sábado, 7 de março de 2009

OUTRA REALIDADE

Dei uma olhada no Manifesto do REDEMOINHO e me identifiquei direto com o que eles dizem. O estado de Roraima tá longe dessa realidade. Não é utopia imaginar um estado onde os grupos conseguem trabalhar juntos em prol do mesmo objetivo, deixando de lado interesses pessoais. Não é o que acontece por aqui, no qual os grupos fazem reuniões oficiais e depois o que vale é o que é decidido em reuniões extra-oficiais, sempre visando o interesse de alguns. Não é a tôa que grupos como Tá na Rua, Galpão e Ói Nóis Aqui Traveiz fazem parte deste movimento teatral, e os caras tem muita história pra contar. Tem interesses pessoais, lógico que sim, mas não deixam que esses interesses os impeçam de trabalhar o coletivo. Coletividade é isso, buscar melhores condições de trabalho pra todos, no qual todos possam ganhar, inclusive e principalmente o público. Mas por qui a história é outra. Mas vamos lá, esse é o Manifesto redigido pelo REDEMOINHO, que hoje tem mais de 70 grupos de teatro à frente deste movimento. Com certeza quem conhece um pouco da história do teatro do nosso estado vai concordar que estamos muito longe desta realidade. Não é hora pra elegermos culpados, mas sim, percebermos qual a nossa participação nesta estrutura equivocada.

MANIFESTO REDEMOINHO
Acreditamos que Cultura é uma construção coletiva, que se projetando na história almeja entender a Arte, e em particular o Teatro, como um bem simbólico localizado no tempo e no espaço. Entendemos as nossas criações como um pensamento em construção que objetiva a constituição de uma sociedade humanista. A Cultura esvaziada de pensamento, estruturada pela visão política que tem no marketing o seu fundamento, é o que alimenta na sociedade a competição, a concentração de renda, o preconceito, a privação dos direitos elementares do cidadão e a manutenção do status quo. Não compete à Arte dar o pão, nem forjar pseudo-inclusões sociais através de políticas públicas que acreditam propiciar a inclusão e a contenção da insatisfação social. À Arte compete apontar para além dos limites impostos pela dura realidade, na tentativa de buscar novos caminhos para a política e para o homem.Sob esse olhar, a Cultura é uma questão prioritária do Estado por fundamentar o exercício crítico da cidadania na construção de uma sociedade democrática. Há anos, diversos grupos e companhias de teatro vêm desenvolvendo trabalhos que visam tecer novas relações sociais e humanas entre a Arte e a sociedade. Ao dotarmos a nossa prática artística de uma função social, não reivindicamos privilégios ou benesses. Reafirmamos a necessidade da criação de condições sociais, políticas e econômicas para a construção de um país que alimente a utopia de uma sociedade na qual a Arte e a Cultura sejam compreendidas como reafirmação da vida.
Integrantes do REDEMOINHO
Movimento Brasileiro de Espaços de Criação, Compartilhamento e Pesquisa Teatral.



É isso aí, precisamos olhar mais pra fora do estado e nos espelharmos em bons exemplos.








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