terça-feira, 1 de abril de 2008

POR QUE SÓ EXISTE UM CAMINHO, PÔRRA?


Dia de gripe. Não botei os pés na rua. Minto. Fui ao mercado, à pé, comprar uma caixa de bombons. Fiquei deprimido hoje. Aliás, acordei deprimido. E é foda quando tô assim. Não consigo levantar da cama ou da poltrona nem pra fazer minhas necessidades básicas. É como se eu tivesse naqueles dias de ressaca. Mas ainda foi pior, porque não bebi nada. Andei fazendo umas escolhas esses dias, por impulso, e que eu já sabia que não iriam acabar bem, mas não sei porque mesmo sabendo de como vou ficar depois eu insisto em seguir em frente. Fazer o quê? Agora é aguardar o mar acalmar pra mergulhar novamente. Como diz Mario Bortolotto no texto que a Grazi dirigiu, é tudo sempre igual, acho que é algo assim. Tenho coisas bem legais acontecendo em minha vida e mesmo assim não me dou por satisfeito e dou logo um jeito de ficar down. Sabe, sou viciado em ficar down. Não ofendo as pessoas nas ruas, não costumo demonstrar isso, como um amigo meu, mas pôrra, tô sempre assim. Eu sempre fui assim. Sempre dei um jeito de estragar a festa. Sempre encontrei uma maneira de aparecer negativamente. Sempre chamei a atenção da maneira mais escrota possível. Sou um ser humano escroto por debaixo dessa cara de boa praça. Sou ruim mesmo. Sei do que falo. E não falo das atrocidades que cometi com outros no passado...não, falo do que ainda cometo, não fisicamente, mas moralmente com aqueles que me rodeiam. Às vezes penso que a minha pena não foi totalmente cumprida. A da sociedade sim, estive lá todos os dias, sei a merda que foi, mas sei lá, talvez uma outra pena, moral, algo que não se paga nesta vida e que como um ácido não pára de corroer até que tudo se acabe. Sinto minha alma se dissolvendo. Sinto o peso das escolhas mal feitas. E o pior de tudo, sinto a raiva de ter que escolher um só caminho.

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