domingo, 14 de dezembro de 2008

OS RESTOS DO QUE NÃO EXISTIU

Nunca quis entrar em detalhes com os seus sentimentos, sempre ignorou a possibilidade de aproximação. Mas não podia imainar que as coisas fugissem ao controle. Acordou muito cedo para um domingo qualquer, preparou seu altar sagrado e acendeu 12 velas vermelhas. Não queria ter que fazer tudo novamente. Empurrou um café amargo e requentado. Beliscou um pedaço de pão. Agarrou sua garrafa. Só queria que o tempo passasse com mais dignidade. Refez toda a trajetória do pensamento equivocado e não sentiu culpa. A corda também pesa para o outro lado. Ficou tranquilo. A vida não o surpreendia mais. Ligou o computador na garagem. Escreveu sem parar. Riu sozinho da situação deturpada.








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