entrou na loja de discos. costumava fazer isso na hora do almoço. foi direto aos instrumentos musicais. passou invisível pela vendedora. era sempre assim. suas havaianas, sua bermuda jeans surrada e camiseta preta do Led Zeppelin não contribuíam muito para a sua credibilidade no comércio local. fixou o olhar em um baixo preto. adorava o som daquele instrumento. segurou-o. ensaiou alguns acordes imaginários. e deixou a peça de lado. a vendedora, uma negra com cabelos Rastafari, percebeu o seu interesse pelo objeto. ela deu uma olhada nos seus pés e nas suas roupas, mas resolveu arriscar.
- interessado?
- sim...mas não sei...
- olha, esse aqui chegou ontem. é igualzinho ao baixo do John Paul Jones, do Led Zeppelin...
- sério? ele respondeu como se estivesse empolgadísso.
- sim, essa é uma cópia fiel...
- puxa!
- isso mesmo, você vai arrancar um som dos diabos!
- não sei, tô muito cabaço...
- que nada, faz um plano. você pode pagar em até 10 vezes!
ele percebeu o interesse da vendedora. presa fácil. sabia que não tinha um puto no bolso e muito menos crédito em seu cartão. mas essa era a chance. a loja estava vazia. poucos clientes matando a hora do almoço. apenas uma menina no caixa e a tal vendedora gostosa.
- olha, gostei demais desse baixo. tô afim de levar!
- ótimo! eu vou mandar embrulhar e vou te dar de quebra uma partitura do Led, de 67. Uma raridade...
- deve ser mesmo...legal! ele sorriu e continuou a alimentar a motivação da Rasta, mesmo sabendo que a tal banda surgiu apenas em 68. depois dessa curva sinistra, resolveu tentar uma azaração no estilo drogas, sexo e rock’n roll.
- você sai que horas?
- já tá quase na hora do turno da tarde...pra que você quer saber?
- nada. pensei que a gente podia tomar alguma coisa.
- tipo o quê?
- uma cachaça bem queimosa...
- (toda metida) olha, meu amigo, se você me convidasse pra uma dose de uísque, tudo bem, você não é daqueles de se jogar fora... eu até que arriscaria, mas cachaça?
- faz o seguinte. vamos lá pra casa. dispenso a cachaça, mas acho que se você for, até que rola um 12 anos escondido dentro do armário.
- não sei...isso tá me cheirando a conversa fiada...
- isso mesmo, vamos lá. vamos fechar o negócio lá em casa. tenho surpresas pra esse narizinho também...
- hummm... faz o seguinte: paga a máquina. depois a gente conversa.
ele fez cara de desinteressado. só charme. ela sorriu. só charme. e deu as costas para ele. ele babou no gingado do rabo delicioso da negra. precisava, de qualquer jeito, grudar-se ali. ele foi ao caixa. percebeu a calmaria na loja. apenas dois clientes com fone no ouvido curtindo um som qualquer. mostrou sua 7.65 para a menina que contava dinheiro. uma gordinha, baixinha, que chupava um pirulito. a garota arregalou os olhos. deu um sorriso bem alto. desesperadíssimo. Ele ficou nervoso com o riso escandaloso da baixinha. olhou para o fundo da loja e em seguida lhe passou um bilhete que anunciava o assalto. e ainda a alertou:
- olha, se der galho, você vai ser a primeira da minha mira!
- interessado?
- sim...mas não sei...
- olha, esse aqui chegou ontem. é igualzinho ao baixo do John Paul Jones, do Led Zeppelin...
- sério? ele respondeu como se estivesse empolgadísso.
- sim, essa é uma cópia fiel...
- puxa!
- isso mesmo, você vai arrancar um som dos diabos!
- não sei, tô muito cabaço...
- que nada, faz um plano. você pode pagar em até 10 vezes!
ele percebeu o interesse da vendedora. presa fácil. sabia que não tinha um puto no bolso e muito menos crédito em seu cartão. mas essa era a chance. a loja estava vazia. poucos clientes matando a hora do almoço. apenas uma menina no caixa e a tal vendedora gostosa.
- olha, gostei demais desse baixo. tô afim de levar!
- ótimo! eu vou mandar embrulhar e vou te dar de quebra uma partitura do Led, de 67. Uma raridade...
- deve ser mesmo...legal! ele sorriu e continuou a alimentar a motivação da Rasta, mesmo sabendo que a tal banda surgiu apenas em 68. depois dessa curva sinistra, resolveu tentar uma azaração no estilo drogas, sexo e rock’n roll.
- você sai que horas?
- já tá quase na hora do turno da tarde...pra que você quer saber?
- nada. pensei que a gente podia tomar alguma coisa.
- tipo o quê?
- uma cachaça bem queimosa...
- (toda metida) olha, meu amigo, se você me convidasse pra uma dose de uísque, tudo bem, você não é daqueles de se jogar fora... eu até que arriscaria, mas cachaça?
- faz o seguinte. vamos lá pra casa. dispenso a cachaça, mas acho que se você for, até que rola um 12 anos escondido dentro do armário.
- não sei...isso tá me cheirando a conversa fiada...
- isso mesmo, vamos lá. vamos fechar o negócio lá em casa. tenho surpresas pra esse narizinho também...
- hummm... faz o seguinte: paga a máquina. depois a gente conversa.
ele fez cara de desinteressado. só charme. ela sorriu. só charme. e deu as costas para ele. ele babou no gingado do rabo delicioso da negra. precisava, de qualquer jeito, grudar-se ali. ele foi ao caixa. percebeu a calmaria na loja. apenas dois clientes com fone no ouvido curtindo um som qualquer. mostrou sua 7.65 para a menina que contava dinheiro. uma gordinha, baixinha, que chupava um pirulito. a garota arregalou os olhos. deu um sorriso bem alto. desesperadíssimo. Ele ficou nervoso com o riso escandaloso da baixinha. olhou para o fundo da loja e em seguida lhe passou um bilhete que anunciava o assalto. e ainda a alertou:
- olha, se der galho, você vai ser a primeira da minha mira!
a gordinha engoliu o pirulito e cagou na calcinha. ele enfiou o braço para dentro do caixa e pegou as notas que ela havia colocado ali. saiu depressa. fugiu do fedor desgraçado. catou o baixo que estava no canto e o colocou embaixo do braço. a vendedora, que retocava o batom, nem percebeu a movimentação.
- então, vamos? falou para a vendedora.
- comprou mesmo, hein...sabia que esse era o único? deu a maior cagada...
- com certeza, minha linda, foi a maior cagada...
- então, vamos? falou para a vendedora.
- comprou mesmo, hein...sabia que esse era o único? deu a maior cagada...
- com certeza, minha linda, foi a maior cagada...
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