domingo, 31 de outubro de 2010

ARTISTA ENCOSTADO



outro dia vi um filho da puta na rua. sabe, esses que comem nas mãos da cultura sem a menor cerimônia? família nobre do estado. então, o cara tentou de qualquer jeito se fazer presente, na esperança que... que vergonha...pensou que eu fosse cumprimentá-lo. percebi isso. não dá, parceiro. não dá pra cumprimentar você, até que quis, mas é foda, sacou? em outras épocas, sei que você esteve tão envolvido com o teatro aqui no estado, mas agora, não sei o que aconteceu em sua vida, você passou pro lado dos vampiros, dos que sugam as verbas da cultura e nada fazem pra mudar essa situação. na boa, nem sei se você é um cara bacana ou não, não tivemos essa aproximação. não o conheço, nunca tomamos uma cerveja, nunca falamos besteiras no tom de confissão, como fazem os bebuns... o fato é que, agora, você tá lá. sentado na cadeira do poder que não pode nada! fazendo compras no supermercado com grana pública e completamente out de qualquer discussão que possa beneficiar a cultura no estado de Roraima. Olha, sei que você passa por aqui, é jornalista e coisa e tal... e na boa, nem sei por que você faz isso, visitar meu blog? afinal de contas, eu sou mais um, certo? não vai encontrar respostas por aqui. tô longe de ser seu amigo, pelo menos enquanto você estiver sugando esse sangue tão sagrado. faz o seguinte: muda! tua vida pode ser bem melhor do que é agora. digo isso, porque acredito que você, no fundo é um artista, e deve tá se comendo por dentro com aquela pergunta cruel martelando a sua cabeça todas as noites antes de dormir: o que foi que eu fiz pra não conseguir? sei lá, bicho, escreve uma peça, monta um espetáculo, publica um livro, faz uma música, vive essa pôrra de verdade, que eu tenho certeza que você será bem mais feliz. nem sei se vai conseguir, mas o processo é bom pra caralho, o processo é que é o êxtase! vale demais, meu brother! seja feliz! ou pelo menos tente. como todos nós. nos vemos pelos supermercados da vida...







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ELEIÇÕES




E o resultado das eleições estão aí. Muitos felizes porque garantiram os seus empregos. Outros porque continuarão a mamar nas tetas do poder público. E o pior é que sabemos, todos, que o resultado das eleições não expõe, na verdade, um desejo de mudança, de um estado melhor. Bom, ninguém vota em candidato por acreditar que ele mudará a realidade do nosso estado ou país. Faz tempo que saquei isso. A individualidade sempre vem à frente. Então, tá, eu também votei nesse esquema individual. Tive sorte e azar. A parada é a seguinte: amanhã, o dia vai acordar com qualquer candidato. Vou continuar a minha peregrinação por uma vida melhor, mesmo sabendo que isso é quase utopia. Mas é essa busca que me mantém vivo. E que todos sejamos mais felizes. E você acredita mesmo nisso?











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sábado, 30 de outubro de 2010

SEDE PÚBLICA?

Olha, botei esse post no grupo virtual da Rede Brasileira de Teatro de Rua. Como sei que muita gente que entra aqui não acessa lá, decidi dividir com vocês. Me parece que agora vai virar moda esse lance de SEDE PÚBLICA. E aí, qual a parada?

Boa madrugada, companheiros!

Mais um assunto que gera polêmica: conceito de SEDE PÚBLICA. Olha, na boa, agora que existe essa pauta é bom mesmo discutirmos isso. O que é uma SEDE PÚBLICA? É bom discutirmos, pois daqui a pouco todo mundo vai achar que se enquadra nessa categoria de SEDE PÚBLICA. E é verba pública! Grupos que tem sedes próprias e outros que alugam espaços há anos podem ter duas SEDES? E o que caracteriza a SEDE PÚBLICA? Eu posso ter uma sede própria faz anos e ao mesmo tempo também ter uma SEDE PÚBLICA? Na boa, me ajudem porque tô confuso com isso... A comprovação solicitada no edital do PROCULTURA não tá muito clara. Como posso provar que minha SEDE é PÚBLICA? Devo mandar material de dois anos de atividade? Olha, a Cia. do Lavrado não tem SEDE PÚBLICA, pagamos aluguel todos os meses de R$ 270,00 e isso faz quatro anos ( e ainda bem que tá congelado até hoje...) Mas sempre estivemos na Praça das Águas, em Boa Vista/Roraima. Isso há mais de quatro anos. Essa é nossa SEDE PÚBLICA e nem sabemos disso? kkkk. Vejam bem, nem vamos concorrer a este edital, neste item, temos consciência que nossa SEDE, verdadeira, não é PÚBLICA. Mas e aí, como fazemos essa diferenciação para evitarmos os que gostam de se beneficiar de todo o jeito? Vai virar moda agora essa história de SEDE PÙBLICA? Então, qual o Grupo aqui da REDE que já foi aprovado em algum edital do MINC/FUNARTE mandando como endereço a praça em frente da sua casa? Ou o endereço da praça que tá acostumado a trabalhar, já que estamos em várias praças? Mande o relato da experiência pra contribuir, certo? Dúvido muito que algum grupo tenha mandado o endereço da sua,dita, SEDE PÚBLICA nos editais que concorreu. Olha, se nós mandássemos na nossa ficha de inscrição que nosso endereço é uma PRAÇA PÚBLICA, com certeza nunca que seríamos aprovados em qualquer edital. Na boa, tô confuso demais. Que parada é essa? Me ajudem, meus companheiros! Qual o conceito dessa pôrra, bicho?

Beijocas










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VAMOS VIAJAR EM NOVEMBRO!


E a Cia. do Lavrado continua a sua itinerância pelo estado de Roraima. No dia 06/11 estaremos na Praça das Águas, em Boa Vista. O espetáculo acontece às 20:30h. Será a nossa primeira apresentação na capital. Ainda não temos nada marcado para os outros municípios. Essa época de política não é nada fácil, dificulta tudo! Faltam apenas sete municípios para terminarmos a nossa itinerância pelo estado de Roraima. Mas olha, tá complicado de marcar com os municípios que faltam. Vamos lá, vai dar tudo certo. Pedimos à FUNARTE prorrogação do prazo para prestarmos contas e os caras toparam. A situação aqui é complicada. Estradas ruins, pontes caídas, eleição, segundo turno, uma dor de cabeça dos diabos, na boa, uma dor de cabeça daquelas! Até que estamos bem, pois tem grupo aqui no estado que foi contemplado no último Prêmio Myriam Muniz e até agora nem começou a sua temporada. E olha que prestação de contas deve ser feita no dia 02/11... vai ver pediram a prorrogação também, assim como nós. Mas estamos no pé. É dinheiro público. Se não executarem vamos abrir a boca! No fim de novembro a Cia. do Lavrado vai participar do 8º Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua. Não vamos levar o nosso espetáculo, pois temos um integrante que estará em aula nesse período, quer dizer, todos estaremos, mas ele estará em semana de provas. Mas vamos em três. Uma vitória. Sempre quem viaja para esses Encontros sou eu. No primeiro semestre desse ano, no 7º Encontro da RBTR, em Canoas, conseguimos chegar em dois. E dessa vez vamos em três. Com recursos próprios, da Cia. do Lavrado. É isso. Estamos administrando a parada, certo? Uma vitória, em um Encontro tão importante como esse, a RBTR, hoje, é o único Movimento vivo de Teatro nesse país. Muito bom rever amigos, assistir espetáculos de outros estados, tomar aquela cerveja gelada no Mato Grosso do Sul, tudo de bom! Tomara que a moçada de lá não seja tão puritana e que estejam preparados para receber uma moçada que não se vê sempre e que quando se encontram ficam eufóricos. E até demais. Vamos lá, na paz. Vamos articular...quer dizer, nós, da Cia. do Lavrado, como sempre, vamos nos divertir. Aprender bastante? Sim. Mas, cara, na boa, se não for desse jeito, não rola. Precisamos nos divertir. Precisamos da felicidade. Nada perto do burocrático demais. Sempre discutimos isso dentro do nosso grupo. Na boa, se você não estiver se divertindo, se manda! Não dá para ser de outro jeito, mas na ordem, na responsabilidade e sempre na maior cara-de-pau e camaradagem! Viva o 8º Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua!









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QUAL O PREIÇO?

a hora agora são sedes!
o mundo todo tá afim
todo mundo diz que tem
tô lá meu brother, assim...

tenho o meu lugar faz anos
sempre tive, sempre tive
ôpa! agora rola grana!
sempre tive! sempre tive!

eu me enquadro no edital
eu tô na praça faz anos
mentir não faz nenhum mal

eu quero de qualquer jeito
a verbinha federal
seja lá qual for o preiço...








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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

NÃO DÁ PRA DAR IDEIA PRA QUALQUER UM




(NA PORTA DO ESCRITÓRIO DE UM ADVOGADO QUALQUER)

Mulher pergunta pra um cliente distraído...

Mulher - é foda, cara, tô com um processo nesse advogado, e te confesso que tô super dura.
Cliente - sei, aguarde um pouco que ele deve chegar logo.
Mulher - Vou te falar, a vida é uma puta de uma piranha, sabe? Faz dois meses que não pago o meu aluguel. Tô dura, sem nenhum trabalho...você acha que eles já podem me despejar?
Cliente - não sei, acho que só com seis meses, sei lá...espera o advogado, ele é que sabe desses lances de direito.
Mulher - Então, me mudei de Boa Vista pra Manaus, faz uns três meses...fui demitida de uma rede de televisão, assim, do nada. Os caras me substituíram por uma Ave Maria cheia de graça...é mole?
Cliente - (dá uma sacada nela e até concorda no seu pensamento) olha, eles são foda, sacou? Mandam e desmandam. Não dá pra negociar. É o sistema.
Mulher - é, mas eu não tive culpa, não fiz nada de errado. Eles romperam com o meu contrato.
Cliente - legal, fala com o advogado, que talvez ele resolva...
Mulher - não, você acha que eles estão certos?
Cliente - eu não disse isso...
Mulher - mas pareceu...
Cliente - nada disso, olha, tô sem autoridade no assunto. Veja o que vai rolar...
Mulher - você é igual aos outros...
Cliente - que isso...eu só não quero me meter numa parada que não me diz respeito...
Mulher - igualzinho aos caras...
Cliente- pera aí, não vai me culpar pelo seu dia desgraçado, não é?
Mulher - desgraçado é você! Agora só me faltava essa, um cara que eu nunca vi na vida me dizer que eu tô desgraçada...
Cliente - e não tá? Olha, eu não quero me meter, mas se você foi embora e se acha injustiçada, coloca os caras no pau!
Mulher - faz meses que não pago o meu aluguel, ontem, pegaram o meu carro, e agora eu, sei lá, acho que vou fugir pra São Paulo!
Cliente - Beleza, acho que você já tomou uma decisão sensata...
Mulher - Então você acha que eu devo fugir?
Cliente - (desviando a conversa) é...
Mulher - Seu covarde!
Cliente - Não! Não foi isso que eu disse, mas você falou que já tinha um plano de evacuação...
Mulher - Só me faltava essa, você quer que eu fuja, sem nem deixar meu endereço? Você é um filho da puta mesmo!
Cliente - que isso, mulher, apenas concordei com você...
Mulher - então é assim, você concorda e decide a minha vida? Seu canalha!!!
Cliente - pode parar com essa palhaçada, eu não sou canalha, não decidi porra nenhuma, e tô pouco me lixando pro que vai acontecer com você!
Mulher - é isso, eu sabia, você não tá nem aí.... é um puto igual aos outros... deve tá de conchavo com aqueles cretinos!
Cliente - pára com isso, nem sei quem você é! Te conheci agora e você já vem me acusando...
Mulher - porra nenhuma, agora quer botar o galho dentro? Nada disso, vou te processar, seu escroto, vai descriminar a puta que te pariu!
Cliente - tu é maluca?
Mulher - fudeu cara, isso é ofensa, você acabou de me chamar de maluca, tá fudido, vou te ferrar legal! (grita) Eu quero os meus direitos! (um policial se aproxima) Eu quero os meus direitos! Esse cara aqui acabou de me discriminar. Só por que eu tô dura? Não, vai ter que pagar, seu preconceituoso!
Policial - meu filho, não adianta, discriminação é cadeia das brabas. vai passar a noite só na vara! Soldado, leva esse babaca!
Cliente - mas eu não fiz nada!
Policial - Esse é o seu crime, seu otário...você não fez nada...vamos lá, soldado, pode levar o cidadão! E vara nele, pelotão!
(detonam o cara)
Soldado - porra, capitão, o cara parecia vítima.
Policial - todos parecem, soldado, nessa vida todos parecem...






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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

PENA

olha, foi mal, mas preciso retornar a este assunto. é que me deixa muito puto mesmo. tô cansado de receber e-mails e no final deles o cara que envia faz uma lista das coisas que ele pensa que é. isso é muito ridículo. acabei de receber um e-mail de um Movimento de Aids em que o cara assina o nome dele e coloca cinco, na boa, cinco situações que ele pensa representar. e ainda coloca por último que é acadêmico de Psicologia. parei com essa marmota... se liga, seu idiota! vai fazer a vida funcionar de verdade que você não precisará se legitimar em cargos, funções e outras balelas no fim dos seus emails. faça acontecer de verdade! tem vezes que a vida é uma merda mesmo. nos faz passar por essas humilhações todos os dias. na boa, pena é uma parada muito ruim de se sentir, mas é assim que sinto agora.




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CADÊ O ESPELHO, CUMPADI?

o ser humano é muito maluco. é muito vaidoso. somos assim, certo? mas tem gente que exagera... tem gente que mesmo com toda a articulação, desonesta, não conseguem atingir seus objetivos de aplausos universais. deve ser uma merda colocar a cabeça no travesseiro ao lado do telefone, do computador conectado e nada... é uma pena que muitos do Norte ainda desejem tanto fazer parte do Circuito. é a velha história, nem sempre é possível fazer parte do grupinho descolado na escola, não é mesmo? por mais que você compre os lanches pra moçada na hora do recreio, e todos os dias, jamais terá o reconhecimento que tanto sonha. mesmo você sendo uma pessoa iluminada... o segredo, se é que ele existe, deve morar lá pelos cantos da aceitação. ou então, quem sabe uma mudança de Região não seria mais saudável? apesar de que, mesmo com esse esforço ainda falta muito trabalho pela frente, meu nobre colega. é preciso estreiar muito... e tem coisas que nem o Espírito Santo conserta, quer dizer, ajuda. saravá!






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IMAGENS EM ALTA VELOCIDADE



cigarros demais cervejas demais ideias demais nenhuma conclusão diante do óbvio que perturba que tira o sono que paralisa por todas as manhãs que neutraliza durante os restos dos dias sem a menor noção do que pode do que não deve sem a menor sombra de dúvida não pensa no próximo instante não sente aquilo que detona não quer perceber os rastros das sobras muito menos se preocupa com o outro lado da alma que se complica por entre as palavras e de todo jeito é só acender mais um cigarro completar mais um copo com a cerveja gelada relaxar um momento único sem fim sem aquilo tudo que ficou na espera com aquilo tudo que ficou no infinito é o pensamento sem nexo direto pelas bordas das necessidades o cão não chega nem perto do cheiro do passado o bicho sabe muito bem que sem comida sem água não tem jeito sem ideias sem fumaças sem cervejas sem os sonhos de comida sem água não somos nada somos o cão a perambular por um carinho mais besta compromissado sem nenhum amor no coração somente imagens...somente imagens...só mente. pôrra! imagens. sempre... cigarros demais cervejas demais ideias demais nenhuma conclusão diante do óbvio que perturba. sempre. é isso. assim. sempre.










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terça-feira, 26 de outubro de 2010

8º ENCONTRO DA REDE BRASILEIRA DE TEATRO DE RUA

E em novembro vai rolar o Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua. E a Cia. do Lavrado vai estar presente. Estivemos em São Paulo, na Aldeia de Arcozelo (RJ), em Canoas (Sul) e ainda estivemos na Bahia representando a RBTR no último encontro da Rede Redemoinho. Agora é Campo Grande/MS. Queremos levar espetáculo. Estamos no aguardo dos companheiros daqui pra ver se todos poderão viajar. Sabe como é, faculdade e coisa e tal... Se todo mundo puder, então vamos tentar levar A FARSA DO ADVOGADO SILVA E SANTOS, é o espetáculo que estamos em itinerância pelo estado de Roraima. A grana pras passagens já tá na mão. Vamos em quatro. De qualquer forma, mesmo sem espetáculo, com certeza iremos em três dessa vez. É isso. Vamos marcar presença no Encontro dessa Rede, que hoje é a única organização nacional de teatro. É sempre bom rever amigos, ah! os amigos! e também observar alguns discursos vendidos (faz parte, né?), ver na cara de alguns companheiros que só estarão lá fazendo propaganda de seus empreendimentos (não é nenhuma novidade, certo?), mas cheios de coletividade em suas falas e também, claro, discutir política pública para o teatro nacional. Rola de tudo! Tenho lido alguns relatos aqui pela net e na boa, os caras insistem em dizer que nos últimos encontros, festivais, estiveram presentes articuladores de Roraima. Mentira! Em Roraima, articuladores, hoje, só a Cia. do Lavrado, pois os outros, na boa, nunca se manifestaram no grupo virtual, nunca foram aos Encontros da RBTR e muito menos defendem a coletividade no estado de Roraima. Mas é isso aí, pra quem é de fora, é legal dizer que tem mais um estado presente. É força! Mas não é bem assim...Vamos discutir isso também. O que acham? Vamos levar essa pauta. Quer dizer então que a dinâmica da RBTR é igual aos grupos de mútua ajuda NA, AA? É só dizer que faz parte e pronto? Não é bem assim... mas vamos lá, na paz. Sempre!












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domingo, 24 de outubro de 2010

VIZINHOS




as pessoas são solidárias
mas no fundo elas não se ajudam
não ligam pros barulhos vizinhos
nem querem saber se realmente incomodam os outros









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IMAGINÁVEL



o que não pode ser dito
nem deve ser imaginável
de qualquer jeito aceito
o completo acaso desgraçado









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AMANHÃ? CANTÁ!

Amanhã apresentaremos no Cantá. Também não fechamos parceiras. Tentamos, mas os caras de lá não estão organizados pra isso. Vamos na cara dura. De novo. E vai dar certo. Vamos na boa. Sem qualquer pretensão. O esquema é o seguinte: chegamos cedo. Escolhemos o melhor lugar. Panfletamos. E apresentamos. É isso. Não tem como dar errado, ou pelo menos não pensamos nisso. O município do Cantá é perto, acho que 50 minutos da capital. Então vamos lá, amanhã? CANTÁ!












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ALTO ALEGRE...FOI BOM DEMAIS!



Graziela Camilo e Marcelo Perez

Estivemos, ontem, 23/10, no município de Alto Alegre. Não conseguimos fechar parceria com esse município. Até que tentamos, mas a parada furou. Por parte deles. Então, resolvemos ir assim mesmo. Chegamos lá na cara dura. Percebemos qual era o lugar melhor para apresentarmos e fizemos a panfletagem. Fomos em cada casa, em cada comércio possível e convidamos muita gente. Nessa época de política é complicado. A cidade tava excitada, haveria um comício de um candidato à Governador, às 19h. Comício vai até tarde. Já sabemos muito bem disso. Resolvemos apresentar às 17:30. Quase que acertamos. Deveríamos ter começado às cinco. Mas, tudo bem, na hora em que começamos a tocar os instrumentos, veio gente de não sei onde...encheu a rua. As calçadas encheram. Tinha mais de 80 pessoas. Foi bom demais. No meio da rua! Um público quente, com muita vontade de coisas novas. E nós apresentamos isso, uma coisa nova. E todo mundo curtiu de montão. Depois falei com um comerciante local e ele me disse que o povo quer, mas não tem incentivo. E foi assim, o povo apareceu e nós fizemos o espetáculo. Demos o incentivo. O melhor que poderíamos oferecer naquele momento. Foi bom demais. Alto Alegre? Já entrou na nossa lista. Nos aguardem...












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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ERINALDO MANDUREBA ( NALDO MANDUH)

O Erinaldo é a Nêga Maluca



Então, sobre o outro post que falava do falecimento do Erinaldo, pois é, a parada aconteceu mesmo. que merda, certo? O Erinaldo foi um dos fundadores da Cia. do Lavrado, em 2005. Eu o conheci em 2004, assim que cheguei em Boa Vista. Nos cruzamos algumas vezes por oficinas de teatro e depois eu resolvi montar um texto meu, O ÚLTIMO DIA, que era um monólogo com quatro personagens. Chamei ele pra colocar o som. Rodamos com esse espetáculo por Boa Vista e até conseguimos apresentar na I Edição do Festival de Teatro da Amazônia, em 2006. E ele tava lá comigo. Ele no som e a Tati como contra-regra. Quando cheguei em Roraima montei uma oficina de teatro e o Erinaldo foi meu aluno. Ele, a Cora Rufino e o Kleber Medeiros, todos os três fundadores da Cia. do Lavrado. A partir dessa oficina é que me aproximei mais dele e em 2005 resolvi juntar alguns alunos que mais me identifiquei pra montarmos um grupo de teatro. E assim surgiu a Cia. do Lavrado. O cara teve papel fundamental na construção dessa Companhia. Participou ativamente de todas as discussões enquanto esteve no grupo. Concordou e divergiu. E só saiu porque fez outras escolhas em sua vida. Escolhas diferentes das nossas. Mas não guardamos ressentimentos por isso. Mantemos o contato e no dia que lhe convidei para fazer um depoimento pro DVD de 05 anos da Cia. do Lavrado, o cara ficou super feliz. Fez um depoimento muito emocionado. Se emocionou porque sacou a importância dele dentro dessa história. Quando montamos nosso último espetáculo, tivemos problemas na construção do elenco, dois atores precisaram se ausentar e uma das nossas opções foi o Erinaldo. Isso mesmo, pensamos em convidá-lo para este último espetáculo. Acabou que chamamos o Kleber Medeiros, que também havia saído do grupo em 2007, na mesma época que o Erinaldo. É isso. Na verdade, o que fica são só as boas lembranças. Só os momentos que realmente vale a pena de se lembrar. A sua morte me deixa com uma sensação de que devo fazer muito mais. De que não tenho muito mais tempo. Que a fila tá andando e depressa. Fico com a impressão de que tudo é tão descartável, assim como nossas vidas insignificantes.


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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

SIMONE

tava dando uma olhada na estatística do blog, sempre faço isso. é só clicar nesse link verde com o Ctrl pressionado. tem gente de Santa Rita do Sapucaí que passou por aqui. é em Minas Gerais. já estive lá. fiz uma peça de teatro naquela cidade mineira. na década de 90, bem no início. eu fazia parte de um grupo de teatro chamado Gang da Cidade. nessa época eu já vivia em gangues. inevitável. tínhamos dois espetáculos e viajamos pra tentarmos fechar algumas apresentações em Pouso Alegre. fomos num fusquinha 1969. o ano em que nasci. a ida foi genial. chegamos bem. fizemos os contatos e partimos pra esbórnia. comemoramos a vitória. finalmente iríamos apresentar fora do Rio de Janeiro. eu morei lá até meus 34 anos antes de vir pra Boa Vista. pintamos o sete. e outros números. foi bom demais. ficamos bêbados e felizes. ficamos simples. na volta, o Robson, que era o motorista e tava na maior ressaca, me pediu pra levar o carro. bom, eu também tava na maior ressaca. bebemos até às seis da matina. e pegamos a estrada às oito. bom, acho que ainda estávamos bêbados... não lembro. não deu nem pra embalar o sono. como sempre. peguei o carro. todo mundo insistiu. entramos na estrada e foi bacana. rimos das nossas sensações perturbadas. na primeira curva fechada, eu não tava ligado. era uma curva que enganava. sempre enganou. ela tinha um currículo de morte extenso. mas só ficamos sabendo depois. entrei. pensei que tava na boa. de repente vi a curva fechar com uma tremenda rapidez. entrou um caminhão enorme do outro lado. não deu pra evitar. nosso carro só deu uma batidinha de leve no caminhão. capotamos por mais de 10 vezes. parei com as mãos grudadas no volante. me levantei. saí do carro. sem nenhum arranhão. e vi o corpo da Simone numa poça imensa de sangue. tentei segurar a sua cabeça, mas não dava. tava boiando no vermelho. larguei. já tinha partido! fizemos amizade com os moradores dessa cidade, Santa Rita do Sapucaí. o acidente foi lá. é próximo de Pouso Alegre. depois que voltamos ao Rio, resolvemos apresentar em Santa Rita em homenagem à Simone. foi muito bom. depois da apresentação, estávamos empolgados. estávamos embevecidos. já tínhamos até nos esquecido.






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CONTRÁRIO

sabia que o resultado não o favorecia. mesmo assim foi ao quintal pegar limões. tinha 86 e gelos. tinha a vontade que supera. queria beber. cortou, espremeu, misturou. deu a linha na pipa até o final do carretel. já estava sem palavras. sem gestos. sem versos. sem nada que o fizesse acreditar no contrário.








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HÁBITOS ESQUISITOS


vou pro violão
sem as notas.
completamente sem razão...



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O DIA



o dia não acaba assim...
e a noite não força a porta.
ela chega.
nem sei mais o que importa...













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BEIJA-FLOR


recebi a visita de um beija-flor
já tinha decidido os meus passos.
flor. e ou...
se foi. não sei mais o que eu faço!












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INEVITÁVEL DESTINO





engraçado como as pessoas mudam de ideia.
mudam.
precisam.
não são trouxas.
apenas cometem erros.
ficam expostas aos mínimos detalhes.
aos fatos que não rezam sentidos
aos sustos que arrependem o resto da alma
concordam.
são vítimas do inevitável destino
se perdem nas noites de sono, de choro e de álcool.













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NOTÍCIAS ESPERADAS. DESESPERADAS...

- volto pra dança na semana que vem.
- legal...
- é...consegui um parceiro que mora lá no município.
- bom pra vocês, estarão sempre perto.
- verdade, mas o ensaio é só um dia na semana.
- e pra que serve então a aproximação?











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ERINALDO MANDUREBA OU NALDO MANDUH

o de camisa branca é o cara que eu tava falando aí embaixo no post.




olha, recebi uma notícia bem cavernosa. um colega de trabalho morreu. se for verdade, ele foi um dos fundadores da Cia. do Lavrado. pensou junto com a gente essa história. engoliu farpas e se deleitou com algumas ideias. teve participação fundamental na criação da Companhia. divergimos demais no final. não na concepção das ideias cênicas, mas no modo de conduzirmos esse navio. não sei do que morreu. não quero saber. se isso é o real, então prefiro imaginar um Naldo Manduh ou um Erinaldo Mandureba, que é como eu sempre o chamava, daquele jeito batalhador, determinado e próximo de alcançar seus objetivos. um cara sem muitas chances, assim como eu, mas cheio de necessidades para dar a volta por cima. sempre. o retorno ao prazer. um autêntico cara de olho no melhor da vida. a qualquer preço.







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NEM DÁ PRA FUGIR


o conflito tá na porta.
joguei os dados mesmo assim.






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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

IGOR WAR!!!

e o Igor devolveu o meu livro! O Igor é uma cara espetacular. um nerd maluquete que adora jogar War. e ele ganha. pensou de outro jeito? um dia ele me pediu uma sugestão de leitura. funcionário público... mas o cara saca que a parada é bem mais embaixo. que ele precisa estar atento. tem consciência de que hoje é um dia que não dura pra sempre. e eu sugeri. FABULÁRIO GERAL DO DELÍRIO COTIDIANO (Ereções, ejaculações e exibicionismos - Parte II), do Bukowski. não sei se ele leu. conseguiu uma transferência no seu trabalho (INCRA) para o Rio de Janeiro. não falamos mais sobre isso. outro dia remexendo na estante, senti a falta desse livro. liguei para um amigo em comum, na esperança de pegar o e-mail do Igor e ele me disse que o livro tava com ele. perguntei:
- e aí, ele falou alguma coisa? meu amigo respondeu seco.
- nada.
tá legal, não esperava muito mais do que isso mesmo... fui dormir essa noite com a leve sensação de que meu amigo folheou o tal livro...










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ME DEIXA SENTIR O INFINITO?




estou entre duas doses.
a do copo
e a da lata.






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COM A CARNE QUEIMANDO


todo fim de ano é a maior correria. que necessidade doida de cumprir as promessas. que orgulho besta de ticar os compromisos cumpridos. como se eu fosse um verdadeiro vencedor...que besteira. que brincadeira de mau gosto que me ensinaram...que merda de rotina anual que eu não consigo inventar uma outra história. tô cozinhando a carne. que vai me alimentar outros dias. tô de olho no relógio e na pele queimando. tô ligado. de outro jeito, a casa cai. incendiada.









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terça-feira, 19 de outubro de 2010

OS RESTOS SÃO PARTES


tem vezes em que busco religiões
cultos sinistros, discursos propícios
a verdade por qualquer canto
mas não leio a bula dos remédios
não chego nem perto de mim
não sei das datas
tô bem distante de um Nostradamus
não sei de nada
só guardo aquela ligeira impressão
de que o tudo tem validade
que os restos são partes
e que o Dia não demora muito a chegar












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DE UMA LEVADA SÓ


engraçado esse negócio de escrever.
quando eu abro a porta,
é branco.
quando tô recolhido na minha insignificância,
é uma briga danada com os meus pensamentos.
eles querem me caguetar.
eu insisto por uma folha mais limpa,
mais branda!
mas eles sempre conseguem sujar a pôrra toda...
de uma levada só.







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CACHORROS NO QUINTAL



quem tem cachorro sabe...
que mania filha da puta de ficar encarando!
coloco o pé no quintal e eles começam...
me encaram...
me olham de lado...
me guardam.
me sinto preso...
eles não falam!
só bebem. comem. dormem.
e me encaram...





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TEM DIAS QUE É ASSIM



tem dias em que acordo completamente sem vontades... é tanto esforço pra me manter firme, tanto trabalho pra tentar fugir das garras que me prendem, que até concordo em dizer que jamais me sentirei livre. o que me vence é o estabelecido, o que me caga regras, o que tenta me endireitar. não tô nem aí pros padrões! mesmo com a plena consciência de ser um ser padronizado. almoço todos os dias o mesmo prato. faz tempo que é assim. não vou ao médico, sinto as minhas dores bufando o tempo todo. sinto... desde 1969. aceitei que vou ser sempre um penetra na festa. vou sempre chegar pelas beiradas. vou do meu jeito, sem erros, sem acertos. sem aplausos. apenas do meu jeito. e quando não tiver mais... não vou brigar com os punhos cerrados com um fim que faz tempo que tá do meu lado. desde sempre foi uma termenda covardia...





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BEM LONGE DE 2004...




com certeza, pra uns o tempo passa...
e pra outros tá só passando, assim de leve, na maciota...
não dá pra experimentar Vida
de um jeito assim tão sério...
tem vezes que leio umas paradas na net
e fico completamente sem noção.
me sinto como em 2004.
os mesmos discursos...
as mesmas estéreis motivações.
parecem que estão congelados
no deserto de suas possibilidades criativas.
ficaram pra trás...
como tudo que não vomita desespero na alma,
que não instiga, que não incentiva a dar um próximo passo.







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ME SACANEARAM...



as horas me enganaram...
pensei que podia fingir.
nem sei se vi que nada disso
...deixa pra lá... me sacanearam.




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SAIDEIRA DE LEMINSKI



Aqui jaz um grande poeta.
Nada deixou escrito.
Este silêncio, acredito,
são suas obras completas.



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CLOSE TO ME






I've waited hours for this,
Eu estive esperando horas por isso
I've made myself so sick.
Eu fiz eu mesmo ficar doente
I wish I'd stayed asleep today,
Eu queria ter ficado dormindo hoje
I never thought this day would end.
Eu nunca pensei que esse dia fosse acabar
I never thought tonight could ever be?
Eu nunca pensei que esta noite pudesse estar
This close to me?
Tão perto de mim


Just try to see in the dark,
Apenas tente enxergar na escuridão
Just try to make it work,
Apenas tente fazer isso dar certo
To feel the fear before you're here.
Para sentir o medo antes de você estar aqui
I make the shapes come much too close,
Eu fiz as imagens chegarem perto demais
I pull my eyes out,
Eu arranquei os meus olhos
Hold my breath,
Prendi a respiração
And wait until I shake?
E esperei até começar a tremer


But if I had your faith,
Mas se eu tivesse a sua confiança
Then I could make it safe and clean.
Então eu poderia fazer isto seguro e claro
If only I was sure,
Se apenas eu tivesse certeza
That my head on the door was a dream.
Que a minha cabeça na porta era um sonho


I've waited hours for this,
Eu estive esperando horas por isso
I've made myself so sick,
Eu fiz eu mesmo ficar doente
I wish I'd stayed asleep today.
Eu queria ter ficado dormindo hoje
I never thought this day would end,
Eu nunca pensei que esse dia fosse acabar
I never thought tonight could ever be?
Eu nunca pensei que esta noite pudesse estar
This close to me?
Tão perto de mim


But if I had your face,
Mas se eu tivesse a sua confiança
I could make it safe and clean.
Então eu poderia fazer isto seguro e claro
If only I was sure,
Se apenas eu tivesse certeza
That my head on the door,
Que a minha cabeça na porta
Was a dream.
era um sonho




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MANUEL BANDEIRA E PAULO LEMINSKI





hoje passei a noite inteira
conversando com uma amiga
sobre Manuel Bandeira e Paulo Leminski
que situação...fiquei todo confuso...
os caras não prestam
são bons demais
atemporais...
pra qualquer tipo de avaliação premeditada





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CANSEI ATENÇÃO





- a bandeira do Brasil tá pronta...
- que bandeira...
- bandeira!
- bandeira sim!
- bandeira mesmo?
- bandeira sua filha da puta!
- isso mesmo, vamô mostrar a bandeira pra todo mundo!
cansei atenção!










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AUSENTE



estou lendo poemas brasileiros...sempre!

com uma pessoa completamente in
ela lê em francês
eu fico com as órbitas em offf... ausente








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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

POESIAS. POEMAS, COISAS QUE COMPLICAM AS NOSSAS VIDAS.

mais um pouco...não deu pra ter muita clareza, quer dizer, bom demais!!!

RIO DE MISTÉRIO (Paulo Leminski)

rio do mistério
que seria de mim
se me levassem a sério?


"O ÚLTIMO POEMA" (Manuel Bandeira)


Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais [simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem [lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem [perfume
A pureza da chama em que se consomem os [diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação





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QUE PARADA NERVOSA...

estou vagando pela internet e dei de cara com essa pôrra maluca demais... necessito dividir com vocês. dialogar pensamentos surdos. que bom que estão por aqui...



EPÍGRAFE (Manuel Bandeira)

Sou bem-nascido. Menino,
Fui, como os demais, feliz.
Depois, veio o mau destino
E fez de mim o que quis.
Veio o mau gênio da vida,
Rompeu em meu coração,
Levou tudo de vencida,
Rugiu como um furacão,

Turbou, partiu, abateu,
Queimou sem razão nem dó -
Ah, que dor!
Magoado e só,
-Só! - meu coração ardeu:

Ardeu em gritos dementes
Na sua paixão sombria...
E dessas horas ardentes
Ficou esta cinza fria.
Esta pouca cinza fria.

POESIA 1970 (Paulo Leminski)

Tudo o que eu faço
alguém em mim que eu desprezo
sempre acha o máximo.

Mal rabisco,
não dá mais para mudar nada.
Já é um clássico.











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sábado, 16 de outubro de 2010

BUKOWSKI E DAVID GOODIS

esse é o Mat Dillon no filme em que ele encarou e muito bem o papel do Henry Chinaski no cinema. muito bem assim, convenceu... quando você ler os livros e entrar no universo perdido do Bukowski, com certeza vai me entender...Factótum, sem destino, de 2006. quem não viu, bobeou...


tava salvando meus posts aqui do blog e dei de cara com essa pérola do Bukowski, que já havia publicado por aqui. pensei, publico novamente ou não? o texto respondeu por si próprio... então vamos lá... tô lendo Misto Quente, do Velho. vale a pena dar uma conferida. ele narra algumas histórias de seu personagem, Henry Chinaski, desde pequeno, um tremendo filho de uma puta e com o mesmo vigor como se fosse sua última escrita, já mais velho. ah! terminei de ler o ATIRE NO PIANISTA, do David Goodis, narrativa muito doida. o cara escreve os seus subtextos, aliás, o livro é praticamente todo escrito com os seus subtextos. muito maluco mesmo. melhor de ler do que Kerouac, outro maluco, que não tem vírgulas, pontos e dá uma puta vontade de encher a cara ao término de cada parágrafo. vai ver é por isso que nunca consegui ler um livro todo dele... David Goodis, bom demais! nunca tinha lido nada igual...





AR E LUZ E TEMPO E ESPAÇO


"... você sabe, já tive uma família, um emprego, mas alguma coisa
sempre se interpôs no
caminho
mas agora
vendi minha casa. encontrei este
lugar, um enorme estúdio, você precisa ver o espaço e
a luz.
pela primeira vez na minha vida terei um lugar e tempo para
criar."

não, baby, se você vai criar
fará isso mesmo que trabalhe
16 horas por dia numa mina de carvão
ou
criará num cubículo com 3 crianças
enquanto vive
da previdência social,
criará com parte de sua mente e de seu
corpo
estourados,
criará cego
aleijado,
demente,
criará com um gato escalando por suas
costas enquanto
a cidade inteira treme em terremotos, bombardeios
alagamentos e fogo.

baby, ar e luz e tempo e espaço
não têm nada a ver com isso
e não criam nada
exceto talvez uma vida mais longa para encontrar
novas desculpas de que se
ocupar.

Textos autobiográficos
pág. 401
Charles Bukowski









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A VIDA E AS SUAS CONTRADIÇÕES...


a vida é boa pra caralho!
mesmo sabendo que ela me lesa
mesmo sabendo de que estou morrendo
ainda assim ela me completa
a vida é perversa
é tragada de filtro
é lambida na parte mais suja
é tudo e qualquer merda que não presta






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AS HORAS...



vou dormir
não consigo encontrar mais nenhum sentido
entre o ir e o vir








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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A MAIOR CAGADA

entrou na loja de discos. costumava fazer isso na hora do almoço. foi direto aos instrumentos musicais. passou invisível pela vendedora. era sempre assim. suas havaianas, sua bermuda jeans surrada e camiseta preta do Led Zeppelin não contribuíam muito para a sua credibilidade no comércio local. fixou o olhar em um baixo preto. adorava o som daquele instrumento. segurou-o. ensaiou alguns acordes imaginários. e deixou a peça de lado. a vendedora, uma negra com cabelos Rastafari, percebeu o Itálicoseu interesse pelo objeto. ela deu uma olhada nos seus pés e nas suas roupas, mas resolveu arriscar.
- interessado?
- sim...mas não sei...
- olha, esse aqui chegou ontem. é igualzinho ao baixo do John Paul Jones, do Led Zeppelin...
- sério?
ele respondeu como se estivesse empolgadísso.
- sim, essa é uma cópia fiel...
- puxa!
- isso mesmo, você vai arrancar um som dos diabos!
- não sei, tô muito cabaço...
- que nada, faz um plano. você pode pagar em até 10 vezes!
ele percebeu o interesse da vendedora. presa fácil. sabia que não tinha um puto no bolso e muito menos crédito em seu cartão. mas essa era a chance. a loja estava vazia. poucos clientes matando a hora do almoço. apenas uma menina no caixa e a tal vendedora gostosa.
- olha, gostei demais desse baixo. tô afim de levar!
- ótimo! eu vou mandar embrulhar e vou te dar de quebra uma partitura do Led, de 67. Uma raridade...
- deve ser mesmo...legal!
ele sorriu e continuou a alimentar a motivação da Rasta, mesmo sabendo que a tal banda surgiu apenas em 68. depois dessa curva sinistra, resolveu tentar uma azaração no estilo drogas, sexo e rock’n roll.
- você sai que horas?
- já tá quase na hora do turno da tarde...pra que você quer saber?
- nada. pensei que a gente podia tomar alguma coisa.
- tipo o quê?
- uma cachaça bem queimosa...
-
(toda metida) olha, meu amigo, se você me convidasse pra uma dose de uísque, tudo bem, você não é daqueles de se jogar fora... eu até que arriscaria, mas cachaça?
- faz o seguinte. vamos lá pra casa. dispenso a cachaça, mas acho que se você for, até que rola um 12 anos escondido dentro do armário.
- não sei...isso tá me cheirando a conversa fiada...
- isso mesmo, vamos lá. vamos fechar o negócio lá em casa. tenho surpresas pra esse narizinho também...
- hummm... faz o seguinte: paga a máquina. depois a gente conversa.
ele fez cara de desinteressado. só charme. ela sorriu. só charme. e deu as costas para ele. ele babou no gingado do rabo delicioso da negra. precisava, de qualquer jeito, grudar-se ali. ele foi ao caixa. percebeu a calmaria na loja. apenas dois clientes com fone no ouvido curtindo um som qualquer. mostrou sua 7.65 para a menina que contava dinheiro. uma gordinha, baixinha, que chupava um pirulito. a garota arregalou os olhos. deu um sorriso bem alto. desesperadíssimo. Ele ficou nervoso com o riso escandaloso da baixinha. olhou para o fundo da loja e em seguida lhe passou um bilhete que anunciava o assalto. e ainda a alertou:
- olha, se der galho, você vai ser a primeira da minha mira!
a gordinha engoliu o pirulito e cagou na calcinha. ele enfiou o braço para dentro do caixa e pegou as notas que ela havia colocado ali. saiu depressa. fugiu do fedor desgraçado. catou o baixo que estava no canto e o colocou embaixo do braço. a vendedora, que retocava o batom, nem percebeu a movimentação.
- então, vamos? falou para a vendedora.
- comprou mesmo, hein...sabia que esse era o único? deu a maior cagada...
- com certeza, minha linda, foi a maior cagada...






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CENSURA



O
que
fazermos
com
nossos
personagens,
Drogados,
bêbados,
loucos
e
depravados?!!!!!!!!
Estarão
eles,
então,
desempregados?






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