domingo, 21 de setembro de 2008

REFÉNS DE CORPOS II



Jonas - Não me esqueço do dia dos meus onze anos, ele bebeu todas e fez o maior vexame na minha festa. Quando todos foram dormir, mamãe veio até minha cama pra me dar um beijo de boa noite, ele apareceu na porta e com uma raiva inexplicável invadiu o quarto e a esbofeteou. Eu queria arrancar a cabeça dele fora, a imagem que não saía da minha cabeça era a do seu corpo completamente esquartejado. Algum tempo depois, eu já estava pegando no sono, quando de repente comecei a sentir uma mão subindo as minhas pernas. Era uma mão pesada, meu quarto tava escuro, a casa em total silêncio. Aquele cheiro forte de cachaça invadiu meu quarto e quando tentei me mexer, ele me apertou com força e disse pra eu ficar calado senão ele iria matar a mamãe. Bem devagar, ele foi abaixando o meu pijama e colocou a sua mão na minha bunda. Ficou alisando e dizendo que era só carinho... Eu tinha onze anos, era apenas uma criança. Porque é que aquele filho da puta fez aquilo comigo? E se você tivesse vivido mais tempo lá dentro, também teria sido um escravo daquele verme. Por isso eu digo, ele teve o que merecia. Enforcado na escada do prédio... E morreu sem testemunhas...

Fred –
(Sem graça) Eu não sabia dessa história... Mamãe dizia que você adorava tomar banho com ele, adorava fazer espuma no corpo dele, até brigava por isso. Dizia que quando vocês tomavam banho juntos o tempo parecia congelar.

Jonas –
Mamãe era uma mulher doente e infeliz...

(Fred vai até o cinzeiro e acende uma ponta de um baseado. O cinzeiro tem outras pontas e ele oferece o cinzeiro para o Jonas, que logo pega uma ponta e acende também).

Fred –
Vai?... Agora eu começo a te compreender melhor...








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