quarta-feira, 4 de junho de 2008

INVOLUNTÁRIO

Acordo e levanto às pressas da cama. Nem me olho no espelho. Pulo nos teclados do computador e mesmo sem café acendo um cigarro. Mergulho nas letras malditas deste teclado. Me emburaco no imenso vazio da tela branca. Arrisco umas frases. Tortas. Estão mortas. Não jogo nada fora. A vida se encarrega desse trabalho sujo e filho da puta. Me lembro do dia de ontem. Talvez alguma idéia bestial possa surgir daquelas cinzas. Cheguei tarde no lançamento do Dramaturgia. Mas o suficiente pra trocar algumas palavras interessantes com algumas pessoas. Me diverti. Beslisquei salgados. E depois parti. Saí com a ótima impressão de que mais uma vez o projeto será bem bacana. Voltei pra casa e fui ler teatro. Como tenho feito de vez em quando. Varei a madrugada com doses de uísque (abrasileirado mesmo), cigarros e muito texto teatral. É a melhor hora do dia. Não tem igual. Os personagens criam vida. Caminham pela sala de minha casa. Se sentam ao meu lado. Compartilham suas angústias e ansiedades. Vou longe... O velho Bukowsky também me acompanha nas madrugadas. Confesso que o tenho lido mais de dia. E não é a mesma coisa, assim como as tirinhas da Aline, muito louca! Tensão Pré-monstrual...homenagem a Tati. Nada é igual à madrugada. Ela é maldita. É única. É pimenta vermelha na minha imaginação. Tô exercitando escrever de dia. Mas é muita confusão na minha cabeça. Muito barulho ao mesmo tempo que não consigo esboçar um raciocínio lógico. Mas não desisto. Não tem jeito. Não consigo ficar sem escrever. Tento. Mas não consigo. Então, já que a vontade é involuntária, que se foda o que eu coloco na tela branca deste computador. Tá valendo até receita de bolo. Foda-se!



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