sábado, 19 de setembro de 2009

ARTE NO EXTREMO NORTE


tô acordado. ainda. mas não sou o único. o site da Cia. do Lavrado marca 28 visitantes on-line (voltei aqui pra corrigir, na verdade, agora, são 54). agora me diz, o que é que esse povo tá fazendo acordado até agora? em Roraima são quatro e vinte da madruga... hoje resolvi deixar a cara amarrotada. e o preço disso é a insônia. sou assim mesmo. chega uma hora que não consigo mais dormir. tem vezes que acordo no meio da noite. e também não consigo mais dormir. não fico mais puto por isso. tenho 40. nada mais será como era antes. sei disso perfeitamente. quer dizer, não tão perfeito assim, pois de outro modo, estaria na cama. roncando pra caralho. são escolhas. resolvi que vou dormir lá pelas 8h. é isso. não consigo domar minha necessidade de escrever. umas tecladas no word. outras tecladas por aqui. sou feliz assim. pelo menos acredito que sou. ou me ensinaram que sou feliz assim. sei lá. são tantas regras. tantas necessidades. tem vezes que nem acho que necessito tanto assim. mas a vida me faz acreditar que sim. então escrevo. tenho um compromisso importante. na verdade, já até dei início a ele. ler O Apanhador no Campo de Centeio, do Salinger. J.D.Salinger. tenho vários inícios no currículo. mas hoje, às cinco da matina, vou pegar de jeito esse livro. ensaiamos Homens, Santos e Desertores, do Mário Bortolotto. esse livro tem tudo a ver com essa peça. o Caulfield tem muito do garoto, personagem do Bortolotto nesta peça. o Bortolotto é um puta de um dramaturgo. vivo. muito vivo mesmo.o cara é bom pra caralho. digo isso de cadeira, pois já li, sei lá, umas 10 ou 15 peças dele. nem sei mais. acho que li três livros, com várias peças e um romance. me identifico muito com a dramaturgia dele. o blog dele e outros que acompanho são exatamente o meu link com o mundo fora de Roraima. não posso perder esse vínculo. as coisas por aqui são muito paradas. o pensamento dos artistas daqui são, quase primatas, se é que você me entende, e sem querer ofender os daqui. não temos referências na música, dança, teatro, artes plásticas, audio-visual, enfim, não temos ninguém aqui com projeção nacional. poucos conhecem os que fazem arte por aqui. só isso. e acredito que a falta de contato com o mundo, fora Roraima, faz uma falta tremenda e influencia demais os trabalhos realizados neste estado. tem muita gente boa. mas muita gente boa sem referência externa. sério. isso tá nos trabalhos realizados. nem me sinto detonando ninguém. é pura realidade. muito pouco chega por aqui. gostaria muito que o Mário Bortolotto visitasse esta terra, mas como ele me disse outro dia,(mais ou menos isso...)- só se vocês bancarem a passagem... isso é muito difícil, se nem pra sair daqui a gente consegue...precisamos, sempre, de pessoas bem sucedidas na arte por essas bandas. o povo daqui precisa entender que é possível, com um puta de um sacrifício viver de arte. é um povo desacreditado. com tantas dependências... não dá pra ter arte de verdade quando fazemos tantas concessões. mas já estou convencido que todos os artistas do estado de Roraima são vencedores. independente de política, independente se não gosto da postura de alguns, dane-se, são todos vencedores. e pra que eu mantenha essa minha admiração, consegui entender que preciso ficar out. demorei, mas entendi. cada um faz a arte que pode fazer. cada um defende o seu. de outro modo, ninguém consegue fazer nada. e não é culpa dos gestores. muitos sonham em ser artistas. os gestores. mas a gestão não permite isso. não acredito ser possível ser artista e ser gestor. o gestor sempre virá na frente. mas reconheço, também, o trabalho artístico de alguns gestores. sonho com uma terra fabulosa. um lugar encantado. com muito espaço para os ideais. mesmo sabendo que isso é pura utopia. mas é o estado que escolhi pra viver. vou fazer o meu melhor. sempre. mesmo sem desejar entrar na regra, acabo rezando a missa como os demais. de outro jeito, só se eu me mandar daqui. e isso tá longe de acontecer. mas reconheço que não é algo impossível. por enquanto, me esquivo das rédeas o máximo que posso. e apesar das minhas falas ásperas. sem ressentimentos. isso sempre!






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