segunda-feira, 16 de junho de 2008

CHÁ DAS SEIS E NOVE

Foi para o mato dar comida aos seus animais. Trazia consigo uma sacola enorme com variados alimentos, inclusive o seu. Ficou no meio do terreno e vários animais preguiçosos se aproximaram. Bichos lentos. No ritmo PinkFloyd. Uma diversidade de espécies. Pegou sua cenoura e recostou-se à beira de uma mangueira gostosa. Comeu uma, duas... várias cenouras. Acreditava na potência dos coelhos. Viu seus animais satisfeitos e sedentos. Caminhou até próximo ao celeiro, sempre com aquela caravana de bichos nas suas costas. Lentos. Ficou diante de uma invenção maluca, enorme, com uma bacia gigantesca e fervente no alto. Protegeu-se e puxou uma alavanca. Um chá cheiroso caiu em um cano comprido e foi distribuído em várias canaletas. Os animais beberam até acabar. Secou. O homem segurava sua xícara de chá. O mesmo que foi dado aos animais. Os bichos tropeçavam. Rolavam, assim... do nada. Alguns quase falavam. O homem gargalhou sem controle. Virou o restante do chá. E foi se juntar à coreografia desajeitada e desordenada dos seus animais.




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