segunda-feira, 23 de junho de 2008

CADÊ A TEMPESTADE?

O vento carregado da noite fria não permitia que ele desse mais outro passo. Ficou parado. Contra vontade. Acumulou forças e deu mais um passo. E assim foi durante todo o percurso. Ouviu um estrondo à sua frente. Mas não parou. A noite apagou todas a suas luzes e o tempo fechou. Encontrou-se no meio de uma tempestade de areia. Totalmente sem direção. Quando deu por conta, seus pés estavam fora do chão. A terra era vista de cima. Mesmo solto, se sentia completamente preso, seguro. E viu um bando de sapos, entrou e saiu de dentro de uma bela casa, trocou olhares fervorosos com umas vinte gatas. E vomitou. Aumentava e diminuía. Lento, rápido. Sem parar. Viu sua casa no meio daquele nada repleto de tudo. Subiu mais veloz. Teve ajuda de alguns sapos. Muitas mãos também. Conseguiu entrar na sua casa. Todo desajeitado catou o sofá. O controle da TV. E ficou lá, até a tempestade acabar.




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