terça-feira, 30 de junho de 2009

SÓ ABSURDO!

Que processo de trabalho mais maluco. Acho que já falei disso por aqui. Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes, definitivamente, é o processo mais importante que vivencio na minha carreira. É, mané, eu posso dizer carreira, não posso? Porra, se eu não valorizar minha profissão, quem mais vai valorizar? Afinal de contas eu vivo disso. Já faz algum tempo que só recebo dinheiro do teatro. E minha contribuição doméstica se deve ao mesmo. Então, mais respeito, não é? Sacanagens de lado... as vezes penso que tudo poderia ser bem melhor, se todas as pessoas que realizam coisas, as realizassem com mais certeza e convicção do prazer que aquilo possa lhes oferecer. Viagem, né? Deixa pra lá, o que eu tava dizendo mesmo é que este conturbado processo de Absurdópolis tá foda de bom! Cada saída e entrada e saída de novos integrantes do elenco e retorno de outros que saíram há bem pouco tempo, só faz com que eu tenha a certeza de que este é o mais importante momeItáliconto de trabalho que a Cia. do Lavrado atravessa na sua existência. E por que não dizer na sua carreira? Somos fedelhos sim, mas temos uma puta vontade de seguir em frente. Não é assim que aprendemos a andar? Essa é a primeira direção depois dos tombos. E de tombos, a Cia. do Lavrado entende. Só neste trabalho atual já tivemos seis (06) atrizes para assumirem o papel de Joana, tivemos até espiãs, é, porque aquele sumiço sem satisfação só pode me remeter a algo obscuro. Foram várias tentativas para a personagem principal da peça; e teve muito mais, dois integrantes saíram no meio do processo; um integrante desistiu de fazer um dos papéis, isso no meio do processo, quase ontem; o substituto, que nos deu um certo alívio, precisou pular fora também, motivos de força maior; não temos dinheiro para a montagem; temos compromisso marcado para 22/07, em Porto Velho, pois vamos levar essa peça e mais duas outras; Desistimos de trabalhar o texto original e resolvemos criar uma outra história em cima do argumento do Aristófanes; a criação de texto específico para teatro de rua; Bom, isso é só o que me lembro agora, mas cada dia temos uma surpresa. Absurdópolis, que nos Perdoe Aristófanes, não poderia ser menos absurdo que tudo isso. Entendeu agora? Só pra você ter uma idéia, as notícias são vendidas por metro! É muita picaretagem... e isso é uma faca de dois gumes. Não. Vai me dizer que você não sacou? Brincadeira...









segunda-feira, 29 de junho de 2009

OS PARES NO TEATRO

Foto: Tatiana Sodré

Essa vai ser a máscara do advogado Pathelin, falta fazer a arte toda dela. Tá crua. Eu vou usá-la no espetáculo A Farsa do Advogado Pathelin. A estréia será no final de julho, em Porto Velho. Depois, voltamos, faremos alguns ajustes e entraremos em cartaz nas praças de Boa Vista. Os ensaios acontecem nos intervalos de tempo do nosso novo espetáculo, Absurdópolis, que nos Perdoe Aristófanes. Uma puta de uma correria. Além do compromisso que firmamos com nosso amigo Chicão, do OIMAGINÁRIO, de Rondônia, que promove a II Mostra de Teatro de Rua Amazônia Encena na Rua, precisamos estar prontos. É a tal da mudança que vivo falando. A prioridade é o processo de formação de platéia. Precisamos dialogar cada vez mais com o público. Não só o do estado de Roraima, mas de todo o Brasil. Já faz algum tempo que discutimos este assunto dentro da Cia. do Lavrado. Não adianta viajarmos pra participarmos de reuniões de articulação política e não mostrarmos o nosso trabalho de fato. Afinal de contas, somos artistas de teatro. E trabalhamos. Aqui no estado tem muito artista pedinte, que se esgueira por uma maldita esmola, um lugar ao sol dentro do poder. Na verdade, não os considero como artistas. São os verdadeiros inimigos do teatro. Oportunistas! Falo mesmo, não tô nem aí. Sei muito bem o que quero. Sei muito bem da importância do teatro na minha vida. Sei muito bem como pago minhas contas. Não dá pra sacanear com isso. Porra é religioso, meu irmão! O que me deixa quieto é a certeza de que um dia a casa cai. Não tem chorumelas, amigo, uma hora a água vai ferver. Um hora vamos ver quem são os verdadeiros pares nessa história.















O BURACO



Cada um se recolhe do jeito que dá. Conheço gente que quando decide se isolar fica dias dentro de seu quarto. Tem muita maluquice por aí. Eu encho a geladeira de cerveja, compro cigarros e ligo o computador. Nada me tira de lá. Isso já é um hábito de garoto. Não vou mais lutar contra isso. Era exatamente assim com 19 anos. E um pouco antes também. Eu não tinha um computador, mas eu escrevia no caderno. Meus pais se desesperavam com isso. Eu simplesmente ficava completamente out. Já tinha passado da fase de mostrar o que eu acabara de escrever. Não fazia diferença mesmo. Dormia num quarto minúsculo, de empregada. Cama, armário e olhe lá... gostava do meu buraco, eu o chamava assim. Um dia eu tava trancado, de cara pra parede, pensando na vida, percebi que o quarto reclamava mudança. Comecei a colar papéis pelas paredes. Fechei uma. Depois a outra. Fechei todas. Parti pro teto. Era muita figura, variados símbolos da minha juventude eclética. Muitos ingressos dos shows do Celso Blues Boy, no Circo Voador, Rio de Janeiro. Eu colecionava isso. Tinha mais de 30. Só os shows do Celso, eu era fã mesmo. Não perdia um show dele. E o cara ainda manda bem pra porra. Outro dia, resolvi arrumar o quarto que costumo escrever. Passei o rôdo (^?) geral. Lembrei-me do meu buraco e em sua homenagem, eu arranquei todas as capas de meus CD’s e colei tudo no armário que tenho nesse quarto. Hoje, esse é o lugar que escolhi pra me isolar de tudo. Nem sempre tem cerveja e cigarros (é verdade, as vezes tem Vodka...), mas o computador tá lá. E cada vez mais é muito difícil me arrancar da frente dele quando eu decido viajar na minha solidão. Mas isso não é nada demais. Todo mundo faz isso, não é mesmo? Os veículos é que são diferentes. Quem não deve fazer é o cachorro, que não é ser humano. Apesar da minha convivência diária com quatro insistir em me dizer sempre o contrário. Falando nisso, vou colocar as fotos deles no armário do meu novo buraco. De certa forma, eles são meus símbolos também. Você discorda?














FÓRUM DE CULTURA DO ESTADO DE RORAIMA

Essa semana a Cia. do Lavrado se manifestou no Fórum de Cultura do Estado de Roraima. Nos apresentamos virtualmente. Temos ensaios no mesmo dia e horário das reuniões e por enquanto não podemos participar de corpo presente. Mas em breve estaremos lá. Essa é uma iniciativa que muito nos interessa. É muito bom ver vários artistas motivados e abertos ao diálogo com o poder público e privado, e o mais importante, o diálogo criado entre os segmentos das artes do estado de Roraima. Tem muita coisa pra gente reclamar. Digo reclamar mesmo. O que é a greve, senão uma reclamação coletiva e organizada? Sem tumulto, mas precisamos sinalizar que existe algo errado e exigir a sua mudança. Daí pra frente, começa o diálogo entre as partes. Essa é a nossa democracia, meu povo, não tô inventando nada. No caso da Cia. do Lavrado, por exemplo, tivemos um corte desgraçado no orçamento do Projeto A Farsa do Advogado Pathelin, pela Lei de Incentivo do Estado, e o pior de tudo é que os caras cortaram justamente o pagamento dos atores. Foi um corte de R$ 15.000,00. E sem justificativa deste terrível ato. Por que o estado de Roraima pensa que os artistas de teatro devem ganhar pouco? Cada ator dentro do projeto iria ganhar R$ 4.000, 00 com a realização, a princípio, de 10 apresentações. É muito justo. Sabemos o valor do nosso trabalho. São R$ 1.000, 00 por cada apresentação e o ator sabendo de que irá realizar bem mais do que as 10. Estamos em pleno processo de formação de platéia e não dá pra chorarmos miséria diante disso. Precisamos trabalhar de qualquer jeito. Agora, o GTAP desvalorizou absurdamente o trabalho dos atores da Cia. do Lavrado. Eles nos disseram que nós merecemos receber R$ 1.000,00 cada ator, são apenas R$ 100, 00 por apresentação. Não é a toa que o próximo espetáculo da Cia. do Lavrado se chama Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes. Isso nos faz lembrar algum lugar. Bem perto da gente. Isso é só o começo. O meu livro, O Desgaste do Tempo nos Dentes e o texto de teatro Apenas um Blues e uma Parede Pichada, que teve a idéia premiada pela FUNARTE em 2008, foram censurados pelo GTAP, ou seja, pelo estado. Essas são algumas das pautas que vamos levar pro Fórum de Cultura. Esperamos encontrar outros com problemas semelhantes, pois do contrário, não faz sentido algum permanecermos por lá. Foi assim com a Federação de Teatro de Roraima – FETEARR, ninguém tava de fato interessado em mudança. Essa terra daqui costuma nos acostumar, se não estivermos antenado no geral. Havia outros interesses paralelos. Tudo são experiências e como disse, esperamos ter uma ótima experiência com o Fórum de Cultura do Estado de Roraima, pelo menos, a mudança já foi citada em alguns discursos que andamos lendo sobre o Fórum. Vamos ver como fica.









1987

Tem dias que escrever é dolorido. Não que eu escreva algo que me faça sentir dor e muito menos aos outros, não é nada disso. Tem dias em que eu não quero escrever, mas não consigo me livrar da tela do computador. Isso tudo é porque eu não tenho disciplina nenhuma. Nem sei ao certo se quero disciplinar algo na minha vida. Já são tantas regras pra seguir. Em 1987 eu quebrei a minha perna. Foi feio mesmo. Fratura exposta na tíbia e fratura leve no perônio. Tava com muita cachaça na cabeça e atravessei uma rua do nada. Foi uma porrada das boas, quer dizer, me falaram, pois não me lembro de nada. Fiquei um ano com a perna direita engessada. Só aquela janelinha, saca? Um ano sem trabalhar e sem estudar. No começo, eu ficava em casa. E era o maior saco. Passei a trocar o dia pela noite. Eu já fazia um pouco disso, mas nessa época eu fiquei viciado com o silêncio da madrugada. Todos na cama. Passei por algumas fases nesse período de internação doméstica. A maioria das vezes, somente a minha respiração e um programa de rádio com os melhores flashbacks. Depois eu passei pra fase dos Titãs. Não largava mais a fita do Titãs, Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas, eles lançaram neste mesmo ano de 87. Tinha Comida, Diversão e Corações e Mentes. Essa última não é nenhum clássico dos Titãs, mas tinha um pedaço que me interessava muito, todos são tão diferentes, e eu me identificava direto com aquela quase ingênua frase. Eu morava em um prédio de quatro andares e com 18 apartamentos em cada. Era muita gente naquele troço. A minha idéia de muita gente era a quantidade dos moradores do meu prédio. Mesmo assim, na madruga reinava o silêncio quase mortal. Eu estava acordado. Comecei a escrever algumas coisas nesse ano. Não mostrava pra ninguém. Um puta de um segredo juvenil. É a minha única memória de interesse pela escrita. No sentido da criação, claro, bem distante da elaboração. Escrevi dois cadernos inteiros. Muito frases rimadas. Coisa bem doce...muita paixão, mas muita visualização da paixão. Nada de leitura do que eu sentia de verdade, apenas repetição. Depois que tirei o gesso, comecei a escrever textos. Na verdade, eu escrevia um monte de pequenos pedaços e ficava procurando um jeito de encaixá-los. Nem sabia o que era dramaturgia. Ficava desesperado pra ver uma história finalizada. E era foda de difícil. Esse material eu tenho até hoje. Não virou texto, mas muita coisa que os personagens falavam, eu consegui registrar como pensamentos, poesias, simples pedaços de literatura. Meu primeiro texto pensado pra teatro foi O Aprendiz de Feiticeiro e a Princesa Feliz, que escrevi junto com minha amiga Daniela... sei falar o nome dela, mas nem me atrevo a tentar escrevê-lo. O texto é bem pequeno. Penso até em desenvolver mais esta história. Depois comecei a arriscar mais. E daí, pra pegar o gosto não demorou muito. As vezes me acho muito indisciplinado e outras vezes reconheço que não tenho muita paciência com o meu processo de aprendizagem deste ofício. Que agora é pra vida. Bom, eu tava lendo o arquivo dos meus textos e pensei que escrever o nome deles poderia me salvar o post dessa madrugada, apesar de minhas pernas estarem intactas e passados 22 anos, continuo pelas madrugadas acertando os teclados do meu computador. As vezes, briga. Outras vezes, pura diversão. Que outra maneira eu poderia ser mais feliz? Nada é definido. Estou sempre apanhando com as mudanças.


quinta-feira, 25 de junho de 2009

ONDE A NOITE ACABA

Hoje resolvi alterar meu perfil no orkut. Eu sempre coloco na minha página textos que publico aqui no blog. Tem uma parte que se refere a filmes preferidos, ou algo parecido, e eu sempre coloco um filme de sacanagem. Isso é pra não cometer nenhuma injustiça. Gosto muito de vários filmes, gêneros diversos e então achei melhor deixar uma indicação pornográfica. Eu assisto muito, mas sempre tive a impressão de que é sempre a mesma coisa. Então, quando eu vejo uma pérola do mundo pornográfico, não fico na dúvida. Depois que saí do perfil, me lembrei de um filme que eu participei quando morava no Rio de Janeiro. Acho que foi logo depois que me formei na CAL. Onde a Noite Acaba foi dirigido pela Poliana Paiva, que se formou comigo. Ela fez um excelente filme, e com poucos recursos. Na pré-estréia, eu ainda tava no início de namoro com a Tatiana, fomos para uma festa em Santa Tereza pra assistirmos com toda a equipe. O filme retratava um dos pedaços sombrios do bairro da Lapa. Só tinha maluco naquela porra. O filme ficou foda de bom. Falei pra Tatiana que tinha uma cena de beijo, mas era só estalinho. A Tatiana ficou na boa, curtiu a festa de montão. Até a hora da exibição do filme. Na tal cena, na verdade, rolava um puta de um beijaço grudado na boca da minha colega Graciela Pozzobon, e daí pra lá, só desgraça. Porra, era um beijo artístico, como dizem por aí. Era um beijo. Até hoje ela insiste que entende o negócio do beijo e que só tá puta ainda porque eu não fui honesto com ela. Tá legal, até parece que eu acredito nessa lorota... Sei muito bem onde a noite acaba...










MAIS UM DIA...



não voltou para pegar o troco
desapareceu no meio da multidão apressada
não pensou mais nisso
evitou deixar rastros pelo seu pensamento
foi sem volta
sem baixas
sem tréguas
sem nada por dentro
sem culpa nas costas
sem nenhum entendimento
só alma












CIA. DO LAVRADO NO YOU TUBE

A Cia. do Lavrado agora também está no You Tube. O Ivan Andrade, que administra o nosso site, avisou que já temos nosso vídeo por lá. É um ensaio do espetáculo Homens, Santos e Desertores, de Mário Bortolotto, e em breve ele irá colocar o vídeo dos outros espetáculos. Esbarrando em toda essa modernidade, usando e abusando da mesma, temos todos nossos trabalhados registrados em fotos e vídeo. No segundo semestre deste ano voltaremos com este espetáculo, no Centro de Cidadania Nós Existimos. Depois coloco aqui a data de estréia.
Bom, esta foi a primeira impressão que tivemos do texto. Já discutimos muito sobre este trabalho e chegamos a conclusão de que muita coisa precisa mudar, principalmente a primeira cena, que desejamos muito que tenha um outro ritmo e acreditamos que ela irá impulsionar outras mudanças em todo o espetáculo. É uma puta de uma oportunidade trabalharmos e experimentarmos com um texto do Mário Bortolotto e autorizado por ele. Admiramos muito o seu trabalho. O exercício não cessa. Estamos loucos pra entrar em cartaz e mostrar pra vocês um outro espetáculo, bem diferente da temporada do ano passado. Por enquanto, podem dar uma bisbilhotada no You Tube.









quarta-feira, 24 de junho de 2009

PERDIDOS NO TEMPO



enquanto você se empodera
com merda nenhuma
eu me desenvolvo
tão rápido
tão calmo
com meus pés fincados no chão
sua ingênua inveja velada
não consegue mais me atingir
não rastreio mais os seus passos
desconheço informações a seu respeito
sua tentativa virou pena
e pena é um troço
frágil pra caralho
vive caindo dos pássaros











TAMANDUÁ INVOCADO


MESMO QUE INSISTA
PRA QUE EU DESISTA
É BOM SABER
QUE EU TENHO DE SOBRA
O QUE ME RESTA

Quinto Andar







terça-feira, 23 de junho de 2009

ENCONTRO COM FERNANDO PESSOA




Quem curte Fernando Pessoa não pode deixar de visitar o site
encontrocomfernandopessoa, que o meu amigo, diretor e mestre Paulo César de Oliveira me indicou hoje. É um site sobre o trabalho dele, que interpreta o Pessoa como ninguém. Um verdadeiro especialista sobre o assunto. Tem muita coisa pra ler. Arranquei esse abaixo de lá:




Sentir é pensar sem idéias, e por isso sentir é compreender, visto que o Universo não tem idéias. Ter opiniões é não sentir; todas as nossas opiniões são dos outros. Pensar é querer transmitir aos outros aquilo que se julga que se sente, mas só o que se pensa é que se pode comunicar aos outros: o que se sente não se pode comunicar. O sentimento abre as portas da prisão com que o pensamento fecha a alma. A lucidez só deve chegar ao limiar da alma. Nas próprias antecâmaras do sentimento é proibido ser explícito.

Sentir é compreender. Pensar é errar. Compreender o que outra pessoa pensa é discordar dela. Compreender o que outra pessoa sente é ser ela. Ser outra pessoa é de uma grande utilidade metafísica. Deus é toda a gente.

Ver, ouvir, cheirar, palpar – são os únicos mandamentos da lei de Deus. Os sentidos são divinos porque são a nossa relação com o Universo e a nossa relação com o Universo Deus. Só sentir é crença e verdade; nada existe fora das nossas sensações. Por isso agir é trair o nosso pensamento: agir é descrer.

Não há critério da verdade senão NÃO concordar consigo próprio. A vida não concorda consigo mesma, porque morre. O paradoxo é a forma típica da Natureza. Afirmar é enganar-se na porta. Pensar é limitar. Raciocinar é excluir. Há muito que é bom pensar, porque há muito que é bom limitar e excluir.

Substitui-te sempre a ti próprio. Tu não és bastante para ti. Deves ser um universo sem leis para poderes ser superior. Faze da tua alma uma metafísica, uma ética e uma estética; faze das tuas sensações um rito e um culto. Substitui-te a Deus indecorosamente; é a única atitude realmente religiosa. Deus está em toda parte exceto em si-próprio.

São estes os princípios essenciais do sensacionismo.














O CÉU, AS GUERRAS...A PORRA TODA!



O CÉU QUESTIONA
A MINHA EXISTÊNCIA
CASTIGA MINHAS IDÉIAS
AS ENCHEM DE ÁGUA
EU SINTO AS POSSIBILIDADES
SUMINDO PELOS FIOS DO CABELO
MOLHADO E EM PÉ DE GUERRA
COM AS MINHAS CONTRADIÇÕES
COM AS MINHAS GUERRAS
COM AS MINHAS GUERRAS
COM AS MINHAS VITÓRIAS ATACADAS
VOU ABRIR UM BURACO NO CÉU COM UM SOPRO
PULAR DE CABEÇA PRA CIMA
SUMIR PELO IMENSO...









INOCENTE



sem provas concretas
memória levemente enferrujada
totalmente desconhecida e discreta
fatos contestáveis da realidade inventada














PARA ANÁLISE


- Qual o problema se eu gosto de dar o cú? Porra, é teu? Então desencana, meu chapa! Olha, fique você sabendo que Freud já falava disso. O prazer anal. O momento em que o prazer se justifica de forma bem escatológica. É tudo parte de uma mesma raiz. Um só corpo.
- Eu só tava elogiando...
- Então pára de viadagem e como logo essa porra!
- Calma, Beth, calma, não é melhor a gente continuar a sessão? Eu tô cheio de coisas pra te contar...
- Com essa merda de vida complicada que você tem, Eugênio, se você não me comer agora eu cancelo todas as suas sessões, te dou alta e queimo o teu filme no Conselho Regional de Psicologia. Ninguém mais vai te aceitar. Come logo essa porra que é o melhor remédio pra sua cabeça.









EDITAL DA FUNARTE

A Fundação Nacional de Artes (Funarte), em parceria com o Instituto Cultural Sérgio Magnani, lança o edital do Prêmio Funarte Artes Cênicas na Rua 2009 para viabilizar projetos de grupos, companhias, trupes e artistas independentes que busquem, em apresentações de rua, um novo significado para o espaço público. Ao todo, 60 projetos serão contemplados, com valores de R$ 20 mil, R$ 40 mil ou R$ 50 mil. As inscrições estão abertas até 7 de agosto.

Podem ser inscritos projetos de montagem ou circulação de espetáculos, performances cênicas e intervenções urbanas. Grupos e artistas com mais de dez anos de atuação na rua têm também a possibilidade de concorrer com propostas voltadas para o registro e a preservação memorialística de suas atividades.

O material de inscrição, que inclui a documentação do proponente e o projeto técnico das ações que pretende desenvolver (ver detalhes e especificações no edital), além de um formulário preenchido, deve ser enviado, via Correios, para o Centro de Artes Cênicas da Funarte, no Centro do Rio de Janeiro. Os selecionados deverão executar as ações propostas até 30 de abril de 2010, em pelo menos uma cidade brasileira.

A análise das propostas caberá a uma comissão composta por cinco especialistas em artes cênicas, que deverão considerar a excelência artística e a viabilidade prática do projeto, a qualificação dos profissionais envolvidos e a diversidade da produção das artes cênicas brasileiras. O resultado final será divulgado no Diário Oficial da União e no site da Funarte.









ACORDA MINC!!!!



ACORDA MINISTÉRIO DA CULTURA!
A Cia. do Lavrado solicitou passagens através do edital de passagens do MINC. Fomos convidados à participar de um Festival em Uberlândia, com Homens, Santos e Desertores, de Mário Bortolotto. O evento acontecerá no período de 02 à 05 de Julho e acreditem, até agora não foi divulgado o resultado das passagens que o MINC dará no mês de julho. É uma puta de um sacanagem... os resultados deveriam sair pelo menos com um mês de antecedência. Vamos ficar de fora desta, até mesmo porque a organização do Festival já retirou a nossa participação. Que incompetência seu MINC...










quinta-feira, 18 de junho de 2009

VÁRIAS NOVAS E VELHAS CARAS

Meu amigo Gilvan deve saber o quanto eu gosto dele e o respeito como profissional competente que ele é, mas não posso deixar de registrar o seu furo com a Cia. do Lavrado. Recebi um e-mail seu, hoje, que dizia que as leituras dramáticas que acontecem no SESC foram responsáveis pelo surgimento da Cia. do Lavrado e de outros grupos de teatro no estado de Roraima. Não é verdade. Esse post é só pra isso. Pra esclarecer aqueles que receberam este referido e-mail, de que o SESC não tem nada com a criação, pelo menos, da Cia. do Lavrado. Ela surgiu independente de existir SESC no estado de Roraima. Já mandei um e-mail pro Gilvan, não sei se ele recebeu, deixa pra lá, somos amigos e vou compreender a sua desinformação. Mas é legal esclarecer, pois muitas pessoas receberam o e-mail e aí a informação acaba sendo construída de forma equivocada na cabeça das pessoas. Não queremos receber méritos por coisas que não fizemos, mas também queremos ser reconhecidos pelo que somos hoje. E os fatos fazem parte da história, então vamos entendê-los.
Mudando de assunto geral, ontem estava conversando com uma produtora, que de forma bem profissional, e é difícil, encontrarmos alguém assim, disse que não poderia trabalhar conosco se não recebesse 50% adiantado. É uma atitude louvável, mas nós, por exemplo, não podemos ainda nos dar ao luxo de fazermos o mesmo, quer dizer, de certa forma também fazemos isso quando nos solicitam uma pecinha. Só no cash, meu amigo. Não dá pra investir um tempo produzindo um trabalho e no final não ter nenhuma remuneração por isso. Eu a entendo. Vamos continuar procurando alguém que vista a nossa camisa e invista com a gente, que participe dos lucros e dos riscos. Pena não termos esta quantia, pois mesmo sem conhecer o trabalho dela, acredito de montão nesta produtora, acho que ela dá conta do recado e trabalhando da forma que ela quer e com pessoas legais, com certeza esta parceria irá dar um bom caldo por aí. Quem sabe uma outra vez...
Nunca deixamos de pagar alguém, aliás, esta semana, quem nós devíamos já foi pro brejo. Estamos quites com todos. As vezes o dinheiro demora pra sair, mas todos nós ficamos sem. Se entra dinheiro, o coletivo todo ganha. Se não entra, ninguém ganha. Sempre foi assim na Cia. do Lavrado. A única dívida que temos hoje, foi a dívida assumida na época em que fazíamos parte da Federação de Teatro de Roraima - FETEARR, pois alguns meses do serviço de divulgação do ano passado não foram pagos ao jornalista que trabalhava pra gente. Isso é uma dívida da FETEARR, mas assumimos a nossa parte, já que não fazemos mais parte da Federação. Bom, posso garantir que esta dívida será paga até o fim deste dia. Tentamos fazer sempre de um jeito que favoreça a todos. É isso.
E no próximo domingo acontece a Assembléia da Cia. do Lavrado. Vai rolar de 14h. às 17h. É uma assembléia aberta ao público. E pra quem já nos conhece, antes da assembléia, a partir das 9:30 iremos assar uma carne deliciosa, tomar uma cerveja, uma vodka, um refri, vai ser no mesmo local da assembléia, lá na nossa sede, no Centro de Cidadania Nós Existimos. Quem quiser aparecer, tranquilo, é só não chegar de mão vazia. Nesta assembléia iremos eleger a nova diretoria da Cia. do Lavrado. Acabou o meu mandato, o da Cora e o do Renildo, só eu, já tô na diretoria desde a criação da Cia. do Lavrado em 2005/2007, 2007/2009. Tá na hora de carne nova no pedaço. Iremos eleger um novo Diretor Geral e na sequência, um novo Diretor Financeiro e um Diretor Administrativo. Velhas caras novas na Cia. do Lavrado.










PENTELÍMETRO DA MINHA EXISTÊNCIA



TEM HORAS EM QUE ME PERCEBO ESTABELECENDO PADRÕES
TÁ NA HORA DISSO E DAQUILO,
ESSE É O MOMENTO PERFEITO...
PORRA NENHUMA!
TÁ TUDO ENROLADO MESMO
E É ASSIM QUE EU CONSIGO ENTENDER
UM PENTELÍMETRO DA MINHA EXISTÊNCIA.
LARGUEI A BARSA FAZ TEMPO, MEU IRMÃO...









A CULPADA É A CACHAÇA




outro dia senti saudades do beijo roubado dentro do carro, quem diria...
que cachaça maldita!
sem os finalmente, pra aliviar o peso da culpa,
as vezes acreditamos bem fácil nas nossas mentiras.











SOMOS TODOS DDA




não é porque você me dá um certo prazer que eu vou te procurar todas as noites.
tem vezes, que logo após treparmos pra caralho, eu mergulho na internet e me esbaldo com fotos de mulheres gostosas. Vou até o fim. mesmo gozando direto com você.
dá pra entender um maluquice dessas?
a obsessão é a maior desvantagem do DDA compulsivo por tudo
deixa eu escrever de novo pra ficar mais claro...
(corte desesperado do autor)










DE LEVE...

Viu só que roubada eu te livrei? Tá me devendo uma... Tava até vendo, sempre o mesmo assunto...não dá pra aguentar um chato desses, não concorda? A malandragem na vida é resumir...deixar o que é complicado, complicado. Vamos lá, resuma um pouco as suas ingênuas confusões.











quarta-feira, 17 de junho de 2009

OPOSTO




OLHO PRO LADO OPOSTO
NÃO VEJO CLAREZA NAS IDÉIAS
NÃO CONSIGO ENTENDER O CONTEÚDO IMPOSTO NO CONTEXTO
VASCULHO SAÍDAS EM VÃO
E COMO UM BOM CRISTÃO
EU APELO PRA JESUS
O CRIADOR DOS CRISTÃOS, DE QUEBRA,
NADA ESCLARECE.
APENAS HINDUS.








domingo, 14 de junho de 2009

QUEM TEM FÉ NESSA PORRA?

Hoje tivemos um excelente ensaio. Conversamos um pouco antes. Fizemos alguns ajustes de sintonia. Nada que não pudessémos resolver em grupo. Refletiu no ensaio. Estamos mais maduros, é verdade e isso contribuiu para que estivéssemos mais concentrados no nosso objetivo. Atores ligados, direção (são três) em cima, e a história fluiu que foi uma beleza. Estamos com um belo espetáculo nas mãos. E só depende de nós provarmos esta afirmação. Tudo dá certo quando a equipe toda se integra. Acredito que seja essa a razão de sempre as coisas atingirem um resultado satisfatório, ou seja, falo da história do no final tudo dá certo no teatro, isso é a integração. Aquele exato momento em que todo o elenco e equipe se tocaram de que está de fato acontecendo algo. O momento em que todos perceberam que a ficha caiu. Não temos mais tempos pra explicações de coisas óbvias. E nem dá mais pra repetir aquela idéia impulsiva, temos que pegar no ato. Não dá mais pra esperar que alguém me chame pra iniciar o meu trabalho. Momento de ensaio é sagrado sim. Sem essa de associações religiosas. Falo é da religiosidade. Cada vez devemos estar mais crentes e sedentos por tudo que vem pela nossa frente. Fé? Uns fé demais, outros fé de menos. Isso tudo é um tremendo absurdo, sacou?









PARA O INÍCIO DO TODO POSSÍVEL



Por que não tira o pino dessa bomba
explode tudo
e recomeça com as feridas
por que não arranca o corpo
do uniforme que sufoca e nada mais significa
tudo tem seu tempo
E em tempo a vida é crua
nostalgia nua é a medida que tento
pra não me perder
ando sempre nas curvas
bem lento
de bobeira mando uma ctrl -c
invento
e da suas
me alimento
qual foi?
rima pobre também dá trabalho, meu bem
mesmo assim, não se cansa de ser meu sustento?
não deixe que te digam o que comer
não deixe que te digam o que beber
não deixe que te digam o que sentir
arranca logo o pino dessa bomba
explode tudo e recomeça a sua vida









ENSAIOS DOLOROSOS, MAS NECESSÁRIOS

Tem gente que não gosta de nostalgia. Eu sempre retorno ao passado e quase que intuitivamente eu traço alguns paralelos com minha vida atual. Cresço assim. Esses dias me lembrei da época da escola de teatro. Estudei e me formei na Casa das Artes de Laranjeiras, CAL, no Rio de Janeiro. Naquela época, eu era muito louco. Um puta de um irresponsável. E estudava teatro. Todo semestre nós sempre apresentávamos alguma cena, ou até mesmo espetáculos de término de semestre ou a formatura no final do curso. Eu sempre chegava cedo. Gostava de ficar na piscina. Que na verdade não era uma piscina, não tinha piscina na CAL, era apenas um local neutro em que os estudantes faziam parada obrigatória antes de entrarem na sala de aula. Ali podíamos tudo. Quando estávamos em tempos de espetáculo, via meus amigos chegando cedo também. Na verdade aprendi com eles. Chegavam cedo. Faziam a social na piscina e se mandavam cada um pro seu canto. Tínhamos uma peça pra ensaiar. Chegava um momento em que todos estavam concentrados. Alguns passavam o texto, outros aqueciam o corpo, outros a voz, as cenas eram repassadas várias vezes antes mesmo de serem repetidas infinitas vezes nos ensaio. Não tinha esse papo de estar cansado. Havia unidade. Todos nós sabíamos que havia um prazo, uma data de estréia e não podíamos fracassar. No meu primeiro ano na escola, eu achava muito estranho aquele povo espalhado pelos pátios ensaiando. Escola de teatro é assim. Cada canto você encontrava alguém passando seu texto, procurando aperfeiçoar o seu trabalho, o tempo era sempre curto e precisava ser melhor aproveitado. Ninguém queria descer a escadaria da CAL sozinho. Se você fizesse uma cena ruim, descia sozinho. Incrível, as pessoas não queriam compartilhar o seu fracasso. Hoje eu entendo isso. As vezes sinto falta deste comportamento urgente dentro da Cia. do Lavrado, principalmente daqueles que tem mais experiência, pois já viveram diversos processo similares de trabalho. Não sei, mas sinto que sou responsável pelos que não tem nenhuma experiência, aqueles que nunca fizeram teatro e trabalham hoje conosco. Eu faço parte da única vivência deles. Se eu não der o exemplo, que profissionais serão esses? Bom, chega uma hora em que as coisas apertam e todos precisam dar aquele gás que muitas vezes não tem. É foda. Mas é assim mesmo que funciona. Nós, artistas, somos quase fazedores de milagres. Não temos uma escola de teatro em Roraima e pelo visto vai demorar muito pra isso acontecer. Então a formação de atores por aqui é realizada dentro dos grupos. Eu tenho sempre que ter registrado na minha cabeça, que nesse jogo não cabe espaço pra desistência e corpo mole. Não posso nem pensar na possibilidade de não dar certo, pois se pra dar certo depende também de mim, então, preciso estar dentro sempre. É isso. Hoje recebi uma mensagem de um amigo lá de Ariquemes, ator também e a mensagem falava disso.
Hoje tudo pode parecer triste, sem direção.Mas lembre - se por quantas vezes você já se sentiu assim e, de alguma maneira as coisas se resolveram. O sol voltou a ter esperança. Não se esqueça que a vida é feita de altos e baixos. Não se entregue ao desânimo. Olhe para frente, respire fundo, e procure a saída...

Sei que parece lugar-comum demais, mas caiu como uma luva no dia de hoje. É isso, vamos correr na frente, porque correr atrás já não dá mais tempo.






sábado, 13 de junho de 2009

NA REAL



não grite comigo que eu não tenho culpa das suas incompetências
nem tente meus risos que eu não vejo graça na desgraça alheia
na sua triste jornada em busca do nada
sem cartas
sem telefonemas
sem justificativas repetidas sobre a sua vida maldita
não me interessa o motivo de sua dor
nem mesmo das nossas brigas trago boas lembranças
na real?
se manda!











quarta-feira, 10 de junho de 2009

O CAVALEIRO DANÇANTE


Ontem assisti Cantando na Chuva. Que leveza de Gene Kelly... Não me lembrava da história deste filme. Ele retrata de forma bem humorada e com diversos números musicais, a transição do cinema mudo para o falado. O novo sempre assusta as pessoas. Imaginem só o medo que os produtores sentiram ao entrarem neste terreno. E os atores, muitos ficaram desempregados. O novo é foda! A idéia de pegar um filme mudo e colocar falas nele, transformando-o em um musical foi genial. A virada da história. Mas não foi tão simples assim, os caras tiveram que enfrentar uma atriz autoritária e ciumenta, Lina Lamont, interpretada pela gostosa Jean Hagen, que no filme tinha uma voz horrível. Resolveram então que deveriam dublá-la. E assim foi. O musical fez o maior sucesso, e mudou até o título.
Lembrei-me de Lisístrata. Bom, não vamos cantar na chuva, nem nada parecido, mas também não morremos de medo do novo. Jogamos tudo fora e construímos uma outra coisa bem mais legal. Não, eu não falo mal do texto de Aristófanes, até porque ele foi a nossa base, mas o fato é que foi preciso ter muito cItálicoulhão pra abandonarmos este projeto e investirmos em um outro, que não sabíamos se iria dar certo. E ainda não sabemos. Mas estamos Cantando na Chuva, tão felizes como Don Lockwood na foto.















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AGAQUÊ



E o céu chora compulsivamente em Boa Vista.
Apanho minha velha capa, visto e saio voando por aí.
Ontem eu dormi vilão,
hoje acordei super-herói.









SÓ CONTA TEMPO QUEM TEM TEMPO PRA CONTAR

A cada dia tenho me surpreendido mais com o processo de trabalho que estamos vivenciando na Cia. do Lavrado. Algumas cenas já estão rascunhadas, quero dizer, já estamos em processo de levantá-las. Leva tempo. Precisamos de muita paciência e tolerância. Todos com todos. Não podemos nos esquecer que estamos trocando com pessoas com diversas formações. E tem gente que não tem nenhuma formação teatral anterior. O que é dito nos ensaios precisa ser bem mastigado para que todos possam falar a mesma língua. Nosso amigo Pereira chegou de vez pra nos ajudar e já foi logo colocando a mão na massa. Trabalhar em grupo é assim, percebemos como podemos contribuir e vamos logo fazendo. Não dá pra ficar de enrolação. O tempo passa rápido demais, e tem muito pra ser feito.
O ensaio de Homens, Santos e Desertores acontece sempre depois do ensaio de Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes, isso às 23:30. Só tivemos um encontro até agora, mas espero que hoje consigamos ensaiar. Não sabemos se o MINC nos dará as passagens para participarmos do Festival em Uberlândia, MG, e por isso precisamos deixar a peça pronta. Se a passagem sair, e só saberemos disso lá pelo dia 15/06, o espetáculo estará pronto. Se não viajarmos, tranquilo, entraremos em cartaz em Boa Vista.
Ultimamente temos recebido visitas nos ensaios. E é muito bem ver os amigos participando do nosso processo de trabalho, dando opiniões, destilando suas críticas que tanto nos ajudam. Bom, o ensaio é aberto, sempre, aliás, a Cia. do Lavrado nunca esteve de portas fechadas. Quem quiser assistir como preparamos os nossos espetáculos é só mostrar a cara por lá. Não fazemos nada em segredo e nem queremos nos esconder. Acreditamos no que fazemos.










DE 2006 PARA 2009


O cartão que nunca mandei pros meus pais. Isso foi em 2006, quando a Cia. do Lavrado participou do III Festival de Teatro da Amazônia, em Manaus. Minha irmã foi embora antes do término do festival e me deixou com a tarefa de mandar este cartão. Nem sei porque não foi possível realizar tal tarefa, mas essa semana estava arrumando meu quarto e achei o referido cartão. Pensei em mandá-lo agora, mas acho que minha irmã nem sabe que ele está comigo. Então achei melhor colocá-lo no blog. É mais discreto e acredito que ela não entra muito por aqui.


Olá!
Estamos "todos" empenhados para a Cia. do Lavrado realizar uma ótima apresentação no Teatro Amazonas. A cidade é bonita! É cansativo andar pelas ruas (a maioria é subida).
Beijos e abraços

Rosangela, Marcelo e Tati























terça-feira, 9 de junho de 2009

MOMENTO ESPIRITUAL



que importa que ao chegar
eu nem pareça pássaro.
que importa que ao chegar
venha me rebentando,
caindo aos pedaços,
sem aprumo e sem beleza...
fundamental é cumprir a missão
e cumpri-la até o fim.


D. Hélder Câmara








BLÁ, BLÁ, BLÁ



tentei até estudar Didática Geral
blá, blá, blá
blá, blá, blá
blá, blá, blá
nunca quis tanto estar em outro lugar











SEMANA SANTA DOS GATOS

Semana nada santa. Nem pros peixes. Santa dor de cabeça. Entrou na fila. Pensou em contrariar a tradição, como fez a sua vida toda, devorando altos pedaços de carne bem vermelha, trancado em seu quarto, excluído de sua família. À mesa, só se fizesse como mandava o figurino. Detestava os rótulos e as tradições. E nunca gostou muito de peixe. Não fazia questão de estar inserido naquele contexto religioso e capitalista. Pesou a cabeça. Na verdade, nunca foi crente, mas também não tinha certeza de muitas coisas. Comprou umas sardinhas. A idéia de fazer sempre o mesmo o incomodava bastante, mas atacar com as carnes também já era um esquema viciado demais. Chegou em casa cansado. Guardou as compras. Acendeu a churrasqueira faminto. Distribuiu todas as sardinhas para os seus quatro gatos. Comeu, comeu e comeu. Alimentou vorazmente a sua traição. Todas as semanas são santas... pensou, pros gatos...








???

não quero mais o que não é certo
mas será que isso é errado?










sexta-feira, 5 de junho de 2009

ESTELA



Desceu a escadaria da escola de teatro em silêncio. Não tinha sido uma noite daquelas. Seu fraco desempenho estava estampado nas caras ausentes de seus colegas. Desceu sozinho. Com os olhos estatelados no chão. Acendeu um cigarro. Arriscou olhar para trás. Já contava com a subida deserta, mas sempre arriscava dar uma conferida. Pediu carona lá embaixo. Análises justificadas para o péssimo desempenho na aula de improvisação. Teorizaram sobre o comportamento exclusivo de seus colegas. Resultado do mercado televisivo ambicionado pela maioria dos que procuram escolas de teatro no Rio de Janeiro, principalmente dos que fogem de seus estados com a desculpa da vocação. Meteram o pau nos alunos-platéia e foi assim até o final da av. Presidente Vargas. Terça tranqüila. Pista vazia. Dobraram no viaduto bem devagar. Sem assunto. Apenas o barulho batido do motor do fusca 79. Sem perceberem de onde saiu, uma menina negra, calcinha e rosa branca nas mãos, cruzou o caminho dos dois. Silêncio absurdo. Até o fusca se calou. Os dois foram testemunhas de uma mesma visão. Desceu do carro sem se despedir do amigo. Não tocou no assunto por alguns dias, mas sonhava com a menina todas as noites. Virou um inferno a imagem daquela criatura, mais de onze da noite, semi-nua em uma avenida tão sinistra, não devia ter nem dez. Louco para por um fim nas noites de sono perdido, começou a perguntar se alguém conhecia aquela menina. Depois de percorrer quase todo o centro da cidade, invadiu a favelinha ao lado do viaduto. Descobriu uma velhinha, moradora mais antiga da região, que lhe contou a história de Estela, uma criança, filha do primeiro casal, os que fundaram a favelinha. Na década de 50, uma menina havia sido estuprada e morta pelo seu tio, que morreu em seguida linchado pela comunidade. No outro dia, encomendou missa para Estela. Nunca mais dobrou naquele viaduto.








quinta-feira, 4 de junho de 2009

ENQUADRINHADOS

(Comunidade na beira da estrada. Barracos de madeira. Alguns coloridos. Colado entre dois barracos, uma birosca, com uma mesa de sinuca. Uma mulher toma conta. Duas mulheres jogam. Alguns homens em volta da mesa. Outros espalhados pelas cadeiras. Clima tenso. Verão. As pessoas vestem poucas roupas. Verruga e Cicatrix aproximam-se da birosca e ficam dentro de um barraco abandonado de tocaia. Aguardam a chegada de Beatu Salu, traficante bem sucedido do fim do bairro).

Cicatrix – Vamos ficar por aqui. Se a gente chegar perto demais eles vão se ligar.
Verruga – Cadê o safado do Beatu? Eu não tô vendo ele, desgraçado, alguém deve ter dado a idéia...
Cicatrix – Relaxa, profeta, pára de ficar imaginando coisas. Já te disse que a coisa não funciona assim. Cansei de ver neguinho se esborrachando por aí, sai invadindo de qualquer jeito e quando se dá conta, o cano tá encostado na sua nuca. Aí é bum! Então, segura a onda! Não adianta a gente chegar lá passando todo mundo. Eu quero é o Beatu Salu. E ele não tá lá.
Verruga – Tô ligado, Cicatrix, é que aquela turma toda comunga com o safado. Por mim, a gente passa geral.
Cicatrix – Mas só quando o Beatu chegar.
Verruga – Aquela vagabunda de shortinho jeans é a piranha dele, não é? Então, Cicatrix, se o cara não der as caras, vamos detonar a mulher dele. A gente invade no carão mesmo, seqüestra a sem-vergonha e vamos chupar aqueles peitões a noite toda. Só vamos parar quando sair leite.
(eles riem)
Cicatrix – Tu é muito maluco! Que pilha nervosa... eu encaro aquela mocréia.
Verruga – Mocréia uma porra! É gostosa pra caralho! E pra quem pegou a lambisgóia da Merlene, tá de muita histórinha...
Cicatrix – Vamos fazer o seguinte, quando o Beatu aparecer, a gente desce chumbo. Ninguém vai sair correndo. O povo todo vai se abaixar, é sempre assim. Eu acerto ele e você pega a piranha do shortinho jeans. Vamos levar essa vadia pra comemorar o fim da guerra. Com o Beatu fora da área, o bairro é nosso. Vamos tomar de assalto essa porra, Verruga! Vamos botar no cú desses filhos da puta! O bairro é nosso!
Verruga – Lembra da chacina do igarapé? Os caras foram chorando da cidade até a beira da ladeira...foi só balaço na cabeça. Não consigo nem me lembrar como era a cara dos malandros...(ri nervosamente.)
(Pausa)
Verruga – Vamos fazer igual?
Cicatrix – O quê?
Verruga – É, vamos fazer igual. Só balaço na cara desses roda presa. Vai ser a chacina bola sete. Já pensou? Não adianta mata o pilantra do Beatu, nós temos que colocar o terror em todo o bairro. Vamos botar fogo em alguns barracos, vamos comer a mulher de uns otários, marcar o território, Cicatrix, sacou a parada? Todo mundo tem que se ligar que a gente tá no comando dessa caralha. Vamos mostrar o inferno pra esse povo!










ENQUADRINHADOS, NA SEQUÊNCIA...

Cicatrix – Porra, maluco, tu tá muito violento, já se esqueceu do nosso combinado? Sem mortes cinematográficas. O bagulho é simples. É chegar e... pam! Fator surpresa...perdeu! Vamos só matar. Nada de fazer firula. Já te disse, o bagulho é simples.
(Pausa)
Cicatrix – Por que tu não medita um pouco?
(Pausa)
Cicatrix – Sei lá, tô preocupado contigo, tá muito estressado. Daqui a pouco vai comprometer a transação do bagulho...
Verruga – Porra, Cicatrix, tô pilhado de montão. Voltei a ver a cara dos defuntos. Antigamente era só um. Agora, vem de quadrilha, acho que os espíritos tão me espreitando.
Cicatrix – Deixa de maluquice! Espírito porra nenhuma, tu é que tá se espetando demais. Qualquer hora dessa não vai mais levantar da poltrona. Medita, maluco, medita! Lembra o que a professora falou, pensa em desenho animado, desvia o pensamento.
Verruga – Não funciona mais, os desgraçados dos personagens resolveram sair na porrada. Quando penso em desenho animado, é só violência! Não consigo lembrar de algum que não seja violento.
Cicatrix – Então faz a porra do exercício do caramujo sonolento, fica imóvel. Tenta não pensar, respira o suficiente pra ficar vivo. Eu tô ligado aqui na transação, se o Beatu apontar lá, eu te arranco do transe pra gente exterminar o safado.
Verruga – E você quer me matar do coração? Do jeito que eu tô se você interromper meu transe, eu caio duro aqui mesmo.
(eles riem. Chega o Beatu Salu).
Verruga – Olha o Beatu!
Cicatrix – Se liga, Verruga, vai por trás, quando eu acertar o Beatu, você entra explanando geral.
(Verruga invade a birosca pela frente. Tiros.)
Cicatrix – Não! Seu filho-da-puta! (repete baixinho, com a arma na boca). Eu te avisei...eu te disse que não era pra ser assim...a vida não valeu porra nenhuma...
(A piranha do Beatu Salu se aproxima. Chega por trás. Aponta a arma pra cabeça dele e atira. Black out).

















VAI VENU



Vai venu... tava bem mais na moral, sem nóis ta namorando... simpática formadora de K.O. ... só vem numa de que tá me amando quando eu to comendo...diz até que vai comprar meu disco antes que o do Wando...duvido, tô esperando deitado pra não cansar, ouvindo um som...só tô malhando pra cuntinuar mantendo...de leve... a vida eu vô levando...Não tem mais K.O. a mordomia acabo, morô? (demoro!)não tem mais conversa de festa com amigos sem me levar, valeu amô? (ahan)tô cansado de \"vou embora\" sem me esperar pra ir junto e quando falo sério cuntigu cê quer sempre mudar de assunto (quem? eu??), pede pra eu pagar as paradas procê quando tá dura mas quando cê tem 30 conto eu aponto prum restaurante cê jura que o dinheiro tem rumo, só o meu que serve pra consumo?? (claro!)quando eu não tiver nem pra sua passagem nem adianta falar: \"eu arrumo\"porque sumo e não assumo nem as mentira da desculpa (até parece...)as suas são pior que as minhas agora que sou eu quer jogar a culpa em cima? (é ruim!!)é ruim? quer melhorar o clima? Então porque cê não viaja pra longe logo com a porra da sua prima? Afinal, cê não quer terminar seu curso? (uhum)ou quer mudar o curso da viagem e ficar sem maquiagem e 10 barão pra fazer o busso (palhaço)tudo termina em pizza e a pizza termina saindo do meu bolso e mais a aula particular que eu pago e fico no osso sem um trocado pra gasolina pra ir pro trabalho (caralho!)não ganho dinheiro em aposta de baralho,vô parar de agir como paspalho agora que sei o quanto cê me ama, deixa quieto... vamu ve se cê vai gostar de dividir a cama...Vai vendo... tava bem mais na moral, sem nóis tá namorando...simpática formadora de K.O. ...só vem numa de que tá me amando quando eu to comendo...diz até que vai comprar meu disco antes que o do Wando...duvido, tô esperando deitado pra não cansar, ouvindo um som...só to malhando pra cuntinuar mantendo...de leve... a vida eu vô levando...o seu fogo acende e apaga por dias até cê me ligar ou vice versa com estória de que sente falta de quando me afaga até acredito no mito porque cê não quer a prova sem o gabarito mas compreendo que é mentira cê tira meu sangue igual um mosquito não é nada bunito isso funciona até como um acordo cê tava pensando em mim eu tava treinando em como cornear sem ser corno consegui mas cê nem sabe, ou sabe e cê faz de babaca o que dá no mesmo, porque cê não chia e a nossa relação não empaca só espero que o dia em que saiba não venha se redimir com uma faca traiçoeira (como uma cobra)cobrando fidelidade do segredo da vaca cê acha o que? Que é minha dona? Tá fudida!Tá muito mandona pro meu gosto, rala peito e vai vê o desgosto da sua vida dia ano a ano aparece uma nova mulé, mas a reclamação é a mesma eu não sou de ferro cê elas grudam igual uma lesma e cê prefere ficar com suas amigas na festa dia seguinte me convida pra falar que tá cum dor na testa posso fazer nada! cê mesmo pediu (filho da puta !!!)calma amô, sem disputa, deixa explicar o que que houve, escuta !(tem explicação não)tem nao entao até mais espero que cê fique bem, mas depois não vem que não tem toma a porra do seu walkman!!! Vai vendo... tava bem mas na moral, sem nóis ta namorando...simpática formadora de K.O. ...só vem numa de que tá me amando quando eu to comendo...diz até que vai comprar meu disco antes que o do Wando...duvido, tô esperando deitado pra não cansar, ouvindo um som...só to malhando pra cuntinuar mantendo...de leve... a vida eu vô levando...não entendo porque depois de toda briga você me liga pra voltar pra você parece que esqueceu o que aconteceue vem cheia de conversa de bebê (Ah...meu bebê!)num gosto desses bagulho,eu tenho mesmo meu orgulho num borbulho em fantasia, chapado na realidade do barulho primeiro trabalho depois mulé, sabe como é que é (sei não)vocês são um ciclo que recicla, meu trabalho só tenho um, cê entende, né? Eu sei o que cê pensa:\"vou me aproveitar desse otário, fico as suas custas caso ele arruma um caso, ganho casa e um armário\"tô ligado nas suas intenções e é por isso mermo que mantenho as minha ações e minha ligações extra-compromissais, queria comemorar a nossa volta na paz, na real, hoje não vai dar, marquei com... \"ó ou\" ... té mais...Vai vendo... tava bem mas na moral, sem nóis ta namorando...simpática formadora de K.O. ...só vem numa de que tá me amando quando eu to comendo...diz até que vai comprar meu disco antes que o do Wando...duvido, tô esperando deitado pra não cansar, ouvindo um som...só to malhando pra cuntinuar mantendo...de leve... a vida eu vô levando...
Composição: De Leve / Quinto Andar.







terça-feira, 2 de junho de 2009

FAZ CERTO, QUE DÁ CERTO!



Ultimamente tenho gostado mais da vida. Tem vezes que me sinto assim. Tem vezes que penso estar entendendo o seu funcionamento. O encaixe das coisas me prova isso. Uma vez eu ouvi a seguinte frase, faz certo, que dá certo e como diria Nelson Rodrigues, é batata! E é mesmo. Não vou passar atestado de santo, não, você não entendeu nada. Não é disso que eu tô falando. Tô chamando a atenção pras coisas que não tem mais jeito. Entendeu? Não tem mais jeito. A frase se sustenta. É pra ser assim e não de um outro modo. Ah! deixa pra lá...essa conversa não vai nos levar a lugar algum...Quanto foi o jogo do Flamengo?








segunda-feira, 1 de junho de 2009

PAR OU ÍMPAR?

Nesta terça começaremos a levantar as cenas do nosso próximo espetáculo, Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes. Teremos apenas um mês pra encaminharmos este processo, e em seguida cairemos em cima de A Farsa do Advogado Pathelin. E como adoramos confusão, ainda esta semana iniciaremos os ensaios de Homens, Santos e Desertores, que retornará no segundo semestre.
Temos muito trabalho pela frente. Este é o meio que encontramos para contribuir com o processo de formação de platéia dentro de nosso estado. Se não produzirmos, não veremos nosso público. Não tem outro jeito. No estado de Roraima os grupos ainda produzem pouco. Alguns nem produzem, estão tão impregnados com essa história de empreendedorismo, Ponto de Cultura e se esqueceram de fazer o que realmente se propuseram desde o início, assim penso eu, que é fazer teatro. Quem não faz teatro, faz política, e assim é por aqui. A cada mudança no poder, eles correm pra situação, correm pra dar um jeito de tirarem algum proveito e de longe que eles pensam de forma coletiva. Acredito que por isso é que não estão muito preocupados com a formação de platéia no estado. Isso é evidente, pois não produzem, ou não produzem algo novo, ou então, não demonstram amadurecimento dentro de seus processos de trabalho. Enquanto isso, fazemos a nossa parte. E vamos torcer para que os grupos daqui resolvam produzir mais em 2009. E que divulguem e nos convidem para assistir aos seus trabalhos, afinal, somos pares, mesmo que de pés trocados, mas somos pares como diz uma figura articuladíssima daqui.






BANCO DO BRASIL



CONCURSO PÚBLICO
BANCO DO BRASIL
ESCRITURÁRIO

APOSTILAS À VENDA:

PORTUGUÊS
ATUALIDADES
INFORMÁTICA
MATEMÁTICA
RACIOCÍNIO LÓGICO
ATENDIMENTO
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
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APENAS R$ 50,00

CAFÉ COM IDÉIAS
RUA FLORIANO PEIXOTO, 402 - CENTRO
AO LADO DO COLÉGIO SÃO JOSÉ
8114 - 0349
9115 - 4048