segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

DE CIGARRO EM CIGARRO


A vitrola estava alta demais. Tinha engolido alguns discos ruins em uns dias ruins. Indignou-se ao ver que o teto que caía, não tinha nem ao menos uma das notas do Ramones com as suas mãos pelas costas do fato. Sua fraca carcaça fraquejava. E os cachorros latiam. E os ratos do forro circulavam apressados. E os vizinhos já haviam partido. E o teto caído. A metade suportava. Não era palha. Fechou uma banda da janela da sala e expôs o carão na vidraça. Seus olhos zuniram.
- que pôrra é essa!? Cadê a merda do meu quintal?
Estava tudo desaparecido. Tudo no fundo. Pouco enxergava a sua caixa de correio. E só. A casa balançava demais. E ele acreditou no boato. Ela caía.
- todas se foram!
Somente a sua sobrevivia. Aumentou ao máximo o volume. JC estourava a goela com seu mais puto punk rock nas veias. Acendeu um cigarro. E um incenso de chocolate. Jogou nas costas o pára-quedas que escondia embaixo da pia, protegeu os cabelos no boné e mergulhou na sua melhor opção de atualizar os fatos. E assim foi indo... de cigarro em cigarro.






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