sábado, 30 de maio de 2009

DEU MOLE, PEÇA RARA!



que ironia
você cheia de malícia
e eu acabei comendo sua tia
quem disse que idade é irrelevante?










FUNDO



abra seus olhos
o fundo não é tão longe assim
vivemos sempre no fim
segundo por segundo










sexta-feira, 29 de maio de 2009

TUDO MUITO ESQUISITO

As nossas piores ações nessa vida são justificadas com a nossa simples trajetória. Não temos culpa. Nascemos isentos dela. Apenas vivemos. Essa história de que podemos mudar o destino...que destino? Que porra é essa afinal? Não conseguimos mudar nada! Passamos a vida sempre voltando e nem nos damos conta dessa tragédia. Somos personagens de não sei quem. Hoje pela manhã, quando eu retornava de uma apresentação, eu dei de cara com uma cena muito esquisita. Quando fechei o portão da garagem, vi que o Carioca tava cheirando as folhas caídas do Jambeiro. Bem ao meu lado. Avistei uma bola preta se mexendo mais à frente e resolvi chegar mais perto. Era um gato, quero dizer, uma criança-gato. Muito pequeno. Estiquei a mão para ampará-lo e em seguida uma boca enorme de um Rotweiler arrancou o filhote de minha mão. Foi uma sharkabocanhada. Nem babou minha mão. O Lobão me respeita, não ia me morder desse jeito. Pulei em cima dele. Tirei o quase falecido de dentro de sua boca. O animal já tava pra descer garganta. O susto foi tão grande que na correria deixei o gatinho cair no chão. Lobão levantou as orelhas, colocou o ombro em prontidão e mirou concentrado. Só tive tempo de colocar a mão no rabo do bichano e zunir aquela bola preta por cima do portão. Não tive culpa. Até mesmo porque já nasci isento dela, lembra? Acho que exagerei na altura. Joguei alto demais. Olhei pela grade do portão e aquele troço preto não se movia. Todo espalhado pela terra, bem na beira da calçada. Fiquei um tempo percebendo o corpo dele. E bem mais depois, ele saiu todo desengonçado, como um bêbado em linha reta no meio-fio. Mesmo com a minha consciência pesada, mesmo sabendo que não tive culpa, não parei de pensar no vôo do bicho. E por ironia do tal destino, o meu alívio por ter quase matado o gato, foi me perceber radiante de felicidade quando vi o Lobão mastigando a cabeça daquela bolinha indefesa, que teve a infeliz idéia de retornar à minha casa. Destino? Mudar o destino? Porra nenhuma, o desgraçado já tava marcado pra desaparecer. O que é novidade pra gente, talvez já seja reprise faz tempo. Talvez em algum lugar bem distante daqui. Sei lá...é tudo muito esquisito, não acham?









quarta-feira, 27 de maio de 2009

RUMO AOS 100.000!



São mais de 50.000 acessos, desde março de 2008.
Fico muito feliz com o interesse de vocês neste blog.
Vamos em frente!
Rumo aos 100.000!









segunda-feira, 25 de maio de 2009

FIQUE ESPERTO!

Gozou tranquilamente. Nem encostou no teclado do computador. Foi à pilha de livros e trouxe de seu topo uma bagana. Esqueceu a camisinha lotada. Morreram abandonados. Tocou fogo encostado no parapeito da janela. Apoiou a pica quase adormecida. Foi ao tanque no quintal dos fundos, tirou a camisinha, lavou e pendurou. Vestiu a melhor camisa e saiu assobiando o final da instalação.









O LIVRO DA PEQUENA


foi tão fácil
como roubar livros de crianças
esperto
nunca vi niguém enganar o tempo









OLHOS TORTOS DE INVEJA



nos olham tortos de inveja
não que sejamos melhores, longe disso,
são perguntas sem respostas sempre
não conseguem ver
eles são maiores
que eles próprios










ENQUANTO ISSO EM ASURDÓPOLIS...


EXTRA!
EXTRA!
EXTRA!
EXTRA!
EXTRA!
EXTRA!
EXTRA!
NOTÍCIAS FRESQUINHAS EM ABSURDÓPOLIS
OS MUTU-HUTU CULTURALES
DECRETARAM PASSE LIVRE PROS ARTISTAS DE TEATRO
EXTRA!
EXTRA!
EXTRA!
EXTRA!
EXTRA!
EXTRA!
EXTRA!
ESCUTARAM OS OLHOS
ACORDARAM OS OUVIDOS
ALIMENTARAM A IDÉIA DA PLATÉIA
O CORAÇÃO NÃO É UM TIJOLO


















sexta-feira, 22 de maio de 2009

A BOA DE DOMINGO



- Eu assino embaixo, doutor! Eu assumo a fiança da rapaziada.
- Você sabe a responsabilidade que tá assumindo?
- Se liga, doutor, esses caras aí são da maior limpeza. Pode acreditar. Como diz o Bezerra, isso é preconceito de cor...pera lá...
- Então se manda! Leva logo esses vagabundos com você. E se eu pegar tomando banho pelado no chafariz novamente, não vão ter colher de chá.










PRA ACABAR COM A SEMANA


A Cora Rufino fez uma solicitação no post abaixo. Foi a Cora que pediu, entenderam? Como é que eu poderia negar? A Mulher-Maçã é um puta de um visual erótico, mas pra Corita vou colocar um visual sinistro. Tem mais a cara dela.











segunda-feira, 18 de maio de 2009

sexta-feira, 15 de maio de 2009

ACIDENTE DE TRABALHO



salto mortal
finito abaixo
EQUÍVOCO NÃO CALCULADO
acidente descabaçado









quarta-feira, 13 de maio de 2009

NÃO É MESMO?



E as coisas começam a se encaixar em Absurdópolis.
Os que sonhavam com o poder, agora, vão se deliciar.
Estão deitados e cegos por nada.
E os cegos?
Nada.
Ainda.
Farelos comem...
A arte não é mais urgente, aliás, nunca foi.
Não é mesmo?
A tão esperada configuração aparece.
Dá pra imaginarmos a trolha que vem por aí.










segunda-feira, 11 de maio de 2009

PEGUEI FOGO




queimei a porra do dedo, e daí?
tô acostumado a me torrar por você








MUITAS HISTÓRIAS

nossas línguas de nada valem
nos entendemos apenas com o olhar
as fumaças se encontram no momento
o diálogo flui...temos muita história pra contar
raspamos até o talo
temos fôlego pra mais 40
toda a vida em apenas uma respiração
somos assim, sem jeito mesmo
desengonçados e cheios de caretas
malucos beleza
caguei pro ponto, a vírgula e a intenção
não tô nem aí pros arranjos
pra combinaçõe







SEMPRE PELA MANHÃ

estou sem o controle das palavras
as letras já se revoltaram faz tempo
grito no silêncio um gromelô
entendo a profecia do vômito intenso



sempre pela manhã









sábado, 9 de maio de 2009

ATÉ HOJE É ASSIM.



Deu o último trago e mirou as estrelas. Ouviu Noel Rosa até dizer chega. Sambou o seu samba de um jeito incomum. Não firmou nenhum compromisso com o outro dia. Foi rasteiro. Forasteiro enturmado. Fez o possível. Tentou até agradar, mesmo que contrariando seus valores. - É tudo free, Raul! gritou. Os vinte e seis valem mais do que qualquer centenário fajuto. Pressão à época. Tudo subversão. Até hoje é assim.







sexta-feira, 8 de maio de 2009

MACONHEIROS E VAGABUNDOS

Boa Vista continua recebendo a visita de diversos artistas de rua. Maconheiros e Vagabundos como disse uma vez um certo jornalista da Folha de Boa Vista. Hoje parei no sinal com um desses. O cara arrebentou com os pinos. Eram três pinos. Simplesmente ele fez miséria! Um puta de um equilíbrio. Concentração que só se adquire com muitas horas de treino. O cara deve comer pinos, saca, pinos no café, no almoço e no jantar. Digo isso porque tô aprendendo a jogar bolinhas. Já sei jogar com uma. Pode dar risadas, mas jogar com uma é bem difícil. Lógico que já jogo com duas, três e agora com quatro. Tenho treinado todos os dias. Fiquei obcecado de tal forma que é foda largar as quatro bolinhas. Se me encontrar na rua pode me perguntar por elas, com certeza estarão comigo, no meu carro. Isso é trabalho. O jornalista viaja pra fora do estado pra fazer mestrado, doutorado ou especialização, e o artista, viaja mestrando, doutorando e se especializando na sua função. Não é tão diferente assim. Eu, por exemplo, preciso melhorar muito. A cada dia. E para me apresentar como o cara dos pinos, só com muito trabalho. Não posso fazer como ele, o que é uma pena, então vou dando meu jeito por aqui. Na sala de minha casa. A arte no nosso país sempre foi discriminada. Não é considerada como trabalho. O pior é que move uma boa parte da economia. Tem muitos recursos nas esferas pública e privada. Tem muita empresa ganhando grana com a cultura no nosso país. O que dira a PETROBRAS. Aqui no estado de Roraima o povo não tá antenado. Esses artistas que passam pela cidade todos os dias deveriam receber algum tipo de incentivo do Governo do Estado, sei lá, da Prefeitura, que seja. Eles trazem uma imagem completamente contrária da opinião do tal jornalista. No mínimo deveria ter uma casa que pudesse abrigar estes artistas de rua. Alimentação e moradia por algum tempo. Até os caras arrecadarem algum pelos sinais e seguirem as suas viagens.







quinta-feira, 7 de maio de 2009

O PRIMEIRO TERÇO


Tava lendo O Primeiro Terço do Neal Cassady e lá pelas tantas páginas ele fala sobre uma viagem com O Conde de Monte Cristo. E disse que ficou obcecado pela leitura do livro em que o filme se baseou. Isso é a maior maluquice, não é mesmo? Lembrei-me de quando comecei a ler de verdade. Foi em 1996. Ah! Um pouco de nostalgia confundida com a ficção também vale, certo? Um amigo me orientou um dia a visitar a biblioteca pública do bairro e escolher três livros bem finos e com letras bem grandes. Eu dei uma puta de uma gargalhada. Não tinha entendido o que ele estava pensando. Questionei, mas fui. Por quatorze dias eu ficava com os livros. E lia. Lia no metrô. No ônibus. Na praia. De noite. De dia. Fiquei viciado nessa porra. Quando me dei por conta, tava lendo livros. Essa sensação que o Neal Cassady descreve é o que já senti muitas vezes nessas viagens que já li por aí. Não. Não sou um ótimo leitor. Engano bem. Isso eu faço muito bem. Te engano. Agora, escrever...não, ainda tô esperando alguém me dar um toque. De repente o próprio Neal pode me surpreender no final dos seus Terços.












TEM GENTE QUE CURTE...MINEIRA.



eu já tomei na bunda...
sério!
ou será que você nunca ouviu falar dessa cachaça?








MODUS OPERANDI

Tem épocas que eu me fecho completamente. Deixo tudo pra depois. Furo compromissos. Nenhum com outras pessoas. O negócio é comigo mesmo. Tem dias que eu costumo me trancar no quarto o dia inteiro. Escrevo. Fumo. Fumo. Bebo. Bebo. Fumo punheta. Escrevo. Bebo. Bebo. Fumo. Fumo. Bebo punheta. Escrevo. Escrevo. Bebo. Bebo. Bebo. Sempre a mesma punheta... Produzo bastante. Faço listas intermináveis das coisas que preciso fazer e que já faz um tempão que as deixei de lado. Uso as listas como rascunho pra imprimir um texto qualquer que acabei de escrever. As faço novamente. E assim vou. Esse é o meu modus operandi. E já faz tempo que estou assim. Nem sei se sou desse jeito ou de outro, mas devo reconhecer que esses padrões se repetem há vários anos. Por que tô escrevendo isso? Simples. São cinco da tarde e pelo visto não conseguirei me destrancar deste quarto tão cedo. Fazer o quê? Punheta, ora...