sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

QUE VENHA 2010!


Estamos de volta. Depois de merecidas férias, a Cia. do Lavrado está de volta e felizes por comemorarmos em 2010 cinco anos de existência. E muita resistência. A nossa prioridade no momento é arrumarmos a nossa casa, revermos algumas metas para este ano, realizarmos uma oficina de corpo e uma leitura do texto Apenas um Blues e uma Parede Pichada. Vamos concentrar nossas energias com nossas capacitações, leituras e sem dúvida alguma iremos montar algum espetáculo. Vamos ficar de fora das articulações estaduais, regionais e nacionais. É muita energia que se gasta para poucos resultados favoráveis, frustrações e decepções com os que se dizem nossos pares. Voltamos a estaca zero. Fazer teatro pelo simples desejo de fazê-lo. Não queremos perder nossas referências artísticas em troca de um espaço político que não irá nos acrescentar em nada. Nosso estado não nos oferece nenhuma oportunidade de crescimento político e que possa realmente contribuir com o nosso desenvolvimento, ou seja, com o desenvolvimento do teatro em Roraima. Temos uma classe teatral desarticulada, quer dizer, alguns estão articulados por conveniência de interesses comuns, mas que na prática nem chegam próximos do coletivo e não contribuem em nada com o processo de formação de platéia nesse estado. A região já teve seus dias melhores. Na época do Fórum Permanente de Teatro, acho que em 2006, os grupos mostravam muito mais interesse em contribuir para que a região fosse mais respeitada e reconhecida como uma região produtora de teatro. Hoje a configuração mudou completamente. Tem estado, quer dizer, grupos em outros estados que defendem por trás a desregionalização nos editais, mas pela frente, em reuniões nacionais se dizem defensores da região, com discursos amazônicos recheados de hipocrisia. No fundo, valorizam muito mais o que vem de fora da Região Norte. Cada um querendo que o seu estado sobressaia mais e que se iguale aos grupos de outras regiões do país. É o antigo sonho do Norte em ser Sudeste... O Nacional também desanima demais a gente por aqui. Grupos e pessoas sustentam discursos de descentralização, mas no fundo querem excluir cada vez mais o povo do norte. Vemos isso nos resultados de editais, vemos isso nas reuniões de articulação que freqüentamos por este Brasil, vemos isso na falta de interesse com os estados que não tem nada para oferecer, como Roraima. É a mesma história dos desenvolvidos e subdesenvolvidos. Hoje a briga é para ver quem será delegado. Quem irá para Brasília fazer propaganda do seu estado, ou nem isso, na maioria das vezes do seu grupo. Estivemos na I Conferência Nacional de Cultura e naquela época já havíamos presenciado isso. É muito triste perceber as pessoas utilizando verba pública para promoção pessoal. E depois, as coisas não mudam de verdade. A classe teatral nacional continua fragilizada, pseudo-articulada e sem muito poder de discussão com o Poder Público. É isso. Com toda essa confusão, estamos completando cinco anos de existência. E vamos continuar. Vamos fazer teatro. Esse foi o desejo que nos uniu. Sem ressentimentos. Apenas estimulados com o nosso crescimento.




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