segunda-feira, 30 de agosto de 2010

EMPREGADAS

Cilene trabalhava como empregada no Cabeça. Era uma menina de 18 anos, corpo avantajado demais para a época, olhos verdes, que contrastavam com a sua pele morena e tinha uns cabelos de causar inveja em qualquer sereia deliciosa desses mares fantásticos. Era o pitéu dos porteiros do bairro. Morava na Favela da Varginha, lugar miserável, dominado pelo tráfico de drogas, mas local de muitos moradores do bem. A Varginha, como era conhecida, beirava a linha do trem no subúrbio do Rio de Janeiro. Ela, a menina, não tinha concluído o 1º grau. Filha de família pobre, que sempre impedia que a filha terminasse seu ano letivo. E como todo ano acumulava a reprovação, era obrigada pelo padrasto a trabalhar em várias residências. No fim do mês, o salário tinha endereço certo. Depois de entregar todo o valor nas mãos do macho de sua mãe, contentava-se com apenas uns trocados que ele deixava para ela. Com o dinheiro, e vaidosa como era, ela investia nas revistinhas da Avon, que outra Negritoempregada, que trabalhava no mesmo prédio que ela, vendia para a vizinhança local. Sobrava pouco, o suficiente para a cerveja e a pizza no rodízio do restaurante da moda do bairro de Bonsucesso, o núcleo da bomba. Ela trabalhava três vezes na semana na casa do gaúcho caminhoneiro. Ele era um sujeito tosco, beberrão, tinha uma cabeça amarela com pouquíssimos cabelos e era fã doente dos Beatles. A aparência era uma contradição... Vivia na estrada. A maior parte do ano ficava fora de casa. Transportava grãos e devido a importância da carga lhe sobravam poucos meses com a famíliaItálico. Sua mulher, Aparecida, uma gostosona de meia idade, desfilava pelo bairro com seus decotes invocados e suas calças coladas ao corpo. Era uma devassa. Nos meses em que o Gaúcho ficava fora, ela sempre comia uns rapazes do bairro. Questionada pelas vizinhas fofoqueiras, dizia que eram seus sobrinhos, principalmente quando levava mais de dois para o seu apartamento. Fazia a festa. Eram noites regadas a vinho, presente do marido, e muita sacanagem pelas madrugadas. O casal tinha dois filhos. Marquinhos Mijão e Roberto das Melecas. O Marquinhos, quando estava com vontade de mijar, nunca conseguia se segurar e mijava pelos corredores do prédio. Mijava na cama também. Todas as manhãs. E o Roberto vivia com o nariz entupido e cheio de catarro. Morreu quatro anos depois de overdose de cocaína. Sempre com os dedos fazendo a limpa no salão. Eram gêmeos, de 13 anos. Adoravam Cilene. Não só porque era uma baita de uma gostosa, e naquela idade já sentiam muito tesão, mesmo sem muita maldade na cara, mas também porque ela os tratava como irmãos. Paulinho, um gordinho safado de 17 anos, estudante do último ano do Colégio Pedro II, colecionador de revistas pornográficas, e que tinha a mania de roubar as revistas de sacanagem da casa de seus amigos e também das bancas de jornal, sempre movido ao impulso corajosos, mandou uma letra invocada para Aparecida. Ela fingiu que não ouviu, mas sacou a intenção do adolescente. Nesse dia, tudo ficou na mesma. No outro dia, Aparecida chegou da ginástica às nove da noite. Paulinho batia o tapete de seu apartamento na lixeira do corredor. Foi o convocado pela família para dar uma geral no cafofo. A coroa cheia de intenções cavernosas, parou na porta de seu apartamento e limpou o sapato no tapete, de um jeito todo sedutor, levantou a perna para trás, empinou a bunda e gemeu diante da falsa dificuldade encontrada. Paulinho tremeu na base e disse, - tá precisando de uma mãozinha?
- se você puder...ela respondeu com uma cara de quem estava muito afim de enterrar a bola na cesta com tudo. Ele foi em sua direção, segurou a perna dela, passou as mãos na sola de seu sapato e não bobeou, acariciou o bundão da Aparecida. Entraram no apartamento dela como dois bichos no cio, ela atropelou o rapaz. Ele, nem sabia o que fazer direito diante daquele tufão sexual. O gaúcho caminhoneiro havia perdido o serviço daquele fim de semana. A carga que ele deveria pegar no Centro da Cidade, havia sido assaltada na Avenida Brasil e com isso, o cara da cabeça amarela e calva estava sem serviço. Ele voltou para a casa abatido, duro e completamente desolado, louco por um agrado matrimonial, afinal de contas, com o dinheiro que ganharia naquele serviço iria pagar o psicólogo para o seu filho mijão. Subiu as escadas do prédio, cabisbaixo. Pegou o corredor, certo de que encontraria refúgio entre as pernas gostosas de sua mulher. Deu de cara com a patroa numa tremenda gravação... o cara sacou uma faca da cintura e fez picadinho dos dois amantes surpreendidos. Em seguida, ferveu água e preparou um chá de camomila. Bebeu direto sem esperar esfriar. Sacou a faca, ainda suja do sangue de sua mulher e do canalha e enterrou no meio de seu peito. Nem mesmo suspirou...







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