sábado, 24 de agosto de 2013

JÁ ENTENDI TUDO


se algum dia
eu sussurrar no teu ouvido
algum assunto proibido
não esquente muito com respostas obscenas
me satisfaço só de ver no teu disfarce
o quanto morre de tesão

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DESPEDIDA





cabia tudo na palavra não dita




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PROCESSO






vai poeta
enfia a cabeça entre as pernas da palavra
desafoba essa imensa inquietação
que tanto te azucrina
rabisca os traços dessa alma insensata
e cospe na cara dessa aparente sordidez
descobre o poema e seus dramas
desiste de tentar camuflar essa ideia
que dona de suas vontades
o subverte todos os dias
vai assumir
poesia!


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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

AINDA SE ESTIVESSE FALTANDO PEDAÇOS


não é o que eu quero
eu quero o que não é
sempre fui desse jeito
paradoxo confuso obtuso
com os lábios chapados
na boca do asfalto
sangrando em desordem
cada vez mais perto do erro
como se a culpa
fosse fundamental falta de zelo
dessa existência emprestada
irrequieta desorganizada
ainda se estivesse faltando pedaços
perdido na ausência de tudo aquilo
que já foi
que não fui
que não sou




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SE FOSSE SÓ O CACHORRO DO QUINTAL...


quem tem cachorro sabe.
que mania desgraçada de ficar encarando!
coloco o pé no quintal e ele começa.
me olha de lado, me guarda,
me sinto preso...
ele não fala!
só bebe, come, caga e me encara.





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INDO PRO FIM


tem horas em que os cachorros tirânicos abaixam a guarda
as estrelas desistentes vão dormir solitárias
e o vento inquieto simplesmente desaparece sem remorso
mas eu fico
tem vezes em que os ratos no forro não mais me perturbam
e os mosquitos não são mais páreos
eles sabem que não vou desistir com algumas picadas no braço
o tempo passa
torce
acaba
eu fico
ainda consigo formar imagens
no meio de tanto naufrágio
não quero medir forças com a natureza
apenas tenho consciência dos meus dias perdidos
então
acelero
já saquei que tô indo pro fim





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