quarta-feira, 29 de setembro de 2010

PRAZOS, METAS, OBJETIVOS E REGRAS...

por um instante até pensei em deitar mais cedo, veja bem, deitar e não dormir. abortei a missão. é sempre assim. o intervalo em que o windows demora pra se desligar, é justamente o momento em que penso não ser boa ideia pular fora. então tá. nada mudou. tô de volta. falei de hábitos no último post e foi proposital. carrego, e devo carregar pela eternidade, a mania ou o hábito de deixar tudo pra última hora. sei lá, penso que gosto daquela sensação de aprisionamento, de me sentir encurralado. faço listas com tudo que preciso fazer na esperança de me organizar e dar conta de tudo com a maior calma do mundo. sabe aquela história de cumprir prazos? então, tô fudido. eu e minhas listas imprestáveis. só funciono na pressão. só me concentro de verdade quando faltam poucos grãos de areia pro meu fim. e aí, a coisa anda. ou penso que sim. ou é o meu jeito de viver ou meu jeito de responder à vida que me ignora e que me enfia prazos, metas, objetivos e regras de como viver melhor. na boa, não tenho mais jeito. 41 anos. aceito isso ou me enforco com o primeiro lenço de papel que encontrar pela frente. trágico, não?





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SEMPRE FOI ASSIM.

gosto da ideia de escrever em blog. mesmo antes de ter acesso aos computadores, eu já fazia isso. tenho vários cadernos de outros tempos. sempre me identifiquei com isso. nada de diário. apenas anotações que me perturbam demais. depois que as registro, pronto. é calmaria. sou rato de outros blogs. leio muita coisa bacana. acompanho muita gente. é uma maneira de me manter atualizado. pelo menos no que diz respeito à Literatura. durmo tarde todos os dias. é sagrado. não tenho sono antes das 4 da matina. sempre foi assim. sempre fiquei de plantão na cama, observando todos os movimentos de minha casa quando era adolescente. sempre estive ao lado do silêncio. normalmente, quando todos acordavam em minha casa, eu dormia. sempre foi assim. velhos hábitos não desaparecem. velhos hábitos nunca desaparecem. posso até fingir. posso até tentar ser outro. mas os meus hábitos me revelam. a minha verdadeira identidade reside nos meus velhos hábitos. por isso que eu sempre insisto, NUNCA MUDAMOS. porra nenhuma. sempre foi assim. os momentos de maiores conflitos em minha vida, esse lance de existência, sempre aconteceram quando eu tentei mudar meus hábitos. é jogo perdido. olha, na boa, aceite. desvie daqui, ajeite ali, arrume por um tempo o que tá desorganizado, mas ele vai estar sempre presente. o desgraçado do hábito. o DNA que comprova a minha existência por toda a vida.



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ALELUIA, IRMÃOS!

tem vezes em que recebo ligações de meus familiares preocupados com minha saúde. preocupados não sei com o quê. devem ler meu blog. ficam impressionados, sei lá. vejam bem, as SEXTAS são CRÔNICAS. sempre foram assim. na verdade é uma metáfora de todos os meus dias. e ao pé da letra, a sexta é polissêmica. hoje, por exemplo, é uma terça. quer dizer, nesse exato momento é quarta. e se isso aqui não é crônico, ou melhor, quarta crônica, então acabaram de transformar meu copo de vinho em água. ALELUIA, IRMÃOS!







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OBRA FARAÔNICA

caralho... tudo é política. hoje, principalmente. as eleições estão aí e o povo só fala disso. só pensa nisso. e os interesses estão em jogo. e as falsas necessidades estão na porta. e me observo o tempo todo. fico atento. é...quem tem boas intenções nessa época tá com a passagem comprada pra visitar o Chifrudo. nunca me envolvi com política no estado de Roraima. nunca fui pra rua levantar bandeirolas com medo de perder emprego. não tenho emprego. nunca tive. faço teatro. tô imune aos olhares dos políticos. passo despercebido. quando muito, sentem pena de mim. legal. melhor assim. não preciso deles pra nada. e com certeza eles nunca vão imaginar que eu poderia angariar vários votos pra eles. ficamos nessa punheta. eu anulo. e eles nada fazem pela cultura, muito menos pelo teatro. a sensação do momento por aqui é a construção do teatro do município. um teatro de 1.000 lugares. olha, sem me menosprezar, mas esse não é um teatro pro meu público. já pensou 200 pessoas dentro de um teatro com capacidade para 1.000? vejam bem, o município tem uma lei que regulamenta um festival de teatro e dança todos os anos. e isso desde 2003 ou 2002. nunca respeitaram a lei. agora partem para a construção de um teatrão. na boa, não pensaram em nenhum momento nos artistas de teatro do estado. e isso, de certa forma é até compreensível. temos muitos artistas de teatro vendidos. a minha modesta avaliação é que estamos cada vez mais fudidos. a construção do teatro será lucro para poucos. a manutenção...ninguém desejará esse pepino. vamos ter um elefante branco dentro do estado de Roraima. espero que eu esteja enganado. espero que eu possa, de fato, usufruir de algum jeito dessa obra faraônica.




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TENHO

tenho hábitos desgraçados.
tenho manias bestas.
tenho obsessões que me perseguem por toda a vida.
tenho certezas bem distantes das verdades,
tenho fotos, vídeos, lembranças,
tenho a sensação de não ter a minha idade.





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CALCINHA BEGE É SACANAGEM!



- já sei qual é a tua...

- não brinca? já tá assim?

- sério. já te percebi desde às dez...

- legal, mas eu só cheguei aqui às duas...

- é que eu já tava te imaginando trocando de roupa antes de vir pra cá...

- babaca! nunca vi cantada mais idiota como essa...

- tudo bem, amor, não vou te convencer mesmo...

- nem fudendo...

- com certeza! nunca vi calcinha bege ser grande ideia pra uma noite de sexta...









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terça-feira, 28 de setembro de 2010

EUTERPE





Cara, época de campanha é foda! Olha, na boa, o estado de Roraima não tem artistas de renome nacional. Ou melhor, não temos ninguém que se destaque, sacou? Tem uns artistas por aqui que não engrossam o coro da maioria nem pelo caralho! Tem uns que recebem salário fixo, são músicos. E é lógico que tão fazendo campanha pra manter os seus salários em 2011. Na boa, pode parecer idiota, surtos de idealismos, mas meu amigo, essa prostituição aparece no resultado final do trabalho dos caras. Por essas e outras é que não conseguem muito mais do que cargos comicionados dentro do governo. Se perderam no caminho. Não sabem mais do que são capazes... Ainda bem que temos aqui uma figura maravilhosa chamada EUTERPE! Vá, minha cara, alcance outros horizontes. Não se deixe acorrentar por estas bandas. Faça o que de melhor você sabe fazer: cantar divinamente! Aguardem mais um pouco...ela tá chegando por aí...



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LUCAS

Acabo de receber uma notícia maravilhosa. Minha amiga, Lígia, que mora em São Paulo, já teve filho. Lucas, e tem seis meses. Que felicidade! Chorei. Sabia exatamente da importância que era pra ela ter um filho. Chorei. Fazer o quê? A Lígia foi minha namorada quando eu tinha vinte e poucos anos. Quase casamos. Eu morava no Rio e ela em São Paulo. Teve um tempo em que eu viajava direto pra Terra da Garôa. Quando a coisa ficou séria, pulei fora. Como sempre fiz. Não tava preparado pra encarar casamento, correr atrás da grana do fim do mês, essas coisas. Na verdade, não tava tão maduro quanto ela. E a vida seguiu o seu rumo. E somos amigos. De verdade. Mesmo distante, mesmo sem vê-la, sei lá, acho que há dois anos, sou capaz de me emocionar. Vida longa ao Lucas, que é um puta de um sortudo, pois de quebra tem uma mãe maravilhosa. Uma das melhores atrizes que já vi em cena. Muitas felicidades pra vocês!


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SÃO COSME E DAMIÃO

Ontem foi o dia de São Cosme e Damião. Lembrei disso quando já estava deitado na cama. Nem senti o cheiro desse dia. Por um momento fiquei triste, quer dizer, melancólico. Lembrei-me de um tempo em que a chegada do mês de setembro causava o maior rebuliço no bairro em que eu morava no Rio de Janeiro. Bonsucesso era o nome dele. Cara, eu comia muito doce nessa época. No início do mês já começavam a distribuir cartões. Esses eram os melhores. Eu já sabia que no dia 27 iria comer demais... ficava maluco contando os dias. Na noite do dia 26, eu nem dormia direito. Meus pais não conseguiam me segurar. Saía pela manhã com os amigos e voltava bem depois. E sempre abarrotado de doce nas mãos, quer dizer, nas sacolas, nas bolsas...só pra ter uma ideia, tinha tanto doce naquela época, que eu passava duas semanas comendo. Eu, meus pais e minhas irmãs. Tinha o povo que passava de carro nas ruas e distribuía. Tinha as idosas do bairro que nos convidavam no dia mesmo, para irmos pras suas casas e ao chegarmos lá era uma mesa dos sonhos! A Fantástica Fábrica de Chocolates era pinto! As ruas do bairro ficavam lotadas de crianças, adultos, de gente afim de faturar mais um saquinho. O dia 27/09 é uma das melhores recordações que tenho da minha infância e pré-adolescência. Disputávamos pra ver quem conseguia mais doces. Hoje a coisa mudou. Falei com meus alunos, que são adolescentes, e eles nem se ligaram na parada. Não faz parte da vida deles. São Cosme e Damião perdeu a fama dos docinhos. Hoje, é apenas uma dupla de guardas vigiando as ruas da cidade. E isso não tem nada de adocicado, não é mesmo?



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TEM VEZES EM QUE É PRECISO DAR UM TEMPO NA ESTANTE

Tava conversando com um professor outro dia, o cara dizia que a arte é du caralho e tudo mais, mas que não dá pra vivermos só dela. Ou melhor, ele disse que não dá pra viver dela. Eu concordei naquela hora e já faço isso há algum tempo. Não tô afim de prolongar esse papo, sabe? O fato é que hoje eu vivo do que faço. Bom, tem gente que diz assim, - olha, se você não fosse casado tava fudido... eu dou uma risada. E só isso. Não tô com meus soldados em prontidão. É melhor assim. Olha, faz tempo que percebi que de um jeito ou de outro eu não passo fome. Quem me conhece sabe que quando cheguei em Boa Vista, com apenas R$ 150,00 e montei uma oficina de teatro e que ninguém me pagava a mensalidade em dia, fui pras ruas vender artesanato. A grana dos cordões que vendia alimentou e muito a minha barriga e a do Renatão, que me acolhia naquela época em sua casa. Olha, já vendi muito sandwiche na Praia de Copacabana e conseguia dar meu jeito assim. Já parti pra porta do Maracanã em outros tempos pra vender ingresso de show de Rock, isso mesmo, fui cambista por um tempo. Sei que na hora do sufoco não vou ter ninguém pra contar. O sufoco é meu. Posso ter vários amigos, posso estar casado, mas o sufoco mesmo, somente eu vou segurar com a cabeça. Desde que cheguei em Boa Vista nunca fiz nada que não tivesse ligado ao teatro. Sempre tive um qualquer no fim do mês. Eu cheguei aqui com esse objetivo e até hoje não me distancio dele. Tem vezes em que a barra pesa, mas a corda nunca arrebentou. Tô feliz assim. Tava falando isso com meus alunos de teatro, sobre trabalho, profissões e sobre as coisas que gostamos de fazer e que quando conseguimos manter esse ritmo somo muito mais felizes. Vejo por aí um monte de gente com salários gordos. Cheios de esquemas políticos. Aparentemente são felizes. Na boa, no fundo eu sempre enxergo o recalque na cara de muitos. Perdem as suas noites de sono e vão para os seus trabalhos, que rendem a maior grana, infelizes. Percebo que tô do jeito certo. O teatro salvou a minha vida. E não largo essa ideia por nada que possam pensar me convencer. Sei lá, tô em cartaz com um espetáculo. Já ganhei minha grana para fazê-lo. Fui convidado para dirigir um outro espetáculo de amigos. Vamos ver se a estréia rola ainda esse ano. Em 2011, vou levar à cena um texto meu que curto demais. E vou ganhar também por isso. Então, tenho muito o que fazer. Meu pai foi vendedor a vida inteira. Não tinha salário certo no fim do mês. Eu nunca soube como ele conseguia sustentar a nossa família com tanta dignidade. Segui o caminho dele. Ele, sempre vendeu remédio. Eu, vendo teatro, cultura, entretenimento... mas o fato é que vendo e vivo disso. Bom, não tenho mestrado. Não tenho doutorado. E foda-se! Sobrevivo. Não é assim que tem que ser? Todos os dias acordar sem a certeza de nada e sem esperar que a vida passe a mão na minha cabeça. Nunca passou. Nunca vai passar. Ela é o jogador oposto. Sempre foi. E o pior é que mesmo ligado nesse jogo eu jamais posso me esquecer de que essa merda toda já tem vencedor. E com certeza não sou eu.




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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

PACARAIMA

Kleber Medeiros e Marcelo Perez
Foto: Tatiana Sodré


No dia 26/09, domingo, foi a vez do município de Pacaraima, fronteira com a Venezuela. Fizemos parceria com a Universidade Estadual de Roraima para que eles fizessem a divulgação e conseguissem a autorização para uso da quadra. Saímos às 15h. de Amajari e chegamos em Pacaraima quase às 18h. Fui bem devagar, estavámos cansados e ainda ficamos um bom tempo no Posto Fiscal. Os policiais revistaram até as nossas almas. Tudo certo, entramos na cidade. Encontramos com o Professor Devair, que nos levou à sua belíssima casa. Lugar de artista...bebemos alguma coisa, relaxamos um pouco e fomos pra praça. Bom, a quadra não é o melhor lugar para apresentarmos espetáculo. A acústica é péssima e com isso o público não aproveitou tudo o que podia. Mas foi bacana. Devia de ter mais de 80 pessoas. Muita criança, foi ótimo. Eles curtiram a nossa apresentação e ficaram felizes com a nossa presença por lá. O Professor Devair é o responsável pela organização do YAMIX, Mostra de Artes Universitária, que este ano está na sua 3ª edição e pela segunda vez será realizado em Pacaraima. Depois do espetáculo voltamos para a casa do Devair e fizemos um lanche. Ele tocou violão, rimos bastante e pegamos a estrada. Chegamos em Boa Vista meia-noite com a sensação de dever cumprido.




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SERRA DO TEPEQUÉM (AMAJARI)


Graziela Camilo e Marcelo Perez (ao fundo)
Foto: Tatiana Sodré




Mais uma etapa da itinerância da Cia. do Lavrado foi cumprida. O espetáculo A FARSA DO ADVOGADO SILVA E SANTOS foi apresentado no sábado, dia 25/09, na Serra do Tepequém, que fica localizada no município de Amajari e no domingo, 26/09, no município de Pacaraima, que faz fronteira com a Venezuela. Foi uma ótima viagem. Saímos de Boa Vista no sábado, às 8h. e chegamos em Amajari às 10h. O evento da Secretaria Municipal de Saúde foi cancelado e resolvemos viajar assim mesmo, na esperança de convocar de porta em porta o nosso público. Este município tem apenas uma rua principal, a que corta a cidade. Fizemos uma reunião e decidimos subir à Serra do Tepequém. Ficamos sabendo que alguns ônibus de excursão haviam subido mais cedo e então partimos pra lá. Ao chegarmos, já iniciamos a nossa divulgação de porta em porta, em algumas cachoeiras próximas, nas pousadas, campings, abordamos as pessoas pelas ruas, enfim, distribuímos nossos folders pra um monte de gente. O espetáculo foi marcado para às 19h. Bom, até aí tudo bem. Quando escureceu percebemos que não havia iluminação pública para a realização do espetáculo. Os postes de luz são distantes um do outro e as luzes são fracas. Como praticamente não passa carro, montamos nosso trabalho no meio da rua, literalmente. Colocamos nossos dois carros um de frente para o outro e acendemos os faróis. Além dessa luz, contávamos apenas com a luz da lua. O público chegou aos poucos e muitos de carro e moto, que ao encontrarem aquele ambiente, trataram logo de posicionar os seus veículos e acenderam os seus faróis. Pronto. O circo estava armado. Fizemos o espetáculo sob a luz dos faróis dos veículos. Tivemos um público em média de 60 pessoas. Um público acolhedor, contente com a nossa presença, aproveitaram ao máximo o que tínhamos à oferecer. Na metade do espetáculo começou a chover. Ficamos preocupados e até pensamos em interromper o espetáculo, mas quando nos demos conta, ninguém havia ido embora. Fizemos com a chuva, que depois de +/- 15 minutos sossegou. Foi uma das melhores apresentações da Cia. do Lavrado. Uma energia maravilhosa que aquele público nos transmitiu. Ao término do espetáculo, recolhemos nosso material e quando nos demos conta, não havia uma viva alma na rua. Só a Cia. do Lavrado e a visão incrível do Platô, todo iluminado pelos raios do temporal que não caiu. Fomos lanchar, felizes com a inesquecível experiência na Serra do Tepequém. Não temos boas fotos, mas lembranças...

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sábado, 25 de setembro de 2010

HISTÓRIAS

essa época tecnológica é massa! (gíria local). sou de um tempo que não tinha computador. não mesmo. em 87 comecei a escrever compulsivamente. tenho 41 hoje. quebrei minha perna em um acidente de carro. de carro na minha direção, pois fui atropelado. tava pra lá de Marrakesh...nem lembro direito o que aconteceu. a memória recente é a do hospital...cheio de enfermeiros e enfermeiras em cima de mim, no bom sentido... fratura exposta na tíbia e fratura no perônio. fiquei um ano engessado. nessa época me aventurei pelas madrugadas, pois o gesso era a maior agonia e não dava pra dormir. passei a ouvir os programas de rádio da madrugada. sim, era rádio naquela época. ficava encostado na cama, com o rádio escondido no tavesseiro e assim ía até às 6 da matina. quando ouvia meu pai pela casa, lá pelas 6 da manhã, desligava o rádio e dormia. nunca tinha passado pela minha cabeça em fazer teatro nessa época. lembro que escrevi dois cadernos de versos. pensava serem letras de música. os tenho guardados até hoje. minha punheta na literatura ou na mania de escrever começou ali. depois melhorei da perna e entrei numa banda punk. fui expulso da banda pouco tempo depois. sei lá, os caras não me entenderam, ainda penso que foi isso. é...até emplacamos uma música minha que tinha um verso assim..o que fede não é a merda/ e sim de onde ela vem/ eu quero mostrar pra você/o efeito que tudo isso tem, tudo bem... mas ainda acho que eles não entenderam a parada. depois, continuei a escrever. só na década de 90 é que me aventurei na dramaturgia. e aí não parei mais. essa porra de escrever é foda. na boa, mesmo estudando literatura na universidade, e ano que vem saio professor de português e literatura, penso que escrever é muito bom. mesmo que eu não esteja nos padrões. foda-se. não tô nem aí. olha, tô no lance em que não existem padrões. escrevo. simplesmente escrevo. bom... depois continuo isso aqui.





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QUANTO MAIS PRÓXIMO MAIS LONGE

indiscutivelmente...já foi. agora não tem oração que redima essa alma. a fé não interfere mais numa situação como essa. não dormi. fiquei direto. li. escrevi. pensei. e as horas se foram como um sopro. e agora? é pegar a estrada sem pestanejar. tudo é um risco quando não sabemos ao certo o que fazemos. ou quando escolhemos a trilha sonora errada. vou de Led Zeppelin. acordado. bom. a boa é que sei exatamente o que fiz. fiquei trancado no escritório das 23h até às 6h. vou pro banho. vou pras roupas. vou com a sorte. nada de fé. não essa fé religiosa. minha fé está embutida nas horas em que vivo. estou em boas condições, somente cansado. na verdade a sorte não cabe aqui. é puro romantismo. Ao chegar em Amajari, vou divulgar o espetáculo, na maior dificuldade, um sol desgraçado, a boca seca e a cabeça próxima do estouro e torço por uma janela de 12h às 14h. é o suficiente pra mim. vai rolar. sempre rola. Bem, pra quem tá acostumado a dormir poucas horas por dia, até que fiz um pequeno drama. sofram os que não me conhecem... ou melhor, sofram os familiares que se aventurarem por aqui. os que não me conhecem? olha... sofram os espíritos preocupados.






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TOCA-FITAS PARA O INFERNO

O feriado de Finados sempre arrastava um monte de malucos para Saquarema, Terra do Surf, no litoral do Rio de Janeiro. Em épocas de férias e feriados prolongados a malucada zarpava para as cidades litorâneas do Rio. E a Região dos Lagos era o lugar ideal. Quem não tinha grana, acampava na praia e passava os dias empapuçado de miojo. Nesse dia dos mortos de 87, os que estavam mais vivos do que nunca resolveram partir para lá. A concentração foi marcada na portaria do Cabeça. Russo, o dos cabelos amarelos e completamente sem noção, acabara de comprar uma Kombi. Estava decidido a ganhar uma grana extra, quer dizer, não tinha emprego e muito menos trabalho fixo, mas sempre dava os seus pulos pelo bairro. Nunca ficava duro, mesmo que para isso tivesse que partir para a ilegalidade. Resolveu que iria vender batidas em Saquarema. No dia anterior, invadiu a Favela de Manguinhos e comprou 10 garrafões de cinco litros de batidas variadas. Em seguida, parou no mercado e sacou 20 garrafas de cachaça. Da mais barata. Ficou duro. Foi para o fundo do quintal e preparou a mistura. Transformou os 10 garrafões em 70 litros. Pura bomba alcoólica. Reuniu uma turma esquisita, recolheu a grana da rapaziada para a gasolina e partiram rumo à Região dos Lagos. A viagem foi o terror. Saíram na madrugada do feriado. Estrada lotada, um puta de um engarrafamento e um sol de 40 graus. Nelinho, o mais velho da turma e viciado até em sal de fruta, acendeu um baseado atrás do outro. Ficaram loucos. A Kombi seguia em direções tortas. Depois de Niterói rolou uma blitz. Foi um desespero geral. Os garrafões estavam cobertos por um cobertor imenso e com todas as mochilas amontoadas. Alguns deitavam por cima, só de disfarce. Nenhuma armação foi suficiente para evitar que fossem parados. A barreira policial mandou todo mundo descer. Eles saíram do carro bem devagar, quase em câmera lenta de tanta maconha. Mostraram os documentos, pouparam as falas e foram liberados. Sorte que não foram solicitados a andar em linha reta. As autoridades nem olharam dentro da Kombi. Russo não tinha nota fiscal das bebidas e na certa levaria um baita de um prejuízo. Pegaram a estrada e sempre na maior fumaça. Chegaram em Saquarema com uma nuvem sobre o carro, quase de noite, devido ao trânsito intenso. Não tinham lugar certo para dormir e partiram para a praia. Estacionaram o veículo próximo de um monte de barracas, desceram e armaram as suas. A noite foi de lucro para Everton, o Russo. Vendeu tudo o que levou. Em apenas uma noite. Mas ele queria mais. E sem bebidinhas, inflamou a turma para que invadissem os carros do estacionamento da cidade. O centro estava lotado e só era permitido parar o carro antes da ponte. Uma imensidão de veículos sem nenhum guardador por perto. Nessa época, os toca-fitas valiam uma grana legal nas bocas-de-fumo dos subúrbios do Rio. Os seus amigos toparam a parada na hora. Todos eram ladrões, roubavam para patrocinar suas noites de loucura, orgias com prostitutas, travestis da Lapa e pranchas de surf zeradas. Saquarema, sem policiamento, era fichinha, prato cheio para encherem os bolsos de dinheiro e com certeza já sonhavam com as festas que fariam na volta à Cidade Maravilhosa. Esvaziaram as mochilas e partiram para o ataque. Foi um derrame geral. Abriram carros, quebraram vidros, estouraram painéis... A facilidade foi tanta, que eles deram mole, se descuidaram da segurança. Os que estavam escalados para a guarda, diante de tanta tranquilidade aparente, largaram seus postos e também começaram a quebrar as janelas. As mochilas já estavam lotadas quando apareceu uma joaninha, com dois guardinhas dentro. Faziam plantão bem do outro lado da ponte. Estacionaram. Assustaram-se com o barulho. Olharam em volta, mas não viram nada. Ficaram grilados. Quando já estavam de saída, ouviram outro barulho de vidro espatifado. Resolveram dar uma conferir. Entraram no estacionamento. Não queriam dar bobeira para o azar. Manja balão, um negro com os olhos virados, quase vesgos e sem nenhuma responsabilidade na cara, havia acabado de meter o pé no vidro de um Passat invocado. Rodas de magnésio, rebaixado, todo no estilo, na certa encontraria ali um toca-fitas da hora. O barulho atraiu os guardinhas. Ele chegaram próximo e viram um carinha com a metade do corpo dentro do carro. Sacaram o apito e mandaram ver. Manja balão ficou apavorado, tentou sair de primeira do veículo e nada. Ficou agarrado. O policial segurou a sua perna. Era uma cena isolada, já que os outros comparsas estavam bem longe, do outro lado do estacionamento. A polícia cercou o local e desovou o ladrão no final da praia de Itaúna. Até hoje, ninguém sabe o que aconteceu. Ninguém sabe a razão da morte do Manja Balão. Everton nunca mais tocou no assunto. Dois meses depois ele morreu. De acidente de moto. O povo do bairro diz até hoje que a vida cobra... será?





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FIM

as horas passam...sempre. os dias passam... é certo. enfim. os hábitos são raízes. não são doença e muito menos são coisas simples como o café da manhã com pão e margarina do comercial de TV. eles são uma puta dor de barriga lotada de feijoada gordurosa. são maléficos. são socos diversos na alma insistente de um sim.
Fim.










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DESACORDO





- olha, vou ser sincero contigo...não dá mais...

- (ela abre a calça do rapaz)
- olha, não é bem assim...
- (ele rejeita, mas sua atitude diz sim)
- bem...você é muito insistente... pára com isso...tá tudo errado...
- (ela coloca a calça dele pro lado)
- vamos conversar...não dá mais pra continuar...
- (ela começa a lhe chupar)
- desse jeito não tem diálogo que resista...você é uma peça rara
-(ela leva um estocada na cara)
- tá vendo? isso é culpa tua!
- (ela coloca o rabo virado pra lua)
- gostosa! filha da puta!
- (ela goza e diz com um cara bem sínica que não sente a menor culpa)









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TUDO IRONIA

tem vezes em que fico sentado em frente ao computador sem palavras. sem letras, sem ideias e sem pensamentos organizados. ou sem pensamentos impulsivos, seja lá o que for. aperto os meus celulares (tenho dois, grande merda, mas é preciso ser assim...) na intenção de ter alguma novidade. é sempre o mesmo visor. ninguém. olha, isso não é papo de quem tá na maior solidão, não mesmo, se você pensa que estar cercado de um monte de gente significa a maior expressão da não solidão...então, meu amigo(a), tá fudido(a) legal. às vezes tô cercado de pessoas queridas, o papo rola solto, o clima parece dos melhores, mas meu pensamento tá longe. e ninguém percebe. tô sozinho ali. não que isso seja o fim do mundo e nem quero que outros se aproximem com a intenção de me acolher. nada disso. eu já percebi a parada. quando eu não consigo ou não quero ou não tenho forças pra ir em frente, são esses momentos, na real, em que me sinto só. essa porra de solidão tá dentro de mim. essa porra de satisfação por algo que penso ser suficiente por algum momento, tá dentro de mim. não dá pra me enganar. porra de equilíbrio impossível! comprei uns biscoitos, salgados desses bem podre, de queijo, para os meus cachorros. os putos adoram. mas não sabem que fazem um puta de um mal. me amam cada vez que eu dou mole e os presenteio com esse petisco. entendeu? nem sempre o que eu recebo com o maior amor, a maior das boas vontades significa que me querem bem. na maioria das vezes me metem na maior roubada, com o maior carinho e eu fico apático, feliz e satisfeito com mais um degrau diante de minha derrocada. a vida é uma ironia. e isso não é nenhuma novidade...








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O INFERNO É AQUI, QUER DIZER...NO POSTO DE GASOLINA PERTO DE MINHA CASA

essa parada de ambiente é foda. dizem que não rola, mas a verdade, penso que é por demais de foda. fui no posto de gasolina comprar um cigarro. mesmo diante das imagens apelativas atrás do maço, ainda insisto em apreciar a fumaça que sai de minha boca para o mundo, minha afirmação para o nada perfeito. faço parte. enfim, o clima tava tenso. muitos carros com música bem alta. só forró. e não aqueles, como Luiz Gonzaga, o fato é que me senti muito mal. comprei o cigarro, diante de alguns olhares sem noção. um cara até se dirigiu a mim. falou nada com nada. concordei com a cabeça e para a minha sorte não foi nada que me comprometesse no momento seguinte. ele apenas sorriu. um sorriso assim... sem nenhum significado. não tenho religião, mas pensei na hora em entidades. tem umas figuras na madrugada que me lembram algumas... montei na moto e vazei pra minha casa. quando entrei, tava rolando Good Times, Bad Times, do Led...sentei no sofá, acendi um cigarro, curti o som e deixei a fumaça me enternecer. tem vezes que preciso só disso. de um momento amoroso, compassivo, brando e de todos os sinônimos passíveis de me acalmar.






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SOMOS O RESTO DE QUALQUER PONTO INSIGNIFICANTE



o resto é qualquer bobagem

o líquido é 70 por cento
os poros transpiram álcool
tudo pura sacanagem
são metáforas de um louco
realidade ingrata
o distúrbio de poucos
muitos sem chance de fato
e derrubamos os copos
enfileiramos os corpos
somos muitos e ninguém
e estamos muito além
somos perfeitos em nada
ponto final na estrada













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AMANHÃ É VORTEX! LEMBRAM DESTA MÁQUINA DE PINBALL?

Amanhã a ressaca é inevitável. É sempre assim, só mais um...e aí já entornou o pote. Olha, nem ligo mais pra isso. A fama sempre precede a moral do homem. Então, nunca acreditem na unanimidade. O grande Nelson que o diga, vamos para os fatos. Então, essa sexta tá do mesmo jeito da outra. Nada muda, certo? Tem vezes que até nos deixamos enganar, mas no fundo nada muda. São locais diferentes, pessoas diferentes, mas o contexto nunca muda. O fato é que já começamos perdendo. E de goleada. E não vai ser uma sexta qualquer que irá me convencer do contrário. Vou cumprir a tabela, fazer a minha parte como humano e completamente enrolado nas minhas falhas convicções. Nas minhas falsas certezas. Nas minhas esperanças de um tudo melhor que jamais irá chegar.



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MUDANÇA NOS PLANOS

Mudança nos planos. A Secretaria Municipal de Saúde de Amajari, responsável pela nossa ida ao município cancelou a ação de saúde que iria acontecer amanhã. Motivo: falta de combustível na cidade. É, meu povo, esse é mais um obstáculo dentro de nossa itinerância. Em um país lotado de petróleo, ainda temos que sofrer com isso. Viva a PETROBRAS! Não culpamos os caras do município, é a realidade. Além das estradas em péssimo estado, das pontes que desabaram no último temporal, ainda temos que segurar essa onda de combustível. As compras já foram feitas. As malas estão prontas, e com isso, o que nos resta fazer? Vamos viajar. Chegaremos às 10:30h no município e visitaremos cada casa da Vila Brasil, isso mesmo, uma vila e com poucos habitantes, pra ter uma ideia, a parada é só uma rua principal e mais nada. Mas convidaremos toda a população para a nossa apresentação que, agora, será às 18h. Depois disso não rola, por causa da novela. E ainda tem muita gente que vai para as fazendas e sítios nos fins de semana, mas nem todo mundo tem condições pra isso. Contamos com a população que fica. O espetáculo vai rolar em frente da casa da Tatiana, da Cia. do Lavrado (minha digníssima esposa...) e que mora lá durante a semana. Vamos pousar na casa dela. E seja o que Deus quiser! Nunca fizemos isso, ir de casa em casa em busca de nosso público, aliás, todas as vezes em que estivemos em municípios do estado de Roraima foi através de parceria e o público, de certa forma, tava garantido. Dessa vez será diferente. É um tesão pensar nessa possibilidade. Vamos visitar as casas pela manhã e pela tarde. Depois faremos um cortejo até o local da apresentação. E vamos ver no que vai dar. Vida longa ao teatro de rua!



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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

AMANHÃ...PÉ NA ESTRADA!


Graziela Camilo e Marcelo Perez
Iracema/RR (12/09/2010)
Foto: Alexandre (SESC)






Amanhã cairemos na estrada rumo ao norte do estado de Roraima. Apresentaremos às 11 da manhã no município de Amajari, noroeste do estado, terra da Estação Ecológica Maracá e da Serra do Tepequém. Pesquisem na internet, os lugares são lindos! E no domingo, 26/09, às 18h, em Pacaraima, norte do estado e fronteira com a Venezuela. O curioso desta viagem é que nunca apresentamos espetáculo de manhã. O clima daqui não permite isso. O sol tem direção certa e se você não se proteger, racha a cabeça legal... Vamos ver como vai ser em Amajari.
E em Pacaraima vamos apresentar antes da missa, que é às 19:30 e o povo todo da cidade parte pra lá. Não dá pra disputarmos com a religião. Com sorte, daremos um pulo na Serra do Tepequém ou em Santa Elena de Uairén, na Venezuela. Em Pacaraima já acontece manifestação teatral há algum tempo. Tem o Yamix, Mostra de Artes Universitária, promovido pela UERR e que rolou ano passado por lá. Até ganhamos o 1º lugar no segmento Teatro, com o espetáculo ABSURDÓPOLIS, QUE NOS PERDOE ARISTÓFANES, uma livre adaptação da obra LISÍSTRATA, de Aristófanes. Um espetáculo muito bacana. Nossa primeira dramaturgia, fora os espetáculos de DST/AIDS, que criticava direto o poder público, privado e a sociedade e suas mazelas contemporâneas, aliás, quando falamos em sociedade não dá nem pra utilizarmos este termo, certo? Montamos este espetáculo com recursos próprios. A única verba que ele faturou foi o dinheiro do prêmio do YAMIX e o cachê para apresentarmos em Porto Velho/RO, na Mostra de Teatro de Rua. Estamos com projeto aprovado pelo estado de Roraima, desde 2009, mas até hoje a grana não saiu. Não sei o que fizeram com nosso recurso. Um dia... quem sabe? Colocamos este espetáculo no Prêmio FUNARTE Artes Cênicas na Rua 2010, aliás, colocamos em 2009 também, para circularmos pelo estado de Roraima, por alguns municípios do Amazonas, um município da Guiana e uma apresentação na Venezuela, mas não fomos aprovados. De novo. Uma pena. Vamos insistir com este projeto, pois visitar outros estados e outros paises é uma meta da Cia. do Lavrado, mas que requer recursos. Por enquanto, ficamos pelos municípios do estado de Roraima, que é uma puta vitória. Pela primeira vez um espetáculo teatral circula por todos os municípios do estado. E só posso dizer que tá bom demais. Fazer contato com um público, que na maiora das vezes nunca esteve na capital e muito menos teve a oportunidade de assistir um espetáculo é por demais gratificante. Estamos aprendendo muito com nossa itinerância. É isso. Pé na estrada, Turma de Narigudos do Lavrado!





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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

FINADOS

Estacionou no acostamento completamente sem combustível. Desceu do carro e o empurrou. A chuva não o ajudava em nada. Sabia que este seria um 02 de novembro inesquecível. Acendeu um cigarro. Esperou. Apenas o vento falava ao seu ouvido. O rádio, mudo. Tentou dar um jeito. Enfiou a porrada no pobre coitado do aparelho estéreo. Estéril continuou. Sentou na calçada molhada e deu os últimos tragos por ali. A temperatura baixou muito rápido. Vestia apenas uma camiseta e uma bermuda. Sentiu frio. Lembrou-se da garrafa de uísque escondida embaixo do banco. Restos do passeio do fim de semana com os amigos. Mamou até a última gota. Precisava esquentar o sangue. Ferveu. Tirou a camiseta. Avistou um farol vindo na outra pista da estrada, lá embaixo e em sentido contrário. Correu até a ribanceira e escorregou todo desengonçado. Não podia deixar passar essa possibildade de fuga. Caiu sem jeito na pista ouvindo apenas uma freada brusca. O velho Gordini azulado estancou com o parachoque bem próximo de sua cara. Levantou-se aos tropeços.
- o que o sr. deseja? Perguntou a menina, uma feiosa, com um óculos fundo de garrafa. Ele não bobeou.
- Me leva embora, eu não aguento mais! Um pedido de socorro, sem meias palavras. A feiosinha abaixou o resto da janela. Chamou-o para perto. Parecia querer lhe contar um segredo. Ele imediatamente se aproximou da janela do carro. Levou uma estocada no meio do pescoço. Uma barra de ferro pontiaguda, prateada e muito reluzente cravada em sua garganta. Ele olhou arregalado para a criança, que sem a menor cerimônia puxou a tampa na ponta da barra, enfiou a boca com avidez e sugou todo o seu sangue. Depois de cinco minutos naquela sugação a menininha ingênua e aparentemente bêbada pegou o seu celular.
- mamãe, não precisa me esperar que eu já jantei. Acelerou o Gordini e desapareceu na estrada cavernosa. Ele ficou lá. Seco. Sóbrio. E sem ajuda.







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NÃO TEM NADA DE DIFERENTE DE ONTEM...

O dia amanheceu nublado. Uma forte chuva com cheiro de terra molhada. A temperatura oscilava bastante, mas nunca mais que 13 graus. Arrastou-se pela cama até ficar de pé. Caminhou até à pia. Colocou uma xícara de café requentado e sentou-se no sofá. Folheou o jornal do dia anterior. Preparou umas iscas para garantir o almoço. Colocou casacos, luvas e um gorro grosso. Foi para o quintal. Andou por cima da água congelada. Escolheu um bom ponto e ficou. Quebrou levemente um pedaço do gelo. Meteu a vara. Acendeu o cachimbo. Tirou uma soneca. A refeição desavisada também tentou saciar a sua fome. Levantou-se assustado. Deu um puxão repentino, que o peixe não percebeu a razão de sua morte. Fez uma fogueira na porta de casa. Ritual. Comeu até o rabo. Guardou as espinhas na sua coleção. Entrou em casa satisfeito. Agarrou uma garrafa de conhaque e voltou para cama. Colocou uma balada bem triste na sua velha vitrola. Abasteceu o cachimbo. Adormeceu abraçado de sua silenciosa parceira.







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GARGANTA IRADA

tava relendo um texto que escrevi em 2008, logo após ao APENAS UM BLUES E UMA PAREDE PICHADA, que se chama GARGANTA IRADA. que é um personagem de HQ e que fala das concessões que sempre fazemos, mas que nunca assumimos de fato. todo mundo faz concessões, não é mesmo? então, resolvi escrever sobre isso. é a história de dois escritores. a mulher trabalha para um revista de gente rica, dessas tipo CARAS, saca? tá cheia de ideias pra escrever um livro, e até que escreve, mas molda ele todinho de acordo com as argumentações da editora. o cara faz HQ. diz que não se vende por nada nessa vida, e amarga uma real exclusão diante do mercado, que hoje em dia só aprova as histórias em quadrinhos no estilo Mangá. eles acabam enchendo a cara e se fudendo com um traficante filho da puta, que também não faz concessões de jeito nenhum e sem pagamento...já viu...a merda fede legal. sempre lembro de alguns amigos meus, que estão enfurnados no emprego público, que mantém um discurso da tal peça maravilhosa que ainda vão realizar, do livro que nunca escreveram, mas que tem todo o enredo na cabeça e que no fim do mês estão lá...na churarascaria cara...sorrindo e enchendo o bucho e sem a menor culpa das linhas esquecidas no caderno, dentro de sua gaveta, ou em alguma pasta em seu computador. essa vida é muito filha da puta mesmo. sei que todos fazemos concessões, mas tem horas em que devemos esquecer de vez essa possibilidade, arriscar mesmo, jogar pro alto as nossas mais exatas razões...tudo pode ser mudado, não é? basta só insistirmos bastante na ideia. meu pai sempre me dizia, - Marcelo, se você trabalhar de verdade, insistir, não tem como dar errado, talvez não seja do jeito que pensou, mas com certeza vai ser de um jeito que te deixe mais feliz. tenho feito isso. tô atento àItálicos minhas concessões, lógico, tenho algumas, várias... mas não posso me queixar... na verdade, sei que erro mais do que acerto, de outro modo, é o tal do equilíbrio, que é inalcansável...tô feliz assim. a minha maior concessão é insistir em algo que todos pensam ser impossível e por mais que eu esteja bem, vivendo, todos estarão olhando com pena pra mim, - coitado, é artista...deve tá na maior merda...mas é legalzinho o que ele faz... é o preço, se você se importar com o que os outros pensam....







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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

MEUS DIAS...MINHAS NOITES...MINHAS MADRUGADAS MALDITAS...

já sei que amanhã tô fudido... acordar bem cedo pra dar aula... bom, de teatro, menos mal...mas vou ter que acordar cedo...é foda... não me acostumo com isso... não me acostumo com esse esquema... durmo tarde todos os dias... depois que desisto do word e do computador, ainda tenho o banho, o lanche, os filmes... e de quebra, ainda tem a insônia que me persegue diariamente...a tv permanece ligada...deixo na estação de Jazz Clássico...depois fico enjoado e parto pro Rock Clássico...mas não durmo ainda...a cama é grande...tô só...parto pro canal de sexo e me canço um pouco...mas ainda não durmo...tenho que tomar outro banho...e mais um lanche...e mais uma conectada...e um livro esquecido na estante faz mais de um ano... e mais algum pensamento pra registrar... e o dia amanhece... e às vezes...desisto...fico na cama até o sono desaparecer por completo...ao meio dia ensolarado. essa é a rotina.





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GRUPO REVER BELL


o de gravata é o Rogério, o cara que inflama a parada em São João da Baliza.


é muito bom viajar pelos municípios do estado de Roraima. Apresentar espetáculo para a população do interior não tem preço. estivemos em Mucajaí, na estréia, dia 07/09. dia da Independência! nada mais propício, certo? somos uma Companhia de Teatro que curte muito o que faz. nos divertimos demais. e sempre pensamos assim: se não for pra nos divertirmos, então é melhor nem fazermos. e tem sido assim até hoje. a viajem para o sul do estado foi massa! na sexta, 10/09, foi meu aniversário. que presente! com as pessoas que gosto e fazendo teatro. lógico que de noite enchemos o pote! enchemos mesmo...foi muito bacana encontrar com pessoas que fazem teatro no interior do estado e que sabemos que é muito mais complicado, certo? os caras estão fora de todo esse processo de edital, não tem as informações de imediato como nós, e sem falar que o teatro, em uma cidade pequena sofre muito mais represálias do que na capital. os caras são vencedores. o Grupo Rever Bell vai realizar a sua IV Mostra de Monólogos em São João da Baliza. olha, é a IV certo? os caras não tão de bobeira. se eu tivesse a manha de tira o chapéu, tirava pra eles. são vencedores! ah! a Mostra vai rolar dia 25/09, às 19:30, no Anfiteatro Municipal de São João da Baliza, isso mesmo, é Teatro de Rua minha gente!








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PRÓXIMAS APRESENTAÇÕES DA CIA. DO LAVRADO



Graziela Camilo, Kleber Medeiros, Renildo Araújo (atrás) e Marcelo Perez
Foto: Alexandre (SESC)






A Cia. do Lavrado continua a sua itinerância pelas ruas dos municípios do estado de Roraima. No ano em que completa cinco anos de existência no estado, a circulação do espetáculo A FARSA DO ADVOGADO SILVA E SANTOS (adaptação de A Farsa do Advogado Pathelin), projeto aprovado no Prêmio FUNARTE Myriam Muniz de Teatro 2009, pretende alcançar um público de mais de 3000 pessoas. Pela primeira vez um grupo de teatro apresenta um espetáculo para todos os municípios em uma mesma temporada.

Confira as próximas apresentações da Cia. do Lavrado:

25/09 – AMAJARI (parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Amajari)
26/09 - PACARAIMA (parceria com a UERR/ Campus Pacaraima)
01/10 – CANTÁ (parceria com a SEMEC do Cantá)
09/10 – CARACARAÍ (Parceria com a SEMECD de Caracaraí)
16/10 – UIRAMUTÃ (parceria com a SEMEC do Uiramutã)
22/10 – ALTO ALEGRE (parceria com a SEMEC de Alto Alegre)



Texto: adaptação da obra medieval A FARSA DO ADVOGADO PATEHLIN, de autor desconhecido.

Adaptação: Graziela Camilo e Marcelo Perez

Elenco: Graziela Camilo, Kleber Medeiros, Marcelo Perez e Renildo Araújo

Direção, produção e cordéis: Marcelo Perez

Cenário, figurino e música: Cia. do Lavrado

Arte Gráfica: Graziela Camilo



Este projeto conta com a parceria em todos os municípios do RESTAURANTE TULIPA e MOVIMENTO DE TEATRO E CIRCO/RR

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

É O MEIO...

vou dormir. hoje foi um dia 10! trabalhei, estudei, trabalhei, trabalhei, trabalhei...enfim...nem posso reclamar das horas. não foram perdidas. não posso reclamar de nada, ainda consigo escrever essa linhas. não posso. não devo. não quero. durmo em paz. se é que ela existe de verdade. na real, nem lembro dos meus sonhos e de meus pesadelos. e isso é desde pequeno. desde a época em que mijava na cama. quando abandonei a mijada, fiquei fadado a esquecer completamente tudo aquilo entre o sono profundo e o acordar sem esperanças. apenas a espera de que a qualquer instante encontraria a minha derrota. bom, é verdade que teve muitos dias em que nem percebi que perdia. isso já é lucro. não é? todo mundo tem um pouco de Polyana dentro do seu coração. e muitos nem percebem de que se trata de uma história pra boi dormir...olha o boi de novo...boi da cara preta...é isso. fui. e não guardo nenhuma recordação prazeirosa antes dessa despedida. desligar completamente penso ser a maior das virtudes e a mais completa conscientização. mas trabalhei. então tá tudo certo! a gente nasceu pra isso mesmo, não foi? é o meio...









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NÃO ME ACOMPANHE

é tudo fácil, que tem vezes que prefiro ficar gordo e aparentemente velho...sei, o cara vai pensar: -mas ele acabou de falar que pensa não ter chance de mais nada? alôoou!!!! se liga na parada...tu não tem a menor chance de me entender...tô nessa fila faz 41 anos e até agora...bulufas! vai colecionar figurinhas repetidas e alimentar a esperança de que você não é o único a não acertar o pacotinho da sorte... vai perceber que por mais que gaste todo o dinheiro roubado dentro do ônibus, e por mais que roube infinitos ônibus pela vida, jamais conseguirá completar o álbum...sacou agora?






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FOGUEIRA DE SÃO JOÃO FORA DE ÉPOCA


- então, você acha que é possível esse fogo aumentar sem álcool?
- sim, é só a gente vigiar e colocar mais galhos...
- olha, essa merda tá pelas últimas, não tá não?
- sei lá...tá, mas enquanto a gente tiver por aqui o fogo permanece...tem mais cerveja na geladeira...não é o álcool que tá faltando?
- sua bêbada!
- seu bebum completamente sem noção...
- vou pegar mais combustível pra essa porra...
- vai lá... deixa que eu seguro esse fogo...
- porra! Agora até acredito que essa merda não vai apagar...
- vou cuspir na fogueira!
- não, seu maluco, vai incendiar a cidade!







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ÉTICA

tava lendo um texto pra aula de Prática de Ensino em Língua Portuguesa II, que falava sobre o bom trabalho. era um texto sobre a ética. essa ética utópica de academia e que dentro do mercado de trabalho não consegue sobreviver as garras compulsivas e destrutivas e necessárias do capitalismo. o autor falava de profissões e enumerava as artes como uma profissão de segundo plano. a realidade é a seguinte...não, eu não sou o dono da realidade e nem vou dar a receita da salvação, mas o fato é que a ética anda ao lado do equilíbrio, coisa que nunca alcançaremos. então, fiz a minha resenha e larguei o verbo no papel. ética? o que você quer dizer com isso na prática? olha, não existe nada mais antiético que assustar as criancinhas com histórias, de mulher do saco, a loura do banheiro... essas coisas ridículas que inventaram para nos assustar. sem falar na canção do boi da cara preta, que meus pais cantavam para que ele me levasse se eu tivesse medo de careta. parei com essa parada... TENHO MEDO DE CARETA MESMO! CARA FEIA É FOME! FODA-SE O BOI DA CARA PRETA! tamo fudido com a educação desse país... e ainda tem uns babacas que prometem mudar tudo nessa eleição...









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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

BEST FRIEND?

hoje, na aula de inglês, meu professor me perguntou quem é o meu melhor amigo? deu branco. na boa, deu branco porque eu não sabia explicar em inglês, que eu não tinha um melhor amigo. ou que eu não sabia qual a definição de melhor amigo. sei como dizer isso em inglês, mas não sabia como pensar isso em inglês, entende? explicar com detalhes... melhor amigo? não tenho. nunca tive. tenho pessoas que admiro demais e que sei que gostam muito de mim. melhor amigo é foda! não sei, talvez, se eu for remexer as memórias até que posso encontrar alguns, mesmo sabendo que eles, talvez, não me considerem assim. tive o grande prazer de dividir inesquecíveis momentos com várias pessoas nessa vida. nunca pensei nesse lance de amigo. sempre tive a impressão do todo descartável. sempre persegui a ideia de que não dá muito pra se apegar, pois de uma hora pra outra já era! sempre esperei pelo pior. e não sou um cara negativo, mas é que sempre as coisas dão errado em algum momento, entende? sempre foi assim comigo. teve um tempo que eu até pensava que o lance era comigo, mas depois, percebi que faz parte da vida. não dá pra passar o resto da vida se decepcionando. chega uma hora que é melhor assumir que as coisas não vão para o meu lado. e que na verdade eu é que tô a todo o momento tentando dar um jeito. e às vezes até que consigo, mas é temporário. a merda, mais cedo ou mais tarde fede. bom, dito isso, amigo? não tenho. acredito em Deus, mas nem mesmo Deus ou deus tenho certeza de que existe. apenas acredito. talvez a parada seja essa, acreditar que exista amigos. simplesmente acreditar. lembro da minha infância e de caras que andavam comigo. que jogavam botão, soltavam pipa, jogavam futebol e quebravam as lâmpadas do prédio em que morava num subúrbio do Rio de Janeiro. o núcleo da bomba. bairro Bonsucesso, ironia do destino, não é? o bairro em que nasci e morei até os 19 anos. depois, lembro da adolescência, e de uns caras que percorriam todos os bairros do Rio de Janeiro dentro de um fusquete invocado e enfumaçado. depois, lembro da turma do teatro e assim vai...mas amigo...não sei. talvez até os tenha, mesmo sem perceber, mesmo sem nunca ter percebido. essa vida é tão descartável, que até mesmo os meus pensamentos mais imediatos parecem desaparecer bem no ato de sua existência.



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A LUTA CONTINUA!

tosa luta continua! sério... olha, mesmo fazendo teatro nesse estado há cinco anos...mesmo produzindo, pelo menos um espetáculo novo a cada ano, com ou sem recursos...é foda conseguir a tal valorização. veja bem, nós, da Cia. do Lavrado, nos valorizamos a todo o momento. sabemos quem somos e não falo isso com um pingo de arrogância. a merda toda são os outros, que ainda insistem em nos oferecer cachês que não dão nem para a saída. não sei, tem vezes que dá vontade de colocar no jornal: - ei, o que precisamos fazer pra vocês perceberem que não estamos mais na década passada? acorda! cara , produzir um espetáculo é difícil pra caralho! na Cia. do Lavrado, o único que trabalha só com teatro sou eu. além do grupo, dou aulas de teatro e faço Letras/Literatura, se Deus quiser me formo ano que vem, na UFRR. é foda demais coordenar horários, interesses e tudo o mais. outro dia nos fizeram um convite para apresentarmos um trabalho de prevenção às DST/AIDS. colocamos o nosso preço. é isso. se não rolar, fazer o quê? na semana passada me convidaram para gravar uma vinheta de um candidato ao senado aqui no estado. me ofereceram R$ 200,00. olha, na boa, nem pra sair de casa eu aceito essa proposta. sério! não dá! o cara tem grana pra caralho. o estado de Roraima é só o seu escritório, porque nem morar aqui ele mora, e eu vou colocar a minha imagem direto na mídia por 200 pilas? nada disso. o pior é que tem gente que topa e por isso o preço não sobe. é verdade, enquanto tivermos artistas topando trabalhar por R$ 200,00, os caras vão continuar fazendo essas propostas indecorosas...mas vamos lá, a vida continua e tem muita coisa pra ser realizada. ainda.








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CADÊ A POLÍCIA????!!!!!

Em terra de cego quem tem um olho é rei... mas aqui no estado de Roraima, nem mesmo se você tiver uns dez olhos, tem muita coisa que você não vê e jamais verá. Essa história de cultura, teatro... veja bem, tem um monte de gente aqui no estado aprovando vários editais e não executando os seus projetos. Basta só clicar no google que vocês verão a picaretagem. Não vão achar nada! Cadê o dinheiro? E os projetos? E tem muita gente aqui que faz a chamada casadinha. Aprova o mesmo projeto em mais de um edital e não executa por cada um. Não sei, isso não é legal... a Cia. do Lavrado trabalha com ou sem recursos. Se aprovássemos um projeto para dez apresentações em um edital e mais 10 em outro, é lógico que faríamos 20 apresentações. Adoramos o que fazemos e buscamos recursos, sempre, para realizá-los. Mas tem uma banda podre aqui que não são artistas, não são produtores, não são porra nenhuma dentro do teatro, que se perderam em algum momento da vida deles, sabe aquele momento em que o cara pensa: - o que faço? sou artista e assumo todos os riscos, ou vou meter a cara e me dar bem legal? Olha, faço cobranças aqui para pessoas que se dizem gestores, mas que ignoram as minhas cobranças. Gostam mesmo é de babar em suas falas e dizer que ficam felizes quando as suas colocações são discutidas em grupo. Uns merdas! Uns infelizes! Uns perdedores, é o que são. Na boa, me deixa fora do sério. Amo muito o que faço. Tô nessa estrada desde 1990. Comecei a ganhar dinheiro com teatro, quer dizer ser remunerado, só 10 anos depois. Já fui pro sinal no Rio de Janeiro vender espetáculo, quer dizer, pedir dinheiro para montar espetáculo, é já fiz isso, e umas três vezes. Foi divertido. E montei os espetáculos lá no Rio. Já vesti roupa de rinoceronte e passei o dia inteiro dentro do TIVOLI PARK no Rio, um sol de rachar as ideias, também, filipetando, para depois, no fim da tarde fazer o espetáculo, Paulo César de Oliveira que o dia, né PC? Tá de sacanagem... sei exatamente o valor de estar hoje com condições de produzir, com recursos. Aqui no estado de Roraima, a maioria dos espetáculos que produzi foi com recursos do Governo Federal. Realizei projetos, também, com recursos da Secretaria Estadual de Saúde e com o empresariado local e só! Sem falar dos trabalhos independentes... olha, a coisa é séria, depois que inventaram a porra da denominação GESTOR, parece que todo mundo pegou essa doença e o pior é que não fazem nada. Não são gestores. A merda toda é quando lemos os e-mais de alguns, os caras fazem questão de no final, na hora de assinar o e-mail, colocar todas as suas pseudo-colocações na sociedade. É muita baixa auto-estima... dá um tempo...tem gente que não faz porra nenhuma e diz até o curso que faz na universidade...parei com isso... fui...



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PROJETOS FUTUROS...


AS BEATAS
Alex Zantelli, Marisa Bezerra e Weliton Calmon
Cia. Malandro é o Gato (temporada ótima este ano no SESC/RR)
Foto: divulgação


Ainda este ano, ou mais tardar em janeiro, estréia SE MEU PONTO G FALASSE, texto de JÚLIO CONTE, HELOÍSA MIGLIAVACCA e PATSY CECATO, que será montado pela Cia. Malandro é o Gato, de Boa Vista/RR. Este projeto foi aprovado na Lei de Incentivo do Estado de Roraima (que existe para poucos privilegiados...) Fui chamado para dirigir e a Graziela Camilo dividirá a cena com Marisa Bezerra, que é a própria Gata desse grupo de malandros. É um enorme prazer participar desta direção, ainda mais por se tratar de um outro grupo aqui do estado. Olha, as coisas nem sempre foram assim por aqui. Houve épocas em que convidar artistas de outros grupos era motivo de briga e das feias! Legal o Malandro é o Gato convidar dois integrantes da Cia. do Lavrado para participarem deste projeto. Vamos nos divertir de montão! É só o que posso adiantar. Na sequência, assim que o espetáculo estreiar, começaremos os ensaios de APENAS UM BLUES E UMA PAREDE PICHADA, que foi contemplado no Edital Microprojetos Mais Cultura da Amazônia Legal 2010, com a Grazi dividindo a cena sei lá com quem... precisamos de um atriz com a maior urgência! A luz será do Renato Barbosa, que manda muitíssimo bem, obrigado.









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PRÓXIMA PARADA: AMAJARI



Graziela Camilo, Kleber Medeiros, Marcelo Perez e Renildo Araújo (com a camisa do melhor do mundo)
Foto: Alexandre (SESC)




No próximo dia 25/09, sábado, a Cia. do Lavrado apresentará seu novo espetáculo, A FARSA DO ADVOGADO SILVA E SANTOS, no município de Amajari. A apresentação está marcada para às 11h. Será a nossa 5ª apresentação no estado de Roraima. Este espetáculo foi montado com recursos do Prêmio FUNARTE Myram Muniz de Teatro 2009 e conta com a parceria do TULIPA RESTAURANTE, MOVIMENTO DE TEATRO E CIRCO/RR e a SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE AMAJARI.


Este espetáculo é uma adaptação do texto medieval e de autor desconhecido A FARSA DO ADVOGADO PATHELIN, na verdade, mudamos o título e localizamos as ações e linguagem nos dias atuais e em nossa região. Quem já viu o Pathelin perceberá de que se trata da mesma história. Montamos este texto em 2006, também com recursos da FUNARTE e nas ruas de Boa Vista. Na época visitamos várias praças da capital do estado. Dessa vez, vamos visitar todos os municípios do estado. É uma temporada histórica, pois nunca nenhum espetáculo foi apresentado em todos os municípios e em uma mesma temporada. A recepção do público do interior é divina! Todos com uma vontade imensa de se divertir, de aroveitar ao máximo o que temos à oferecer. Fazer teatro de rua no estado de Roraima é muito bacana. Mais grupos de fora do estado deveriam experimentar estas bandas. Simplesmente indescritível!




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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

É ISSO




Prefiro
o
inferno
das
tentativas
impossíveis
do
que
o
céu
da
acomodação
dos
dias
iguais.








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