segunda-feira, 20 de setembro de 2010

BEST FRIEND?

hoje, na aula de inglês, meu professor me perguntou quem é o meu melhor amigo? deu branco. na boa, deu branco porque eu não sabia explicar em inglês, que eu não tinha um melhor amigo. ou que eu não sabia qual a definição de melhor amigo. sei como dizer isso em inglês, mas não sabia como pensar isso em inglês, entende? explicar com detalhes... melhor amigo? não tenho. nunca tive. tenho pessoas que admiro demais e que sei que gostam muito de mim. melhor amigo é foda! não sei, talvez, se eu for remexer as memórias até que posso encontrar alguns, mesmo sabendo que eles, talvez, não me considerem assim. tive o grande prazer de dividir inesquecíveis momentos com várias pessoas nessa vida. nunca pensei nesse lance de amigo. sempre tive a impressão do todo descartável. sempre persegui a ideia de que não dá muito pra se apegar, pois de uma hora pra outra já era! sempre esperei pelo pior. e não sou um cara negativo, mas é que sempre as coisas dão errado em algum momento, entende? sempre foi assim comigo. teve um tempo que eu até pensava que o lance era comigo, mas depois, percebi que faz parte da vida. não dá pra passar o resto da vida se decepcionando. chega uma hora que é melhor assumir que as coisas não vão para o meu lado. e que na verdade eu é que tô a todo o momento tentando dar um jeito. e às vezes até que consigo, mas é temporário. a merda, mais cedo ou mais tarde fede. bom, dito isso, amigo? não tenho. acredito em Deus, mas nem mesmo Deus ou deus tenho certeza de que existe. apenas acredito. talvez a parada seja essa, acreditar que exista amigos. simplesmente acreditar. lembro da minha infância e de caras que andavam comigo. que jogavam botão, soltavam pipa, jogavam futebol e quebravam as lâmpadas do prédio em que morava num subúrbio do Rio de Janeiro. o núcleo da bomba. bairro Bonsucesso, ironia do destino, não é? o bairro em que nasci e morei até os 19 anos. depois, lembro da adolescência, e de uns caras que percorriam todos os bairros do Rio de Janeiro dentro de um fusquete invocado e enfumaçado. depois, lembro da turma do teatro e assim vai...mas amigo...não sei. talvez até os tenha, mesmo sem perceber, mesmo sem nunca ter percebido. essa vida é tão descartável, que até mesmo os meus pensamentos mais imediatos parecem desaparecer bem no ato de sua existência.



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