quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

ROBSON MORENO

Recebi uma mensagem outro dia de um amigo lá do Rio. Comecei a fazer teatro com ele em 1990, no Grupo Gang da Cidade. Aquele povo era muito doido. Enfrentamos muitos sinais pedindo dinheiro para montarmos nossos espetáculos. Isso mesmo, teve uma época que era costume no Rio de Janeiro os atores realizarem pedágios pela cidade. Dava uma boa grana e conseguíamos o suficiente para levantarmos uma produção sem nenhum luxo. Fazíamos como um cortejo. Chegávamos no local combinado, fazendo barulho, todos com figurinos, perucas e encarando os motoristas de frente. Era divertido. O Robson Moreno ainda andou muito comigo pela cidade atrás de textos para montramos. Uma vez tentamos montar A Onça e o Bode, um texto infantil clássico, mas nunca conseguíamos a liberação do texto, pois muita gente montava. Resolvemos então fazermos uma adaptação não liberada. Se não me falha a memória não montamos o texto. Tínhamos um grupo chamado MENOSPAUSA CULTURAL, escroto, não é? Não gostávamos da idéia de não fazer teatro. O grupo morreu. Morreu também uma amigaça nossa em um acidente de carro em Minas Gerais. Voltávamos de Minas Gerais, essas viagens que são decididas na mesa do bar e quando percebemos estamos na estrada. Infelizmente na volta a nossa amiga Simone faleceu. Eu tava dirigindo. Capotamos umas 10 vezes. Foi uma barra na época. Tô falando disso porque não consigo lembrar do Robson e de outros amigos daquela época sem lembrar da Simone. Formávamos um time. Acho que ele tá fazendo teatro no Rio. Espero que sim, pois o cara é muito bom. Admiro muito esse figuraça. Muito do bem.
Essa história de viajar de repente é muito legal. Uma vez estávamos na esquina. Um amigo nosso tava lendo jornal e viu que iria rolar uma corrida de motocross no interior de São Paulo. Não pensamos duas vezes. Pegamos umas roupas e entramos no ônibus para a rodoviária. Uns seis caras inconsequentes e completamente enbriagados. Fizemos baldiação até chegarmos na cidade da corrida. O pior de tudo é que não tínhamos dinheiro para a entrada e conseguimos assistir ao evento só na conversa. Eu e mais dois caras entramos junto com o carregamento de bebidas. Apanhamos as caixas que os caras estavam colocando pra dentro e cada um entrou com uma. O porteiro engoliu legal. Teve gente que entrou pelo morro. Escalou e saiu na área da corrida. Foi demais.
Hoje eu continuo viajando. A maioria das vezes é trabalho, mas ainda bem que me divirto muito no meu trabalho. E ainda ganho dinheiro assim. Não tô mais nos sinais. Mas se precisar, coloco a peruca, figurino e peço mesmo. Se esse for o preço pra que eu possa continuar fazendo o que faço, que seja. Estou muito feliz com a minha profissão. É a maior viagem...








2 comentários:

ILUMINARTE disse...

Ahhhhhhhhhh Marcelo!
Você é mesmo uma figura impar, adorei ler sua crônica, me transportou a um passado tão gostoso de relembrar! Falo isso sem querer ser nostálgico, pois a nostalgia não cabe pra quem tem como ofício o teatro. Estamos sempre vivendo dias de constantes emoções, sonhos, fantasias...E por isso é que não tem espaço pra ser nostalgico. Mas foi muito bom relembrar de tudo o que vivemos, tudo serviu para a nossa evoluçao como pessoas e profissionais.
Fica com Deus amigo! Tenho muito orgulho de ser seu amigo, ainda que distante, mas uma distância apenas física, continuamos entrelaçado pelo amor ao teatro e isso eu acho que é pra sempre!
Bjão do Amigo,
Robson Moreno.

Ah! Continuo sim fazendo teatro no Rio de Janeiro.

ILUMINARTE disse...

Ahhhhhhhhhh Marcelo!
Você é mesmo uma figura impar, adorei ler sua crônica, me transportou a um passado tão gostoso de relembrar! Falo isso sem querer ser nostálgico, pois a nostalgia não cabe pra quem tem como ofício o teatro. Estamos sempre vivendo dias de constantes emoções, sonhos, fantasias...E por isso é que não tem espaço pra ser nostalgico. Mas foi muito bom relembrar de tudo o que vivemos, tudo serviu para a nossa evoluçao como pessoas e profissionais.
Fica com Deus amigo! Tenho muito orgulho de ser seu amigo, ainda que distante, mas uma distância apenas física, continuamos entrelaçado pelo amor ao teatro e isso eu acho que é pra sempre!
Bjão do Amigo,
Robson Moreno.

Ah! Continuo sim fazendo teatro no Rio de Janeiro.