A primeira vez que tive contato com fanzines foi na década de 80, em espaços alternativos com shows de rock, no Rio de Janeiro. Tinha 16, 17 anos. Lembro de ter acesso à poesia, letras de músicas, quadrinhos, informações de shows e manifestos. Eram vários formatos, cores, tipos e formas variadas de distribuição. Alguns fanzines tinham lugar definido nos espaços, normalmente perto do caixa, era só pegar. Outros eram distribuídos nas filas, nas mesas dos bares. À época nem entrei numa de colecionar ou guardar, o suporte simplesmente comunicava. Eu consumia arte sem saber disso.
Quando produzi o Receita no Verso em 2012, em Roraima, fazia tempo que eu não tinha acesso a esse suporte. Mas a ideia tava na memória, lá atrás a arte já havia marcado presença na minha vida. A mudança já estava em processo.
Sempre deixei o fanzine me levar, nunca quis o peso de produzir por compromisso. Mas em 2019 foi diferente, produzi mensalmente. Dessa vez foi saindo numa boa. Sem pressão. Coincidentemente lancei um livro de contos e meu novo livro de poemas está na impressão. O fanzine me dá ritmo. Acho que desde a década de 80.
Tentou poesia?
Colaboradores dessa edição: Neto Freitas, Jaime Brasil Filho, Ana Paula Lima, Elimacuxi, Vitória Katherynne, Sony Ferseck, Edgar Borges, Vitor de Araújo, Lindomar Neves Dos Santos, Rosidelma Fraga, Roberta Cruz Betinha, George Farias, Eliakin Rufino
Valeu!
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