segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O DESGASTE DO TEMPO NOS DENTES

Foi avisado pelo dente caído.
O tempo acabara de marcar sua passagem.
Encostou-se na cama, sem sono.
Varou a madrugada com sua imagem desbotada na lembrança.
Não assumiu nenhuma culpa.
Apenas percebeu-se.
O desgaste do tempo estava evidente nos seus fracos dentes.
Levantou-se, sem nenhuma pressa.
Foi ao banheiro e os escovou com uma calma jamais alcançada em toda a sua vida.
De volta à cama, ajeitou o travesseiro com muito carinho.
Tranquilamente.
Sabia que o tempo não determinaria outra passagem tão cedo.
Dormiu.
Sonhou com a Fada dos Dentes.





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