li um poema foda hoje! um soneto massa que vou postar aqui como continuação do post abaixo. na boa, os amigos quando se encontram deveriam se tocar... é tão difícil definir essa porra de amigo, tem vezes que acredito que não os tenho.
Esse é de Raimundo Correia, parnasiano, nascido no vapor São Luiz, em águas do Maranhão, em 1859. O cara sabia muito bem do que pensava... concordo com ele.
MAL SECRETO
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
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