sábado, 1 de agosto de 2009

OS INFILTRADOS

Tenho participado ativamente do processo de construção de políticas culturais dentro e fora do estado de Roraima. Estou articulado com a Rede Brasileira de Teatro de Rua - RBTR e dentro do estado de Roraima com o Fórum Permanente de Cultura. Percebo que experimentamos um momento único, principalmente aqui no estado. Nunca tive a oportunidade de me reunir com artistas de diversos segmentos pra discutirmos políticas culturais, a não ser em 2006, na Conferência Estadual de Cultura. Essa semana o segmento de Artes Cênicas aqui do estado conseguiu reunir mais de 25 artistas pra discutirem questões de interesse coletivo. Sabemos que a maioria dos artistas não se interessam por discussões políticas, pelo menos aqui, mas o fato é que eles estavam lá. O que muito me preocupa são os infiltrados. A raça desgraçada dos que se intitulam artistas, mas no fundo são apenas peças de uma situação nojenta que insiste em minar os movimentos sociais. Eles estão na RBTR detonando a articulação nacional e estão também aqui no estado. Por aqui, a coisa é descarada. Se vestem de cordeiro, mas na verdade são cobras. Apoiam a iniciativa da maioria, publicamente, mas por fora detonam toda a articulação e fazem de tudo pra manterem a situação no poder. A briga é feia. Mas não vou desistir. Faz tempo que entendi que a minha posição política, o meu interesse pelo coletivo, que as vezes parece até utopia pra alguns, interfere diretamente no meu teatro. Não tenho mais como não me envolver. Já tô por demais envolvido. Vou continuar batendo de frente com aqueles que não querem acabar com esse mecanismo engessado da cultura no estado, os que recebem grandes salários pra se omitirem de qualquer discussão política que favoreça a maioria desfavorecida, ou pior, os que recebem muita grana pra desviarem a atenção das discussões importantes dentro deste coletivo, aqueles que se anulam atrás das mesas do governo e prefeitura, os cargos comissionados que não fazem nada pela cultura no nosso estado. Enquanto isso, o estado não deposita a verba da Lei de Fomento, que já foi aprovada faz tempo, indica um nome absurdo pra Conselheiro de Cultura sem a legitimação da classe artística, distribui Pontos de Cultura que ainda nem existem, e por aí vai... é triste ver artistas do meu segmento com cifrões estampados na cara, se oferecendo por muito pouco. E as pessoas ainda tem a cara-de-pau de falarem em história. Que fulano tem história, que beltrano faz arte há 30 anos. Me desculpem, mas caguei pra essa história que tanto tentam me enfiar goela abaixo. Faz tempo que deixei de ver as coisas, hoje eu enxergo. E ainda dizem por aí que eu é que sou o irresponsável, o maluco, o bêbado e por aí vai...






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