sábado, 16 de outubro de 2010

BUKOWSKI E DAVID GOODIS

esse é o Mat Dillon no filme em que ele encarou e muito bem o papel do Henry Chinaski no cinema. muito bem assim, convenceu... quando você ler os livros e entrar no universo perdido do Bukowski, com certeza vai me entender...Factótum, sem destino, de 2006. quem não viu, bobeou...


tava salvando meus posts aqui do blog e dei de cara com essa pérola do Bukowski, que já havia publicado por aqui. pensei, publico novamente ou não? o texto respondeu por si próprio... então vamos lá... tô lendo Misto Quente, do Velho. vale a pena dar uma conferida. ele narra algumas histórias de seu personagem, Henry Chinaski, desde pequeno, um tremendo filho de uma puta e com o mesmo vigor como se fosse sua última escrita, já mais velho. ah! terminei de ler o ATIRE NO PIANISTA, do David Goodis, narrativa muito doida. o cara escreve os seus subtextos, aliás, o livro é praticamente todo escrito com os seus subtextos. muito maluco mesmo. melhor de ler do que Kerouac, outro maluco, que não tem vírgulas, pontos e dá uma puta vontade de encher a cara ao término de cada parágrafo. vai ver é por isso que nunca consegui ler um livro todo dele... David Goodis, bom demais! nunca tinha lido nada igual...





AR E LUZ E TEMPO E ESPAÇO


"... você sabe, já tive uma família, um emprego, mas alguma coisa
sempre se interpôs no
caminho
mas agora
vendi minha casa. encontrei este
lugar, um enorme estúdio, você precisa ver o espaço e
a luz.
pela primeira vez na minha vida terei um lugar e tempo para
criar."

não, baby, se você vai criar
fará isso mesmo que trabalhe
16 horas por dia numa mina de carvão
ou
criará num cubículo com 3 crianças
enquanto vive
da previdência social,
criará com parte de sua mente e de seu
corpo
estourados,
criará cego
aleijado,
demente,
criará com um gato escalando por suas
costas enquanto
a cidade inteira treme em terremotos, bombardeios
alagamentos e fogo.

baby, ar e luz e tempo e espaço
não têm nada a ver com isso
e não criam nada
exceto talvez uma vida mais longa para encontrar
novas desculpas de que se
ocupar.

Textos autobiográficos
pág. 401
Charles Bukowski









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