terça-feira, 16 de julho de 2013

FEITO MÚSICA






dentro de mim
você sou assim




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CASTO






eu ando sonhando com uma vontade louca
de me enfiar pelos teus poros melados
escorrer por todo o seu corpo suado
até ficar grudado ao teu sexo
eu ando sonhando com uma vontade louca
de escalar o teu corpo com a língua
te engolir como um Cristo perverso
debruçado em suas costas de braços abertos
eu ando sonhando com uma vontade louca
de esfregar a minha pele em sua boca
arrancar do teu grito o infinito
de cuspir na tua cara o tesão




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EM SUAS MÃOS





os lábios que tanto me excita
a boca absorve e o dente mastiga
castiga
e eu
desesperadamente de quatro
assumo tudo e me esqueço
é o teu sexo que me arde
é o teu sexo que me infesta
é o teu sexo que me rasga





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sexta-feira, 5 de julho de 2013

RECEITA NO VERSO





Não há receita no verso!
Só os restos de um grito
Que traz de trás da palavra
O avesso ao inverso
Um suplício
Objeto falado inscrito
Algo pensado
Rabisco na rima do risco
No vício de um alívio
In-des-cri-tí-vel
O crível cravado na folha
Ideia espocada da mente
Na melhor ex-porrada na cara
O falo na fala minha
Me cagueta e me faz perder a linha
E o que mais me incomoda
Instiga
É a resposta!
Felizes são os convidados para o asseio do senhor
Que morrem aos poucos
Com seus ouvidos calados
Compartilhando aos embalos
De uma rede transformadora
De não à opinião
Curte o corte no córtex alienado
Assim fez-se como um coito afoito
 Interrompemos a sua programação...
Tudo é indefinido, Tudo é indefinido, Tudo é indefinido
Um imenso vazio infinito
Num minúsculo espaço preenchido
Desperdiçado como um natimorto
Só que vivo!
Pois te digo,
Não há receita no verso, amigo
Não há remédio limite ou abrigo
Não há verbo definitivo
Só é o que resiste
À margem das sombras e nos restos,
Enfim,
É o que há mais de mim
Sempre existe alguma coisa fora de controle
Pense nisso
Logo
Insisto.



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COMO UM SUSPIRO





Como eu gosto do teu gozo
Trincado entre os dentes
Gemendo em meus ouvidos.
Mas que doida sensação de mergulho no abismo
Tão esquisito quanto o êxito e o tiro
Premeditado e preciso como um suspiro.





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POEMAS PERFEITOS





Poemas inteiros
Em tiros perfeitos
São feitos
Sem a menor possibilidade
De explicá-los direito
Os outros,
Não dão nenhuma satisfação.




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PARADOXO




É o tempo
Não os passos
É o buraco no espaço
Entre o beijo sonhado
E o descaso
É o ensaio do abraço
Que nunca virou ato falho
Misterioso como o sorriso de Lisa
Inexplicável como alvo de raio
É tão platônico
Que chega a doer por não ser




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