quinta-feira, 18 de setembro de 2008

BRINQUEDINHO DA MORTE

Estacionou embaixo de uma árvore imensa e com excessos de sombras. Abaixou o volume do rádio, abriu sua pasta e pegou uma revista para ler. Uma especializada em armas de guerra. Abriu na página marcada. Bombas caseiras. O artigo explicava passo a passo a fabricação de uma. Leu atentamente. Releu. Saboreou um cigarro sem muita pressa, abandonou a revista e começou a trabalhar. Saiu do carro, abriu o porta-malas e retirou umas sacolas de supermercado. Tinha de tudo. Não esqueceu nenhum item para trás. Juntou suas peças, mas quebrou sua cabeça por duas longas horas. Tempo o suficiente para a criação de uma bomba devastadora. Caminhou até a cantina. Sentou-se em uma das mesas. Pediu um refrigerante e com muito cuidado, depositou o desastre no centro da mesa, na parte de baixo. Pagou. Caminhou de volta ao carro e ao som de Raimundos detonou o explosivo caseiro espalhando o terror por todo canto da Universidade. Uma cratera se abrira no centro da lanchonete. As pessoas sobreviventes gritavam, quase em uníssono seus pedidos desesperados de socorro. Vinte e cinco mortos. O cenário era de caos total. O fabricante maravilhado sorriu vitorioso. Voltou para o carro e iniciou a construção de uma outra. Ainda tinha todo um bloco para destruir.









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