sábado, 18 de abril de 2009

DOSE DA JANELA



Descansou sua dose no parapeito da janela. Mas não tirou o olho de seu combustível. Passagem pro nada. Tudo que ele mais queria naquele momento rotineiro. Matar o tempo com seus comentários internos sobre a vida dos que passavam lá embaixo. Não tão diferente do ontem. E sem se preocupar com o amanhã. - Seriam outros seres, não é mesmo? Pensou. Ligou a vitrola esquecida. Acelerou um vinil amarelado. Arriscou uns passos. Verificou o sinal. Sorriu da barbeiragem. Tomou seu gole. Descansou no parapeito. Foi a dose da janela. A última antes das próximas.









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