terça-feira, 28 de julho de 2009

MAIS SOBRE O AMAZÔNIA ENCENA NA RUA

Praça das Caixas D'Água
Foto Marcelo Perez

No último domingo, 26/07, foi o encerramento da II edição do Festival de Teatro de Rua Amazônia Encena na Rua, em Porto Velho, Rondônia. Durante cinco dias, artistas dos estados do Amazonas, Acre, Rio de Janeiro, Rondônia e Roraima apresentaram 12 espetáculos, que foram
divididos em duas praças, Praça das Caixas D’Água e Praça Getúlio Vargas. A programação de encerramento teve início às 18h, com os espetáculos Os Bichos Também Amam, do Grupo Evolução de Porto Velho (RO), a Cia. Será o Benidito? com o espetáculo O Salto e o Grupo
Off-Sina(RJ), com o espetáculo Café Pequeno e Psiu. Em seguida, os artistas iniciaram um cortejo, que conduziu o público até a Praça das Caixas D’Água. O festival encerrou suas atividades com a apresentação do Grupo O Imaginário, com o espetáculo Filhas da Mata.
Não consegui assistir a todos os espetáculos do festival, pois a Cia. do Lavrado apresentou nos dois primeiros dias e a correria foi intensa. Não me sinto a vontade pra falar dos espetáculos que assisti, justamente por não ter assistido a todos. Percebi que a discussão teatro de rua e teatro na rua ainda continua a martelar a cabeça de todos os artistas. Neste festival tivemos a oportunidade de assistir espetáculos que foram concebidos para a rua, espetáculos que foram
adaptados para a rua e outros espetáculos que a sua concepção ficou clara que foi feita para o palco italiano, a caixa fechada. Acredito que a tal da estética da rua ainda precisa ser muito discutida entre nós e este assunto deveria ser abordado em todos os festivais, mostras
e encontros da Rede Brasileira de Teatro de Rua. A responsabilidade que temos ao levar um espetáculo para as ruas, que realmente possibilite a comunicação entre os artistas e o público, esbarra na linguagem apropriada para esta prática. A rua é bem diferente do palco
do teatro de caixa fechada. Ou pensamos nossos espetáculos para a rua, já na sua concepção ou então não conseguiremos atingir o nosso público. Foi isso que percebemos neste festival.
Foram realizadas três oficinas dentro do festival, o Oficinão de Circo, ministrada pelo ator Richard Riguetti (RJ), que culminou no cortejo de encerramento do festival, uma oficina de percussão para o teatro, ministrada pelo percussionista Bira Lourenço (RO), no qual o
mesmo discutiu a importância da música no processo de criação de um espetáculo e uma oficina de Dramaturgia do espaço, ministrada pelo Professor e Mestre José Maria Lopes Júnior (RO). Ainda tivemos um ciclo de debates no qual foram discutidos os seguintes temas:
Estética, pelo Doutor Nilson Santos (RO) e Processo Colaborativo no Teatro Contemporâneo, com a atriz Jória Lima (RO). No sábado, 25/07, o Grupo O Imaginário presenteou todos os artistas do
festival com uma festa de confraternização no espaço da Associação Cultural Cuniã, no qual os artistas puderam comemorar o sucesso da II edição do Festival Amazônia Encena na Rua.
Dentro da programação do festival não teve um encontro da RBTR, mas os articuladores presentes no festival se reuniram e conseguiram trocar experiências e tirar suas dúvidas acerca deste movimento. Foi muito importante este encontro para afirmarmos a necessidade de integração da região norte com os outros estados do país e principalmente a integração entre os estados da região norte. Para a Cia. do Lavrado o Festival cumpriu o seu papel, que na sua
segunda edição conseguiu reunir um número superior de artistas e espetáculos com relação ao ano passado. O Grupo O Imaginário realizou uma tarefa quase Hercúlea, pois sabemos da dificuldade em se produzir um evento deste porte, principalmente na região norte. Acredito que o Amazônia Encena na Rua conseguiu se estabelecer nesta edição e torcemos para que o próximo ano a produção consiga reunir um número maior de artistas.



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