quinta-feira, 12 de junho de 2008

MICHELANGELO I



Chegou no horário combinado. Olhou por detrás das árvores e não viu ninguém. Foi surpreendida pelas costas com um abraço bem apertado. Reconheceu a pressão do seu amante. Virou-se. Sorriu. Beijaram-se. Momento difícil que não podia ser desperdiçado. Acariciou o membro de seu amante com altas doses de saudade. A aspereza das mãos do parceiro eriçaram até o último fio de pêlo do seu corpo. Estava completamente entregue. Agaixou-se entre as folhagens em busca do manjar dos Deuses. Seu amante vigiou. Concordou alegremente. Ela segurou-o. Abriu a boca com imensa satisfação. A tranquilidade estuprada por ruídos vindos de uma árvore ao lado. Sua irmã, que era uma cobra de uma invejosa, queria participar daquela sacanagem. Foi excluída pelo amante. Berrou ameaças que poderiam fazer com que os dois fossem expulsos para sempre do vilarejo. O amante convenceu sua amada de que eles não tinham outra saída. Ela permitiu. Mas queria ser a primeira. Caiu com a boca sedenta e com os olhos fechados levou uma pedrada no meio da cabeça. Trincou os dentes. O amante gritou. Conseguiu tirar o seu membro danificado. Estendeu a mão. Recebeu um saco de moedas da irmã da defunta. E saiu sem olhar para trás.







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