sexta-feira, 5 de julho de 2013

RECEITA NO VERSO





Não há receita no verso!
Só os restos de um grito
Que traz de trás da palavra
O avesso ao inverso
Um suplício
Objeto falado inscrito
Algo pensado
Rabisco na rima do risco
No vício de um alívio
In-des-cri-tí-vel
O crível cravado na folha
Ideia espocada da mente
Na melhor ex-porrada na cara
O falo na fala minha
Me cagueta e me faz perder a linha
E o que mais me incomoda
Instiga
É a resposta!
Felizes são os convidados para o asseio do senhor
Que morrem aos poucos
Com seus ouvidos calados
Compartilhando aos embalos
De uma rede transformadora
De não à opinião
Curte o corte no córtex alienado
Assim fez-se como um coito afoito
 Interrompemos a sua programação...
Tudo é indefinido, Tudo é indefinido, Tudo é indefinido
Um imenso vazio infinito
Num minúsculo espaço preenchido
Desperdiçado como um natimorto
Só que vivo!
Pois te digo,
Não há receita no verso, amigo
Não há remédio limite ou abrigo
Não há verbo definitivo
Só é o que resiste
À margem das sombras e nos restos,
Enfim,
É o que há mais de mim
Sempre existe alguma coisa fora de controle
Pense nisso
Logo
Insisto.



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Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, Marcelo!
Legal, voltar a postar os seus poemas.
Eles são bem libertadores.
Bjs.
Rosangela.