quarta-feira, 15 de abril de 2009

ENGOLINDO, PRODUZINDO...

Vejam bem, eu não sou nenhum criador de caso porra nenhuma como dizem por aí. Mostro minha goela quando acho que tão querendo me enrolar. Não é nada pessoal com aqueles que estão à frente do poder público e privado, ligados a cultura no estado de Roraima. E os grupos de teatro também não escapam. Falo porque acredito que as coisas podem sempre melhorar. E pra todos. Quero muito que a Cia. do Lavrado cresça e se dê muito bem, mas jamais poderia deixar de pensar no coletivo que também rala pra caraio nesse injusto processo de formação de platéia aqui no estado. Mas não deixo de dizer o que penso. Acabei de entrar no site do SESC pra saber o horário do espetáculo do Palco Giratório, que não estava lá, e dei de cara com uma manchete bem escrota, me desculpe o meu amigo que escreveu, mas essa você deu mole:
Vai começar o grande giro pelo teatro de Roraima.
Porra nenhuma! A Federação de Teatro de Roraima - FETEARR, que não fazemos mais parte, já deu esse pontapé como a sua II Mostra de Esquetes realizada no mês passado. Quando eu digo que os caras não nos valorizam, neguinho não acredita. Não tenho nada contra ao cara que está à frente da cultura lá no SESC. Nem o conheço pessoalmente. Nunca tomamos uma cerveja ou algo parecido. Sei lá, um café, um leite... Não posso dizer que não é um cara bacana. Simplesmente não o conheço. O que é uma pena. Reclamo sim, das propostas que o SESC encabeça pro teatro de Roraima. São coisas absurdas como por exemplo, cobrar 30% dos espetáculos do valor total arrecadado em cada bilheteria, em cada dia. Porra, o auditório com cara de teatro? Quero dizer, no teatro que eles acabaram de construir por aqui? Isso é muito injusto. Contradiz completamente o discurso de incentivo à formação de platéia e apoio aos grupos locais. Mas vamos lá, cara, a FETEARR realizou a sua mostra. Nem sei dizer se foi bacana ou não. Não assisti. Tava com o café aberto nos dois dias. E o CAFÉ COM IDÉIAS funciona dentro do local onde teve a mostra. Ouvi comentários bons, outros ruins e até cheguei a assistir a um pedaço de uma fuleiragem, mas isso não vem ao caso. Estamos falando de teatro. E aquilo que vi não devemos levar em conta. Isso é fato. O que me deixa puto é que o SESC foi um dos apoiadores dessa mostra. E agora me vem com essa chamada imensa no site deles? Olha, não devo nada a ninguém. Não vivo na porta dos outros implorando por viagens, resultados em editais, e essas coisas humilhantes. Não sou santo também, mas não sei enfiar a faca nas costas dos outros. Sei lá, acho que é índole, ou criação da minha família louca e completamente desregrada, mas feliz. O povo de teatro daqui não sabe o poder que tem. Cansei de falar isso nas reuniões da FETEARR. É um absurdo uma federação, que tinha apenas seis grupos, deixar um, indepedente de qual, sair fora. O movimento de teatro em todo o Brasil cresce e com muitas farpas. Muitas divergências, mas meu amigo, se existem inimigos, com certeza não somos nós da Cia. do Lavrado. Acho até esse discurso de inimigo baixo-astral de mais. Hoje, tá a maior dificuldade do SESC nos convidar pra algo. Nos excluíram do processo. Até estranhei quando nos convidaram, um dia antes pra participarmos da oficina do palco Giratório. O SEBRAE, que chegou também todo bem intencionado, depois de anos excluindo a cultura, também nos excluiu. Simplesmente porque não fazemos mais parte da FETEARR. Agora, o que é mais importante, fortalecer a FETEARR ou os grupos de teatro como um todo dentro do estado? Nada disso, o mais importante são os relatórios... Existe um puta grupo de Teatro em São João da Baliza, o REVERBEL, no interior do estado de Roraima, que também foi excluído desse processo. Se o SEBRAE tivesse o interesse mesmo de agregar, capacitar e contribuir de fato com o teatro em Roraima, bem que poderiam ter criado um mecanismo pra trazer os moleques pras oficinas. É, porque dinheiro rola, e todo mundo sabe disso. E quem tá lá articulando, quero dizer, puxando, vai até ministrar oficina. Bom, é isso. Estamos fora da FETEARR, mas os caras deram o primeiro passo este ano. Isso eu não posso negar. O que falta pra valorizarem de fato os grupos que fazem teatro no estado de Roraima? Vamos em frente. Engolindo, produzindo, engolindo, produzindo....






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