sábado, 28 de março de 2009

REDEMOINHO



Nos dias 23, 24 e 25 de Março aconteceu em Salvador / BA, o V Encontro Nacional do Redemoinho – Movimento Brasileiro de Espaços de Criação, Compartilhamento e Pesquisa Teatral. Estiveram presentes 45 estados dafederação, entre grupos integrantes do movimento, grupos convidados e outros movimentos teatrais. O encontro reuniu mais de 80 artistas de diversas partes do país e teve como um dos objetivos a estrutuação do movimento a partir deste V Encontro.

No primeiro dia do encontro foi feita a apresentação dos grupos integrantes do movimento, um breve histórico do mesmo desde a sua criação em 2004, inclusive com a leitura do manifesto e cartas tiradas nos outros encontros. O funcionamento do movimento também foi explicado neste primeiro dia, a atuação do Conselho Nacional e em seguida foi realizada uma explanção sobre o Prêmio de Teatro Brasileiro, Lei Geral do Teatro e Lei Rouanet, que teve mais destaque neste encontro.

No segundo dia houve espaço para que os outros movimentos teatrais pudessem se manifestar e também ouvimos o relato das regionais existentes no movimento. A Rede Brasileira de Teatro de Rua se colocou neste momento, mas apenas realizei um relato do que havia acontecido no último encontro em São Paulo e que nos colocamos à disposição para trabalharmos em parceria, no que diz respeito a busca de melhores condições de trabalho para os artistas de rua e grupos teatrais detodo o país (foco no MINC e sua política cultural).

Foram formados grupos de trabalho com o objetivo de pensarmos juntos o Redemoinho e na minha opinião esse foi o momento mais produtivo deste encontro e que infelizmente não foi aproveitado, pois não conseguimos explicitar as nossas idéias e questionamentos.

No terceiro dia tivemos a presença de Márcio Meireles (Secretário de Cultura do estado da Bahia), Ney Wendel (Representante da Fundação Cultural do estado da Bahia), Carlos Carvalho (Diretor de Políticas Culturais da FUNDARPE), Marcelo Bones ( Diretor de Artes Cênicas –FUNARTE) e o representante do Ministério da Cultura, pois o ministro Juca Ferreira não pode comparecer ao encontro. Cada integrante da mesa fez a sua prestação de contas e em seguida foi lida pelo Redemoinho a carta tirada no dia anterior, sobre o conteúdo do Projeto de Lei que institui o Programa de Fomento e Incentivo à Cultura – PROFIC, apresentada pelo governo dias antes. Foi uma pauta amplamente discutida dentro do movimento neste encontro, no qual o Redemoinho se colocava à disposição para discutir junto ao governo o Fundo Nacional de Cultura - FNC, mas que de forma alguma aprovava os incentivos aos projetos culturais via renúncia fiscal, portanto não queriam nem discutir o assunto. O representante do governo avaliou a postura do movimento muito agressiva e que o projeto de lei foi aberto à sociedade para possíveis discussões e que o movimento com aquele tom contido na carta não dava nenhuma possibilidade de discussão junto ao governo. Bom, isso foi o aconteceu até aí. O que houve depois, como alguns já deve estar sabendo, foi o fim do Movimento Redemoinho.Eu estive representando a RBTR e como não conheço a história deste movimento, até mesmo porque desde a sua criação em 2004, nunca nenhum estado da região norte foi convidado para participar, não fico nem muito a vontade para entrar em mais detalhes. O que percebi e já interessado na rede a qual faço parte foi a divergência de opiniões políticas ao extremo. A falta do diálogo. Ficou claro também que a ausência de uma metodologia, de como conduzir os dias de trabalho também não proporcionou que os integrantes pudessem pensar juntos e principalmente ouvir os outros participantes. Percebi também um movimento muito fragilizado e que ao invés de priorizar a busca do pensamento do movimento, que não tinha nem diretrizes claras, pelo menos não ficou clara para os demais participantes, esteve o tempo todo mais preocupado em mostrar sua posição com relação ao MINC, mesmo os próprios integrantes percebendo tal fragilidade. Me pareceu que esta discussão sobre a posição política do Redemoinho já vem de outros encontros e que infelizmente chegou ao fim na Bahia. Fiquei muito decepcionado com o que vi em Salvador, mas também não é muito diferente com o que acontece no meu estado e nos demais estados do País. Talvez por isso a decepção. Mais uma vez nos mostramos fracos diante, não só do governo, mas de nós mesmos.

Enfim, se eu falar mais acaba virando opinião pessoal e não caberia aqui a minha avaliação do que eu vi em apenas três dias, pois como disse antes, eu desconhecia o que estava acontecendo a mais tempo.










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