sexta-feira, 16 de maio de 2008

JÁ FOI

Sentei-me à beira do rio e esperei. Não sabia ao certo o que esperava. Mas sabia que precisava ficar ali. Enrolei um cigarro de palha. Paquerei os saltos de alguns peixes, que de tão belos, dava a impressão de serem propositais. Talvez soubessem da minha presença à margem. Triste. Pensei nos amigos. Lembrei de poucas pessoas. - É isso, amigos tenho poucos, pensei. Mas consegui imaginar uma lista gigantesca de pessoas que não me querem bem. - Cara, isso é completamente louco!, disse em voz alta. Por que as pessoas são assim? Se preocupam demais com as outras, o pior, com o sucesso dos outros. Deve ser foda mesmo ver o outro se dando bem. Quantas vidas vazias. Quantos merdas existem nessa cidade...abri o isopor e derrubei uma lata gelada. Observei vários galhos sendo levados pelo rio. Dei uma gargalhada. - Pode crer, essas também vão passar, pensei tranquilo e me deitei pra curtir as nuvens do céu. Que assim como os galhos e as pessoas indesejáveis, passam também.



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