segunda-feira, 22 de agosto de 2011

VIVA O TEATRO VIVO!

JOICE LEÓ

FOTO: ORIB ZIEDSON




Na semana passada a Cia. do Lavrado entrou em cartaz com o espetáculo APENAS UM BLUES E UMA PAREDE PICHADA. Foi uma estreia fria. Correu tudo bem. Mas foi uma estreia fria. Eu cometi o erro de não realizar uma puta estreia. Acostumado aos espetáculos de teatro de rua, que não precisamos convidar ninguém, pois o espetácuo tá na rua, mas no palco, o lance é diferente. O povo gosta de estreia badalada. Os artistas, os intelectuais, os jornalistas, enfim, o povo que realmente fala sobre, esse povo gosta de estreia badalada. Legal, nem vou questionar o fato, faz parte do sistema e coisa e tal, mas eu me esqueci desse lance. Fizemos uma estreia sem convidarmos ninguém. Simplesmente abrimos a bilheteria e esperamos o público. Bom, foi um fim de semana com muitas opções... o povo até que chegou. Mas não tivemos o teatro cheio, aliás, o teatro não bombou. E eu esperava que fosse de outro jeito.
Na semana seguinte, corri atrás, divulguei direto, principalmente no meio acadêmico, pois a temática, suicídio entre jovens, é interessante pro povo de Serviço Social, Pedagogia, Psicologia e entre outros. Bom, pelo menos assim eu imaginava.
A segunda semana não foi diferente. Tivemos público. Muito tímido, mas tivemos público. Avaliei que deveria mudar algumas coisas, o teatro é vivo, então, fiz modificações, afinal de contas, o texto é meu. Valeu mesmo! Realmente o teatro é vivo! Foi muito bacana essa segunda semana. No domingo, resolvemos abrir pro debate, quer dizer, pro bate-papo, pois nos outros dias fiquei com a impressão de que algo ficou no ar. Acabava o espetáculo, o público batia palmas e ficava parado. Travado. Sei lá, falamos sobre o cotidiano, mas não falamos de um jeito carinhoso. E percebemos, pelo menos na última apresentação, que o povo queria falar. E falou mesmo. Foi surpreendente. Crescemos com essa discussão. Enfim, o espetáculo tá aí. Não é água com açúcar. Não faz o povo rir. É um drama. E falamos nesse momento daquilo que queremos falar. E na boa, percebi hoje que essa é a nossa identidade. Quem quiser chegar, que chegue. Estamos em cartaz. Foda-se o resto! Até mesmo porque o resto, bom, o resto faz teatro por conveniência. Só pra não esquecer, o povo que diz que faz teatro, até agora só vi três pessoas. A tal classe não vai ao teatro. São Ponto. E ponto final. Semana que vem tem mais. Hoje, depois do espetáculo, saímos pra uma pizza. Foi muito divertido. Estamos felizes. E de outro jeito, não vale de nada, sacou? Semana que vem tem mais. Viva o teatro vivo!



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