sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A SURPRESA DOS ASTRONAUTAS NA LUA


levantou às sete da matina. o gosto da noite anterior ainda o incomodava demais. como todos os dias. jogou água na cara pra acordar. escovou os dentes. sem pasta. e nada. abriu a tampa da privada e vomitou sem culpa nenhuma. até gostava da sensação de pássaros a rodear por sua cabeça. na verdade não tinha a certeza se eram pássaros ou qualquer outra bobagem que o deixava se sentir bem melhor. pensar nas aves era mais poético diante de tamanha ressaca. vestiu uma roupa, colocou o boné e saiu. foi à praia ver os peixes acordando. largou a bicicleta no calçadão. cumprimentou alguns pescadores amigos. conversou um pouco. ouviu muitas mentiras, todas saudáveis. dava gosto de ouvir uma história mais absurda que a outra. ele se divertia. aventurou-se também. ficou tão animado, que resolveu ir ao bar esquentar o seu pé. nem fez careta. como todos os dias. despediu-se dos amigos e foi para a pedra. subiu. olhou o horizonte infinito com seus mistérios e caminhos impossíveis pra ele. conversou com os peixes. falou sobre sua vida. entendeu o silêncio marinho. mergulhou. abriu os olhos embaixo d'água encantado com tamanha beleza. respirou. foi mais fundo. mais distante. entendeu a surpresa dos astronautas na Lua. voltou à pedra. desceu. esquentou mais um pouco o seu pé. foi pra casa fazer o café pra família. feliz. como todos os dias.



Free counter and web stats


Nenhum comentário: