sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

ESCOLHAS DIFÍCEIS

Fui caminhar ontem e encontrei uma colega de universidade. Ela passou pra PM e tava com a turma correndo na praça. Devia ser alguma prova ou coisa assim. Nos cumprimentamos e eu continuei o meu percurso. Continuei pensativo, que é como fico quando caminho. Tem horas que vejo pessoas em determinadas profissões e chego a questionar as minhas escolhas. Pôrra, por que é que tu foi escolher um caminho tão difícil? Será que não seria mais fácil se eu fosse um PM, um médico, um dentista, ou até mesmo um advogado? Mas continuei a minha caminhada. E continuei pensativo. Me deu vontade de parar no barzinho e pedir uma cerveja bem gelada e depois acender aquele cigarro bem gostoso. Ainda bem que vontade é coisa que dá e passa...

Terminei minha caminhada e peguei um livro do Mário Bortolotto no carro. Procurei uma sombra e fui ler. Era um livro de textos do seu blog e o cara conta muito do seu dia-a-dia em São Paulo. Cara, confesso que me deu a maior vontade de me mandar de Boa Vista. Eu sempre fico na maior nostalgia quando leio esses textos do Mário. É foda. Fala de uma rotina que eu sei muito bem como é. Uma rotina que eu sinto falta. Que mesmo eu sabendo que não dá mais pra mim, por questões de saúde, mesmo assim eu sinto a maior falta da boemia. Das noites a tôa nos bares mais sujos do Rio de Janeiro. Sinto falta de sair todos os dias e dormir bem tarde. Sinto falta daquela sensação filha da puta às 05 da manhã quando todo mundo tá indo embora e só eu quero ficar. Sinto falta da esbórnia.

Às seis horas fui buscar a Tatiana no trabalho. Depois fui para o ensaio, que foi muito bacana. Estamos cada vez mais seguros no quesito música, mas acredito que na estréia ainda não estaremos tão seguros, mas fazer o quê? Ontem vi de novo a amiga da Cora, aquela que disse que queria fazer teatro e nunca mais apareceu. Não sei se é o momento que estou passando, mas me deu uma impressão de que a menina tava na rua vagando sem rumo. Ela disse que tava em busca de um grupo, de alguma coisa pra fazer, pra passar o tempo. Não poderia nunca ficar conosco mesmo. Teatro não é lugar pra se passar o tempo. Nós brincamos com o tempo, damos a volta nele, retornamos, mas jamais deixamos ele passar.

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