quinta-feira, 17 de novembro de 2011

MAIS DISTANTE

Tem horas em que até acredito que vale muito a pena viver. Tem horas em que consigo sentir um alívio, e isso sempre acontece quando percebo estar percebendo tudo a minha volta. É uma sensação muito estranha. Já se sentiu assim? Não tenho nenhuma vontade persistente. Não me sinto obssessivo. Não tenho vários pensamentos ao mesmo tempo martelando a minha cabeça. E posso confessar que isso foge completamente do meu habitual. É esquisito. Percebo até a minha respiração! É como se eu estivesse me observando por fora do meu corpo. Cada detalhe. Consigo nesses momentos diferenciar os barulhos que ouço, os gostos, percebo os odores e até mesmo a merda dos meus cães não me incomodam. Sinto o cheiro dos restos sem qualquer objeção. E isso é muito perturbador, embora eu esteja tranquilo. Não tô com pressa. E nem sei dizer de cabeça qual é o dia do mês. O que ontem era aflição, hoje está esquecido.
- ainda tô vivo... E quando essa maldita afirmação me vem a mente, nessas horas penso em vidaemmorteempassadopresentefuturo, penso em tudo aquilo que poderia estar ocupando a minha mente nesse exato instante e aí...
- fudeu tudo! A calmaria desaparece em um p scar de ol os e a vida passa a não valer nem mesmo um mísero trocado, pois é breve demais, é cruel demais, é exigente demais! E eu me sinto cada dia mais distante de mim.

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