sexta-feira, 5 de setembro de 2008

NA VÉSPERA

Chegou o momento tão esperado: A estréia. Esse processo de trabalho foi tranquilo. Não rolou estress. O Renatão, a Grazi, o Larialp (amador) e o Ivan são pessoas que estão afim de verdade. Começamos a ensaiar essa peça no dia 31/07. Praticamente todos os dias. Rolou de tudo, muita cerveja, fumaça e todos com postura bem profissional. Acredito que esse é o melhor trabalho da Cia. do Lavrado e é legal pensar assim. A Retrete ou a Latrina era o melhor trabalho pra mim. Se a cada trabalho que realizarmos for o melhor, legal. Tamo no lucro.
O espaço é alternativo, uma busca da Cia. do Lavrado em romper com a dependência de instituições que não estão nem aí pra gente. Não é um teatro. É uma sala de exposições, mas e daí? O ambiente que criamos é completamente teatral. Cara, é o nosso primeiro trabalho com um desenho de luz. O Renatão caprichou. Palpitamos pra caramba, mas a idéia foi dele. A direção tá afiada, tanto que nem percebemos a mão da diretora. E quando isso acontece é porque ela acertou a mão. Meu, não tem destaque. A unidade é que prima. Tô feliz com tudo isso. O Edgar tá mandando ver na divulgação, graças ao jornal Roraima Hoje. É o primeiro espetáculo que conseguimos os direitos autorais, até porque os últimos foram farsas medievais e os de DST, na sua maioria, eram de minha autoria. Procuramos fazer o certo. Se queremos ser profissionais, então precisamos ter atitudes de profissionais. Esse negócio de montar textos sem direito autoral, só porque tamo longe de todo mundo, não dá. Precisamos fazer o certo e a Grazi é quem pilhou todo mundo pra que isso acontecesse. O próximo passo é pedir direitos autorais das músicas. Nesse espetáculo não tem músicas de outras pessoas. O Gilson é quem vai mandar uma jam session no seu sax invocado. O cara se acidentou e tá com a boca toda fudida, cheio de pontos na cara. Mas vai dar todo o gás do jeito que der. Estamos gostando muito de fazer essa peça, e torcemos pra que tudo dê certo e quem sabe até o Mário Bortolotto tope renovar nosso contrato. Sei lá, ele é super exigente e se não curtir o que tamo fazendo, já viu. Não mudamos porra nenhuma do texto dele. Respeitamos cada ponto, cada palavra, tá tudo lá, na íntegra.
Temos aí pela frente o YAMIX e o Festival de Teatro da Amazônia. Queremos muito participar dos dois, mas se não rolar, vamos em frente.
Hoje é o penúltimo ensaio. Amanhã, já era. Quero muito que aquela sala esteja cheia amanhã. Queremos presentear o público de Boa Vista com um belíssimo espetáculo. A pressão tá grande. Formar público não é nada fácil. As pessoas reclamam que não tem teatro, que nunca tem espetáculos, mas quando rola o povo não vai. Por isso que quando me meto nessas discussões, principalmente na Universidade Federal, tento não ser muito emocional, porque do contrário mando todo mundo tomar no olho do cú!
É isso, merda pra todos nós.



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