sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ERINALDO MANDUREBA ( NALDO MANDUH)

O Erinaldo é a Nêga Maluca



Então, sobre o outro post que falava do falecimento do Erinaldo, pois é, a parada aconteceu mesmo. que merda, certo? O Erinaldo foi um dos fundadores da Cia. do Lavrado, em 2005. Eu o conheci em 2004, assim que cheguei em Boa Vista. Nos cruzamos algumas vezes por oficinas de teatro e depois eu resolvi montar um texto meu, O ÚLTIMO DIA, que era um monólogo com quatro personagens. Chamei ele pra colocar o som. Rodamos com esse espetáculo por Boa Vista e até conseguimos apresentar na I Edição do Festival de Teatro da Amazônia, em 2006. E ele tava lá comigo. Ele no som e a Tati como contra-regra. Quando cheguei em Roraima montei uma oficina de teatro e o Erinaldo foi meu aluno. Ele, a Cora Rufino e o Kleber Medeiros, todos os três fundadores da Cia. do Lavrado. A partir dessa oficina é que me aproximei mais dele e em 2005 resolvi juntar alguns alunos que mais me identifiquei pra montarmos um grupo de teatro. E assim surgiu a Cia. do Lavrado. O cara teve papel fundamental na construção dessa Companhia. Participou ativamente de todas as discussões enquanto esteve no grupo. Concordou e divergiu. E só saiu porque fez outras escolhas em sua vida. Escolhas diferentes das nossas. Mas não guardamos ressentimentos por isso. Mantemos o contato e no dia que lhe convidei para fazer um depoimento pro DVD de 05 anos da Cia. do Lavrado, o cara ficou super feliz. Fez um depoimento muito emocionado. Se emocionou porque sacou a importância dele dentro dessa história. Quando montamos nosso último espetáculo, tivemos problemas na construção do elenco, dois atores precisaram se ausentar e uma das nossas opções foi o Erinaldo. Isso mesmo, pensamos em convidá-lo para este último espetáculo. Acabou que chamamos o Kleber Medeiros, que também havia saído do grupo em 2007, na mesma época que o Erinaldo. É isso. Na verdade, o que fica são só as boas lembranças. Só os momentos que realmente vale a pena de se lembrar. A sua morte me deixa com uma sensação de que devo fazer muito mais. De que não tenho muito mais tempo. Que a fila tá andando e depressa. Fico com a impressão de que tudo é tão descartável, assim como nossas vidas insignificantes.


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