segunda-feira, 30 de novembro de 2009

BEM PRÓXIMOS DOS CINCO ANOS!


Adrya Mayara e Marcelo Perez
Foto: Tatiana Sodré


Ontem foi a última apresentação de Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes. A roda mais uma vez ficou lotada. A população em geral curte muito teatro, é uma pena que o poder público não se importe com isso, quero dizer, o poder público do estado de Roraima. É uma pena que o dinheiro, que é nosso, que é do povo, não chega nas nossas mãos. Mas em espírito natalino, vou deixar as críticas pro ano que vem, o importante mesmo é que ontem o público compareceu. Os amigos estavam lá. E a roda ficou lotada do início ao fim do espetáculo. Depois do espetáculo, ouvimos algumas críticas. É legal ouvirmos críticas sobre o nosso trabalho, sejam elas elogios, ou algumas sugestões, ou observações pertinentes que irão contribuir com o desenvolvimento artístico de todos nós. Sinto muita falta desse retorno. Nem sempre as pessoas estão afim de falar o que pensam, principalmente os artistas locais. Depois do espetáculo tava comentando na pizzaria que seria legal demais se pudéssemos debater a nossa contrução, o nosso processo de trabalho e o resultado daquele dia específico, pois não dá pra falarmos do todo, pois esse todo está sempre em intensa transformação. Eu sou muito tarado com esse negócio de teatro. Gosto de ficar falando toda hora, discutindo ideias, questionando e defendendo opiniões, eu fazia muito isso lá no Rio de Janeiro. O povo era tarado também pelo assunto e percebo o quanto eu cresci no meio daquelas discussões. Aqui é tudo mais complicado e pelo andar da carruagem, não vai mudar nunca!
Começamos o espetáculo às 20:40h, com a música de abertura, é o tempo certo pra que o povo perceba que tá rolando alguma coisa por ali e com isso, curiosos como são, acabam se aproximando e formando a roda. Com a roda formada, entram os ambulantes em cena, vendendo cargos públicos na saúde, educação, cultura, vendendo remédio superfaturado, licensas para incendiar o Lavrado, vendendo animais em extinção, enfim, começamos o espetáculo colocando o dedo na cara de todo mundo. É legal, pois muita gente ri, meio nervosa, outros tentam mudar de posição, é um puta de um incômodo. Não tem como não se identificar com o que falamos. Em seguida, entra Joana, a nossa Lisístrata do Lavrado, já entra revoltada com toda essa situação absurda, tudo muito parecido com o que vivemos aqui no estado, na região norte, sul, sudeste...enfim, o Brasil inteiro é um absurdo, não acham? E a peça continua, um a um vão chegando os outros personagens, e o clima é estabelecido. O público, ligado até o fim, não arredou o pé. Eu continuo achando que esse é o melhor termômetro da rua. Se não tiver legal, o povo se manda na hora. Foi divertido fazer. Estamos extremamente felizes com o ano de 2009, apesar de não termos grana, produzimos. Tem muita gente por aí que coloca dinheiro no bolso e não produz, a gente sabe como é, por isso e por dezenas de outras razões, o ano foi ótimo. Olha, a Cia. do Lavrado continua de pé, pagamos nossas contas, aluguel, internet, luz, site, apesar de toda a dificuldade que enfrentamos em fazer teatro em um estado que praticamente é ausente de incentivos pra quem produz cultura, produzimos um espetáculo com dinheiro do próprio bolso. Levamos ele pra Porto Velho, ganhamos mais um prêmio, o YAMIX, que mesmo com a ausência de alguns grupos locais, ganhamos sim, e comemoramos muito por isso. Conseguimos terminar nossa curta temporada, foram cinco apresentações, três em Boa Vista, uma em Pacaraima, fronteira com Venezuela e uma em Porto Velho, e um total estimado de mais de 2.500 pessoas. É isso, agora vamos descansar bastante em dezembro. Voltamos no início de janeiro com a corda toda, afinal de contas, em 2010 vamos comemorar cinco anos de existência e resistência!



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sábado, 28 de novembro de 2009

APENAS UM BLUES E UMA PAREDE PICHADA


FREEEu adoro isso aqui. Adoro o cheiro do spray, o barulho que ele faz quando eu o sacudo, o meu dedo dolorido de tanto apertar. Comecei a pichar muro com 15 anos. Primeiro pichei todo o meu quarto. Anos mais tarde, quando meu pai começou com a idéia de fazer meus quadros de bandeja passei a pichar os muros lá de casa. Adorava tomar café da manhã em família, só pra ouvir o coroa revoltado da vida. Ele pintava, e eu pichava. Era o maior barato. Tinha épocas que ele ficava vigiando pra tentar pegar o pichador. Eu sentia o maior prazer de chegar perto e perguntar – e aí, será que ele vem hoje? E então meu pai dizia, - se ele aparecer, eu o mato! Agressivo, não? Mas eu adorava. Uma vez, cheguei da escola e vi um quadro meu na lata de lixo da rua. Já tava todo manchado de cerveja. Só podia ser um recado, sabe, - aí, segue a tua obra. Apelou, Black. Fui no esconderijo das latas de tinta. Peguei dois sprays. Preto e vermelho sangue. Tava sozinha. Pichei todo o muro interno da casa. Fiz um monte de desenhos cheios de picas e bucetas, gente se pegando...
BLACK - Um Keith Haring desesperado vomitando todo o seu giz no buraco do metrô de NY...
FREE -... nem tanto, mas o suficiente pro meu pai quase bater o pino. Agora você entende porque eu não posso voltar mais pra lá? (faz referência ao desenho, mas Black não o vê) Tá vendo aqui? Eles acham que isso é maluquice! Quem são eles pra arriscarem definições de maluquice? Então quer dizer que louco é aquele que faz o que o outro é louco pra fazer e não faz? Sou louca sim, e daí?
(pausa)
BLACK (Black imita a sua mãe) Você é louca! Com essa idade, o que vão pensar da nossa família? Você estragou tudo! (pausa) Quando eu disse que tava grávida, minha mãe sentou a mão na minha cara.
(pausa. Free olha para a amiga).
FREEVocê não me disse isso.
BLACKNão queria que você ficasse preocupada. Ela insistia em saber quem era o pai. Repetia pra todo mundo em casa que eu precisava casar imediatamente. Meu pai sempre foi mais sossegado. Não sei o que era pior, as surras da minha mãe ou a ausência física, mesmo que violenta do meu pai. Foi interrogatório a noite toda. Os vizinhos apareceram lá em casa pra saber se estava tudo bem. Carniceiros... queriam arrancar a minha pele ainda viva, isso sim. Precisavam saber de todos os detalhes. Eu lá, no meio da sala. Sentada em uma cadeira com aquela platéia à minha frente. Minha mãe era a única que me rodeava, como um delegado desanimado de fim de carreira. Só ela não parava sossegada. Me rodeava e em seguida berrava querendo saber quem era o pai. E os vizinhos não saíam da porta de casa. Eu me descontrolei com todo aquela cena, corri pra janela e gritei pra todo mundo ouvir, - EU NÃO SOU MAIS VIRGEM! EU VOU TER UM FILHO SOLTEIRA! AGORA VOLTEM PRAS SUAS VIDAS MEDÍOCRES, SEUS FILHOS DA PUTA! Minha mãe me arrancou pelos cabelos e me colocou de volta na cadeira. Meu pai a chamou no canto e apenas sussurrou em seu ouvido. Ela resistiu, mas ele disse o nome dela uma única vez. Me colocaram pra dormir. Aí o resto da história você já conhece. Me tiraram da escola, não deixaram mais eu sair na rua sozinha, me proibiram até de usar o telefone lá de casa. Se não fosse você...
FREE Eu sabia que a barra tava pesada pra você, mas não sabia que rolava agressão física.
BLACK Mas agora já passou. E tem muito mais pra passar.
FREE O vinho tá acabando.
BLACK – E o nosso tempo também...





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VAMOS BRINCAR NA PRAÇA?

Hoje é o último dia de apresentação do espetáculo Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes. Texto meu e da Graziela Camilo. Esse é o meu primeiro texto escrito pra teatro de rua. Lembrei outro dia, que uma vez em São Paulo, em um encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua, o André, do Grupo Será O Benidito, quando anunciou que eu acabara de ganhar um prêmio de dramaturgia, falou pra todo mundo que eu prometi escrever meu próximo texto pra teatro de rua. Na verdade, ele é que me colocou nessa rabuda. Eu nem tinha pensado em escrever um texto pra rua. Acabou que escrevi. Não foi nem pensado, como já disse por aqui e no site da Cia. do Lavrado, o processo de montagem de Abusurdópolis pegou todo mundo desprevenido. Queríamos montar Lisístrata, de Aristófanes e quando nos tocamos, tava lá o texto escrito e completamente diferente do que havíamos planejado montar. Ficou bacana. Principalmente porque não planejamos tal situação. As coisas acontecem, sei lá, simplesmente acontecem. Quando eu não fico segurando a toalha, as coisas acontecem e sempre pra melhor. Minha vida sempre foi assim. Fazer teatro não era nenhum sonho de criança, entende? Fui ao ensaio de um grupo lá no SESC/Tijuca - RJ e acabei ficando. Não parei mais. Este mês vou encontrar alguns amigos da época de adolescência e cada um seguiu um caminho bem diferente do que eu podia imaginar. Planejar é muito bom, mas não posso pensar que é eficaz. Como disse antes, as coisas acontecem, simplesmente acontecem. Eu não me vejo fazendo outra coisa, quer dizer, até devo dar aulas de português ou literatura no futuro, pois estudo pra isso, mas o teatro vai estar sempre em minha vida. Não tem jeito. Tô louco pra chegar logo mais. Tô louco pra invadir a praça e brincar demais com meus amigos. Não tem idade, não tem hora, não tem porra nenhuma, se eu tô me divertindo, tô feliz. Acho que nasci pra isso, me divertir... Tem coisa melhor nessa vida? Digo isso, porque tem vezes que tento levar a vida muito a sério. E sempre me dou mal. Se eu tivesse moral o bastante pra mandar um conselho pra alguém, eu diria isso, divirta-se o máximo que puder! Seja feliz sempre!


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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

É COMPLETO?



- é daí que tão vendendo um gol?
- aqui mesmo, amigo...
- é completo?
- tem alarme, rádio, ar condicionado...
- mas é completo?
- meu amigo, a carroceria tá aqui, tem as quatro rodas, volante, motor, sei lá, mais completo que isso, só se eu colocar a Juliana Paes dentro dele, mas aí, eu acho que vai ficar mais caro...(cai a ligação).






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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ABSURDÓPOLIS, QUE NOS PERDOE ARISTÓFANES

Graziela Camilo e Adrya Mayara
Foto: Michele Saraiva

Por Edgar Borges


*Sábado teatral*

*Cia. do Lavrado encena Absurdópolis, que nos Perdoe Aristófanes*


O grupo teatral Cia. do Lavrado vai novamente à Praça das Águas neste sábado (28) para mostrar o conflito gerado por guerras por poder e greves de sexo na cidade de Absurdópolis. O espetáculo começará às 20h, com acesso aberto e gratuito a todas as idades.
Absurdópolis é uma peça baseada na obra Lisístrata, de Aristófanes, dramaturgo grego que nasceu em Atenas em 457 a.C. O texto original, criado em 411 a.C., abordava uma guerra entre diversas cidades-estado. O conflito foi solucionado após as mulheres aderirem a uma greve de sexo liderada por Lisístrata. A idéia inicial foi mantida pela Cia. do Lavrado, que montou um argumento utilizando referências contemporâneas tanto nas situações como nos nomes das personagens.

Durante a peça, líderes Mutu-Hutu roubam pedaços do Manto Imantado do Monte Invertido, fonte de poder e instrumento da paz. Com isso o Kauz toma conta de toda Absurdópolis. A ganância pelo poder gerado pelos pedaços do Manto Imantado provoca uma corrida intensa atrás de mais pedaços. Joana, uma mulher comum, resolve então encabeçar uma greve de sexo, no que é seguida por todas as mulheres do país. Joana decreta que a greve só acabará quando todos os pedaços roubados do Manto Imantado do Monte Invertido forem devolvidos. A grande questão da peça é descobrir se os pedaços serão devolvidos ao topo do Monte Invertido e se a paz será restabelecida em toda Absurdópolis.

O texto do espetáculo é de Graziela Camilo e Marcelo Perez, que dividem a direção com Renato Barbosa. Todos entram em cena durante a peça para contracenar com Adrya Mayara, Ivan Andrade e Renildo Araújo. A montagem tem apoio do Centro de Cidadania Nós Existimos.



Entre os personanges da peça estão a abnegada Teresa (Adrya), inspirada em Madre Teresa de Calcutá; Olga (Renildo), uma alusão à militante Olga Benário; e Marinho (Ivan), sobrenome de uma influente família brasileira na área das telecomunicações. Todos integram lados diferentes no conflito existente em Absurdópolis, uma cidade imaginária que tem um pouco de qualquer lugar conhecido pelo espectador que passar pela Praça das Águas neste sábado.

*SOBRE A CIA* - Este é o quarto espetáculo de rua montado pela Cia. do Lavrado desde 2005, ano de sua criação. No total, são oito peças encenadas e diversas premiações. *A Farsa do Advogado Pathelin* (2006) e *A Retrete ou A Latrina* (2008) ganharam o prêmio Myriam Muniz de Teatro, concedido pela Funarte (Fundação Nacional de Artes). *Homens, Santos e Desertores*, também de 2008, conquistou o primeiro lugar no Yamix – Mostra Universitária de
Artes, promovida pela Universidade Estadual de Roraima. Em outubro deste ano, a Cia. do Lavrado conquistou novamente o primeiro lugar no II Yamix ao encenar *Absurdópolis*. A mais recente vitória do grupo foi o prêmio Myriam Muniz de Teatro 2009. Para conhecer mais sobre o grupo, basta acessar http://www.ciadolavrado.com.br/ e/ou seguir a turma no www.twitter.com/ciadolavrado .


*CONTATO PARA ENTREVISTAS: MARCELO PEREZ (9138-9481)*


Edgar Borges (95) 9111 - 4001


msn: edborges5@hotmail.com


Leia e comente o blog Crônicas da Fronteira: www.edgarb.blogspot.com
Leia e comente o blog do Coletivo Arteliteratura Caimbé:
http://literaturacaimbe.blogspot.com/


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PRAÇA DAS ÁGUAS

Adrya Mayara e Graziela Camilo
Foto: Michele Saraiva


No próximo sábado, 28, a Cia. do Lavrado estará na Praça das Águas, às 20:30, com o espetáculo Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes. Será a nossa última apresentação em 2009. Montamos esse espetáculo com recursos próprios, metemos a mão na carteira mesmo!
Estamos orgulhosos com o processo de trabalho e com o que já conseguimos realizar com este projeto. Estivemos em Porto Velho, na II edição do Festival de Teatro de Rua Amazônia Encena na Rua, que foi uma ótima oportunidade para interagirmos com diversos grupos de teatro de rua da nossa região. Estivemos em Pacaraima, fronteira com a Venezuela, na II Mostra de Arte Universitária - YAMIX e esse espetáculo levou o primeiro lugar. Fizemos mais duas apresentações na Praça das Águas, em Boa Vista/RR e agora vamos encerrar nossas atividades no próximo sábado.
Este projeto foi aprovado no edital de fomento do estado de Roraima - 2009, já até saiu no Diário Oficial, mas o governo tá sem grana, pelo menos é o que sempre nos dizem quando entramos em contato para cobrar o que é nosso por direito. Vamos torcer para que até o fim do ano o dinheiro seja liberado, e em 2010 iremos correr outras 10 praças em Boa Vista.
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

TÔ DENTRO, COMPLETAMENTE...


nem chego perto de suas coxas
e os dias passam, baby
você inventa traições imaginárias
tô longe de seus berros e de seus... - foda-se!

neurose é distúrbio emocional
ausência de pica
é vera!
ansiedade é a característica principal

tem uns caras que falam
que pra depois não faz mal
maudade imperfeito funesto
longe de tuas pernas é prejudicial

tô dentro
tô certo
tô meio
all





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INTERTEXTO LIVRE DOS CRÍTICOS




hoje é terça-feira

o céu borrou a cor
e eu fui ...
de cara pra dentro da maior esperança ingênua
sem maldade nenhuma
sem concessões mesquinhas
só acredito na sua cara má
foro longe das belas ideias
intertextualizo o que nem sinto
nem mais minto, pois nem sei mais se estou indo


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EM BREVE, JÁ FUI!

dar um tempo na vida no extremo norte não foi uma ideia ruim. tem amigos que insistem em me questionar, - porra, tanta coisa por aqui, você? por que essa fuga, seu babaca? nem adianta falar pros caras que não tive escolha. tem decisões que nós tomamos conscientes, mas vir pra Boa Vista, foi algo impulsivo, eu sei. depois disso, eu costumo dizer que faz parte dessa engrenagem maluca, que as vezes não me dá a oportunidade de avaliar os riscos. não me arrependo de vir pra cima do país, não me arrependo de catar uma experiência melhor pra minha vida, mas devo admitir que já deu. tô com os dias contados por aqui. o que eu precisava absorver, já deu. percebo que por aqui, o desenvolvimento, as coisas vão de devagar pra bem devagar...cara, essa é uma terra pra quem tá afim de se acomodar. o sistema aqui te joga a pensar assim. os que se tocam de que tem outras chances, em outros lugares, se mandam. outro dia discuti com amigos na UFRR, alguns amigos estavam revoltados que tem muita gente que vem pra esse estado, estuda, faz especialização, mestrado, doutorado e depois... e depois de alguns anos, se mandam. os caras falaram que esse povo tava errado. eu questionei. porra, se aqui não tá bom, o que nos resta a fazer? aqueles que não querem entrar no esquema, contra-cheque, bico fechado, condições péssimas de trabalho, sem nenhuma chance de ir contra o esquema, o que resta? Se mandar e se pulverizar em qualquer cidade grande por esse Brasil imenso. não questiono esses. aprovo. tô nesse barco. depois de conseguir o que desejo, não vejo outra saída, senão, pular fora desse estado. é melhor viver pulverizado em uma cidade grande, do que ser um deslocado em um cidade minúscula, que tem um monte de pares vendidos e que nem percebem que o grande esforço que fazem não os levarão a canto algum. desabafo pela cultura. pelo teatro. contra os inúteis. contra os vendidos. contra os que querem que tudo continue da mesma merda que está. por enquanto, são planos, daqui a pouco, não sei... serão outros horizontes...vou nessa, capital, vou pra manter minhas crenças na boa. vou pra alimentar a ideia de que ainda posso fazer coisas boas. vou nessa, sempre em busca da tal felicidade.




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terça-feira, 24 de novembro de 2009

PEDAÇO DE TEXTO

(A cena acontece no salão do cassino. Tem uma mesa de cartas ao centro. Aércio coloca mais uísque em seu copo. Está à mesa. Guilherme tá sentado em um banco, diante de uma menina caída no chão. Ela está morta. PC anda de um lado para o outro. Tá desesperado. Visivelmente alcoolizado. A cena toda é punk. Música punk).

Guilherme – (grita) Desliga essa merda!
Aércio – Fala baixo, porra!
Guilherme – Baixo é o cacete! Como é que vocês querem que eu me concentre com esse espôrro?
PC – Fudeu, cara! Fudeu! Se eu desligar vai todo mundo ouvir a nossa respiração. E agora, mano? Eu disse que ia dar merda. Eu falei que ia babar. Mas não, eu tô sempre errado...
Guilherme – Vai se fuder, cara! Isso aqui é culpa tua. Tamo assim por sua culpa!
PC – Tá vendo? Eu sabia que esse babaca ia me botar no fogo. Sedutor de menores...(parte pra cima de Guilherme. É apartado por Aércio) Vou te quebrar todo, seu escroto! Me larga, Aércio! Me larga que eu vou matar esse puto!
Guilherme – Vem, seu viado. Tu é um tremendo de um cagão. Reclamou tanto que não ia dar certo. É lógico que tinha que acontecer alguma merda. A vadia tá morta! E a culpa é tua.
Aércio – Pega leve, Guilherme. O barco é o mesmo pros três. E vocês também são foda! Tem um presunto aqui na sala. Sacaram?

(os três olham para a menina. Pausa. A música pára).

PC – Eu falei do viadinho do Fidélis, foi aquele filho da puta do sargento Fidélis. Ele caguetou nós. Meu, eu disse que com os alemão o tratamento era diferenciado. Quem tá dentro de puteiro quer mais é fuder!
Aércio – Legal, PC, mas agora a gente é que tá bem fudido. Vamos manter a cabeça no lugar. (Dá a garrafa pra ele) Entorna, vai. Segura um pouco a onda. Tua cara tá caguetando legal.
Guilherme – Você viu a cara dela? Apanhou pra caralho. Se eu pego esse filho da puta, eu arranco as bolas dele. Pode crer. Faço ele mastigar as suas próprias bolas. (pausa) Vi isso num filme. O cara tava de cara com o estuprador de sua filha. Pegou um cabo de vassoura e enfiou no rabo dele. Depois deu um bico no cabo, sabe, pra enterrar melhor (gargalha). Judiou mesmo. É isso. Se eu encontro esse cara, eu judio mesmo!
Aércio – Acho que tu também precisa de um gole. Passa pra ele, PC. O cara tá em choque. (PC passa a garrafa. Pausa. Os três não tiram os olhos da menina).
PC – Aí, gostei do teu discurso, mas não me comoveu. Cara, você fala como se fosse diferente do viado que fez isso com a Pink. Se liga irmão, tu colocou a vadia aqui. Foi tu que prometeu um monte de abobrinha pra essa criança. Se ela tá aqui no chão, a culpa é tua. Eu não, eu sempre disse que essa porra ia melar. Mas eu sou o desequilibrado, não é? Sou o cara que cria confusão com todo mundo. Agora, foda-se! Vamos chamar logo a polícia e botar pra dentro. Que se foda! Vamos assumir logo!
Aércio – Tu ficou louco? Ela deve ter uns 16! Vai passar o resto da tua vida na cadeia. E quer saber? Com essa cara e com esse crime, vai dar o cú todos os dias. Vão fazer fila.
Guilherme – Deixa ele, Aércio, faz o seguinte, PC, deixa a gente sair e depois liga pros alemão. Coloca nós fora dessa. Aí, Aércio, vamos rapa a grana do banco. O cofre tá abarrotado também. Esse malandro não vai precisar de dinheiro mesmo. Dá pra gente ficar fora pelo menos uns dez anos, até a poeira abaixar. O que acha? Vamos pro interior. Essas minas daqui, a maioria são de lá. Ao invés delas virem pra cidade grande, vamos montar uma conexão por lá. Ninguém vai nos achar. Depois agente monta outro cassino e dessa vez, sem putinha de menor. Conexão Amazônica diversões e entretenimentos ltda. Legião Urbana, lembra, o que acha?
Aércio – (pensativo) É uma.
PC – É uma é o caralho! Vocês não vão me deixar nessa roubada não! Eu também tô nessa. E essa grana também é minha, se esqueceram?
Aércio – (tira uma pistola debaixo da roupa e a põe na mesa) Então é o seguinte, deixa de viadagem e cala a boca! Agora, o que a gente precisa mesmo é resolver essa parada. Bom, fugir eu não acho que seja uma boa. Cara, o cassino tá du caralho. E tamo cheio de puta. O lance é colocar as de menor pra correr e abafar o caso. Isso aqui é uma mina de ouro.
Guilherme – Mas de que jeito? Teve testemunha.
PC – Testemunhas?
Guilherme – Isso mesmo, algumas pessoas viram a menina e além do mais, a gente não devia ter tirado o corpo lá do quarto. O povo viu a gente carregando o cadáver. Cara, se eu vejo uma cena dessas, tu acha que eu vou pensar o quê?
PC – A gente pode dizer que a vadia tava bebaça. Isso é normal por aqui.
Aércio – Tá legal. Mas a Betânia viu que ela tava morta. E ainda saiu comentando pelo salão.
Guilherme – Por isso que o povo começou a vazar.
Aércio – A safada bateu com a língua nos dentes.
PC – Vamos matar a Betânia?!
(pausa)
PC – (grita) Vão se fuder! O que vocês querem? Que um santo baixe aqui na terra e carregue o corpo dessa infeliz? A piranha tá morta! Morta! O negócio é o seguinte, vamos cortar o corpo da vadia, ela é baixinha, são poucos pedaços e depois jogamos tudo dentro do rio pra alimentar os peixes.
Guilherme – Só porque ela é pequena você acha que são poucos pedaços? Seu escroto, ela tem os mesmos pedaços de uma mulher mais velha, adulta.
PC – Mas olha o tamanho do braço dela (segura o cadáver), você acha que a Junkie, que é o maior poste, o maior vara pau, tem os mesmos pedaços que ela? Vai se fuder! Vamos fazer o seguinte, a gente esquarteja a Junkie e a Pink. Separamos duas malas iguais e aí é só casar a grana. Quero só ver se não vai sobrar pedaços da Junkie pra guardar na mala. Tu é um merda mesmo!
Aércio – Merda são vocês dois! (aponta pra menor morta) Olha o problema aí. E vocês discutindo de que jeito vão colocar os pedaços das vadias dentro de uma mala... Caralho! Apostar? E a Junkie, o que tem a ver com isso? Ela não tava nem aqui.
PC – Foda-se! Acabou de entrar na história. Quero resolver a parada com esse mané. Pera lá, tudo que eu digo ele desdiz?
Guilherme – Isso mesmo, agora a viciada vai morrer. Vou enfiar ela todinha dentro da mala, tu vai ver...
Aércio – Então porque não colocamos a Betânia? Ela é grandona também. E foi ela que deu todo o serviço.
(pausa).
PC – Beleza. Eu topo. A Betânia serve.
Guilherme – É mesmo. Vamos retalhar essa piranha. Ninguém tá comendo ela mesmo. Isso aqui não é negócio pra ficar dando prejuízo. Não tem essa de - não ganhei hoje. A casa sempre ganha, esse é o nosso lema.
Aércio – Tá legal. Agora vamos nos livrar desse corpo. Trás a mala PC. Depois a gente dá um fim na Betânia. Guilherme, pega o terçado. Eu vou estender um plástico no chão. Não pode ficar nenhum vestígio dessa vadia por aqui. Nós nunca a vimos. Entenderam? E a partir de hoje não entra mais de menor nessa casa. Certo?
(Cada um vai para um lado. Black-out. Pausa. A campainha toca. Guilherme vai atender. É uma menina linda. Tem uma mochila nas costas).
Estrela – Oi.
Guilherme – (dá uma comida com o olhar) Oi. Quer falar com quem?
Estrela – É que me falaram que aqui... que aqui vocês recebem algumas meninas pra dar um tempo...
Guilherme – Sei.
Estrela – Olha, eu cheguei ontem do interior e...não dormi nadinha ainda...tô precisando de um banho. Qual é o esquema? Deixa eu ficar, vai? É só por uns tempos, só até eu entrar pra faculdade.
Guilherme – Qual tua idade, princesa?
Estrela – 17.
(Guilherme acena com a cabeça. Ela entra. Ele sai, tira um terçado da cintura e dá uma olhada na rua. Apenas uma conferida. Volta pra casa. Black out.).





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VIDA DE MAGNATA

"ahhh...isso não tem nada a ver com amor
Esse sacana devia tá era satisfeito
Mas ele derruba tudo que ele mesmo constrói
Ele fica perdido no dia a dia
O dia a dia tá perdido no tempo
E o tempo já se perdeu no incompreensível"

Eu não consto na lista de nenhum filha da puta
Que convida a história pra comemorar
Exuberantemente imundo o seu mundo
Chique pra caralho
Eu nunca vou me igualar

Vida de magnata
Mordomia e mesa farta
Futilidade que alimenta a desgraça
Enquanto o povo se mata

Vida de magnata
Mordomia e mesa farta
Futilidade que alimenta a desgraça
Enquanto o povo se mata
Yeah!!

Vítima do próprio mau agouro
O socielight já não tem pra quem pedir socorro
Do jeito que as coisas tão
Na velocidade que as coisas vão
O sonho e a realidade agora não passam de sua ilusão
Realidade nua e crua diferente da sua
Aqui só sobrevive quem é cria da rua

Eu não consigo conter o ódio q fode em mim
O mundo criou mas não forçaram em mim
A sociedade prega o bem mas alimenta o mal
Eu sei disso muito bem
Eu anarquizo geral

Lixo...bem perto, eu como bicho...bem perto
Eu como lixo e o lixo são vocês
Grito o que expressa o que eu sinto
Que agulça o meu ódio que eu sinto por vocês

Vida de magnata
Mordomia e mesa farta
Futilidade que alimenta a desgraça
Enquanto o povo se mata

Vida de magnata
Mordomia e mesa farta
Futilidade que alimenta a desgraça
Enquanto o povo se mata
Yeah!!

Vítima do próprio mau agouro
O socielight já não tem pra quem pedir socorro
Do jeito que as coisas tão
Na velocidade que as coisas vão
O sonho e a realidade agora não passam de sua ilusão
Realidade nua e crua diferente da sua
Aqui só sobrevive quem é cria da rua

Não faça nada de errado deixe tudo pra mim
Eu sobrevôo sobre a morte como abutre sim
Somos migalhas, eu e você
Somos a porra e que se fodam todos eles

Vida de magnata
Vida de magnata
Vida de magnata
Vida de magnata

Enquanto o povo se mata!!!
Yeah!!!!!


Chorão/João Gordo








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NA ÍNTEGRA

666 anos de tártaro maldito
Skate for the devil

Cuspindo regras na minha cara, eu vomito em etiqueta
Sociedade de consumo, desigualdade social
Chega de fingir sem saber pra onde ir
Tentem acordar desse sonho pessoal

Que espécie de vermes são vocês? (4x)

Mande seu convite para casa do caralho
Eu não quero que me paguem
Eu não vou em festa de otário
Sociedadezinha cabecinha do caralho
Equivocados, convictos
Em estado pleno e imaginário

Whoooooooooooooooooooooooooo

O que que adianta ter dinheiro e ser um puta pau-no-cú
Ostentar tanta riqueza nesse jogo de ilusão!
Trabalhe para ganhar e, viva para gastar e
Mas saiba que um dia isso tudo vai acabar...

Que espécie de vermes são vocês? (4x)

Mande seu convite para casa do caralho
Eu não quero que me paguem
Eu não vou em festa de otário
Sociedadezinha cabecinha do caralho
Equivocados, convictos
Em estado pleno e imaginário

Whoooooooooooooooooooooooooo

A paranóia é muito grande e não te deixa mais horrível
O paraíso foi pro inferno e também todo o poder

Charlie Brown








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FODA-SE OS CDF'S!

tem um povo na UFRR que vive na disputa. tem gente quem entrou comigo e já vai se formar. e daí? essa foi a proposta, não foi ? cara, cada um tem o seu ritmo, cada um tem a sua vida, cada um sabe o que é melhor pra si. penso assim. não pude me formar no tempo esperado pelos que entraram comigo, mas tenho ótimas justificativas pra isso. tem gente lá que só estuda. eu estudo, trabalho, e invento um monte porra pra me complicar, certo? além do mais, discordo com a metodologia de alguns professores, não que isso seja grave e nem tô dizendo que não gosto deles e que eles não tem competência, simplesmente discordo de alguns. esse povo que tá se formando, na boa, não escrevem uma linha de nada que não seja acadêmico. eu tô o tempo todo direto na literatura, na escrita diária e na labuta gratuita de combinar palavras, ideias e sensações diversas. já até ganhei grana por isso. várias vezes. mas o povo cagou pra isso, não é? o lance é a produção acadêmica. sei que isso não vale nada, mas me ocupa um tempo desgraçado. olha, não sou melhor do que ninguém, mas acredito que o que tenho produzido no período que estudo ou no tempo que mato minhas aulas, vale muito mais do que qualquer prova na universidade. principalmente as de Literatura. sei que não conta pontos pra minha aprovação, mas o lance é esse mesmo, não tô nem um pouco interessado nos meus pontos universitários, me ligo mesmo no que consigo avançar com todo o conhecimento adquirido por lá. tem gente que só tá ligada na nota, no passar do semestre, eu não, preciso levar muito mais do que isso em toda a minha vida. foda-se os cdf's. caguei pra eles também. foda-se pros que acham que somos uma sociedade de cdf's. somos muito mais do que máquinas programadas pra estudar e tirar a melhor nota. o processo de educação do nosso país é um equívoco. e os professores que não aceitam os nossos questionamentos comemoram com as nossas ideologias. e os alunos cachorrinhos acompanham o ritmo. essa é a formação dos professores do nosso país. tamo fudido, não acha?



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CAGUEI!

vai que essa porra acaba daqui a pouco? falei assim pro meu amigo, não sei, tem horas que eu fico sem neuroze...com o s ou com z, o fato é que não ligo pro que já foi. independe da gramática normativa, caguei pra essa porra. penso que muitos acham que são tudo. e poucos se tocam que a vida não é nada. tá tudo por um triz... entendeu? com z ou com s, que se foda! estamos no fim. sempre. hoje eu recebi uma notícia cabulosa. uma amiga de um amigo tentou o suicídio. cara, não tem nenhuma glória nisso, certo? falei isso pra ele e o cara ficou puto, - porra, cara, tu não liga pra nada mesmo? -que isso, irmão, esse negócio de suicídio, só é grave quando colecionamos óbitos, não acha? fora isso, são só tentativas pra chamar a atenção. meu amigo foi embora sem outras palavras. foda-se! caguei pros que tentaram e não conseguiram. em tudo!



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NÃO DÁ PRA DAR IDEIA PRA QUALQUER UM

(NA PORTA DO ESCRITÓRIO DE UM ADVOGADO QUALQUER)

Mulher pergunta pra um cliente distraído...

- é foda, cara, tô com um processo nesse advogado, e te confesso que tô super dura.
- sei, aguarde um pouco que ele deve chegar logo.
- Vou te falar, a vida é uma puta de uma piranha, sabe? Faz dois meses que não pago o meu aluguel. Tô dura, sem nenhum trabalho...você acha que eles já podem me despejar?
- não sei, acho que só com seis meses, sei lá...espera o advogado, ele é que sabe desses lances de direito.
- Então, me mudei de Boa Vista pra Manaus, faz uns três meses...fui demitida de uma rede de televisão, assim, do nada. Os caras me substituiram por uma gatinha cheia de graça...é mole?
- (dá uma sacada nela e até concorda no seu pensamento) olha, eles são foda, sacou? Mandam e desmandam. Não dá pra negociar. É o sistema.
- é, mas eu não tive culpa, não fiz nada de errado. Eles romperam com o meu contrato.
- legal, fala com o advogado, que talvez ele resolva...
- não, você acha que eles estão certos?
- eu não disse isso...
- mas pareceu...
- nada disso, olha, tô sem autoridade no assunto. Veja o que vai rolar...
- você é igual aos outros...
- que isso...eu só não quero me meter numa parada que não me diz respeito...
- igualzinho aos caras...
- pera aí, não vai me culpar pelo seu dia desgraçado, não é?
- desgraçado é você! Agora só me faltava essa, um cara que eu nunca vi na vida me dizer que eu tô desgraçada...
- e não tá? Olha, eu não quero me meter, mas se você foi embora e se acha enjustiçada, coloca os caras no pau!
- faz meses que não pago o meu aluguel, ontem, pegaram o meu carro, e agora eu, sei lá, acho que vou fugir pra São Paulo!
- Beleza, acho que você já tomou uma decisão sensata...
- Então você acha que eu devo fugir?
- (desviando a conversa) é...
- Seu covarde!
- Não! Não foi isso que eu disse, mas você falou que já tinha um plano de evacuação...
- Só me faltava essa, você quer que eu fuja, sem nem deixar meu endereço? Você é um filho da puta mesmo!
- que isso, mulher, apenas concordei com você...
- então é assim, você concorda e decide a minha vida? Seu canalha!!!
- pode parar com essa palhaçada, eu não sou canalha, não decidi porra nenhuma, e tô pouco me lixando pro que vai acontecer com você!
- é isso, eu sabia, você não tá nem aí.... é um puto igual aos outros... deve tá de conchavo com aqueles cretinos!
- pára com isso, nem sei quem você é! Te conheci agora e você já vem me acusando...
- porra nenhuma, agora quer botar o galho dentro? Nada disso, vou te processar, seu escroto, vai descriminar na puta que te pariu!
- tu é maluca?
- fudeu cara, isso é ofensa, você acabou de me chamar de maluca, tá fudido, vou te ferrar legal! (grita) Eu quero os meus direitos! (o policial se aproxima, provavelmente é amigo dela) Eu quero os meus direitos! Esse paspalho aqui, acabou de me discriminar. Só por que eu tô dura? Não, vai ter que pagar, seu preconceituoso!
(policial) - meu filho, não adianta, ou bota a verba na cara ou então vai passar a noite só na vara! Soldado, leva esse babaca!
- mas eu não fiz nada!
- Esse é o seu crime, seu otário...você não fez nada...vamos lá, soldado, pode levar o cidadão!
- vara nele, pelotão!
(detonam o cara)
- porra, capitão, o cara parecia vítima.
- todos parecem, soldado, todos parecem...




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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

QUE ESPÉCIE DE VERMES SÃO VOCÊS?



666 anos de tártaro maldito
skate for the devil

cuspindo regras na minha cara
eu vomito em etiquetas
sociedade de consumo
desigualdade social
chega de fingir
sem saber pra onde ir
tente acordar
desse sonho pessoal


que espécie de vermes são vocês?

Charlie Brown




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TOTALMENTE POSSÍVEL

Esse papo de fim do mundo me parece sempre conversa pra boi dormir. Tava vendo no History Chanel, que existe uma previsão, dentro do calendário Maia, que o fim do mundo tem seus dias contados até o dia 21/12/2012. Cara, se isso for verdade, tô ferrado, sério! Tô afim de ter um filho, ou uma filha, já pensou? Vou ajudar a parir alguém que vai presenciar o fim dos tempos. Isso se eu morrer antes, pois do contrário, eu também posso ser testemunha de tal fato. O legal é que esses programas são ótimos. Convincentes. Depois de assistir a uns três seguidos sobre o mesmo tema me dá vontade de ficar em casa. Sei lá, mato o trabalho, não vou estudar e compro uma grade de cerveja. Fico lá fora, de bobeira, apenas esperando. Só no banho de mangueira esperando o final dos tempos. Que não chega, claro! Sei que tá previsto pra uns três anos depois, mas vamos lá, se já tá tão convicente assim, por que não dar uma trégua na rotina e fazer um exame de consciência, e não sei, ver se já deu? Esquisito, não é? Sensação estranha pra quem se impressiona facilmente. Confesso que vou continuar a tocar minha vida como sempre, mas sempre com aquela sensação de foda-se, vai tudo acabar mesmo! Vai ver o mundo tá esse poço de individualismo por isso. O povo já sabe que não tem volta e cada um quer cada vez mais. Pra si. Louco, não é? Mas totalmente possível...




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VAMOS DE FRANGO, LULA!

A vida é isso aí. Chegar em casa e preparar o almoço de amanhã. Um frango delicioso, com um arroz abarrotado de alho, farofa carioca e uma maionese incrementada. Não tenho o que reclamar. Realmente a vida é isso aí. O ano caminha pro seu fim. Quem conseguiu êxito, ótimo. Quem não conseguiu, ano que vem as coisas mudam. Sempre mudam. Esse ano não foi maravilhoso, do ponto de vista financeiro, com relação à Cia. do Lavrado, mas vamos levando e criando novas oportunidades. O ano de 2010 vai ser esquisito. Ano de eleição. E você sabe, o povo passa a mão na cabeça. Vamos aproveitar e tirar o melhor pra gente. É isso, vou jantar. Nem faço isso diariamente, costumo lanchar, mas tô preparando esse rango. E não vou perder a oportunidade de mandar pra dentro essa refeição maravilhosa. Viva o frango! Que praticamente faz parte da minha família. Acho que de quase todos os brasileiros. Vamos lá...
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VAMOS LÁ...

não corremos mais os mesmos riscos, baby
hoje somos mais que filhos
e até entendemos um pouco mais os nossos pais
incrível, não acha?

a roda gira de verdade
apesar de ficarmos grudados em algumas reentrâncias
somos libertos
sem causas eleitas pela unanimidade

somos incertos libertinos registrados no RG
somos o tudo
vivemos à sombra do nada
somos opostos ligados a mais de 220






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REFERÊNCIAS

Sou um cara muito nostálgico. Talvez seja porque moro bem longe de minha terra natal. Tenho amigos aqui, mas nunca me senti em casa. Sempre fico com a sensação de que não me querem por aqui, saca? É verdade. Se eu for falar da turma que comunga com a cultura, piora e muito. O povo não gosta de quem não é daqui, principalmente se você se sobressair de algum jeito. Pura bobagem, se eu estou aqui, e enquanto eu estiver aqui, vou fazer de tudo pra esse lugar ser o melhor pra eu viver. E vou contribuir. Mas o preconceito é forte. Tanto é que meu grupo de teatro não tem chegada com os outros grupos. Somos isolados, quer dizer, fomos isolados. Tudo certo. O passado nunca desaparece, não é mesmo? Imagine se não nos lambrássemos mais dos dias anteriores. Que merda, certo? Ainda bem que temos passado. E lembramos dele a todo momento. Que alívio! Somos fruto do nosso passado. Isso é certo. Posso estar em Boa Vista ou na Groelândia, o que importa é que tenho referências passadas. O pior mesmo é quem apagou suas referências...tá na merda, meu caro. Vai continuar sempre na busca infinita de se acomodar. O eterno se ajeitar...Tô fora. Tô mais do que ajeitado. Coleciono algumas decepções, mas nada que me tire o sono tranquilo.




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E FALANDO EM CAZUZA...



minha cabeça é pequena e pesada
como uma pedra
(principalmente em manhãs de ressaca)
eu sou uma pessoa comum
que sofre por coisas comuns
como qualquer caixa da Casa Sendas
que nunca pensou na morte
que acredita um dia poder ser feliz
materialmente
sonhos novos
amigos antigos
vodca.
pra temperar, gargalhadas gostosas
acrescentar pequenos momentos de silêncio
movimentos sérios de mão
esperar o troco
É isso aí. Me lembro dos meus amigos com o maior carinho possível de se imaginar. Estão tatuados em minha alma. E as letras de Cazuza sempre me levam pras bandas da década de 80. Agora é só esperar.



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SOU TODO SAUDADES

Ontem recebi uma ligação de um amigão. Parceiro da época de adolescência. Não tenho como falar de minha vida sem falar dele e de outro parceiro que também comungava conosco. A distância é foda de ingrata, mas o sentimento atravessa qualquer tempo, não é mesmo? Por causa desse amigo, resolvi folhear o livro do Cazuza, era da nossa época. O Cazuza dos tempos do Barão. Vimos o Barão Vermelho desde o começo, muitos shows, muita piração, muito Circo Voador. Hoje estamos comportados. Familiarizados. Outro dia eu falei pra minha esposa que ninguém muda. Ela discordou na hora, - Como não? Acredito que somos os mesmos...ninguém muda, sabe? Fazemos outras escolhas. Só isso. Mas a essência é a mesma, entendeu? Optamos por outros caminhos, mas as nossas decisões atuais estão recheadas de motivações ligadas aos contextos passados, sei lá, é o que penso. Estou louco pra chegar no Rio e dar um puta de um abraço e vários beijos nos meus amigos. É isso. Hoje eu sou todo saudades.




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E MUITA RESISTÊNCIA!


FOTO: Michele Saraiva

Ontem saiu a suplência dos editais da FUNARTE. A Cia. do Lavrado entrou no Prêmio Myriam Muniz de Teatro, o que é uma notícia ótima, pois este ano não conseguimos muita verba pra desenvolvermos nossos projetos. Levamos pras ruas Absurdópolis, que nos perdoe Aristófanes com dinheiro do nosso bolso. Este projeto foi até aprovado no Edital de Fomento do Estado de Roraima, mas a verba ainda não saiu. Aguardamos a grana desde a metade do ano e até agora nada. Quando lançaram esse edital até pensamos que as coisas por aqui poderiam mudar, mas foi pura ilusão. Vamos ver se no ano que vem, que é ano de eleição eles soltam essa grana. Voltando à FUNARTE, esse prêmio é pra circularmos com A Farsa do Advogado Pathelin, projeto que foi premiado pela FUNARTE em 2006, para a montagem, e só agora é que vamos circular com ele pelo estado. Vamos fazer os 15 municípios do estado de Roraima. Notícia muito boa, pois em 2010 iremos comemorar cinco anos de existência. E muita resistência!






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domingo, 8 de novembro de 2009

NOSTALGIA AOS EXTREMOS

Tô viajando pro Rio de Janeiro em dezembro. Nem comprei passagem de volta, mas eu volto. Tô muito afim de encontrar algumas pessoas, dar uma olhada no meu passado. Vai ser demais! Tem muita gente que eu saí de lá sem muitos afetos, mas depois do orkut, a aproximação foi inevitável. Aproximação virtual, mas tranquila dentro dos diálogos trocados. Quero muito ver algumas pessoas do bairro de Bonsucesso, bairro que nasci e fui criado lá no Rio. Fiquei até os 19 anos e depois me mandei pra Vila Isabel, berço do samba! Me mudei de lá com 19 anos e com certeza amigos mesmo só deixei por lá. Mesmo não mantendo contato, mas acredito que o tempo de convivência já nos habilita a considerar alguns como amigos. É isso. Tô muito feliz com essa possibilidade e já tô preparando meu roteiro de férias. Vou aproveitar de tudo e até mesmo já falei pra minha esposa que vou tirar um ou dois dias pra vender sandwiche natural na Praia de Copacabana. Ela debochou de mim. Mas cara, quero vivenciar isso de novo. Tô numa fase de voltar as origens. De fazer coisas que já não faço faz tempo, como andar de bicicleta pela cidade e deixando o carro em casa, de vender sanduba na Praia mesmo. Tô muito afim disso. E vou vender pra caralho, vocês vão ver! Depois conto mais um pouco... Esse é o momento do pulo do gato! Tô nessa, mané! Chega de chorar pelo leite derramado. A vida passa. Não tem jeito mesmo...quem tá carimbado pra cair e levantar a toda hora, já perdeu o direito de reclamar das más fases. É isso mesmo. Sempre em frente. Que venha 2010 com toda pressão! Tô na pista e sem a menor chance de implorar por migalhas. Vou renascer dos restos e foda-se o que já foi. Essa é a onda! Sacou?




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sábado, 7 de novembro de 2009

CONSEGUI. E AGORA?

Quem conseguiu entrar em uma universidade, sabe muito bem os sacrifícios que teve que fazer para se tornar um universitário. Eu me considero um cara privilegiado, eu sou um universitário! Aos 40 anos de idade e universitário. Bom, não que isso me garanta emprego ao me formar e muito menos ficarei mais inteligente ao sair daqui, mas o fato é que eu ralei muito para ser aprovado em um vestibular. Foram oito vestibulares. Em 16 anos. Praticamente é um processo de educação inteiro. Faz as contas comigo, Ensino Fundamental e Médio, 11 anos. Mais um ano de cursinho preparatório, e já são 12. Coloca aí mais quatro anos de um curso universitário qualquer, 16 anos. Exatamente o mesmo tempo que eu levei tentando chegar até aqui. E não é para eu festejar? Fiz o primeiro vestibular em 1990 e apesar de eu estar com o Supletivo fresquinho na minha memória, não foi daquela vez que eu passei. No ano seguinte tentei novamente. Eu fui tentando durante cinco anos. Em 1995 eu comecei a desconfiar. Todos os meus amigos passaram no vestibular, até mesmo os mais burros. Uma vez um colega me confidenciou que ele tinha chutado todas as questões das provas de matemática, física e química. E o cara passou! Não é possível. Eu fiquei paranóico com essa história, desconfiado demais. Resolvi fazer o vestibular de dois em dois anos, para não chamar a atenção, sei lá, de repente me esquecem. Nessa época eu já fazia teatro e depois de cinco anos tentando, eu resolvi fazer as provas com o figurino dos meus personagens. Sério. Disfarçado. Uma vez fui de Quindim. E não era o doce... fui vestido de rinoceronte, o Quindim do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Uma roupa discreta. Tirando a cabeça imensa...Eu fazia essa peça na época. E lá fui eu de rinoceronte. Totalmente disfarçado. Dois anos depois estava eu lá tentando novamente. Já fiz prova de vestibular como Lobo Mau, Gasparzinho, até vestido de mulher eu já fiz essa maldita prova. Mas não teve jeito. Cismaram comigo mesmo. Rapidamente bolei uma fuga geográfica radical. Peguei o mapa do Brasil, fechei os olhos e enfiei o dedo bem na ponta do estado de Roraima. Quase fui parar no exterior. E assim cheguei nesse estado. Do outro extremo do país eu já estava marcado. Perceberam agora? Os caras lá embaixo já tinham a minha ficha, - de novo esse idiota? Vamos reprovar o desgraçado! Não queriam que eu me tornasse um universitário! Mas aqui estou eu. Orgulhoso por estudar em uma Universidade Federal. Assim que passei, em 2006, eu fui correndo contar o milagre para a minha mulher. Afinal, 16 anos não são 16 dias. Ela deu uma leve risada e me disse certeira, - Entrar na universidade é mole. O difícil é você permanecer!




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DE VOLTA E LONGE DAS ARTICULAÇÕES...

Tô de volta. Depois de 24 dias fora do ar. Deixei o blog de lado por uns tempos, aliás, a internet. Muitos acontecimentos pra lá de esquisitos nesse período. Não sei os outros, mas eu acesso todos os dias. Sou rato de blogs, notícias, vídeos, textos, pesquisas...enfim, uso todas as possibilidades que essa ferramenta me permite. O fato é que tem vezes que acho necessário ficar completamente out. Muitas notícias ruins nesses últimos dias. O teatro aqui em Roraima continua o mesmo. A Cia. do Lavrado fará a sua última apresentação esse ano, no dia 28/11. O espetáculo ABSURDÓPOLIS, QUE NOS PERDOE ARISTÓFANES foi até premiado em 2009, na II Mostra de Artes Universitária do Estado de Roraima - YAMIX, e fizemos até agora quatro apresentações dele. No próximo ano dependemos de grana pra continuarmos e por aqui a grana tá mais do que escassa. Este projeto tem verba aprovada no estado, mas o governo não quer soltar essa grana, o que é uma pena, pois se eles soltassem logo, teríamos mais uns seis novos espetáculos no início de 2010. Tá todo mundo aqui aguardando essa grana. Não podemos fazer pressão, pois a Federação de Teatro de Roraima - FETEARR, que não fazemos parte, é extremamente desarticulada por aqui. Não culpo ninguém, são interesses paralelos. Colocamos quatro projetos na praça nesse fim de ano. Não fomos aprovados em nenhum deles. A articulação dos grupos aqui de Roraima é muito fraca, não temos nada pra oferecer pra outros grupos, não fazemos festivais, mostras e nem seminarios, então, na hora de julgarem o mérito de nossos projetos acabamos ficando de fora. É o caso do Myriam Muniz, no qual nenhum grupo do estado de Roraima foi aprovado. Foram 16 projetos pra região e o nosso estado ficou de fora, e o estado de Rondônia também. Bom, não adianta reclamarmos pelo leite derramado. A articulação nesse país é forte e o povo mantém um discurso de descentralização, mas é tudo fachada. O que acontece é que quanto menos descentralizar melhor. Bom pra quem tá no sudeste e sul do país. Uma pena que alguns colegas do norte ainda babem o ovo do povo lá de baixo, não percebem que eles serão os próximos eliminados da jogada. Mas vamos lá, defunto enterrado...seguimos em frente na tentativa de mantermos o grupo funcionando, tarefa nada fácil, não só pra gente aqui em Roraima, mas pros outros estados também. Resolvemos deixar de sermos enfeites pra alguns e vamos tocar nossa vida pra frente. Longe das articulações e olho muito vivo no diálogo com os grupos de outros estados, principalmente os do norte. Além do teatro, que toma um puta de um tempo, ainda tem a universidade. Tô super atrasado e preciso me dedicar mais aos estudos. Já atrasei muito a minha formatura e nesse momento a UFRR é mais urgente. É isso. Por enquanto. Agora vou escrever algumas das minhas bobagens. Até o próximo post.




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