quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

IDEAIS OPOSTOS

Decisões são sempre difíceis de se tomar. Na minha vida elas nunca me deram moleza. Sempre levei ao máximo as situações antes de chutar o balde, mas também não me lembro de arrependimentos. A vida é assim mesmo. Não escolhemos quem vai gostar da gente, mas posso muito bem escolher com quem não quero mais me relacionar. Já contei aqui que uma vez terminei um namoro ao ouvir esta frase do Cazuza, te ver não é mais tão bacana quanto a semana passada. E foi assim mesmo. Tenho esse hábito de me guiar por impulso. As vezes é mais doloroso, mas também não deixa rastro pra voltas que não quero mais dar.
Nem sei bem porque resolvi trabalhar com teatro, mas me lembro que encontrar aquelas pessoas lá no Rio de Janeiro, em 1990, me fazia um bem danado. Nunca fui de andar em grupos, turmas, patotas, no máximo que cheguei foi um trio, e na adolescência, bem antes de 1990. Sempre fui isolado. Demorei muito na vida pra entender o que eu queria fazer. Sempre fui um cara com muitas dúvidas e com isso o conceito de planejamento só fui compreender depois de velho, quer dizer, velho não, vou fazer 40 anos esse ano e nem me sinto assim. Nessa trajetória insisti com a história do teatro e só depois de muitos anos é que perdi a vergonha de responder aquela pergunta fatídica: - você faz o que da vida? Se me fazem esta pergunta hoje, nem penso duas vezes. Faço teatro. Trabalho com teatro. E acredito que pra eu estar insistindo tanto assim é porque as coisas tem dado certo pro meu lado. E não é de hoje, pois do contrário já teria desistido faz tempo, concorda?
Na escola de teatro, na Casa das Artes de Laranjeiras - CAL/RJ, aprendi com um de meus professores, que por sinal é diretor da escola que sempre que eu fosse entrar em um trabalho a primeira coisa que eu deveria estar atento era com a ficha técnica. - Marcelo, olha a ficha técnica, veja se as pessoas com quem vai trabalhar são pessoas bacanas. Dê preferência a trabalhar com os amigos. Durante bom tempo não levei muito isso a sério e a ficha só foi cair bem depois. Bem depois de eu ter me estrepado algumas vezes. Por isso que sempre digo dentro da Cia. do Lavrado (encho o saco de meus amigos com o mesmo discurso) que eu só trabalho com quem eu quero, com quem eu gosto e consequentemente com quem gosta de mim. Não dá pra ser diferente. Agora, é claro que nem todo mundo vai gostar de mim e nem eu de todo mundo, mas respeito é crucial neste processo de trabalho.
Aquele prazer que eu sentia lá em 1990, quando me encontrava com aqueles malucos do teatro, não sinto mais na FETEARR, aliás, nunca senti. Nunca tive essa oportunidade. Até tentei, mas fui abortado. O grande poeta que me perdoe, mas vou fazer uso de sua frase salvadora novamente, te ver não é mais tão bacana quanto a semana passada.
É isso. Ideais opostos. Sem explicações. Sem fofocas.





















Um comentário:

Anônimo disse...

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