sexta-feira, 31 de julho de 2009

MISSÃO IMPOSSÍVEL




faz tempo que deixei de lutar por causas perdidas

tá me achando com cara de quê?
tô atrás das impossíveis, meu amigo
daquilo que ninguém mais bota fé









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quinta-feira, 30 de julho de 2009

A ERA DA REPRESSÃO


Sou de um tempo em que ir ao cinema era programa pra alguns e hoje percebo que continua sendo. Me lembro da época em que caminhava durante dois bairros no Rio de Janeiro pra ir ao cinema com meus amigos. Tinha um colega, punk, que trabalhava na portaria do Cinema Olaria. Já imaginou a figura, moicano, com uma cara de revoltado recebendo os clientes. O doido sempre dava um jeito da turma entrar de graça. Isso até ele ser mandado embora, claro, o cinema não enchia muito e o cara devia tá dando um certo prejuízo. Naquela época, assim que se apagavam as luzes a gente berrava mais que criança na hora do parto. Era divertido. Ontem fui ao cinema com a Tati e não sei porque mas na hora que as luzes se apagaram eu me lembre de imediato daquela época. Faz uma cara que não vou ao cinema. Fiquei frustrado. Primeiro porque o cinema tava lotado de crianças e todas bem educadinhas. Treinadas pra estar em público, domesticadas por esta sociedade que nos reprime a todo momento. Ninguém berrou quando as luzes se apagaram! Quer dizer, eu berrrei. E o pior é que a criançada que tava próximo me encarou. Qual é molecada? Que história é essa? O que vocês tomaram? Realmente alguma coisa está errada. Tudo bem, a Tati ficou envergonhada e coisa e tal e eu também acabei me reprimindo e me calei. O filme que assitimos foi A Era do Gelo III. Muito tempo que não assistia a um filme mais direcionado ao público infantil e confesso que não gostei. Todo mundo tá careca de saber que os desenhos, em qualquer época, na sua maioria são por demais violentos. Mas são desenhos, e tá legitimado. Lembrei-me de um texto meu que foi censurado pelo estado em que o tema central da história é o suicídio entre jovens no estado de Roraima, pra quem não sabe é o maior índice do país. Isso mesmo, a moçada aqui tá se mandando sem deixar recado. Olha, nesse texto eu falo da relação da droga dentro da família, não faço apologia nenhuma, mas levanto o questionamento. Bom, a sociedade não legitima esse papo, mas na hora em que os personagens do filme se endoidam com uma fumaça tóxica, todo mundo acha engraçado. Porra, a leitura que fiz foi essa, de imediato. A turminha do filme entrou num barato muito louco com a tal da fumaça tóxica, que até as vozes deles mudaram. Cara, tava todo mundo drogado. E o cinema todo rindo. Isso pra não falar da agressividade de um personagem que simplesmente mata um planta carnívora para salvar seus amiguinhos. Meu, o cara detonou a planta e depois saiu com um puta de um discurso valorizando a posse de sua faca, ou seja mané, se você tem uma faca, tá tudo certo. A Auto-estima nas mãos. Não sei, realmente tudo está mudando muito depressa. Só pra completar, um personagem rouba os ovos de outro bicho e cara, aquilo é sequestro. A gente vê isso todos os dias nos noticiários. Não sei, até vir a lição de moral, muita coisa foi enaltecida. Sei lá, de repente tô exgerando. E pra encerrar a conversa, sacanagem assistir a um filme em um cinema em que o ar condicionado não funciona. Será que no dia da promoção eles não ligam o ar? Cara, eu até levei casaco, porra, em qualquer cinema que vou eu sempre sinto frio. Deve ser pra compensar os ingressos mais baratos. Mas isso também não é novidade... A Era do Gelo III marca a era da repressão. Foi isso que experimentei ontem com minha ida ao cinema.





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quarta-feira, 29 de julho de 2009

CONSELHO DE CULTURA




REUNIÃO COM O SEGMENTO DE ARTES CÊNICAS


Data: 30/07
Horário: 18:30
Local: Palácio da Cultura, videoteca.
Pauta: Indicação de nomes para o Conselho de Cultura

ARTISTAS, COMPAREÇAM!






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terça-feira, 28 de julho de 2009

NÚMEROS DO AMAZÔNIA ENCENA NA RUA

Foto: Bethânia Diniz

Por Chicão Santos

Amazônia Encena na Rua fecha a segunda edição/2009

O Festival foi muito positivo.... Veja os números (preliminares).

Público (base estimativa)........10.400 pessoas:

Abertura - Barco sobre às águas do Madeira...............100 pessoas
Apresentação especial para CAIXA/Teatro do SESC.........200 pessoas
Apresentações/espetáculos..................................6.800 pessoas
Apresentações/cortejo..............................................600 pessoas
Apresentações/Performances...............................2.400 pessoas
Ciclo de debates/Rodas.............................................100 pessoas
Capacitação/Oficinas................................................100 pessoas

Cobertura Jornalistica:

Emissora Local TV:.Todas
Jornais Impressos e Eletronicos - Todos
Rádios Kaiari e Cultura Transamazonica
Emissora Regional: Amazon SAT (canal temático da Amazônia)
Emissora Naciona: Rádio Nacional da Amazônia (Direto de Brasília)

Logistica do Festival:

15000 banquinhos (jornal: frente cartaz, verso programação) distribuidos
700 refeições servidas;
207 camisetas distruibuídas
82 passagens aéreas emitidas
Iguarias Amazonicas: 30 litros de Açaí, 12 litros farinha de tapioca, 230 tapiocas, 80 copos de Mingal (banana com tapioca e Milho com tapioca), 60 fatias de bolo de macaxeira, 03 cuscuz, 16 litros de sucos (cajá e cupuaçú) e 20 fatias de pé de moleque.
246 hospedagem para Cia. e Grupos
10 mil km percorridos de Van, Moto e Pálio
300 KW Consumido de Energia Eletrica (valores recolhidos a CERON)








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MAIS SOBRE O AMAZÔNIA ENCENA NA RUA

Praça das Caixas D'Água
Foto Marcelo Perez

No último domingo, 26/07, foi o encerramento da II edição do Festival de Teatro de Rua Amazônia Encena na Rua, em Porto Velho, Rondônia. Durante cinco dias, artistas dos estados do Amazonas, Acre, Rio de Janeiro, Rondônia e Roraima apresentaram 12 espetáculos, que foram
divididos em duas praças, Praça das Caixas D’Água e Praça Getúlio Vargas. A programação de encerramento teve início às 18h, com os espetáculos Os Bichos Também Amam, do Grupo Evolução de Porto Velho (RO), a Cia. Será o Benidito? com o espetáculo O Salto e o Grupo
Off-Sina(RJ), com o espetáculo Café Pequeno e Psiu. Em seguida, os artistas iniciaram um cortejo, que conduziu o público até a Praça das Caixas D’Água. O festival encerrou suas atividades com a apresentação do Grupo O Imaginário, com o espetáculo Filhas da Mata.
Não consegui assistir a todos os espetáculos do festival, pois a Cia. do Lavrado apresentou nos dois primeiros dias e a correria foi intensa. Não me sinto a vontade pra falar dos espetáculos que assisti, justamente por não ter assistido a todos. Percebi que a discussão teatro de rua e teatro na rua ainda continua a martelar a cabeça de todos os artistas. Neste festival tivemos a oportunidade de assistir espetáculos que foram concebidos para a rua, espetáculos que foram
adaptados para a rua e outros espetáculos que a sua concepção ficou clara que foi feita para o palco italiano, a caixa fechada. Acredito que a tal da estética da rua ainda precisa ser muito discutida entre nós e este assunto deveria ser abordado em todos os festivais, mostras
e encontros da Rede Brasileira de Teatro de Rua. A responsabilidade que temos ao levar um espetáculo para as ruas, que realmente possibilite a comunicação entre os artistas e o público, esbarra na linguagem apropriada para esta prática. A rua é bem diferente do palco
do teatro de caixa fechada. Ou pensamos nossos espetáculos para a rua, já na sua concepção ou então não conseguiremos atingir o nosso público. Foi isso que percebemos neste festival.
Foram realizadas três oficinas dentro do festival, o Oficinão de Circo, ministrada pelo ator Richard Riguetti (RJ), que culminou no cortejo de encerramento do festival, uma oficina de percussão para o teatro, ministrada pelo percussionista Bira Lourenço (RO), no qual o
mesmo discutiu a importância da música no processo de criação de um espetáculo e uma oficina de Dramaturgia do espaço, ministrada pelo Professor e Mestre José Maria Lopes Júnior (RO). Ainda tivemos um ciclo de debates no qual foram discutidos os seguintes temas:
Estética, pelo Doutor Nilson Santos (RO) e Processo Colaborativo no Teatro Contemporâneo, com a atriz Jória Lima (RO). No sábado, 25/07, o Grupo O Imaginário presenteou todos os artistas do
festival com uma festa de confraternização no espaço da Associação Cultural Cuniã, no qual os artistas puderam comemorar o sucesso da II edição do Festival Amazônia Encena na Rua.
Dentro da programação do festival não teve um encontro da RBTR, mas os articuladores presentes no festival se reuniram e conseguiram trocar experiências e tirar suas dúvidas acerca deste movimento. Foi muito importante este encontro para afirmarmos a necessidade de integração da região norte com os outros estados do país e principalmente a integração entre os estados da região norte. Para a Cia. do Lavrado o Festival cumpriu o seu papel, que na sua
segunda edição conseguiu reunir um número superior de artistas e espetáculos com relação ao ano passado. O Grupo O Imaginário realizou uma tarefa quase Hercúlea, pois sabemos da dificuldade em se produzir um evento deste porte, principalmente na região norte. Acredito que o Amazônia Encena na Rua conseguiu se estabelecer nesta edição e torcemos para que o próximo ano a produção consiga reunir um número maior de artistas.



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sábado, 25 de julho de 2009

REUNIÃO DA REDE EM PORTO VELHO

Mais um dia de festival. Hoje capotamos. Alguns integrantes da Cia. do Lavrado não participaram da programação de oficinas devido ao desgaste da viagem e a sequência de duas apresentações, e também porque não somos de ferro e fomos comemorar depois do espetáculo. Ainda não consegui assistir a nenhum espetáculo. Hoje choveu bastante e não rolou a apresentação de 21h, do Velho Justino e suas poesias matutas (Rio Branco - AC). Cheguei no final da apresentação das 19h, eu e mais dois companheiros estávamos conversando sobre a RBTR, o festival e outros assuntos pertinentes e quando percebemos já passava das 19h. Mas foi bom porque conseguimos estabelecer um dia e horário para o encontro da rede, que acontecerá amanhã (25/07), às 15h. Importante garantirmos que em todo festival ou mostra de teatro de rua aconteça uma reunião da RBTR, ou da rede local dentro do evento. Temos muitas assuntos pra discutir, inclusive o VI Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua que acontecerá no mês de outubro, no Acre.






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sexta-feira, 24 de julho de 2009

ABSURDÓPOLIS, QUE NOS PERDOE ARISTÓFANES

Ontem apresentamos Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes, na Praça das Caixas D'Água. Foi o segundo dia do Festival Amazônia Encena na Rua, que ainda rola até dia 26/07, em Porto Velho (RO) e a nossa segunda participação neste importante evento. O público daqui compareceu em peso, foram mais de 300 pessoas em plena quarta-feira, todas com o mesmo foco, o teatro de rua. Fizemos uma ótima estréia, nos divertimos muito com o público presente. Foi simplesmente demais. Uma felicidade muito grande sentir a recepção daquele público maravilhoso. A rua cada vez me encanta mais, a proximidade, a integração, parece que tudo ali é uma coisa só, e acho que na verdade é mesmo, pois não teríamos espetáculo sem o público, e muito menos teatro de rua sem a praça, sem a rua. Então, o que posso concluir é que no momento em que estivemos em cena, o tempo todo estivemos em comunhão, religiosamente em comunhão. E hoje tem muito mais.





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quinta-feira, 23 de julho de 2009

SÍNDROME DA ESCADARIA DA CAL

Graziela Camilo
Foto: Richard Riguetti

Apresentamos A Farsa do Advogado Pathelin. Sensação boa de encontrar com o público. O local da apresentação estava bem cheio e só não teve mais gente porque choveu bastante antes do espetáculo. Como disse num post anterior, este texto é muito gostoso de fazer, mesmo com o espetáculo ainda em processo de construção, mesmo assim, nos divertimos. Conseguimos imaginar o que nos aguarda pela frente. Bom, eu falar sobre o espetáculo não me parece sensato, pois qualquer comentário que eu faça vai soar como justificativa. Viu só? Acabei de fazer isso. Mas também aprendi que não devo me levar muito a sério, então, é o seguinte, não fizemos um bom espetáculo. Sabemos disso, aliás, não esperávamos muito mais do que fizemos. O Pathelin é um texto que temos o maior apreço e sempre pensamos na possibilidade de remontá-lo. A urgência com o Festival Amazônia Encena na Rua nos abriu esta possibilidade. Se não fosse este compromisso, iniciaríamos este processo mais pro final do ano, até porque não captamos ainda a verba pra essa remontagem, que já tá aprovada pela Lei de Incentivo do estado. O processo de Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes nos atropelou e assim, iniciamos os ensaios do Pathelin há 15 dias atrás. Ainda bem que iremos estreiar só no início de setembro. Temos tempo de sobra pra arrumar a casa. Não rolou um bate-papo depois da apresentação, apesar de termos consciência do que apresentamos, é sempre bom ouvir os colegas de trabalho e aproveitar para refletir questões que ainda não observamos. Apenas dois colegas do Rio de Janeiro é que nos deram um retorno crítico do que eles viram ontem. E foram carinhosos conosco. Mas vamos em frente, hoje temos outra apresentação e vamos torcer que tudo dê certo. Ontem, nós experimentamos a Síndrome da escadaria da CAL (quando fazíamos um cena ruim na escola de teatro, descíamos as escadas da CAL sozinhos. Ninguém queria nem chegar perto). Vamos ver o que o hoje nos reserva.








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quarta-feira, 22 de julho de 2009

PRIMEIRO DIA EM PORTO VELHO

Estamos bem. Viajar com nosso trabalho faz um puta de um bem. Isso aqui tá bom demais. A viagem até Porto Velho não foi cansativa, e assim que chegamos caímos direto nas nossas camas. Hoje, pela manhã, foi a abertura da II edição do Festival de Teatro de Rua Amazônia Encena na Rua. E foi dentro de um barco. Navegamos pelo Rio Madeira num clima intenso de comunhão, com muito açaí, tacacá, tapioca e muito mais. Os artistas estavam se sentindo bem, percebi isso. Este Festival já nos mostra que será mais uma vez um tiro certo para o teatro de rua no Brasil. Importante que aqui no Norte existam vários festivais, essa circulação de espetáculos contribui e muito para o teatro em toda a região. Logo mais, às 19h, seremos os primeiros a apresentar. É uma puta de uma responsabilidade, mas temos certeza que tudo dará certo. Já estivemos no local das apresentações e percebemos um espaço muito acolhedor que organização do evento criou. Vai ser punk!






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segunda-feira, 20 de julho de 2009

BEM LONGE DE KEROUAC... E COM MUITO EXAGERO...





não gosto quando isso acontece me faz parecer que tô doido demais pra sentir que o que sinto não passa do contrário de qualquer alucinação terrorível que possa existir de mais terrível na face da terra nem sei mais se é isso ou se é qualquer intervalo não preenchido do meu tempo que num relâmpago sem dúvidas se esqueceu de me comunicar todo o acontecido esquisito vai entender de fato tudo isso imagina que de outro jeito não tem jeito e por mais que você se endireite o avesso é sempre o começo dos que pensam a vida pra baixo







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O ONTEM CHEGANDO RÁPIDO DEMAIS...




as vezes me vejo completamente sem limites
,
não sei, no fundo nem ligo muito pra isso, hoje,
meus valores são muito volúveis, entende?






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E BEM PRÓXIMO DA ESTRÉIA...

E São Pedro nos deu uma colher-de-chá... o nosso ensaio geral rolou numa boa, em frente ao Rio Branco. Não divulgamos na mídia, mas os nossos amigos apareceram. Os desconhecidos também deram uma pala por lá. Ensaiamos Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes. Fizemos algumas cenas e depois fizemos o nosso habitual passadão. O espetáculo tá gostoso de fazer, divertido, mas o processo também tá muito cansativo. Tá todo mundo emagrecendo na Cia. do Lavrado, principalmente quem tá no elenco do Pathelin. São dois espetáculos na maior correria, um ritmo intenso de ensaio, não tá nenhuma moleza. O grupo tá unido. Estamos de olho no mesmo foco. É bom quando estamos na mesma sintonia. Temos conversado bastante sobre o tal do fazer teatral. Vimos, ontem, um evento teatral juntos, de um outro grupo aqui de Boa Vista. Começamos nosso ensaio de hoje com uma análise crítica do que vimos. Conseguimos nos enxergar ali, principalmente quando fomos pela primeira vez pras ruas. Os mesmos erros. Sim, erros sim, e aprendemos muito com eles. E acredito que o grupo que assistimos ontem também já deve ter refletido bastante sobre o trabalho que apresentaram. Se eles aproveitarem de fato esta rica experiência, com certeza irão somar com o teatro de rua no estado de Roraima. E nós não queremos o contrário, mesmo sem concordarmos com a ideologia deles. Procuramos nos capacitar sempre. E assistir a um espetáculo antes da nossa viagem foi fundamental. No final da noite de hoje, enxugamos nossos copos transbordados de cerveja. Merecemos. Amanhã nossa agenda tá lotada. Os últimos detalhes existem, minha gente, e dessa vez, nós temos muitos pra correr atrás durante o dia. Mas, como costumamos dizer, no final das contas tudo dá certo. E o pior é que dá. É só planejar, não tem erro. Pode acreditar.







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sábado, 18 de julho de 2009

É O TERROR, MICHAEL JACKSON!

E bateu o cansaço...falta menos de uma semana para a estréia de A Farsa do Advogado Pathelin e Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes e eu já tô batendo os pinos. Tem muita coisa pra ser feita e o tempo não tá nos dando nenhuma trégua. Entramos num processo punk de construção desses dois espetáculos. Não planejamos isso, mas a história tomou um outro rumo, e ainda bem que isso aconteceu. Ano passado participamos da I edição do Amazônia Encena na Rua, em Porto Velho, com o espetáculo A Retrete ou a Latrina, que fez a sua última apresentação de temporada por lá. Dessa vez vai ser bem diferente. A estréia será na II edição deste festival de teatro de rua. E são dois espetáculos. Nunca fizemos isso. Sacou a diferença? Não conhecemos ainda este espetáculo. Começamos os ensaios nas ruas, mas depois começou a chover muito e acabamos por terminar o processo dentro da sala de ensaio. Ainda não foi dessa vez que conseguimos ensaiar um espetáculo todo na rua, mas essa busca também faz parte do nosso processo. Marcamos uma saída pra este domingo e vamos torcer que não chova. Precisamos ensaiar na rua, ver público, sentir a vibração do lado de fora, ouvir os barulhos que a rua nos traz, os diversos movimentos inquietos, as interferências, os olhos atentos e os olhos que não nos olham, enfim, na rua acontece muita coisa ao mesmo tempo. Lembrei de uma vez, no ano passado, quando estávamos numa praça do bairro 13 de setembro, era apresentação da Retrete, e tinha uma turma com vários instrumentos nas mãos, acho que eles marcaram um ensaio na praça, sei lá, era um turma de pagodeiros. Não deu outra, o espetáculo era todo com músicas ao vivo e num determinado momento, os caras na platéia se empolgaram e começaram a tocar seus instrumentos também. O pior de tudo é que eles estavam interessados no espetáculo, mas tavam tocando um pagode. Entendeu? Não sei, esse povo da organização do festival é muito doido, nos colocaram pra abrir o festival. O bom disso tudo é que o gás que nos resta será todo direcionado pra essa estréia. Depois do festival teremos uma semana de folga pra recuperarmos as nossas energias, pois em seguida entraremos numa programação que se estenderá até o final de 2010. Tem muita coisa pela frente. Na verdade, não dá nem pra reclamar, a gente tá afim disso mesmo. O resto aí em cima é tudo conversa pra passar um pouco do nosso tempo por aqui. É o terror, Michael Jackson, não tem mais volta.






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sexta-feira, 17 de julho de 2009

OS DO LADO DE FORA




retinas avulsas coladas do lado de fora de minhas janelas

vigiam meu túmulo escondido
alcanço num pulo, fecho e apago todas as velas
acabo com a festa
os olhos invadem a mínima brecha
e atingem num susto o fim do meu pensamento






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quarta-feira, 15 de julho de 2009

NOITE FORA DO EIXO


Mr Jungle e Somero na primeira Noite Fora do Eixo de Boa Vista
por Jéssica Costa (Comunicação Canoa Cultural)


O Coletivo Canoa Cultural, antigo Coletivo TomaRRock, realiza na próxima sexta-feira, 17 de julho, a primeira Noite Fora do Eixo de Boa Vista. A partir das 23:00 horas, as bandas Mr Jungle e Somero estarão subindo ao palco do Antique Pub, e além de apresentarem músicas próprias, prometem também algumas covers. Uma boa pedida para encerrar a semana do Rock em grande estilo!
Uma das surpresas da noite é um segundo show de lançamento do cd “Mr Rock n’ Roll”, da banda Mr Jungle. O Lançamento oficial aconteceu dia 29 de maio, no Palácio da Cultura. Os admiradores da banda que não estiveram presentes poderão conferir o show que agora está mais completo do que nunca, com o retorno do guitarrista Diego Moita.
Aos interessados, os CDs estarão à venda no local com o preço único de R$5,00.
(www.palcomp3.com.br/mrjungle)

Já a banda Somero prepara um show com composições do seu primeiro Ep lançado, que contém quatro músicas e promete também algumas inéditas, que estarão no seu primeiro cd completo que será lançado em breve.
(www.palcomp3.com.br/somero)

Fora do Eixo - O Circuito Fora do Eixo é uma rede de coletivos culturais independentes, fundada em 2005 com a intenção de desenvolver as ações relativas à cadeia produtiva cultural independente do Brasil. Atualmente existem mais de 37 pontos Fora do Eixo, de norte a sul do país, e em Boa Vista quem representa o cenário independente é o Coletivo Canoa Cultural. A Noite Fora do Eixo é um projeto criado para fazer as bandas circularem dentro do próprio Estado e até em Estados vizinhos. Atualmente, Boa Vista tem como principal parceiro o Amazonas.

SERVIÇO

O QUE: Noite Fora do Eixo + Lançamento do cd "Mr Rock n'Roll"
ONDE: Antique Pub
QUANDO: Sexta-feira, 17 de julho de 2009
HORÁRIO: 23:00 horas
VALOR: R$10,00
Em anexo texto explicativo e cartaz de divulgação do evento.
CONTATO
Manoel Vilas Boas (Mr Jungle) :http://br.mc359.mail.yahoo.com/mc/compose?to=manoelmrjungle@hotmail.com 8115-4400
Vinicius Tocantins (Somero) :http://br.mc359.mail.yahoo.com/mc/compose?to=vinicius.tocantins@gmail.com 8113-5101
Jéssica Costa (Comunicação Canoa cultural) : http://br.mc359.mail.yahoo.com/mc/compose?to=jeh_delonge_@hotmail.com 8113-1565





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PRA VOCÊ

E meus e-mails continuam sendo pauta de reuniões infindáveis. Porra, eu não sou tão importante assim. Dar opiniões aqui no estado é a mesma coisa que falar de bicho-papão. Ninguém gosta de receber crítica por aqui. Falo porque quero contribuir. Falo porque sei que tem algo errado. Querem me calar de qualquer jeito. Não querem que o esquema venha à tona. Preferem, lógico, agir na surdina e não querem de jeito algum chamar a atenção. Vamos discutir mais, meu povo, vocês são os responsáveis pelo meu discurso. Vocês me alimentam. Parem de fazer merda que eu me calo!




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segunda-feira, 13 de julho de 2009

E AS HORAS...




tá vendo, meu irmão,
como é que você faz a barba todos os dias e não percebe?
Isso tudo é Matrix.
É tudo invenção de uma cabeça, precisa relaxar mais...






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ABSURDÓPOLIS E OUTROS ABSURDOS


Já temos a abertura do espetáculo! Que situação, meu povo, o tempo não pára. Cada dia que passa, a cada ensaio, nos conhecemos um pouco mais. Estamos orgulhosos da nossa empreitada. Nem sabemos se vocês gostarão do resultado do nosso processo, mas nós podemos garantir que já estamos em estado de euforia total. Internamente, conquistamos muitas vitórias com este espetáculo. Só pra citar uma delas, a possibilidade de ensaiar dois espetáculos ao mesmo tempo, sem que um interfira no outro, isso nos mostrou ser possível produzirmos mais, lógico, de forma planejada e sempre com o foco na qualidade. Pelo menos a nossa qualidade. O novo espetáculo da Cia. do Lavrado já deu as caras, já conseguimos ver a idéia em que piramos de montão. Pra ser ter uma idéia, já temos a abertura. Primeira vez que fizemos uma abertura depois do espetáculo já estar pronto. Mas tá ligado, tá tudo conectado. A dramaturgia também tá ali. É isso mesmo, dramaturgia. O espetáculo de DST/AIDS da Cia. do Lavrado é dramaturgia própria, mas esse espetáculo, pôxa, tem muito mais texto. O outro era na verdade um roteiro, que durante as improvisações viraram texto, quer dizer, o Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes também foi mais ou menos assim. Só que nesse nós discutimos bastante as idéias sugeridas, amadurecemos as mesmas em improvisações, gravamos as cenas e depois as transcrevemos e eu e a Grazi fizemos a finalização dos diálogos. Também é um processo novo dentro da Cia. do Lavrado. É isso, o que queria dizer é que percebemos, hoje, o intenso processo de investigação que vivenciamos desde 2005, com a fundação da Cia. do Lavrado. Estar em um grupo de teatro que procura, estuda, divide, investiga, questiona e solta o verbo é bom demais. É como se eu estivesse dentro de uma escola de teatro só que de forma homeopática, entende? Mas sempre com muita liberdade pra experimentar toda a minha imaginação. Vamos fazer mais teatro, meu povo!




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AUDITORIA JÁ NOS PONTOS DE CULTURA DO ESTADO DE RORAIMA!

Outro dia ouvi alguém dizer que será lançado edital para novos Pontos de Cultura no estado de Roraima. Já tava mais do que na hora. Tem muito trabalho interessante aqui no estado e que merece um Ponto de Cultura. Aprecio muito esta ação do Governo Federal, mas sabem como é, tem muita gente espertalhona por aí. E por aqui também. Não sei, hoje acordei com vontade de falar com o mundo. Cara, é o seguinte, a maioria dos Pontos de Cultura do estado de Roraima pertencem a Prefeitura Municipal de Boa Vista, sim, eles tem um Pontão, formado por dez Pontos. Não acontece nada. Não funciona. E isso já é notícia velha. Aliás, eu nunca vi nenhuma divulgação de nenhum trabalho dos Pontos de Cultura aqui do estado. Nenhum deles. Apesar do Ministério da Cultura pensar que a coisa funciona que é uma beleza...coitados, são sempre enganados e sabemos disso. A velha história pra inglês ver...Essas ações são interessantes, mas sempre penso que falta monitoramento contínuo. Não dá pra largar uma grana na mão de alguma instituição e depois abandonar a mesma, sem nenhuma auditoria, sei lá, monitoramento mesmo. A verba dos Pontos de Cultura é dinheiro público, não é? Então a sociedade também deveria fiscalizar. Quando eu era o Presidente da Federação de Teatro de Roraima cansei de sugerir visitas ao Ponto de Cultura que diz trabalhar com teatro aqui no estado, até oficina de capacitação a Cia. do Lavrado, de forma particular, ofereceu parceria. Nunca fomos convidados e sempre recebemos as desculpas mais lavadas. Pô, não querer fazer parceria com um grupo de teatro, quando dentro do seu ponto a ação principal está focada no teatro, tem alguma coisa errada nessa jogada. Bom, pensei nisso com muito carinho e cheguei a conclusão de que tudo é feito com tanto segredo, porque provavelmente a prática não condiz com o discurso. Meu, é moleza prepararmos um Power-point caprichado, cheio de estatísticas, porra, assim é fácil. Tomara que o novo edital, quando for lançado, seja mais rigoroso no monitoramento das ações dos novos Pontos. Faz favor, meu povo, vamos ficar de olho na parada!






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LEI DE INCENTIVO FISCAL

Demorou, mas consegui entender a Lei 318, que fala do incentivo fiscal aos projetos culturais do estado de Roraima. Perguntei para várias pessoas e ninguém soube me informar. Cheguei a um contador, gente boa pra caramba, que me explicou com a maior boa vontade todos os detalhes desta lei. Se procurarmos, encontramos gente disposta a nos ajudar. É só ter um pouco de paciência. Agora tá na hora de ir atrás do patrocínio. Tô mais seguro pra falar deste projeto, de lei, e o escambau. Mas vamos estreiar, mesmo sem patrocínio. Levaremos A Farsa do AdvogadoPathelin pra Porto Velho. Estamos com tudo em cima. Menos com a grana, mas isso nunca poderá ser um problema pra gente. Vamos em frente.






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SEM TEMPO PRA PERDER

Tô pilhado! Acordei assim hoje. Essa semana é a derradeira, na próxima eu viajo com a Cia. do Lavrado pra Porto Velho. Vamos levar dois espetáculos de teatro de rua e ainda estamos tentando dar uma esticadinha em Ariquemes, que também fica em Rondônia. Vamos tentar apresentar os dois espetáculos nas ruas de lá. Tem um grupo de teatro naquela cidade que já se ofereceu em nos apoiar. Temos amigos espalhados por este Brasil. Na sequência, entraremos em cartaz em Boa Vista. Estamos fazendo o nosso melhor e te digo que o processo tá muito cavernoso. Queremos muito presentear nosso público com dois trabalhos bem legais. A maioria das pessoas não tem a menor idéia do trabalho que dá ensair um espetáculo. Acho que por isso que existem os cortes nos salários dos artistas daqui. Pensam que não devemos ganhar bem pelo que fazemos. Uma puta de uma desvalorização, isso sim. Volta e meia recebemos visitas nos nossos ensaios. Já disse aqui que ele é aberto. Quem quiser mostrar a cara, pode aparecer que será bem recebido. Não temos segredos, certo? Temos consciência de que contribuimos para o processo de formação de platéia deste estado. E não é de hoje isso. Desde 2005 que as nossas ações são pensadas pra isso. Desde 2005 estamos nas ruas com nosso teatro. Hoje mais do que ontem. E quando vejo a empolgação de um outro grupo em nos receber em sua cidade, penso logo nos artistas locais. Engraçado, por aqui as pessoas não se empolgam muito com isso. Se precisarmos da ajuda de artistas de teatro aqui do estado, estamos ferrados. Conto nos dedos os que nos ajudarão. Existe uma torcida de incompetentes, frustrados e egoístas que não estão nem aí pra coletividade. Os caras torcem contra a gente. Agora me diz, se nós somos um grupo de teatro do estado de Roraima, que produzimos regularmente, não era pra ser ao contrário? A torcida deveria ser a nosso favor. É um povo muito medíocre, que tá mais interessado em preencher cargos públicos na cultura, em se favorecer puxando o saco de outros, falo dos que se ajoelham pra conseguir uma bocada melhor por aqui. É vergonhoso. Sei que esse meu discurso não ajuda em nada na mudança de comportamento dessas pessoas com relação a gente, mas cara, o negócio aqui tá feio. E caguei pra eles todos. Já disse que somos um grupo de teatro e não um grupo de evangélicos, católicos ou qualquer outra religião. Não esperem da gente nada do que não podemos corresponder. Somos seres humanos e imperfeitos. E artistas. Quer saber, vou estudar meus textos, que hoje tem ensaio e a chapa tá fervendo, meu amigo. Não tenho mais tempo pra perder com essa gente. Já me renderam dois posts. É a tal história do limão, caiu um na minha mão e eu já preparo logo uma limonada pra geral. Não tem cabimento eu querer beber tudo sozinho, não acham?






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SENSACIONALISMO

O sensacionalismo está sempre presente em nossas vidas. Na televisão encontramos muito disso. Os jornais, em sua maioria são sensacionalistas. Hoje, pela manhã, tava assistindo ao jornal de São Paulo, não lembro o nome, mas é bem cedo. Prenderam um motorista bêbado. Me parece que ele é quem se entregou na blitz, não entendi direito, assistia ao jornal, mas também fazia outras coisas pela casa. O fato é que mesmo o motorista bêbado, o jornalista fez questão de entrevistar o infrator. O cara, que tava bem torto, fez um puta de um desabafo na frente da câmera. Ele disse que era um cara sozinho. Foi a primeira coisa que ele disse e aquilo mexeu muito comigo. Percebi sinceridade na sua declaração, no duro. Em seguida, ele falou que tinha perdido o pai, perdido a mãe, os irmãos, que não tinha ninguém e que sentiu necessidade de sair pra conseguir alguma coisa. Lógico, que essa alguma coisa, pra mim, significou qualquer porra pra que ele pudesse arrancar de seu peito um pouco da maldita sensação de solidão que sentia. Bebeu demais. Veja bem, não quero passar a mão na cabeça dele, o cara tava errado mesmo, não é legal dirigir alcoolizado, mas a repórter nem ligou pro drama pessoal do indivíduo. Ela, na sua acadêmica saída, detonou o motorista completamente. Esculachou o cara com suas acusações sensacionalistas, sem ao menos perceber a individualidade daquela pessoa. É brabo, viu? Mas eu tô ligado. Eu entendi o que ele quis dizer. Solidão é foda! As vezes me sinto assim também e mesmo sendo casado, tendo uma pá de amigos e fazendo o que eu mais gosto de fazer, teatro. As pessoas tem a mania de não olhar ao redor. Tá todo mundo com pressa. Ninguém quer apurar nada. Há uma necessidade coletiva do instantêneo. E uma sede danada por desgraça, notícias ruins, fofocas... E a coisa piora quando o álcool ou outras drogas estão envolvidos. Todo mundo é cheio de moral. Todo mundo tem um monte de valores legais... porra nenhuma, todo mundo é sujo pra cacete. Não tem essa de perfeição, meu amigo, todo mundo faz muita bobagem. Só que tem algumas pessoas que se escondem atrás de seus discursos moralistas e aproveitam para detonar com os outros. Saca aquela do Capital Inicial, o que você faz, quando ninguém te vê fazendo, o que você queria fazer se ninguém pudesse te ver? Então, é isso. Todo mundo tem segredos.
Outro dia tava numa leitura em um teatro com uma amiga. Pintou uma barata e lógico, foi uma barata, um inseto nojento pra burro, não deu pra ignorar a caminhada dela pelo palco, muito menos quando veio em nossa direção. Provavelmente devo ter me agitado, falado alguma coisa, mas nada que atrapalhasse a leitura, e diga-se de passagem, eram dois amigos que estavam lendo. Mas eu estava com uma lata de cerveja nas mãos e isso foi o estopim pra no final da leitura neguinho me detonar e de quebra detonar minha amiga. Não ficamos até o final. Não estávamos afim. Não vimos nada que nos surpreendesse na leitura e já falei disso pra atriz que tava lendo. É direito nosso levantar do teatro e sair fora. É bem nessa hora, quando eu não tô por perto, que as pessoas tomam coragem de se manifestar contra mim. Papelão pro pessoal do SESC que endossou o maldito comentário de alguém da platéia, de que eu e minha amiga atrapalhamos o início da leitura. Vão julgar a ponte que partiu! Disseram que não estávamos em condições de assistir e que nem deveríamos ter entrado no teatro. Coisas de cidadezinha provinciana. Sacanagem, não é? Como dizia, puro sensacionalismo. A pessoa que fez o comentário, provavelmente nem entendeu o texto, nem sacou o que estava acontecendo, e nem prestou a atenção na leitura, mas foi rápida no seu julgamento. É assim mesmo. Tem uma coisa que eu aprendi e que me serve muito, só abro a boca quando tenho certeza do que tô dizendo, ou pelo menos, quando tenho argumentos pra sustentar as minhas afirmações. Eu tô sempre cheio de argumentos, mas nem sempre tô certo, é verdade, mas não calo a minha boca por nada. Falo o que penso e jamais me promovi as custas da desgraça dos outros. Mas aqui em Boa Vista tem muita gente assim. Muito urubu em cima de nossas carniças. Como diria o meu amigo Guilherme, personagem de A Farsa do Advogado Pathelin, - vou levando.









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sexta-feira, 10 de julho de 2009

NA ESTRADA NOVAMENTE


E já tá chegando a hora... faltam alguns dias pra viajarmos pra Porto Velho. Participaremos da II edição do Festival de Teatro de Rua Amazônia Encena na Rua. Somos muito gratos ao OIMAGINÁRIO por esta iniciativa. Ano passado participamos da primeira edição e foi maravilhoso. Amadurecemos muito com aquele evento. Ouvimos observações preciosas e acredito que o nosso último trabalho, Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes, sofreu muita influência de lá. Muito bom participar de um evento em que todos os artistas estão dispostos a contribuirem uns com os outros. Não encontramos aquela competição cabulosa, muito pelo contrário, fizemos alguns amigos em 2008. Estamos ansiosos, e o Chicão, que é o organizador, nos liga toda hora, só pra nos deixar mais angustiados. Nem terminamos os ensaios do primeiro espetáculo, e o outro que iremos levar, tivemos apenas uns três ensaios. A Farsa do Advogado Pathelin é remontagem. Outro elenco. Só eu e a Grazi do outro processo, sendo que só ela é que trabalhava como atriz, eu dirigia. Dessa vez continuo na direção, mas venho também como ator e ela faz dois personagens. Ainda temos o Renato Barbosa e o Renildo Araújo. Só gente do bem. Estamos todos bem otimistas e certos de que essa correria nos mostrará uma outra forma de trabalhar, acrescentará e muito para o nosso processo de trabalho. Um outro ritmo. Engraçado é que faz tempo que discutimos isso na Cia. do Lavrado. Precisamos produzir mais e com qualidade. Precisamos viajar mais. Dividir nosso trabalho com outros grupos, de outros estados e beber na fonte deles. Essa troca é fundamental e a vida já cobra da Cia. do Lavrado faz tempo essa circulação pelo Brasil. Já conseguimos compreender algumas questões e o crescimento nos exige maior agilidade nas resoluções dos problemas da vida. Vamos cair na estrada. Vamos nos conhecer um pouco mais.




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quarta-feira, 8 de julho de 2009

NOVA YORK É MUITO DISTANTE DAQUI

(Toca o telefone).
CARLOS – Logo agora... (Ele deixa entrar a secretária eletrônica, quando ouve a voz da Gilda, corre para atender).
SECRETÁRIA EM OFF – Aqui quem tá falando é o Carlos, no momento eu não posso atender. Deixe o seu recado após o Bip.
GILDA – Cacá sou eu... atende... tudo bem eu ligo mais tarde.
CARLOS – Alô...Alô, Gilda... não acredito... tava pensando em você... Já tá tudo pronto, você não vem?...(decepcionado) Sei... Tudo bem fica pra outra hora, me liga depois... Preciso muito te ver...
(Toca a campainha).
CARLOS – Não desliga que eu vou atender a porta... Não... Não desliga pôrra!
(Quando ele atende a porta é a Gilda com um celular na mão).
GILDA – Surpresa!
CARLOS – (Sem graça) Sua doida!
GILDA – (Manhosa) Minha paixão tava quase chorando é? Que gracinha.
CARLOS – Pôrra, Gilda, isto não se faz. Eu já tava passando mal aqui.
(Eles se abraçam, dão risadas e se beijam).
GILDA – Nossa Cacá, que mesa linda! O que deu em você? (em direção da cozinha) Huumm! Que cheiro ótimo. É a minha lasanha de carne?
CARLOS - Com molho branco como você adora.
GILDA – (Agarra ele e o beija) Como eu te adoro!
CARLOS – (rindo) Você sabe que dia é hoje, não sabe?
GILDA – Claro meu pingüim.
CARLOS – Não me chama assim que eu não gosto...
GILDA – Tá bom meu gostoso.
CARLOS – Isso, assim faz mais sentido.
GILDA – O meu gostoso acha que eu ia me esquecer? Hoje são 25. São quatro anos, quatro anos que eu sou a mulher mais feliz do mundo. E você acha que eu não iria desconfiar desse jantar?

(Eles dão risadas e namoram no sofá. Jazz).
GILDA – Huumm, você sempre me deixa faminta.
CARLOS – Então me devora, cachorra.
GILDA – Ah, não...espera... você sabe, quando eu tô com fome não dá mesmo.
CARLOS – (Ele vai se excitando com o que diz, até gritar)... Até parece, vai, eu adoro ser mordido, lambido, provado, mastigado por você. Eu fico louco quando me toca, perco completamente a razão. Minha vadia!
GILDA – Olha os vizinhos! Calma, tá quente aqui. Desse jeito o jantar vai virar café da manhã. Vamos Cacá, que eu tô morta de fome e o cheiro dessa lasanha tá vindo aqui.
CARLOS – (insiste) Por mim, a lasanha pode até estragar.
(Gilda resiste)
CARLOS - Mas se faz tanta questão, eu só tô mesmo com alguns amendoins no estômago desde ontem à noite.
GILDA – Pôrra, Cacá, você não toma jeito. Vai acabar pegando uma doença grave com essa pressão toda. O dia inteiro sem comer. Maluco!
CARLOS – (Bate três vezes na mesa) Não começa a me urubuzar! Que doença nada. Tirou isto de onde?
GILDA - Sei lá, você se alimenta mal, bebe pra caralho, fuma horrores, pôrra, desse jeito, você quer o quê? E sem falar na quantidade de pó e fumo que você coloca pra dentro toda noite.
CARLOS – (Incomodado com o discurso) Toda noite não! (Deboche) Olha só, eu não sabia que a minha artista plástica havia feito algum pacto com Cristo. Isso pode dar uma bela obra (ri).
GILDA – Não é isso.
CARLOS – Pôrra, é o que então? Até parece que você é uma santa. Eu nem preciso ir muito longe, fim de semana passado você tava muito louca! Já se esqueceu do banheiro da boate? Completamente sem noção... no banheiro dos homens!
GILDA – (Sem graça) É, mas, tá legal, Pessoa. Olha, finge que eu não disse nada. Quer saber? Morra, seu mal agradecido. Eu só tô preocupada com você, mas deixa pra lá, isso não tem importância mesmo. Deixa eu comer sossegada.
(Ficam em silêncio por um tempo).
CARLOS – (Seco) Desculpa. (ela não dá atenção).
CARLOS – (Acende um cigarro) Desculpa. Ei, tem alguém aí?
GILDA - Me deixa quieta, vai. E apaga esta merda que eu tô comendo. Nem pra comer você não larga esse vício? Essa porcaria parece a extensão do teu braço.
CARLOS – (Apaga o cigarro) Você ficou muito quieta.
GILDA – Eu sou assim mesmo. Já era pra você saber, afinal, são quatro anos e não quatro dias.
CARLOS – Que mudança repentina de humor...
GILDA – Claro, Pessoa, olha só pra esse quadro. Uma merda de preocupação com o outro gera logo essa discussão toda. Devia ser diferente. Amar é muito complicado, sabe. Eu às vezes acho que não vou conseguir. É muito ruim duvidar dos próprios sentimentos.
CARLOS – É, eu concordo com você.
GILDA – Tá vendo, essa hora era pra você me dizer outra coisa, sei lá, me dar esperanças, mas não, você previsivelmente concorda comigo. Vocês homens são todos iguais. É só olhar o manual.
CARLOS – Eu não te entendo. Me diz, o que é que eu não faço por você? Eu sou apaixonado por você, todo mundo sabe disso. Eu te amo loucamente! Se eu pudesse, ficaria o tempo todo ao seu lado.
GILDA – Ficaria mesmo?
CARLOS – Claro meu amor, você tem dúvidas disso? Não existe um dia em que eu não pense em você. Pôrra, Gilda, por que tá encanando agora? Não deixa essa crise se estabelecer, vem cá vai...
GILDA – Não, pera aí, Pessoa. Vamos conversar. Eu, eu tenho passado por vários problemas, você sabe. Minha vida profissional aqui no Brasil tá muito devagar. Eu já não tô agüentando, eu preciso produzir mais!
CARLOS – Não entendi “aqui no Brasil...” você queria que fosse aonde, afinal?(ri) Cai na real Gilda, você... (Ela corta).
GILDA – Deixa pra lá.
CARLOS – Não, olha pra cá. Enquanto eu estiver aqui nada vai te acontecer.
GILDA – Aí é que tá, até quando, em Pessoa? Me diz, até quando? Eu não posso ficar dependendo de homem nenhum pra pagar as minhas contas, eu não sou assim. Você conhece a minha história. Eu saí de casa com 19, me virei, morei em vagas, houve épocas em que eu fazia só uma refeição por dia e era feliz assim e sabe por quê? Eu fiz aquela escolha. Eu escolhi viver daquele jeito.
CARLOS – Eu sei, eu só tô tentando te ajudar.
GILDA – (Desesperada) Mas agora não tá sendo do meu jeito. Perdi o controle da situação, Pessoa. Eu tô preocupada. As coisas mudaram. Você quer me ajudar mesmo, em Pessoa? De verdade?
CARLOS – E você duvida disso?
GILDA – Então, vamos resolver logo a nossa situação. Vamos juntar os trapos logo, Cacá.
CARLOS - Lá vem você de novo com esse papo de casamento. Deixa como está.
GILDA – Eu não tô dizendo pra casarmos na Igreja, não é a nossa cara mesmo, mas vamos morar juntos. Vai ficar mais fácil para os dois. Vai ser apenas um aluguel, vamos poder dividir as contas, vai sobrar mais grana para o dia-a-dia, Cacá. A gente vai se ver mais, entende? Eu sei que não tá fácil pra você também.
CARLOS – Não me coloca nessa confusão!
GILDA – Mas é mesmo, tá enfurnado naquele antro de viciados. Um barzinho de merda, uma esquina maldita, um bando de artistas desempregados, que não sabem fazer outra coisa a não ser encher a cara todas as noites. Quando foi a última vez que encenaram uma peça sua? Você tá na maior merda, cara! Daqui a pouco o resto da tua grana vai acabar, grana que você só conseguiu juntar com seu trabalho, eu falo de teatro, que é o que você sabe fazer melhor, aí eu quero ver. Não tem mais ninguém montando os seus textos. Quero ver você viver com o contado do mês, meu pingüim.
CARLOS – (Furioso) Pingüim é a puta que te pariu! Eu não ligo pra essa merda de grana!!! Eu tô vivendo e isto me basta. Não se esqueça que essa comida que você tanto gosta quem botou na mesa fui eu. O “escritorzinho” aqui. Não me culpe pelo seu ressentimento profissional, pela sua incapacidade de progredir, de fazer acontecer. Faça a sua parte que a vida tá te gritando! E quer saber? Eu não vou morar junto pôrra nenhuma!
GILDA – (Se levanta, descontrolada) Pra mim chega! Eu vou embora.
CARLOS – Vai logo, é sempre assim mesmo. Quando a barra pesa para o teu lado, você me pega pra Cristo. Já me acostumei.
GILDA – (Grita) Eu não quero um homem acostumado! Eu vou embora Pessoa.
CARLOS – Tá esperando o quê? Se manda!
GILDA – Eu vou embora do Brasil...
(Ele ri)
GILDA – É isso mesmo que você ouviu, eu vou me mudar pra Nova York, Cacá.
CARLOS – O quê?
GILDA - Eu vou expor meus trabalhos na cidade mais importante do mundo.
CARLOS – O que é que você tá dizendo?
GILDA - O Marcos... fui convidada por ele. Vou ficar três anos lá.
CARLOS – Não acredito...
GILDA - Vou ter um ateliêr maior, vou ensinar na faculdade, os meus trabalhos vão ficar conhecidos, você vai ver. Eles tão me dando valor. Daqui a um mês eu viajo.
(Ele fica mudo).
GILDA – Você me ouviu? Eu ainda não aceitei, mas...

(Ele acende um cigarro, coloca um pouco de vodka no copo e vira. Enche o copo novamente. Põe “Dazed and Confused”, do Led Zeppelin e se larga nas almofadas. Ela pega a sua bolsa, vai até ele, passa a mão na sua cabeça, resiste, tira o copo da mão dele e vira a bebida em um só gole. Vai embora).









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YAMIX

Por Edgar Borges (www.edgarb.blogspot.com)

Começam dia 15 de julho e seguem até 15 de agosto as inscrições no II Yamix -Mostra Acadêmica de Expressões Artísticas do Meio Universitário de Roraima.
Artistas que estudem em qualquer universidade de Roraima podem inscrever suas produções nas categorias artes cênicas, visuais, audiovisual, literatura, música e dança.
A edição 2009 do Yamix será realizada no município de Pacaraima nos dias 9, 10 e 11 de outubro.
Neste ano também haverá um Festival de Outono de Música. Simultaneamente ao Yamix, alunos, professores e artistas locais debaterão o ensino das artes no Estado no II Fórum a Respeito da Formação em Arte de Roraima.

Informações: devair.fiorotti@pq.cnpq.br ou marlene@isnet.com.br











BRECHT



Vocês, artistas, que fazem teatro em grandes casas, sob a luz de sóis postiços, ante a platéia em silêncio, observem de vez em quando esse teatro que tem na rua o seu palco: cotidiano, multifacetário, inglório, mas tão vívido e terrestre, feito da vida em comum dos homens – esse teatro que tem na rua o seu palco. (…) Oxalá possam vocês, artistas maiores, imitadores exímios, não ficar nisso abaixo deles! Não se afastarem, por mais que se aperfeiçoem na arte, desse teatro que tem na rua o seu palco!
(Brecht, 2000, p.235).












terça-feira, 7 de julho de 2009

VANGUART

PARA ABRIR OS OLHOS
Eu devo ir nao há mais sentido
Nos resta se juntar
Quem sou eu já nao importa
Nem nunca importou
O que importa é o que te quebra em duas cidades
O que importa é o que te deixa tão transfuso
O que é a dor eu nao entendo mas sinto apertar
E leve o meu peito nas madrugadas quando estou a navegar
Faz 40 dias que estou no meu barco a vela
Não me sinto tão sozinho eu tenho meus amigos
Só aparecem quando eu bebo
Só aparecem quando eu bebo
Só aparecem quando eu não sou eu
E hoje eu não sou eu
O que importa é o que te faz rachar as velas
O que importa é o que te faz abrir os olhos de manhã
Já é de manhã
Já é de manhã
Já é de manhã
Adeus
Já é de manhã
A estrada espera
Já é de manhã.











segunda-feira, 6 de julho de 2009

CONTAGEM REGRESSIVA

Só de passagem por aqui... a coisa tá feia, minha gente, já foi confirmada a nossa viagem pra Porto Velho. Não tem mais como voltar atrás. Ensaiamos Absurdópolis, que nos Perdoe Aristófanes e A Farsa do Advogado Pathelin. Façam as suas apostas! Tem gente que duvida que iremos conseguir. Vamos lá, que não podemos perder mais tempo.
Conseguimos incluir na nossa viagem mais uma pessoa, convidamos a Marisa Bezerra, do Grupo Malandro é o Gato, ela tá por dentro das coisas. Tá afim de crescer. E o melhor de tudo, a Marisa costuma expor as suas opiniões. É bom demais nos relacionarmos com gente assim. Nada pra esconder. Sem o rabo preso. Quem sabe a Marisa volte de Porto Velho afim de fazer teatro de rua, afinal de contas, ela já fez em Brasília, em outros tempos. É o teatro de rua com tudo, minha gente! E pensar que resolvemos ir pras ruas justamente devido as péssimas condições do Teatro Carlos Gomes. Abençoado Carlos Gomes! Impossível de se apresentar qualquer coisa por lá. Tá perigoso. A Cia. do Lavrado connheceu as ruas por necessidade e hoje não queremos mais sair delas. Viva o teatro de rua!










sexta-feira, 3 de julho de 2009

58 PESSOAS ON-LINE NO WWW.CIADOLAVRADO.COM.BR


Depois de um ano de sua criação, o site da Cia. do Lavrado firma-se como uma importante ferramenta de divulgação de nossas ações teatrais. Desde a sua criação (2008), contamos até o momento com mais de 11.000 acessos, o que nos deixa muito felizes e cada vez mais motivados a mantermos nosso portal sempre atualizado. Hoje, pela manhã, tivemos 58 pessoas on-line. Apesar do pouco tempo de existência, essa é uma puta conquista pra gente e não poderíamos deixar de agradecer o seu acesso. Entre lá, temos vídeo de nosso ensaio de Homens, Santos e Desertores, de Mário Bortolotto, realizado no ano passado e que terá nova temporada no segundo semestre deste ano. Achamos importante colocar no ar esta parte de nosso processo de trabalho. Tudo para que vocês nos acompanhem por completo. É isso minha gente, não temos nada pra esconder de vocês. Estaremos sempre divulgando nossas ações e sempre procurando um meio eficiente pra estarmos mais perto de vocês.




Abração a todos!


















quinta-feira, 2 de julho de 2009

ENQUANTO ISSO EM ABSURDÓPOLIS...



o desespero é geral
quem nunca acreditou
quem muito falou mal
entrou na correria por mais um edital...