em Londrina) um Ato Público Pela Recuperação de Mário Bortolotto e Contra a Violência. No ato serão lidos poemas e trechos de peças do dramaturgo londrinense. Atores, escritores e amigos do dramaturgo participam do evento, aberto a todos os interessados.





PARA INFORMAÇÕES SOBRE NOSSO AMIGO: www.cemiteriodeautomoveisvilacultural.zip.net




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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O ÚLTIMO DIA


(A cena acontece dentro de uma delegacia da Zona Sul, Rio de Janeiro. É uma tarde de um domingo de verão. Um homem está de costas para o público e bastante alterado. Fala com um carcereiro, aos gritos. Seu nome é Hélio Paixão, um delegado de polícia de 55 anos. Veste calça jeans, camisa social, blaser, ostenta jóias douradas, tem uma medalha de São Jorge no peito. Usa uma pistola na cintura, mas só dá para ver o volume. Veraneio Vascaína, ao fundo).

HÉLIO PAIXÃO - (berrando) Autua esse safado aí! Viciadinho de bosta... E se criar tumulto senta o pau nele! (para o público) Aqui é assim, quem manda nessa pôrra sou eu. Deu pra entender? Na rua eles roubam, matam, estupram... Se drogam como uns loucos, feito esse infeliz que eu peguei fumando ali na esquina, sem vergonha... Na esquina da DP? Tá de sacanagem... Pra mim, todos eles são a mesma escória. Mas quando chegam aqui se transformam em santos. Nunca fizeram nada e ainda tem a cara de pau de exigirem os seus direitos. (dirige-se ao preso) Tu não tem direito nenhum, ouviu? (resmunga) Vai apodrecer nessa merda! (pausa) Não dou moleza pra vagabundo. O cara tá nessa vida porque quer, fez sua escolha, não fez? Agora que aguente as consequências. E ainda tem uns e outros que insistem em dizer que esses vagabundos, que se tu der mole, arrancam a tua vida num sinal desses aí pela cidade, e eles insistem em dizer que esses vagabundos são vítimas de uma sociedade preconceituosa, que não dá a mínima pras minorias. Agora a culpa é nossa! (ri) Uma tremenda hipocrisia... (colocando o terror) Quero ver quando um bandido desses invadir a tua casa, estuprar a tua filha, estuprar a tua mãe e matar as duas na tua frente. Aí eu quero ver você falar de direitos humanos. Esses caras não são humanos, acorda! Tô na polícia há 15 anos e já vi muita coisa ruim aqui, meu amigo, não tenho vergonha de dizer que não perdôo ninguém. Desconfio de todo mundo, até da minha mulher! Aprendi a viver assim. Todo mundo deve alguma coisa, todo mundo tem um segredo (pausa. Encara o público) Eu gosto de ser policial, é o meu sonho de criança (ri), me sinto realizado hoje. Minha família é que sofre muito com a minha escolha, eles não dizem mas eu sinto. Quando saio pra trabalhar eu tô consciente de que talvez nem retorne, mas eles... Quer saber? Eu agarro a minha medalha de São Jorge e vou na paz. Ele tem me protegido por todos esses anos (coloca a mão na arma), eles. (indignado) Vocês acreditam que tem bandido pagando pra quem matar policial? A rua tá cada vez mais perigosa. Subir morro, entrar em favela... Os traficantes estão com um poder de fogo muito maior do que nós e isso não é nenhuma novidade. A droga tomou conta da sociedade, agora são todas as classes. É uma doença que não querem que seja curada. Dá lucro! Esses jovens aí estão se drogando cada vez mais cedo, agora já é no primário que eles ganham uma presença de um estranho qualquer e aí começam... Estão completamente perdidos, assinam o próprio óbito sem ler no papel o que tava escrito. Isso é suicídio! Cambada de viciados... Tem é que baixar a porrada nesses desgraçados! É verdade, estou sendo honesto, se não fossem esses viciados, os traficantes não teriam tanto poder de fogo assim. São esses malditos drogados que sustentam a indústria do crime. Drogas, armas, poder... (com sarcasmo) Na madrugada eu não perdôo... Meto a mão na cara quando eu pego um elemento desses pela rua! Arrebento mesmo pra ver se o cara desaparece da área, quem sabe até mude de idéia e desista de usar drogas novamente... (pausa, acende um cigarro) Tenho visto muitos desses por aqui. Sempre desesperados, com os olhos esbugalhados, dentes travados, nariz escorrendo e passando até as melecas nos dentes. Eu não entendo como eles conseguem correr tanto risco. Hoje, se um jovem for preso portando drogas, tá aliviado na hora! Mandam o filho da puta pra tratamento. A gente até faz um terror, arrebanha uma verba, mas eles acabam sendo liberados. E as famílias dos colegas falecidos? Deviam mandar também pra tratamento. (pausa) Mas a gente se vinga também. Muitas vezes quando esses pregos não ficam pegados, pelo menos uma noite eles passam na cadeia e isso já é o suficiente pra eles se fuderem com uma turma bem barra pesada, ganham uma cerimônia do barbante, isso mesmo, colocam o anel de barbante. Foda-se! Quer saber? Caguei pra esses merdinha! Tem vezes até que neguinho pinta o rosto deles. Dormem no buraco, sabe o que é isso? É a privada dentro da cela, que humilhação, meu amigo. Ontem mesmo peguei um viciado, uma tal de Paulinho, em pleno sábado ensolarado, de manhã, saindo da boca de fumo. Coloquei ele lá... No meio da bandidagem... Durante horas ficou fingindo ser o que não era, contando história, tentando sobreviver lá dentro, tava se mordendo todo... (com Itálicodeboche) Bonitinho daquele jeito, não teve conversa, o mais malandro fez logo ele de mulher. De ontem pra hoje só se ouvia os seus gritos pela delegacia (voz em off dos gritos de Paulinho). Eu nem me meto, isso é problema deles! Já vi muito esse filme, é reprise diária. Agora, ele tinha cara de ser filhinho de papai. Hoje, pela manhã, eu liberei um telefonema, tá na lei, certo? E a família veio correndo resgatar o inocente. (com deboche) Inocente que eu peguei saindo da boca de fumo com um tijolinho de maconha e um saco, (demonstra com as mãos) assim ó, de cocaína, a droga tava enfiada dentro do cú! Brincadeira... Parecia um bicho, fedendo a bebida, se escorando pelas paredes dos barracos, morrendo de medo... A família não quer ver o problema, eu ainda tentei argumentar, sabe como é... – Vai cuidar do seu filho, meu senhor! E o moleque... o moleque não parava de repetir: (Imita o filho) - Agora eu vou mudar, papai! Eu juro! Mas não tem jeito... O filho do vizinho é safado, maconheiro, vagabundo... o do vizinho! Pimenta nos olhos dos outros é refresco e como eles não querem enxergar o problema, a solução está cada vez mais distante.
(Ele sai).






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LOTERIA

casal entra no banco. a mulher carrega, no colo, uma menina e o homem, um menino. aproxima-se um amigo.
- fala, Norberto!
- nossa senhora! Gustavo? quanto tempo?
- é...desde os tempos da escola...
- essa é a minha família.
- lindos. um casal... (desanimado e com uma puta de uma inveja estampada na fala) eu só consegui duas meninas. parabéns pelo moleque.
Ouvi esse diálogo esquisito no banco e fiquei pensando, não sei, essa sociedade é muito filha da puta mesmo. Os pais, na sua maioria, sempre desejam ter filhos. Coitadas das meninas dele. Vão sofrer por falta de amor. Com certeza. E o pior é que o tal pai frustrado nem se preocupou em disfarçar a sua insatisfação.






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sábado, 5 de dezembro de 2009

MIGALHAS






acendo o cigarro sem pestanejar. me ligo no copo vazio. transbordo. tento encontrar, sem muita esperança, as palavras mais certas. as quebradas, aquelas capazes de me reconstruir. pelo menos a literatura... o impossível sempre me apavora. e eu trago. e eu tomo, com graça, os restos. e eu me descasco sem dó. sem espelho eu vejo minhas sobras. ah, eu vejo as minhas sobras. contento aos mil e um tropeços repetidos que me apavoram. não quero fechar os meus olhos. não quero me banhar em poucas lágrimas. não quero me molhar em migalhas.





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POR TODOS OS LADOS

olha só a contradição, o cara chega em casa, tranquilo, sem muitas novidades, apenas o mesmo cheiro de sempre. a mulher pergunta: - isso são horas?
e você ainda vai me perguntar da contradição? Meu amigo, esse é um discurso da época das barras da sai da mãe...
engraçado, eu escrevo um monte de bobagens por aqui, o pior é quem tem gente que acha que são discursos do meu casamento... e espalham isso por aí... publicidade pouca é bobagem... se bem que isso poderia ter acontecido por aqui... ei, moeda de apenas dois lados...estamos sem opção mesmo...


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PRA BAIXO, EU? VAI TOMATE CRU!




o lance é o seguinte, não temos lances de sobra. a reserva nem pensa em nos substituir. somos assim mesmo. sem qualquer possibilidade de permutação. outro dia, ouvi de um indivíduo, - cara, mas você tá muito pra baixo... quer saber? tô mais em cima do que qualquer paspalho que pensa que sua vida é uma dádiva divina. e falo isso sem pestanejar. meu caro colega ingênuo, os dias estão contados, não estão? como é que você pode viver numa boa com essa certeza, que ultrapassa a nossa imaginação?





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DEIXAR DE EXISTIR





teve um tempo que eu até achei que dava pra levar. porra nenhuma! não dá pra levar porra nenhuma. falo muito do acaso porque não vejo outra saída. é tudo por acaso? mentimos, nos enganamos, somos os maiores farsantes. somos os maiores fracassos. acreditamos nessa configuração direcionada que nos faz pensar em estabilidade, mas é tudo furada. tudo perda de um tempo que nem temos de sobra. tudo desejos de outros. brigamos pelas sobras. brigamos pelas beiradas desajeitadas, sem chances. brigamos pelo que nem sabemos porquê brigamos. empunhamos o discurso - vamos em frente! bobagem... nunca estamos na frente, mas acreditamos, piedosamente, acreditamos, e é isso que nos faz parecer um pouco mais humanos. mas só parecemos...só perecemos, meu irmão...


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SE LIGA!




- tá legal, você vive dizendo que eu não reparo nas suas coisas...
- é verdade! não repara mesmo! até meus cabelos de baixo do braço você nem reclama mais...
- e daí? cansei de cortar o cabelo e nada!
- porra, desde que eu te conheço você raspa essa merda...
- foda-se! nunca é a mesma coisa... a mínima diferença não chega nem perto da sua indiferença.
- você comprou o jornal?
- não!
- tá vendo, não tá mais ligada. é disso que eu tô falando faz meses...





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E TUDO VAI ASSIM...




- eu pedi o troco.
- eu nem paguei essa porra...
- tô sabendo, é que não dá mais pra raciocinar. me adiantei...
- sei, você tem a mania de querer terminar o que não tem mais fim.
- vou deixar a porta aberta.
- passa a chave que eu já até esqueci o endereço.
- vê se não acende a luz quando chegar...
- pode deixar que eu já desisti de iluminar essa relação...



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BETTY BOOP




vamos pra rua, baby
vamos dar um nó na razão
vamos cair de cambalhota na esbórnia
geral total esquece o sal de fruta e coisa e tal
não dá pra ficar de fora
nem pense em pedir coca-cola
chega de mansinho secreto
sem muitas firulas dos tempos de escola
na real? Betty Boop é nossa maior puta
o passado camufla a merda das mágoas
apenas nos traz o equilíbrio distante
almejado e completamente equivocado
vamos tomar banho de chuva essa noite?





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AMIGOS ESCASSOS

hoje foi o encerramento da turma de Português VIII. demos uma esticada na Pizzaria Trevo. E foi muito bacana. olha, tava conversando com meus colegas de turma sobre a dificuldade que temos aqui em Roraima de fazermos amigos. as pessoas por aqui estão muito ligadas em trabalhar, ganhar dinheiro, até porque, por aqui dá pra fazer isso tudo, mas o lado social é capenga. temos poucos amigos. poucos grupos pra sair num final de semana e falar bobagens. na Federal, por exemplo, as pessoas são muito afastadas. fazem o feijão com arroz e se mandam. não criam laços, sabem? esse é um revés daqui. tenho meu grupo de amigos do teatro, e mais um casal fora do teatro que mantenho contato permanente. e só. as pessoas tendem a se isolar. deve ser o calor e quando chegam em casa, nada melhor do que se enfurnarem dentro do quarto gelado pra aliviar a alta temperatura, sei lá, deve ser por isso. o fato é que todo mundo na mesa concordou. parece que todos que estavam lá sentem a mesma coisa. que estranho, não é? mas a noite foi ótima, e até marcamos outro encontro pra próxima terça. curti muito estar com todos eles. vamos ver, de repente, quem sabe, pode até ser que sejam novos amigos se aproximando...



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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

MAMMA ROSA

tô perturbando meus amigos do Rio de Janeiro. é que vou dar uma passada rápida por lá. Não tô preocupado em divulgar isso na net, pois vou ter cobertura aqui em casa. o cafofo não vai estar sozinho. vai ter gente aqui toda hora. Fora ladrões! o fato é que muito me anima me encontrar com muitos amigos do passado. desde que cheguei em Roraima, eu acho que já fui ao Rio umas três ou quatro vezes, sempre em função de trabalho, articulação, mas nunca deu pra encontrar muita gente. sempre procuro os mais ligados, mas dessa vez tô atrás de todo mundo. espero que o povo possa na data combinada. vamos nos encontrar no dia 10/12, no Mamma Rosa, uma pizzaria em frente da rua da CAL. sempre íamos lá. nossas noites sempre terminavam no Mamma Rosa. quem quiser chegar é só chegar. estaremos lá de braços abertos, de olho no passado e abençoando o presente, sem ressentimentos, certo? ei, o convite vale pros globais também...




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ESTATÍSTICAS DO SEXTAS CRÔNICAS

Fala, meu povo! Obrigado pela curiosidade e leitura do blog. Eu mudei o processo de estatística dessa página e desde 08/07/09 mais de 1069 leitores curiosos chegaram até aqui. Alguns acho até que são os mesmos, pois acompanho os locais e tem sempre vários estados repetidos. É só clicar na figura verde do contador ao final de cada post e acompanhar. Muitos chegam através do site da Cia. do Lavrado. Sei que vocês não curtem deixar comentários, quem costuma comentar por aqui é o meu amigo, Edgar Borges, jornalista e um puta de um escritor; a Cora Rufino, que faz arquitetura e é uma baita de uma atriz (pena que abandonou o ofício, perdemos muito com isso), alguns amigos do passado que resolvem entrar na referida página e deixam um alô! Enfim, de acordo com as estatísticas são mais de 200 acessos por mês. Bom, fico muito feliz por isso. Sou um escritor indisciplinado e completamente desorganizado e praticamente o que escrevo nem publico, a não ser por aqui. O único texto teatral que consegui levar pra cena foi O ÚLTIMO DIA, que conta a história de Paulinho, um usuário de drogas e tem a participação de alguns personagens que circulam por seu meio alucinado. Tive um projeto aprovado na FUNARTE - Fundação Nacional de Artes, o texto se chama APENAS UM BLUES E UMA PAREDE PICHADA, a minha menina dos olhos, vivo modificando essa porra, mas ainda não consegui colocá-lo em cartaz. Primeiro, devido ao acúmulo de atividades da Cia. do Lavrado e depois porque falta uma atriz pra fazer esse trabalho. Aqui no estado de Roraima não tem muita gente disposta a encarar a pedrada dos ensaios, principalmente quando falamos da vida de outsiders, ninguém quer se expor, mas acredito que em 2010 eu coloque este (ou esse, eu não consigo acertar nunca essa diferenciação) espetáculo em cartaz. Tenho três textos registrados na Biblioteca Nacional, um deles é o que já mencionei acima, inclusive apresentei ele no I Festival de Teatro da Amazônia, no tempo em que os artistas de Manaus estavam abertos para outras propostas, hoje, a coisa por lá tá feia. Entrou grana, saiu a excelência artística. Tudo por dinheiro. Enfim, nesse caminho tortuoso, ainda tenho um livro, que não consegui publicar e até tentei pela Lei de Incentivo do Estado de Roraima, mas fui censurado. Talvez o publique em 2010 com recursos próprios. Ele se chama O DESGASTE DO TEMPO NOS DENTES, e fala dos nossos dias sem chances. Vejam vocês, censurado...eu? Quem me acompanha sabe que não exalo nenhum risco à sociedade. Bom, além dos leitores do Brasil, ainda conto com a leitura de muita gente de fora, como Portugal, que tá sempre na área, EUA, que também marca uma presença constante, França, Rumânia, Espanha, Venezuela, Itália e Alemanha. Eu acho que o povo do exterior tá ligado porque eu tenho uma amiga aqui que é adepta ao Couch Surfing, a Grazi Camilo, uma puta de uma atriz da Cia. do Lavrado e que já tá de passagem comprada pra fora do extremo norte, que merda, né, tamos na merda! Ela divulga o meu blog na página dela. Agora, vamos deixar de conversinha fiada e mergulhar na produção!
Beijocas a todos!!!




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LUA CHEIA



- você lembra da época em que ficávamos de bobeira paquerando a lua?
- como é que eu poderia me esquecer de uma maluquice dessa? você vivia dizendo que ela tava afim da gente...
- eu queria te comer e você fazia muito jogo duro na época.
- sei...
- é verdade, esse negócio de não trepar no primeiro encontro é uma babaquice desgraçada. meninas...
- babaquice é essa história de brochar no primeiro encontro. garotos...
- vamos voltar pra lua?






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NÃO DESLIGO NEM DORMINDO...

E chegou mais um final de semestre na UFRR. Hoje entrego meu último trabalho, Português VIII e depois fico livre, férias! Consegui finalizar as três disciplinas e acredito que vou passar. Ano que vem, o bicho vai pegar legal. Preciso pegar umas seis disciplinas, é que tô atrasado e se eu bobear acabo ficando mais tempo na Federal do que imaginei. Não tenho sido um aluno exemplar, na verdade eu nunca fui. Desde a época do primário eu nunca gostei muito de estudar. Aproveitava mais era na hora do intervalo, na hora da entrada e saída e nas horas que ganhei matando um monte de aulas, às vezes pra jogar bolinha de gude na terra batida atrás da escola, outras vezes atracado em alguma boca gostosa dentro do terreno baldio do lado, e muito tempo depois consumindo muita porcaria pra escapar de uma realidade qualquer. Nunca tive um sonho de estudante, sabem, nunca desejei ser alguma coisa, seguir alguma profissão. Não tive esses anseios pra me direcionar pra qualquer porra nessa vida. Foi tudo por acaso. Assim como fazer teatro veio do nada, como vir pra Roraima não teve nada de planejado, assim como escrever, me deixo levar e aposto no que vai dar. Já até tentei ser diferente, mas não acredito na mudança. As pessoas não mudam. O mundo não muda. Nada muda, meu caro leitor, as coisas apenas se mascaram, mas na primeira oportunidade tudo volta a ser como sempre foi. O grande lance é aprender a se amar. Insisto nisso o tempo todo e confesso que é o que me alivia e me permite não chutar o balde de vez. Na próxima sexta tem encerramento na federal de uma das turmas, no sábado, talvez role uma festinha com outra turma e então, vou fazer as malas e desligar total. Olha a contradição aí, lembra que eu disse que as coisas não mudam? Então, tudo balela, eu não desligo nem dormindo... mas vamos ver no que isso vai dar.




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HEINER MULLER



1 - posso pôr meu coração a seus pés.
2 - se não sujar o meu chão.
1 - meu coração é puro.
2 - é o que veremos.
1 - eu não consigo tirar (chora).
2 - calma. pra quê que eu tenho um canivete. trabalhar e não desesperar. pronto, aqui está. mas é um tijolo. seu coração é um tijolo.
1 - mas ele só bate por você





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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

BEM PRÓXIMOS DOS CINCO ANOS!


Adrya Mayara e Marcelo Perez
Foto: Tatiana Sodré


Ontem foi a última apresentação de Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes. A roda mais uma vez ficou lotada. A população em geral curte muito teatro, é uma pena que o poder público não se importe com isso, quero dizer, o poder público do estado de Roraima. É uma pena que o dinheiro, que é nosso, que é do povo, não chega nas nossas mãos. Mas em espírito natalino, vou deixar as críticas pro ano que vem, o importante mesmo é que ontem o público compareceu. Os amigos estavam lá. E a roda ficou lotada do início ao fim do espetáculo. Depois do espetáculo, ouvimos algumas críticas. É legal ouvirmos críticas sobre o nosso trabalho, sejam elas elogios, ou algumas sugestões, ou observações pertinentes que irão contribuir com o desenvolvimento artístico de todos nós. Sinto muita falta desse retorno. Nem sempre as pessoas estão afim de falar o que pensam, principalmente os artistas locais. Depois do espetáculo tava comentando na pizzaria que seria legal demais se pudéssemos debater a nossa contrução, o nosso processo de trabalho e o resultado daquele dia específico, pois não dá pra falarmos do todo, pois esse todo está sempre em intensa transformação. Eu sou muito tarado com esse negócio de teatro. Gosto de ficar falando toda hora, discutindo ideias, questionando e defendendo opiniões, eu fazia muito isso lá no Rio de Janeiro. O povo era tarado também pelo assunto e percebo o quanto eu cresci no meio daquelas discussões. Aqui é tudo mais complicado e pelo andar da carruagem, não vai mudar nunca!
Começamos o espetáculo às 20:40h, com a música de abertura, é o tempo certo pra que o povo perceba que tá rolando alguma coisa por ali e com isso, curiosos como são, acabam se aproximando e formando a roda. Com a roda formada, entram os ambulantes em cena, vendendo cargos públicos na saúde, educação, cultura, vendendo remédio superfaturado, licensas para incendiar o Lavrado, vendendo animais em extinção, enfim, começamos o espetáculo colocando o dedo na cara de todo mundo. É legal, pois muita gente ri, meio nervosa, outros tentam mudar de posição, é um puta de um incômodo. Não tem como não se identificar com o que falamos. Em seguida, entra Joana, a nossa Lisístrata do Lavrado, já entra revoltada com toda essa situação absurda, tudo muito parecido com o que vivemos aqui no estado, na região norte, sul, sudeste...enfim, o Brasil inteiro é um absurdo, não acham? E a peça continua, um a um vão chegando os outros personagens, e o clima é estabelecido. O público, ligado até o fim, não arredou o pé. Eu continuo achando que esse é o melhor termômetro da rua. Se não tiver legal, o povo se manda na hora. Foi divertido fazer. Estamos extremamente felizes com o ano de 2009, apesar de não termos grana, produzimos. Tem muita gente por aí que coloca dinheiro no bolso e não produz, a gente sabe como é, por isso e por dezenas de outras razões, o ano foi ótimo. Olha, a Cia. do Lavrado continua de pé, pagamos nossas contas, aluguel, internet, luz, site, apesar de toda a dificuldade que enfrentamos em fazer teatro em um estado que praticamente é ausente de incentivos pra quem produz cultura, produzimos um espetáculo com dinheiro do próprio bolso. Levamos ele pra Porto Velho, ganhamos mais um prêmio, o YAMIX, que mesmo com a ausência de alguns grupos locais, ganhamos sim, e comemoramos muito por isso. Conseguimos terminar nossa curta temporada, foram cinco apresentações, três em Boa Vista, uma em Pacaraima, fronteira com Venezuela e uma em Porto Velho, e um total estimado de mais de 2.500 pessoas. É isso, agora vamos descansar bastante em dezembro. Voltamos no início de janeiro com a corda toda, afinal de contas, em 2010 vamos comemorar cinco anos de existência e resistência!



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sábado, 28 de novembro de 2009

APENAS UM BLUES E UMA PAREDE PICHADA


FREEEu adoro isso aqui. Adoro o cheiro do spray, o barulho que ele faz quando eu o sacudo, o meu dedo dolorido de tanto apertar. Comecei a pichar muro com 15 anos. Primeiro pichei todo o meu quarto. Anos mais tarde, quando meu pai começou com a idéia de fazer meus quadros de bandeja passei a pichar os muros lá de casa. Adorava tomar café da manhã em família, só pra ouvir o coroa revoltado da vida. Ele pintava, e eu pichava. Era o maior barato. Tinha épocas que ele ficava vigiando pra tentar pegar o pichador. Eu sentia o maior prazer de chegar perto e perguntar – e aí, será que ele vem hoje? E então meu pai dizia, - se ele aparecer, eu o mato! Agressivo, não? Mas eu adorava. Uma vez, cheguei da escola e vi um quadro meu na lata de lixo da rua. Já tava todo manchado de cerveja. Só podia ser um recado, sabe, - aí, segue a tua obra. Apelou, Black. Fui no esconderijo das latas de tinta. Peguei dois sprays. Preto e vermelho sangue. Tava sozinha. Pichei todo o muro interno da casa. Fiz um monte de desenhos cheios de picas e bucetas, gente se pegando...
BLACK - Um Keith Haring desesperado vomitando todo o seu giz no buraco do metrô de NY...
FREE -... nem tanto, mas o suficiente pro meu pai quase bater o pino. Agora você entende porque eu não posso voltar mais pra lá? (faz referência ao desenho, mas Black não o vê) Tá vendo aqui? Eles acham que isso é maluquice! Quem são eles pra arriscarem definições de maluquice? Então quer dizer que louco é aquele que faz o que o outro é louco pra fazer e não faz? Sou louca sim, e daí?
(pausa)
BLACK (Black imita a sua mãe) Você é louca! Com essa idade, o que vão pensar da nossa família? Você estragou tudo! (pausa) Quando eu disse que tava grávida, minha mãe sentou a mão na minha cara.
(pausa. Free olha para a amiga).
FREEVocê não me disse isso.
BLACKNão queria que você ficasse preocupada. Ela insistia em saber quem era o pai. Repetia pra todo mundo em casa que eu precisava casar imediatamente. Meu pai sempre foi mais sossegado. Não sei o que era pior, as surras da minha mãe ou a ausência física, mesmo que violenta do meu pai. Foi interrogatório a noite toda. Os vizinhos apareceram lá em casa pra saber se estava tudo bem. Carniceiros... queriam arrancar a minha pele ainda viva, isso sim. Precisavam saber de todos os detalhes. Eu lá, no meio da sala. Sentada em uma cadeira com aquela platéia à minha frente. Minha mãe era a única que me rodeava, como um delegado desanimado de fim de carreira. Só ela não parava sossegada. Me rodeava e em seguida berrava querendo saber quem era o pai. E os vizinhos não saíam da porta de casa. Eu me descontrolei com todo aquela cena, corri pra janela e gritei pra todo mundo ouvir, - EU NÃO SOU MAIS VIRGEM! EU VOU TER UM FILHO SOLTEIRA! AGORA VOLTEM PRAS SUAS VIDAS MEDÍOCRES, SEUS FILHOS DA PUTA! Minha mãe me arrancou pelos cabelos e me colocou de volta na cadeira. Meu pai a chamou no canto e apenas sussurrou em seu ouvido. Ela resistiu, mas ele disse o nome dela uma única vez. Me colocaram pra dormir. Aí o resto da história você já conhece. Me tiraram da escola, não deixaram mais eu sair na rua sozinha, me proibiram até de usar o telefone lá de casa. Se não fosse você...
FREE Eu sabia que a barra tava pesada pra você, mas não sabia que rolava agressão física.
BLACK Mas agora já passou. E tem muito mais pra passar.
FREE O vinho tá acabando.
BLACK – E o nosso tempo também...





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VAMOS BRINCAR NA PRAÇA?

Hoje é o último dia de apresentação do espetáculo Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes. Texto meu e da Graziela Camilo. Esse é o meu primeiro texto escrito pra teatro de rua. Lembrei outro dia, que uma vez em São Paulo, em um encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua, o André, do Grupo Será O Benidito, quando anunciou que eu acabara de ganhar um prêmio de dramaturgia, falou pra todo mundo que eu prometi escrever meu próximo texto pra teatro de rua. Na verdade, ele é que me colocou nessa rabuda. Eu nem tinha pensado em escrever um texto pra rua. Acabou que escrevi. Não foi nem pensado, como já disse por aqui e no site da Cia. do Lavrado, o processo de montagem de Abusurdópolis pegou todo mundo desprevenido. Queríamos montar Lisístrata, de Aristófanes e quando nos tocamos, tava lá o texto escrito e completamente diferente do que havíamos planejado montar. Ficou bacana. Principalmente porque não planejamos tal situação. As coisas acontecem, sei lá, simplesmente acontecem. Quando eu não fico segurando a toalha, as coisas acontecem e sempre pra melhor. Minha vida sempre foi assim. Fazer teatro não era nenhum sonho de criança, entende? Fui ao ensaio de um grupo lá no SESC/Tijuca - RJ e acabei ficando. Não parei mais. Este mês vou encontrar alguns amigos da época de adolescência e cada um seguiu um caminho bem diferente do que eu podia imaginar. Planejar é muito bom, mas não posso pensar que é eficaz. Como disse antes, as coisas acontecem, simplesmente acontecem. Eu não me vejo fazendo outra coisa, quer dizer, até devo dar aulas de português ou literatura no futuro, pois estudo pra isso, mas o teatro vai estar sempre em minha vida. Não tem jeito. Tô louco pra chegar logo mais. Tô louco pra invadir a praça e brincar demais com meus amigos. Não tem idade, não tem hora, não tem porra nenhuma, se eu tô me divertindo, tô feliz. Acho que nasci pra isso, me divertir... Tem coisa melhor nessa vida? Digo isso, porque tem vezes que tento levar a vida muito a sério. E sempre me dou mal. Se eu tivesse moral o bastante pra mandar um conselho pra alguém, eu diria isso, divirta-se o máximo que puder! Seja feliz sempre!


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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

É COMPLETO?



- é daí que tão vendendo um gol?
- aqui mesmo, amigo...
- é completo?
- tem alarme, rádio, ar condicionado...
- mas é completo?
- meu amigo, a carroceria tá aqui, tem as quatro rodas, volante, motor, sei lá, mais completo que isso, só se eu colocar a Juliana Paes dentro dele, mas aí, eu acho que vai ficar mais caro...(cai a ligação).






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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ABSURDÓPOLIS, QUE NOS PERDOE ARISTÓFANES

Graziela Camilo e Adrya Mayara
Foto: Michele Saraiva

Por Edgar Borges


*Sábado teatral*

*Cia. do Lavrado encena Absurdópolis, que nos Perdoe Aristófanes*


O grupo teatral Cia. do Lavrado vai novamente à Praça das Águas neste sábado (28) para mostrar o conflito gerado por guerras por poder e greves de sexo na cidade de Absurdópolis. O espetáculo começará às 20h, com acesso aberto e gratuito a todas as idades.
Absurdópolis é uma peça baseada na obra Lisístrata, de Aristófanes, dramaturgo grego que nasceu em Atenas em 457 a.C. O texto original, criado em 411 a.C., abordava uma guerra entre diversas cidades-estado. O conflito foi solucionado após as mulheres aderirem a uma greve de sexo liderada por Lisístrata. A idéia inicial foi mantida pela Cia. do Lavrado, que montou um argumento utilizando referências contemporâneas tanto nas situações como nos nomes das personagens.

Durante a peça, líderes Mutu-Hutu roubam pedaços do Manto Imantado do Monte Invertido, fonte de poder e instrumento da paz. Com isso o Kauz toma conta de toda Absurdópolis. A ganância pelo poder gerado pelos pedaços do Manto Imantado provoca uma corrida intensa atrás de mais pedaços. Joana, uma mulher comum, resolve então encabeçar uma greve de sexo, no que é seguida por todas as mulheres do país. Joana decreta que a greve só acabará quando todos os pedaços roubados do Manto Imantado do Monte Invertido forem devolvidos. A grande questão da peça é descobrir se os pedaços serão devolvidos ao topo do Monte Invertido e se a paz será restabelecida em toda Absurdópolis.

O texto do espetáculo é de Graziela Camilo e Marcelo Perez, que dividem a direção com Renato Barbosa. Todos entram em cena durante a peça para contracenar com Adrya Mayara, Ivan Andrade e Renildo Araújo. A montagem tem apoio do Centro de Cidadania Nós Existimos.



Entre os personanges da peça estão a abnegada Teresa (Adrya), inspirada em Madre Teresa de Calcutá; Olga (Renildo), uma alusão à militante Olga Benário; e Marinho (Ivan), sobrenome de uma influente família brasileira na área das telecomunicações. Todos integram lados diferentes no conflito existente em Absurdópolis, uma cidade imaginária que tem um pouco de qualquer lugar conhecido pelo espectador que passar pela Praça das Águas neste sábado.

*SOBRE A CIA* - Este é o quarto espetáculo de rua montado pela Cia. do Lavrado desde 2005, ano de sua criação. No total, são oito peças encenadas e diversas premiações. *A Farsa do Advogado Pathelin* (2006) e *A Retrete ou A Latrina* (2008) ganharam o prêmio Myriam Muniz de Teatro, concedido pela Funarte (Fundação Nacional de Artes). *Homens, Santos e Desertores*, também de 2008, conquistou o primeiro lugar no Yamix – Mostra Universitária de
Artes, promovida pela Universidade Estadual de Roraima. Em outubro deste ano, a Cia. do Lavrado conquistou novamente o primeiro lugar no II Yamix ao encenar *Absurdópolis*. A mais recente vitória do grupo foi o prêmio Myriam Muniz de Teatro 2009. Para conhecer mais sobre o grupo, basta acessar http://www.ciadolavrado.com.br/ e/ou seguir a turma no www.twitter.com/ciadolavrado .


*CONTATO PARA ENTREVISTAS: MARCELO PEREZ (9138-9481)*


Edgar Borges (95) 9111 - 4001


msn: edborges5@hotmail.com


Leia e comente o blog Crônicas da Fronteira: www.edgarb.blogspot.com
Leia e comente o blog do Coletivo Arteliteratura Caimbé:
http://literaturacaimbe.blogspot.com/


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PRAÇA DAS ÁGUAS

Adrya Mayara e Graziela Camilo
Foto: Michele Saraiva


No próximo sábado, 28, a Cia. do Lavrado estará na Praça das Águas, às 20:30, com o espetáculo Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes. Será a nossa última apresentação em 2009. Montamos esse espetáculo com recursos próprios, metemos a mão na carteira mesmo!
Estamos orgulhosos com o processo de trabalho e com o que já conseguimos realizar com este projeto. Estivemos em Porto Velho, na II edição do Festival de Teatro de Rua Amazônia Encena na Rua, que foi uma ótima oportunidade para interagirmos com diversos grupos de teatro de rua da nossa região. Estivemos em Pacaraima, fronteira com a Venezuela, na II Mostra de Arte Universitária - YAMIX e esse espetáculo levou o primeiro lugar. Fizemos mais duas apresentações na Praça das Águas, em Boa Vista/RR e agora vamos encerrar nossas atividades no próximo sábado.
Este projeto foi aprovado no edital de fomento do estado de Roraima - 2009, já até saiu no Diário Oficial, mas o governo tá sem grana, pelo menos é o que sempre nos dizem quando entramos em contato para cobrar o que é nosso por direito. Vamos torcer para que até o fim do ano o dinheiro seja liberado, e em 2010 iremos correr outras 10 praças em Boa Vista.
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

TÔ DENTRO, COMPLETAMENTE...


nem chego perto de suas coxas
e os dias passam, baby
você inventa traições imaginárias
tô longe de seus berros e de seus... - foda-se!

neurose é distúrbio emocional
ausência de pica
é vera!
ansiedade é a característica principal

tem uns caras que falam
que pra depois não faz mal
maudade imperfeito funesto
longe de tuas pernas é prejudicial

tô dentro
tô certo
tô meio
all





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INTERTEXTO LIVRE DOS CRÍTICOS




hoje é terça-feira

o céu borrou a cor
e eu fui ...
de cara pra dentro da maior esperança ingênua
sem maldade nenhuma
sem concessões mesquinhas
só acredito na sua cara má
foro longe das belas ideias
intertextualizo o que nem sinto
nem mais minto, pois nem sei mais se estou indo


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EM BREVE, JÁ FUI!

dar um tempo na vida no extremo norte não foi uma ideia ruim. tem amigos que insistem em me questionar, - porra, tanta coisa por aqui, você? por que essa fuga, seu babaca? nem adianta falar pros caras que não tive escolha. tem decisões que nós tomamos conscientes, mas vir pra Boa Vista, foi algo impulsivo, eu sei. depois disso, eu costumo dizer que faz parte dessa engrenagem maluca, que as vezes não me dá a oportunidade de avaliar os riscos. não me arrependo de vir pra cima do país, não me arrependo de catar uma experiência melhor pra minha vida, mas devo admitir que já deu. tô com os dias contados por aqui. o que eu precisava absorver, já deu. percebo que por aqui, o desenvolvimento, as coisas vão de devagar pra bem devagar...cara, essa é uma terra pra quem tá afim de se acomodar. o sistema aqui te joga a pensar assim. os que se tocam de que tem outras chances, em outros lugares, se mandam. outro dia discuti com amigos na UFRR, alguns amigos estavam revoltados que tem muita gente que vem pra esse estado, estuda, faz especialização, mestrado, doutorado e depois... e depois de alguns anos, se mandam. os caras falaram que esse povo tava errado. eu questionei. porra, se aqui não tá bom, o que nos resta a fazer? aqueles que não querem entrar no esquema, contra-cheque, bico fechado, condições péssimas de trabalho, sem nenhuma chance de ir contra o esquema, o que resta? Se mandar e se pulverizar em qualquer cidade grande por esse Brasil imenso. não questiono esses. aprovo. tô nesse barco. depois de conseguir o que desejo, não vejo outra saída, senão, pular fora desse estado. é melhor viver pulverizado em uma cidade grande, do que ser um deslocado em um cidade minúscula, que tem um monte de pares vendidos e que nem percebem que o grande esforço que fazem não os levarão a canto algum. desabafo pela cultura. pelo teatro. contra os inúteis. contra os vendidos. contra os que querem que tudo continue da mesma merda que está. por enquanto, são planos, daqui a pouco, não sei... serão outros horizontes...vou nessa, capital, vou pra manter minhas crenças na boa. vou pra alimentar a ideia de que ainda posso fazer coisas boas. vou nessa, sempre em busca da tal felicidade.




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terça-feira, 24 de novembro de 2009

PEDAÇO DE TEXTO

(A cena acontece no salão do cassino. Tem uma mesa de cartas ao centro. Aércio coloca mais uísque em seu copo. Está à mesa. Guilherme tá sentado em um banco, diante de uma menina caída no chão. Ela está morta. PC anda de um lado para o outro. Tá desesperado. Visivelmente alcoolizado. A cena toda é punk. Música punk).

Guilherme – (grita) Desliga essa merda!
Aércio – Fala baixo, porra!
Guilherme – Baixo é o cacete! Como é que vocês querem que eu me concentre com esse espôrro?
PC – Fudeu, cara! Fudeu! Se eu desligar vai todo mundo ouvir a nossa respiração. E agora, mano? Eu disse que ia dar merda. Eu falei que ia babar. Mas não, eu tô sempre errado...
Guilherme – Vai se fuder, cara! Isso aqui é culpa tua. Tamo assim por sua culpa!
PC – Tá vendo? Eu sabia que esse babaca ia me botar no fogo. Sedutor de menores...(parte pra cima de Guilherme. É apartado por Aércio) Vou te quebrar todo, seu escroto! Me larga, Aércio! Me larga que eu vou matar esse puto!
Guilherme – Vem, seu viado. Tu é um tremendo de um cagão. Reclamou tanto que não ia dar certo. É lógico que tinha que acontecer alguma merda. A vadia tá morta! E a culpa é tua.
Aércio – Pega leve, Guilherme. O barco é o mesmo pros três. E vocês também são foda! Tem um presunto aqui na sala. Sacaram?

(os três olham para a menina. Pausa. A música pára).

PC – Eu falei do viadinho do Fidélis, foi aquele filho da puta do sargento Fidélis. Ele caguetou nós. Meu, eu disse que com os alemão o tratamento era diferenciado. Quem tá dentro de puteiro quer mais é fuder!
Aércio – Legal, PC, mas agora a gente é que tá bem fudido. Vamos manter a cabeça no lugar. (Dá a garrafa pra ele) Entorna, vai. Segura um pouco a onda. Tua cara tá caguetando legal.
Guilherme – Você viu a cara dela? Apanhou pra caralho. Se eu pego esse filho da puta, eu arranco as bolas dele. Pode crer. Faço ele mastigar as suas próprias bolas. (pausa) Vi isso num filme. O cara tava de cara com o estuprador de sua filha. Pegou um cabo de vassoura e enfiou no rabo dele. Depois deu um bico no cabo, sabe, pra enterrar melhor (gargalha). Judiou mesmo. É isso. Se eu encontro esse cara, eu judio mesmo!
Aércio – Acho que tu também precisa de um gole. Passa pra ele, PC. O cara tá em choque. (PC passa a garrafa. Pausa. Os três não tiram os olhos da menina).
PC – Aí, gostei do teu discurso, mas não me comoveu. Cara, você fala como se fosse diferente do viado que fez isso com a Pink. Se liga irmão, tu colocou a vadia aqui. Foi tu que prometeu um monte de abobrinha pra essa criança. Se ela tá aqui no chão, a culpa é tua. Eu não, eu sempre disse que essa porra ia melar. Mas eu sou o desequilibrado, não é? Sou o cara que cria confusão com todo mundo. Agora, foda-se! Vamos chamar logo a polícia e botar pra dentro. Que se foda! Vamos assumir logo!
Aércio – Tu ficou louco? Ela deve ter uns 16! Vai passar o resto da tua vida na cadeia. E quer saber? Com essa cara e com esse crime, vai dar o cú todos os dias. Vão fazer fila.
Guilherme – Deixa ele, Aércio, faz o seguinte, PC, deixa a gente sair e depois liga pros alemão. Coloca nós fora dessa. Aí, Aércio, vamos rapa a grana do banco. O cofre tá abarrotado também. Esse malandro não vai precisar de dinheiro mesmo. Dá pra gente ficar fora pelo menos uns dez anos, até a poeira abaixar. O que acha? Vamos pro interior. Essas minas daqui, a maioria são de lá. Ao invés delas virem pra cidade grande, vamos montar uma conexão por lá. Ninguém vai nos achar. Depois agente monta outro cassino e dessa vez, sem putinha de menor. Conexão Amazônica diversões e entretenimentos ltda. Legião Urbana, lembra, o que acha?
Aércio – (pensativo) É uma.
PC – É uma é o caralho! Vocês não vão me deixar nessa roubada não! Eu também tô nessa. E essa grana também é minha, se esqueceram?
Aércio – (tira uma pistola debaixo da roupa e a põe na mesa) Então é o seguinte, deixa de viadagem e cala a boca! Agora, o que a gente precisa mesmo é resolver essa parada. Bom, fugir eu não acho que seja uma boa. Cara, o cassino tá du caralho. E tamo cheio de puta. O lance é colocar as de menor pra correr e abafar o caso. Isso aqui é uma mina de ouro.
Guilherme – Mas de que jeito? Teve testemunha.
PC – Testemunhas?
Guilherme – Isso mesmo, algumas pessoas viram a menina e além do mais, a gente não devia ter tirado o corpo lá do quarto. O povo viu a gente carregando o cadáver. Cara, se eu vejo uma cena dessas, tu acha que eu vou pensar o quê?
PC – A gente pode dizer que a vadia tava bebaça. Isso é normal por aqui.
Aércio – Tá legal. Mas a Betânia viu que ela tava morta. E ainda saiu comentando pelo salão.
Guilherme – Por isso que o povo começou a vazar.
Aércio – A safada bateu com a língua nos dentes.
PC – Vamos matar a Betânia?!
(pausa)
PC – (grita) Vão se fuder! O que vocês querem? Que um santo baixe aqui na terra e carregue o corpo dessa infeliz? A piranha tá morta! Morta! O negócio é o seguinte, vamos cortar o corpo da vadia, ela é baixinha, são poucos pedaços e depois jogamos tudo dentro do rio pra alimentar os peixes.
Guilherme – Só porque ela é pequena você acha que são poucos pedaços? Seu escroto, ela tem os mesmos pedaços de uma mulher mais velha, adulta.
PC – Mas olha o tamanho do braço dela (segura o cadáver), você acha que a Junkie, que é o maior poste, o maior vara pau, tem os mesmos pedaços que ela? Vai se fuder! Vamos fazer o seguinte, a gente esquarteja a Junkie e a Pink. Separamos duas malas iguais e aí é só casar a grana. Quero só ver se não vai sobrar pedaços da Junkie pra guardar na mala. Tu é um merda mesmo!
Aércio – Merda são vocês dois! (aponta pra menor morta) Olha o problema aí. E vocês discutindo de que jeito vão colocar os pedaços das vadias dentro de uma mala... Caralho! Apostar? E a Junkie, o que tem a ver com isso? Ela não tava nem aqui.
PC – Foda-se! Acabou de entrar na história. Quero resolver a parada com esse mané. Pera lá, tudo que eu digo ele desdiz?
Guilherme – Isso mesmo, agora a viciada vai morrer. Vou enfiar ela todinha dentro da mala, tu vai ver...
Aércio – Então porque não colocamos a Betânia? Ela é grandona também. E foi ela que deu todo o serviço.
(pausa).
PC – Beleza. Eu topo. A Betânia serve.
Guilherme – É mesmo. Vamos retalhar essa piranha. Ninguém tá comendo ela mesmo. Isso aqui não é negócio pra ficar dando prejuízo. Não tem essa de - não ganhei hoje. A casa sempre ganha, esse é o nosso lema.
Aércio – Tá legal. Agora vamos nos livrar desse corpo. Trás a mala PC. Depois a gente dá um fim na Betânia. Guilherme, pega o terçado. Eu vou estender um plástico no chão. Não pode ficar nenhum vestígio dessa vadia por aqui. Nós nunca a vimos. Entenderam? E a partir de hoje não entra mais de menor nessa casa. Certo?
(Cada um vai para um lado. Black-out. Pausa. A campainha toca. Guilherme vai atender. É uma menina linda. Tem uma mochila nas costas).
Estrela – Oi.
Guilherme – (dá uma comida com o olhar) Oi. Quer falar com quem?
Estrela – É que me falaram que aqui... que aqui vocês recebem algumas meninas pra dar um tempo...
Guilherme – Sei.
Estrela – Olha, eu cheguei ontem do interior e...não dormi nadinha ainda...tô precisando de um banho. Qual é o esquema? Deixa eu ficar, vai? É só por uns tempos, só até eu entrar pra faculdade.
Guilherme – Qual tua idade, princesa?
Estrela – 17.
(Guilherme acena com a cabeça. Ela entra. Ele sai, tira um terçado da cintura e dá uma olhada na rua. Apenas uma conferida. Volta pra casa. Black out.).





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VIDA DE MAGNATA

"ahhh...isso não tem nada a ver com amor
Esse sacana devia tá era satisfeito
Mas ele derruba tudo que ele mesmo constrói
Ele fica perdido no dia a dia
O dia a dia tá perdido no tempo
E o tempo já se perdeu no incompreensível"

Eu não consto na lista de nenhum filha da puta
Que convida a história pra comemorar
Exuberantemente imundo o seu mundo
Chique pra caralho
Eu nunca vou me igualar

Vida de magnata
Mordomia e mesa farta
Futilidade que alimenta a desgraça
Enquanto o povo se mata

Vida de magnata
Mordomia e mesa farta
Futilidade que alimenta a desgraça
Enquanto o povo se mata
Yeah!!

Vítima do próprio mau agouro
O socielight já não tem pra quem pedir socorro
Do jeito que as coisas tão
Na velocidade que as coisas vão
O sonho e a realidade agora não passam de sua ilusão
Realidade nua e crua diferente da sua
Aqui só sobrevive quem é cria da rua

Eu não consigo conter o ódio q fode em mim
O mundo criou mas não forçaram em mim
A sociedade prega o bem mas alimenta o mal
Eu sei disso muito bem
Eu anarquizo geral

Lixo...bem perto, eu como bicho...bem perto
Eu como lixo e o lixo são vocês
Grito o que expressa o que eu sinto
Que agulça o meu ódio que eu sinto por vocês

Vida de magnata
Mordomia e mesa farta
Futilidade que alimenta a desgraça
Enquanto o povo se mata

Vida de magnata
Mordomia e mesa farta
Futilidade que alimenta a desgraça
Enquanto o povo se mata
Yeah!!

Vítima do próprio mau agouro
O socielight já não tem pra quem pedir socorro
Do jeito que as coisas tão
Na velocidade que as coisas vão
O sonho e a realidade agora não passam de sua ilusão
Realidade nua e crua diferente da sua
Aqui só sobrevive quem é cria da rua

Não faça nada de errado deixe tudo pra mim
Eu sobrevôo sobre a morte como abutre sim
Somos migalhas, eu e você
Somos a porra e que se fodam todos eles

Vida de magnata
Vida de magnata
Vida de magnata
Vida de magnata

Enquanto o povo se mata!!!
Yeah!!!!!


Chorão/João Gordo








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NA ÍNTEGRA

666 anos de tártaro maldito
Skate for the devil

Cuspindo regras na minha cara, eu vomito em etiqueta
Sociedade de consumo, desigualdade social
Chega de fingir sem saber pra onde ir
Tentem acordar desse sonho pessoal

Que espécie de vermes são vocês? (4x)

Mande seu convite para casa do caralho
Eu não quero que me paguem
Eu não vou em festa de otário
Sociedadezinha cabecinha do caralho
Equivocados, convictos
Em estado pleno e imaginário

Whoooooooooooooooooooooooooo

O que que adianta ter dinheiro e ser um puta pau-no-cú
Ostentar tanta riqueza nesse jogo de ilusão!
Trabalhe para ganhar e, viva para gastar e
Mas saiba que um dia isso tudo vai acabar...

Que espécie de vermes são vocês? (4x)

Mande seu convite para casa do caralho
Eu não quero que me paguem
Eu não vou em festa de otário
Sociedadezinha cabecinha do caralho
Equivocados, convictos
Em estado pleno e imaginário

Whoooooooooooooooooooooooooo

A paranóia é muito grande e não te deixa mais horrível
O paraíso foi pro inferno e também todo o poder

Charlie Brown








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FODA-SE OS CDF'S!

tem um povo na UFRR que vive na disputa. tem gente quem entrou comigo e já vai se formar. e daí? essa foi a proposta, não foi ? cara, cada um tem o seu ritmo, cada um tem a sua vida, cada um sabe o que é melhor pra si. penso assim. não pude me formar no tempo esperado pelos que entraram comigo, mas tenho ótimas justificativas pra isso. tem gente lá que só estuda. eu estudo, trabalho, e invento um monte porra pra me complicar, certo? além do mais, discordo com a metodologia de alguns professores, não que isso seja grave e nem tô dizendo que não gosto deles e que eles não tem competência, simplesmente discordo de alguns. esse povo que tá se formando, na boa, não escrevem uma linha de nada que não seja acadêmico. eu tô o tempo todo direto na literatura, na escrita diária e na labuta gratuita de combinar palavras, ideias e sensações diversas. já até ganhei grana por isso. várias vezes. mas o povo cagou pra isso, não é? o lance é a produção acadêmica. sei que isso não vale nada, mas me ocupa um tempo desgraçado. olha, não sou melhor do que ninguém, mas acredito que o que tenho produzido no período que estudo ou no tempo que mato minhas aulas, vale muito mais do que qualquer prova na universidade. principalmente as de Literatura. sei que não conta pontos pra minha aprovação, mas o lance é esse mesmo, não tô nem um pouco interessado nos meus pontos universitários, me ligo mesmo no que consigo avançar com todo o conhecimento adquirido por lá. tem gente que só tá ligada na nota, no passar do semestre, eu não, preciso levar muito mais do que isso em toda a minha vida. foda-se os cdf's. caguei pra eles também. foda-se pros que acham que somos uma sociedade de cdf's. somos muito mais do que máquinas programadas pra estudar e tirar a melhor nota. o processo de educação do nosso país é um equívoco. e os professores que não aceitam os nossos questionamentos comemoram com as nossas ideologias. e os alunos cachorrinhos acompanham o ritmo. essa é a formação dos professores do nosso país. tamo fudido, não acha?



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CAGUEI!

vai que essa porra acaba daqui a pouco? falei assim pro meu amigo, não sei, tem horas que eu fico sem neuroze...com o s ou com z, o fato é que não ligo pro que já foi. independe da gramática normativa, caguei pra essa porra. penso que muitos acham que são tudo. e poucos se tocam que a vida não é nada. tá tudo por um triz... entendeu? com z ou com s, que se foda! estamos no fim. sempre. hoje eu recebi uma notícia cabulosa. uma amiga de um amigo tentou o suicídio. cara, não tem nenhuma glória nisso, certo? falei isso pra ele e o cara ficou puto, - porra, cara, tu não liga pra nada mesmo? -que isso, irmão, esse negócio de suicídio, só é grave quando colecionamos óbitos, não acha? fora isso, são só tentativas pra chamar a atenção. meu amigo foi embora sem outras palavras. foda-se! caguei pros que tentaram e não conseguiram. em tudo!



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NÃO DÁ PRA DAR IDEIA PRA QUALQUER UM

(NA PORTA DO ESCRITÓRIO DE UM ADVOGADO QUALQUER)

Mulher pergunta pra um cliente distraído...

- é foda, cara, tô com um processo nesse advogado, e te confesso que tô super dura.
- sei, aguarde um pouco que ele deve chegar logo.
- Vou te falar, a vida é uma puta de uma piranha, sabe? Faz dois meses que não pago o meu aluguel. Tô dura, sem nenhum trabalho...você acha que eles já podem me despejar?
- não sei, acho que só com seis meses, sei lá...espera o advogado, ele é que sabe desses lances de direito.
- Então, me mudei de Boa Vista pra Manaus, faz uns três meses...fui demitida de uma rede de televisão, assim, do nada. Os caras me substituiram por uma gatinha cheia de graça...é mole?
- (dá uma sacada nela e até concorda no seu pensamento) olha, eles são foda, sacou? Mandam e desmandam. Não dá pra negociar. É o sistema.
- é, mas eu não tive culpa, não fiz nada de errado. Eles romperam com o meu contrato.
- legal, fala com o advogado, que talvez ele resolva...
- não, você acha que eles estão certos?
- eu não disse isso...
- mas pareceu...
- nada disso, olha, tô sem autoridade no assunto. Veja o que vai rolar...
- você é igual aos outros...
- que isso...eu só não quero me meter numa parada que não me diz respeito...
- igualzinho aos caras...
- pera aí, não vai me culpar pelo seu dia desgraçado, não é?
- desgraçado é você! Agora só me faltava essa, um cara que eu nunca vi na vida me dizer que eu tô desgraçada...
- e não tá? Olha, eu não quero me meter, mas se você foi embora e se acha enjustiçada, coloca os caras no pau!
- faz meses que não pago o meu aluguel, ontem, pegaram o meu carro, e agora eu, sei lá, acho que vou fugir pra São Paulo!
- Beleza, acho que você já tomou uma decisão sensata...
- Então você acha que eu devo fugir?
- (desviando a conversa) é...
- Seu covarde!
- Não! Não foi isso que eu disse, mas você falou que já tinha um plano de evacuação...
- Só me faltava essa, você quer que eu fuja, sem nem deixar meu endereço? Você é um filho da puta mesmo!
- que isso, mulher, apenas concordei com você...
- então é assim, você concorda e decide a minha vida? Seu canalha!!!
- pode parar com essa palhaçada, eu não sou canalha, não decidi porra nenhuma, e tô pouco me lixando pro que vai acontecer com você!
- é isso, eu sabia, você não tá nem aí.... é um puto igual aos outros... deve tá de conchavo com aqueles cretinos!
- pára com isso, nem sei quem você é! Te conheci agora e você já vem me acusando...
- porra nenhuma, agora quer botar o galho dentro? Nada disso, vou te processar, seu escroto, vai descriminar na puta que te pariu!
- tu é maluca?
- fudeu cara, isso é ofensa, você acabou de me chamar de maluca, tá fudido, vou te ferrar legal! (grita) Eu quero os meus direitos! (o policial se aproxima, provavelmente é amigo dela) Eu quero os meus direitos! Esse paspalho aqui, acabou de me discriminar. Só por que eu tô dura? Não, vai ter que pagar, seu preconceituoso!
(policial) - meu filho, não adianta, ou bota a verba na cara ou então vai passar a noite só na vara! Soldado, leva esse babaca!
- mas eu não fiz nada!
- Esse é o seu crime, seu otário...você não fez nada...vamos lá, soldado, pode levar o cidadão!
- vara nele, pelotão!
(detonam o cara)
- porra, capitão, o cara parecia vítima.
- todos parecem, soldado, todos parecem...




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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

QUE ESPÉCIE DE VERMES SÃO VOCÊS?



666 anos de tártaro maldito
skate for the devil

cuspindo regras na minha cara
eu vomito em etiquetas
sociedade de consumo
desigualdade social
chega de fingir
sem saber pra onde ir
tente acordar
desse sonho pessoal


que espécie de vermes são vocês?

Charlie Brown




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TOTALMENTE POSSÍVEL

Esse papo de fim do mundo me parece sempre conversa pra boi dormir. Tava vendo no History Chanel, que existe uma previsão, dentro do calendário Maia, que o fim do mundo tem seus dias contados até o dia 21/12/2012. Cara, se isso for verdade, tô ferrado, sério! Tô afim de ter um filho, ou uma filha, já pensou? Vou ajudar a parir alguém que vai presenciar o fim dos tempos. Isso se eu morrer antes, pois do contrário, eu também posso ser testemunha de tal fato. O legal é que esses programas são ótimos. Convincentes. Depois de assistir a uns três seguidos sobre o mesmo tema me dá vontade de ficar em casa. Sei lá, mato o trabalho, não vou estudar e compro uma grade de cerveja. Fico lá fora, de bobeira, apenas esperando. Só no banho de mangueira esperando o final dos tempos. Que não chega, claro! Sei que tá previsto pra uns três anos depois, mas vamos lá, se já tá tão convicente assim, por que não dar uma trégua na rotina e fazer um exame de consciência, e não sei, ver se já deu? Esquisito, não é? Sensação estranha pra quem se impressiona facilmente. Confesso que vou continuar a tocar minha vida como sempre, mas sempre com aquela sensação de foda-se, vai tudo acabar mesmo! Vai ver o mundo tá esse poço de individualismo por isso. O povo já sabe que não tem volta e cada um quer cada vez mais. Pra si. Louco, não é? Mas totalmente possível...




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VAMOS DE FRANGO, LULA!

A vida é isso aí. Chegar em casa e preparar o almoço de amanhã. Um frango delicioso, com um arroz abarrotado de alho, farofa carioca e uma maionese incrementada. Não tenho o que reclamar. Realmente a vida é isso aí. O ano caminha pro seu fim. Quem conseguiu êxito, ótimo. Quem não conseguiu, ano que vem as coisas mudam. Sempre mudam. Esse ano não foi maravilhoso, do ponto de vista financeiro, com relação à Cia. do Lavrado, mas vamos levando e criando novas oportunidades. O ano de 2010 vai ser esquisito. Ano de eleição. E você sabe, o povo passa a mão na cabeça. Vamos aproveitar e tirar o melhor pra gente. É isso, vou jantar. Nem faço isso diariamente, costumo lanchar, mas tô preparando esse rango. E não vou perder a oportunidade de mandar pra dentro essa refeição maravilhosa. Viva o frango! Que praticamente faz parte da minha família. Acho que de quase todos os brasileiros. Vamos lá...
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VAMOS LÁ...

não corremos mais os mesmos riscos, baby
hoje somos mais que filhos
e até entendemos um pouco mais os nossos pais
incrível, não acha?

a roda gira de verdade
apesar de ficarmos grudados em algumas reentrâncias
somos libertos
sem causas eleitas pela unanimidade

somos incertos libertinos registrados no RG
somos o tudo
vivemos à sombra do nada
somos opostos ligados a mais de 220






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REFERÊNCIAS

Sou um cara muito nostálgico. Talvez seja porque moro bem longe de minha terra natal. Tenho amigos aqui, mas nunca me senti em casa. Sempre fico com a sensação de que não me querem por aqui, saca? É verdade. Se eu for falar da turma que comunga com a cultura, piora e muito. O povo não gosta de quem não é daqui, principalmente se você se sobressair de algum jeito. Pura bobagem, se eu estou aqui, e enquanto eu estiver aqui, vou fazer de tudo pra esse lugar ser o melhor pra eu viver. E vou contribuir. Mas o preconceito é forte. Tanto é que meu grupo de teatro não tem chegada com os outros grupos. Somos isolados, quer dizer, fomos isolados. Tudo certo. O passado nunca desaparece, não é mesmo? Imagine se não nos lambrássemos mais dos dias anteriores. Que merda, certo? Ainda bem que temos passado. E lembramos dele a todo momento. Que alívio! Somos fruto do nosso passado. Isso é certo. Posso estar em Boa Vista ou na Groelândia, o que importa é que tenho referências passadas. O pior mesmo é quem apagou suas referências...tá na merda, meu caro. Vai continuar sempre na busca infinita de se acomodar. O eterno se ajeitar...Tô fora. Tô mais do que ajeitado. Coleciono algumas decepções, mas nada que me tire o sono tranquilo.




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E FALANDO EM CAZUZA...



minha cabeça é pequena e pesada
como uma pedra
(principalmente em manhãs de ressaca)
eu sou uma pessoa comum
que sofre por coisas comuns
como qualquer caixa da Casa Sendas
que nunca pensou na morte
que acredita um dia poder ser feliz
materialmente
sonhos novos
amigos antigos
vodca.
pra temperar, gargalhadas gostosas
acrescentar pequenos momentos de silêncio
movimentos sérios de mão
esperar o troco
É isso aí. Me lembro dos meus amigos com o maior carinho possível de se imaginar. Estão tatuados em minha alma. E as letras de Cazuza sempre me levam pras bandas da década de 80. Agora é só esperar.



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