sexta-feira, 1 de agosto de 2008

TÁ MAIS QUE NA HORA

Cara, tava pensando aqui e aproveitando o tempo do almoço, essa história de viajar pra festivais é muito legal. Até agora minha cabeça tá cheia de interrogações. Quanta coisa legal aprendi por lá, quanta coisa legal que sinto vontade de dividir aqui na cidade, mas não me sinto à vontade pra isso. Nosso coletivo (termo muito usado em Porto Velho e no Acre) de teatro não permite essa abertura. É verdade, eu tô dando um jeito de dividir, coloco alguma coisa aqui no meio de algum texto, envio e-mail para o grupo de discussão com alguma provocação e às vezes dou sorte de alguém responder e iniciar um bate-bola. Pra vocês verem como é difícil, nem os diretores dos grupos de teatro se manifestam. Não trocam informações, não respondem aos e-mails que são mandados com esses assuntos mais técnicos.
Cara, eu fico pensando, tô em Boa Vista faz nem 5 anos. Sinto uma falta fudida de me reciclar, de aprender coisas novas, de discutir outras maneiras de fazer teatro e sem dúvida alguma, discutir processos de trabalho e criação com outros atores e diretores é uma maneira saudável de reciclar. Mas ao contrário disso, me lembro que quando os outros grupos viajam pra festivais, ou pra Brasília ou outro evento de caráter teatral, seja pra apresentar ou fazer política, quando voltam, a gente não fica nem sabendo que voltaram. Tá, pode ser que eu esteja cobrando algo que talvez eu também não costumava fazer tanto, mas é uma boa hora pra mudar nossos pensamentos, não acham?
Não sei, aprendi tanto com os outros de fora, que se eu me colocar numa posição de que não posso aprender nada com quem faz teatro aqui, meu irmão, eu tô fudido legal. E eu sempre prestei atenção no trabalho dos outros daqui e sempre aprendi muito com eles. Gostando ou não, sempre respeitei todos.
O fato é que a tradição precisa ser mudada. Essa sensação de competição não é legal. Quando falamos em federação, precisamos deixar um pouco de lado nossos interesses e partir pra dentro mesmo. Não sei, antigamente eu achava que estávamos próximos do outros estado da região norte com relação à política, mas vejo hoje que estamos bem distantes. Estamos longe de sentarmos à mesa com o poder público, por exemplo, pra discutirmos melhores condições para o teatro local. Ainda nos refugiamos nos jornais, sites e blogs da vida com nossos discursos coerentes, mas que de nada adiantam se não estiverem embuídos de ação contínua.
Bom, vou postar esse texto também no grupo de discussão da FETEARR, não sei se os caras entram no meu blog, mas vamos ver se consigo iniciar essa discussão por lá.
Então, aqui não é o fim. É o começo, pelo menos aqui no meu blog. Voltarei a falar disso em outro post.







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