terça-feira, 8 de abril de 2008

TÔ DE SACO CHEIO


Meu dia hoje não foi muito legal.

Tô de saco cheio de algumas coisas, de algumas pessoas, de alguns hábitos, dessa indisciplina toda que me paralisa e me faz ser platéia da minha própria vida.

Tô de saco cheio da Cia. do Lavrado. De ficar esperando aprovação em projetos pra estar no palco. Pôrra, de onde venho eu fazia teatro sem um puto!

Tô de saco cheio de não ter um grupo de amigos para sair e falar bobagens.

Tô de saco cheio das segundas intenções das pessoas, que se infiltram em coletivos pra usufruir uma imagem que não é a sua. De saco cheio de ter poucas amizades. Saudades dos malucos do Rio de Janeiro...das noites em claro nos botequins daquela cidade. Saudades do futebol de sábado na Cidade Universitária, do cervejal que rolava depois, sempre regado com muito fumo. Quanta bobagem nós falávamos...

Tô de saco cheio do pensamento acadêmico, que direciona, que cerceia, que maquia, que arranca o lúdico da rapaziada. De saco cheio de viver na encruzilhada. De andar à pressão. De aceitar opinião. De saco cheio desse povo de teatro, que ao invés de pensar coletivamente estão sempre criando uma forma de fuder com tudo!

Tô de saco cheio de opiniões sem ética nenhuma direcionadas à um forte completamente frágil. Por que não enfrentam a chapa mais quente? Sou mesmo, quente pra caralho, maluco por largar tudo e defender com unhas e dentes minhas idéias e aqueles que estão nessa comigo.

Foda-se!

Tô de saco cheio de fazer média. De ser o cara vaselina. De saco cheio de ficar imaginando que o povo do Lavrado não me curte muito, sei lá, por eu falar o que penso. Quer saber, tô preparado pra romper com tudo. Tô afim de outros rumos, outras caras. Cansei de bater palma pra maluco dançar. Cansei de insistir na relação com os outros. Foda-se! Querem fazer esse jogo, beleza, sei jogar muito bem. Vamos nessa que eu vou acender o pavio da bomba. Vamos ver o que é que vai sobrar. De mim.

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