sábado, 28 de março de 2009

REALIDADE NACIONAL DISTANTE

Tive uma experiência única na Bahia. Aliás, como sempre digo, as viagens chegam até nós, do norte, como uma capacitação. Não são apenas encontros de articuladores da política cultural, aprendo muito nessas idas. Dessa vez, conversei muito com outros grupos, de outros estados e percebi que a moçada não tá de bobeira. Muita luta contra o governo federal, o estado, prefeitura e orgãos privados. O povo do teatro sabe muito bem o que quer. Aqui em Roraima também levantamos a nossa bandeira, hoje caminhamos sozinhos, pois não congregamos com a postura política dos grupos locais. Veja bem, se morassemos em uma capital com mais de 20 grupos de teatro, a nossa oposição talvez fosse mais ouvida, mas como aqui existem apenas 7 grupos em todo o estado e apenas 5 na federação, é mais do que normal nos rotularem como "criadores de caso".
Não dá pra trabalhar pra prefeitura e não receber nem um tostão. Não dá pra trabalhar de graça. Não dá pra aceitar as imposições do estado, que muitas das vezes pede até pra mudarmos nossos textos. Não dá pra entrar nessa sem um mínimo de retorno financeiro pelo esforço do nosso trabalho. Lembro da época em que fazia teatro de graça. E fiz muito. Hoje se tornou profissão e meu amigo, não queremos nada que não seja nosso por direito. A articulação política é necessária, mas não dá pra congregarmos com grupos que aceitam trabalhar de graça pra prefeitura, por exemplo, não dá pra aceitar termos que entregar de bandeja nossos projetos pra prefeitura, ou estado ou seja lá o que for. Percebo que em matéria de articulação e conquista estamos bem distantes da realidade nacional. Por isso que o Movimento Redemoinho passou 05 anos sem convidar nenhum grupo da região norte pra fazer parte. Os caras lá do resto do país nem sabem o que acontece por aqui. Acredito também que há um desinteresse total pela região norte. E vejo que precisamos sair mais do nosso estado. Cada vez mais. Mostrar nosso trabalho em outras regiões e de uma vez por todas acabar com essa história de que por aqui produzimos pouco.







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