sexta-feira, 6 de junho de 2008

SÓ MAIS UM PINK FLOYD


Ouvia Pink Floyd sossegado. Se permitiu partir. Tirou fotos de seu rosto. Vários ângulos e gestos ensaiados. Flashs de instantes percorrido. Depois de umas trinta fotos, passou a imagem na máquina, em seqüência. E sem tirar o dedo do botão. Se viu. Era rápido o bastante para fazê-lo imitar. Era ele mesmo. Não tinha censura. Passou as imagens para o computador. Procurou detalhes. Acertou. E a música parou. Choque geral. Duas realidades. Nenhuma das duas o agradou. Decidiu criar uma terceira realidade. Pegou o monitor do computador e o estraçalhou no chão. O sol que invadia o seu quarto oscilou. Fraquejou. Permitiu a escuridão. E a luta era violenta. Sinistra. Clareava e escurecia muito rápido. Um carro de som passou em frente de sua casa. Choque geral. Além da voz escrota e aguda esganiçada, a música era de péssima qualidade. Fechou as janelas. Aumentou o som. Abriu as tirinhas da Rebordosa. Sentou-se no chão e foi ler. Só queria ouvir Pink Floyd sossegado.






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