Vejam bem, eu não sou nenhum criador de caso porra nenhuma como dizem por aí. Mostro minha goela quando acho que tão querendo me enrolar. Não é nada pessoal com aqueles que estão à frente do poder público e privado, ligados a cultura no estado de Roraima. E os grupos de teatro também não escapam. Falo porque acredito que as coisas podem sempre melhorar. E pra todos. Quero muito que a Cia. do Lavrado cresça e se dê muito bem, mas jamais poderia deixar de pensar no coletivo que também rala pra caraio nesse injusto processo de formação de platéia aqui no estado. Mas não deixo de dizer o que penso. Acabei de entrar no site do SESC pra saber o horário do espetáculo do Palco Giratório, que não estava lá, e dei de cara com uma manchete bem escrota, me desculpe o meu amigo que escreveu, mas essa você deu mole:
Vai começar o grande giro pelo teatro de Roraima.
Porra nenhuma! A Federação de Teatro de Roraima - FETEARR, que não fazemos mais parte, já deu esse pontapé como a sua II Mostra de Esquetes realizada no mês passado. Quando eu digo que os caras não nos valorizam, neguinho não acredita. Não tenho nada contra ao cara que está à frente da cultura lá no SESC. Nem o conheço pessoalmente. Nunca tomamos uma cerveja ou algo parecido. Sei lá, um café, um leite... Não posso dizer que não é um cara bacana. Simplesmente não o conheço. O que é uma pena. Reclamo sim, das propostas que o SESC encabeça pro teatro de Roraima. São coisas absurdas como por exemplo, cobrar 30% dos espetáculos do valor total arrecadado em cada bilheteria, em cada dia. Porra, o auditório com cara de teatro? Quero dizer, no teatro que eles acabaram de construir por aqui? Isso é muito injusto. Contradiz completamente o discurso de incentivo à formação de platéia e apoio aos grupos locais. Mas vamos lá, cara, a FETEARR realizou a sua mostra. Nem sei dizer se foi bacana ou não. Não assisti. Tava com o café aberto nos dois dias. E o CAFÉ COM IDÉIAS funciona dentro do local onde teve a mostra. Ouvi comentários bons, outros ruins e até cheguei a assistir a um pedaço de uma fuleiragem, mas isso não vem ao caso. Estamos falando de teatro. E aquilo que vi não devemos levar em conta. Isso é fato. O que me deixa puto é que o SESC foi um dos apoiadores dessa mostra. E agora me vem com essa chamada imensa no site deles? Olha, não devo nada a ninguém. Não vivo na porta dos outros implorando por viagens, resultados em editais, e essas coisas humilhantes. Não sou santo também, mas não sei enfiar a faca nas costas dos outros. Sei lá, acho que é índole, ou criação da minha família louca e completamente desregrada, mas feliz. O povo de teatro daqui não sabe o poder que tem. Cansei de falar isso nas reuniões da FETEARR. É um absurdo uma federação, que tinha apenas seis grupos, deixar um, indepedente de qual, sair fora. O movimento de teatro em todo o Brasil cresce e com muitas farpas. Muitas divergências, mas meu amigo, se existem inimigos, com certeza não somos nós da Cia. do Lavrado. Acho até esse discurso de inimigo baixo-astral de mais. Hoje, tá a maior dificuldade do SESC nos convidar pra algo. Nos excluíram do processo. Até estranhei quando nos convidaram, um dia antes pra participarmos da oficina do palco Giratório. O SEBRAE, que chegou também todo bem intencionado, depois de anos excluindo a cultura, também nos excluiu. Simplesmente porque não fazemos mais parte da FETEARR. Agora, o que é mais importante, fortalecer a FETEARR ou os grupos de teatro como um todo dentro do estado? Nada disso, o mais importante são os relatórios... Existe um puta grupo de Teatro em São João da Baliza, o REVERBEL, no interior do estado de Roraima, que também foi excluído desse processo. Se o SEBRAE tivesse o interesse mesmo de agregar, capacitar e contribuir de fato com o teatro em Roraima, bem que poderiam ter criado um mecanismo pra trazer os moleques pras oficinas. É, porque dinheiro rola, e todo mundo sabe disso. E quem tá lá articulando, quero dizer, puxando, vai até ministrar oficina. Bom, é isso. Estamos fora da FETEARR, mas os caras deram o primeiro passo este ano. Isso eu não posso negar. O que falta pra valorizarem de fato os grupos que fazem teatro no estado de Roraima? Vamos em frente. Engolindo, produzindo, engolindo, produzindo....
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