sexta-feira, 3 de outubro de 2008

NÃO TEM PREÇO QUE PAGUE.

A família nunca aceita as minhas vontades. Acho que todas as famílias são assim. A família nunca aceita as minhas escolhas. Acho que todas as famílias são assim. Chegam ao cúmulo de rejeitarem até a minha sincera felicidade. Como se isso fosse a coisa mais natural da vida. É como ver crianças nas ruas de qualquer cidade grande nojenta do nosso país e não se incomodar com a triste realidade que nós produzimos. Acho que todas as famílias são assim. Foram programadas para reconhecerem profissões clichês. Advogado, médico, contador, são as únicas alternativas pro pobre mortal viver um pouco mais feliz. Conversa. Ser artista? Ser artista é uma incógnita. Até pros artistas. A todo momento o artista é. E não é. O padrão de comparação ou de uma merda de um julgamento qualquer gira sempre em torno de valores financeiros. E o artista, tem. E não tem. Viu como é difícil de argumentar com a família as minhas escolhas pro resto da minha ignóbil vida? Eles não são capazes nem de discutir filosofia. Filosofia de vida, de rua, da esquina, coisa simples que todo ser humano carrega abarrotado dentro si, das suas palavras, de suas idéias. Dos seus suspiros em busca de um abrigo impenetrável. Acho isso egoísmo. Mas sou eu quem acho. Só isso. Quando pedem pra conversar comigo, imagino logo aquele sermão, de cabeça baixa, olhos vidrados no chão. Coisas de infância. E sem concordar com nada que seja dito. Coisas de criança. Coisa de militância. Pura ditadura que castra os meus restos na guerra. Tortura moral enraízada. Frases que entram por um lado e saem pelo outro, cheias de pressão. Opressão. Aí, quer saber? Continuo levando minha vida dividindo os meus pensamentos esquisitos. Porra, cara, isso não tem preço que pague.








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